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O primeiro passo antes de iniciar o desenho e A habitação deverá estar sempre bem isolada
os cálculos é verificar que se conta com toda a para que diminuam as perdas por transmissão
informação necessária: através das paredes com a consequente
poupança de energia que tal supõe.
- Uma planta clara e legível do local a aque- Os radiadores deverão, sempre que seja possí-
cer, indicando a orientação do mesmo. vel, colocar-se debaixo das janelas, sem qual-
- Memória descritiva dos materiais. quer elemento que possa impedir a convecção
- Indicação de onde estará colocada a do ar na sala (cortinas, elementos decorativos,
caldeira do edifício e a localização dos etc.).
tubos de alimentação ascendentes e Dever-se-ão seguir as normas em vigor a nível
bifurcações dentro do edifício. nacional (drenagem, barreiras de vapor, etc.).
Também é necessário saber a localização do
É conveniente ter disponíveis alguns elementos gerador de calor desde o início.
como por exemplo uma roda de medição ou
planímetro (dispositivo para medir área em
planos), um escalímetro e uma planta (para
delinear os circuitos de tubos).
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2.º Dividir o edifício por divisões, atribuindo 8.º Seleccionar a bomba de circulação.
a cada uma nome ou referência.
9.º Calcular a potência do gerador de calor.
3.º Calcular o coeficiente de transmissão tér-
mica (Ki) de cada um dos elementos
envolventes.
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Tamb
α1 T1
e1 λ1
T2
e2 λ2
T3
e3 T4 λ3
e4 λ4
T5
α2=20
T6
Em que:
T i
= Temperatura em cada um dos pontos
do elemento envolvente, em ºC
ei = espessura em m
αi = coeficiente superficial de transmissão de
calor (a1 de admissão e a2 de emissão)
em Kcal/(hm2 ºC)
λi = coeficiente de conductividade térmica
em Kcal/(h m2 ºC)
Q = Quantidade de calor em Kcal/h
S = superfície em m2
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Tamb=20ºC
Solo em ladrilho de grés
α1=5 T1
e1=5mm λ1=0,9
T2 Argamassa
e2=50mm λ2=1,2
Poliestireno
T3 expandido tipo IV
e3=25mm T4 λ3=0,030
Tijoleira cerâmica
e4=160mm λ4=0,8
T5 α2=20
Text=0ºC
Substituindo, teremos:
Por isso, o valor do coeficiente de transmissão térmica deste elemento envolvente será:
E o valor de Q será:
Q = 1502 Kcal/h
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Tamb=20ºC
Solo em ladrilho de grés
α1=5 T1 = 17ºC
e1=5mm λ1=0,9
T2= 16,9ºC
Morteiro de cimento
e2=50mm λ2=1,2
Poliestireno
expandido tipo IV
e3=25mm T3= 16,3ºC T4= 3,7ºC λ3=0,030
Tijoleira cerâmica
e4=160mm λ4=0,8
Text=0ºC
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Para o cálculo da solicitação calorífica podem indicadas na Norma Básica de edificação CT-79
seguir-se os procedimentos elementares de (Condições Térmicas nos edifícios).
cálculo, atendendo sempre as prescrições
Para efectuar os cálculos de perdas de calor num local ou recinto emprega-se a seguinte fórmula
geral:
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Para simplificar o exemplo, vamos supor que das para baixo (e por isso não necessitamos do K
todos os elementos envolventes dão para o exte- desse elemento envolvente) e que apenas temos
rior (e por isso a ∆T é constante), que não há per- suplementos por orientação virada a norte.
Kportas = 2 Kcal/h m2 ºC
Kjanelas = 3 Kcal/h m2 ºC
Ktecto = 0, 77 Kcal/h m2 ºC (limite do coeficiente
de transmissão de calor para uma cobertura,
marcado pela NBE CT -79)
Kparedes = 1,03 Kcal/h m2 ºC (limite de coeficiente
de transmissão de calor para uma fachada, mar-
cado pela NBE CT- 79)
n= 0,5 vezes/h
F = 0,05 (por orientação norte)
Tint = 20ºC
Text = -5ºC
Aplicando a fórmula:
Aplicando a fórmula:
Por isso:
Q= 5901,13 Kcal/h
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Para simplificar, vamos supor que calculámos o rectos os 40 mm.c.a/m e que fixe uma veloci-
Ki dos elementos envolventes e por isso as dade máxima de 2 m/s.
solicitações caloríficas da habitação serão:
Para a presente instalação previu-se instalar
Área Solicitação
Local Nº tubos Unipipe. Dado que a rugosidade dos
(m2) Kcal/h
tubos Unipipe é muito baixa, poderemos
Cozinha 1 11,40 771 dimensionar os nossos tubos muito próximo
Sala de estar 2 16,35 1.381 dos limites estabelecidos pela norma, sem que
Sala de jantar 3 13,75 1.162 isso produza qualquer problema de ruídos ou
Hall-Corredor 4 16,20 843 de erosão dos mesmos.
Quarto 4 5 8,10 765 Com o fim de simplificar os cálculos, todos os
Quarto 3 6 11,30 900 dados foram obtidos dos nomogramas de
Casa de banho 1 7 3,60 306 perda de carga - caudal - velocidade anexos ao
Quarto 1 8 10,10 954 presente manual (ver anexos). Os comprimen-
Casa de banho 2 9 4,00 351 tos correspondentes aos diferentes tramos são
Quarto 2 10 11,20 998 tomados como dados de partida, dado que na
TOTAL HABITAÇÃO 8.431 Kcal/h realidade foram obtidos no terreno ou medido
sobre planos reais da instalação.
A seguir, escolher-se-á o tipo de emissor a colo-
car em cada local segundo as tabelas que cada
fabricante fornece, quer seja radiador de ferro
fundido, radiador de alumínio, radiador de
chapa de aço ou painéis de chapa de aço.
Para encontrar o número de elementos por ra-
diador a colocar em cada local, basta dividir o
número total de Kcal/h que deve emitir o ra-
diador pelas Kcal/h que emite cada elemento.
Assim por exemplo, para o radiador colocado
na cozinha, escolheu-se um radiador modelo
2000/600, que emite segundo as tabelas do fa-
bricante 150,2 Kcal/h por elemento.
Sabendo que se considerou a solicitação térmi-
ca do dito local em 771 Kcal/h obtém-se:
nº de elementos radiador cozinha = 771/150,2 =
5,14 elem ← 6 elem.
Operando da mesma maneira para as demais
dependências obtém-se o número de elemen-
tos por radiador assinalados na tabela seguinte.
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Instalação bitubo
Retorno directo
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Neste caso, desenhou-se uma instalação de caudal - velocidade (ver anexo) com as kcal/h a
retorno directo. O circuito de retorno começa transportar e ler que perda de carga e que
nos radiadores mais afastados da caldeira e vai velocidade lhe correspondem.
recolhendo a água dos demais radiadores. O esquema seguinte mostra a distribuição de
Para determinar se o diagrama é adequado, potências caloríficas necessárias em cada um
basta entrar no nomograma de perda de carga - dos tramos.
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Fica-nos agora por escolher a bomba para ali- será a soma das perdas devidas ao atrito dos
mentar o circuito de aquecimento e, para isso, tubos devido aos acessórios, válvulas e as per-
teremos que procurar uma bomba capaz de das em radiadores, caldeiras, etc.
fornecer um caudal a toda a instalação e capaz Neste caso o circuito mais desfavorável é o que
de vencer perdas de carga do circuito mais des- vai desde a caldeira até ao radiador 10 tal como
favorável. é apresentado neste esquema.
A perda de carga do circuito mais desfavorável
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∆ circ ret = 16,50 + 4,59 + 11,32 + 85,02 + 9,71 + Por isso, as características da bomba que procu-
81,96 + 48,45 = 257,55 mm.c.a. ramos serão as seguintes:
∆P circ ret = 257,55 mm.c.a.
Q= 0,156 l/s
As perdas de carga nos acessórios serão: ∆T= 1,16 m.c.a.
∆P ACC = 168 mm.c.a.
Estaríamos a procurar uma bomba capaz de
E as perdas de carga da caldeira serão: fornecer um caudal de 0,156 l/s com uma sobre-
∆P CAL = 476 mm.c.a. pressão de 1,16 metros de coluna de água.
Por tanto:
∆P BOMBA = ∆P circ imp + ∆P circ ret + ∆P ACC + ∆P CAL =
257.55+257.55+166.8+478
∆P BOMBA = 1.159,90 mm.c.a.
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Como já se explicou na secção sobre as especi- Poderá dar-se o caso em que sendo a potência
ficdades das instalação monotubo, elas têm total necessária muito elevada (5.500 a 6.000
como base a colocação em série dos emissores, Kcal/h) e com 6 ou 7 radiadores, seja mais
através de uma tubagem única em que a ida e o recomendável fazer dois anéis, mesmo quando
retorno constituem um circuito fechado, chama- o número de emissores nos permitisse fazer
do anel. apenas um.
À medida que a água quente vai circulando A seguir expõe-se o mesmo exemplo de insta-
pelos emissores, a temperatura vai diminuindo lação que na secção anterior, mas com um
e, consequentemente, a temperatura de entrada desenho de instalação com sistema monotubo.
em cada emissor é diferente. Como pode observar-se o facto de ter que insta-
Este facto deve compensar-se colocando emis- lar dez emissores obriga-nos a pensar directa-
sores maiores à medida que avançamos no mente em dois anéis.
anel.
Para avaliar este facto durante os cálculos,
corrigiremos a potência de cada emissor segun-
do o seu número de ordem no anel.
De igual modo essa diferença de temperaturas
condiciona o número máximo de emissores por
anel, que se aconselha não ser superior a 6
emissores.
Se o número de emissores fosse maior, a água
chegaria a uma temperatura tão baixa que este
ou seria praticamente inoperante ou o seu
tamanho teria que ser excessivamente grande.
INSTALAÇÃO MONOTUBO
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ANEL A
Local Nº DEM
Hall-Corredor A1 843
Quarto 4 A2 765
Quarto 3 A3 900
Quarto 2 A4 998
Casa de banho 2 A5 351
TOTAL 3.857
ANEL B
Local Nº DEM
Cozinha B1 771
Sala de estar B2 1.381
Sala de jantar B3 1.162
Quarto 1 B4 954
Casa de banho 1 B5 306
TOTAL 4.574
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Assim, por exemplo, no anel A1, com 5 emissores, A seguinte tabela mostra as potências corrigi-
a potência corrigida do último emissor situado na das de acordo com o número de emissores do
Casa de banho (Rad A5), último do anel, seria: anel e o número de ordem dos mesmos:
ANEL A
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Uma vez mais, para o cálculo da bomba Por isso, a perda de carga do circuito mais desfa-
seleccionamos o circuito mais desfavorável, vorável será a soma das perdas de carga devidas
pois, além disso, é preciso ter em conta as ao atrito dos tubos, ou devido aos acessórios,
perdas de carga nas chaves monotubo, dado chaves monotubo, etc e às perdas em radiadores,
que deve ser dado pelo fabricante, em função caldeiras, etc. Neste caso, o circuito mais desfa-
do caudal, etc. vorável é o correspondente ao anel A, como
mostra o esquema anexo:
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Área Solicitação
Local Nº
(m2) Kcal/h
Cozinha A1 11,40 771
Hall-Corredor A2 16,20 843
Sala de estar A3 16,35 1381
Sala de jantar A4 13,75 1162
Quarto 4 B1 8,10 765
Quarto 3 B2 11,30 900
Casa de banho 2 B3 4,00 351
Quarto 2 B4 11,20 998
Casa de banho 1 B5 3,60 306
Quarto 1 B6 10,10 954
TOTAL HABITAÇÃO 8.431 Kcal/h
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COLECTOR A COLECTOR B
Local Nº SOL Kcal/h Local Nº SOL Kcal/h
Cozinha A1 771 Quarto 4 B1 765
Hall - Corredor A2 843 Quarto 3 B2 900
Sala de estar A3 1.381 C. de banho 2 B3 351
Sala de jantar A4 1.162 Quarto 2 B4 998
C. de banho 1 B5 306
Quarto 1 B6 954
TOTAL 4.157 Kcal/h TOTAL 4.274 Kcal/h
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A escolha do diâmetro dos tubos, fazêmo la em As seguintes tabelas mostram, como no exem-
função das perdas de carga e da velocidade, segundo plo anterior, os diâmetros escolhidos e as per-
os nomogramas e as tabelas inclusas nos anexos. das de carga por circuito.
A escolha far-se-á para assegurar umas perdas de
carga mínimas.
COLECTOR A
COLECTOR B
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Há que ter em conta que neste caso os circuitos Falta conhecer o caudal que deverá fornecer a
de ida e de retorno foram considerados iguais, bomba. Conhecendo a potência da caldeira
pelo que para obter a perda de carga total bas- podemos calcular este caudal necessário para a
tará multiplicar por dois a perda de carga obti- instalação, com a fórmula (supondo um ∆T do
da no circuito de alimentação ou de retorno, circuito de 15 ºC)
indiferentemente.
Como se poderá ver, o método seguido para o Q= 8.431 = 0,156 l/s
15 • 3.600
cálculo dos diâmetros é exactamente igual ao
seguido no sistema bitubo.
Consultando o nomograma e as tabelas de per- Por isso, as características da bomba que procu-
das de carga juntas e em função das Kcal/h, ramos serão as seguintes:
obteremos um valor de perda de carga por
metro linear de tubo. Q = 0,156 l/s
Escolhidos já os tubos, apenas no resta escol- ∆P = 0,75 m.c.a.
her o circulador necessário para a instalação,
para isso vejamos primeiro qual é o circuito Estaríamos a procurar uma bomba capaz de
mais desfavorável. fornecer um caudal de 0,156 l/s com uma sobre-
Como já sabemos, a perda de carga de circuito pressão de 0,75 metros de coluna de água.
mais desfavorável será a soma das perdas de É de notar que neste tipo de instalações, a perda
carga devidas ao atrito dos tubos, devido aos de carga em acessórios é reduzida ao mínimo,
colectores, etc e às perdas em radiadores, dado que os circuitos de ida e de retorno se
caldeira, etc. fazem de maneira directa, devido à grande
Consultando a tabela, observa-se que o circuito facilidade de curvatura que os tubos UNIPIPE
mais desfavorável é o correspondente ao têm.
radiador B4 pertencente ao Colector B e ao
quarto 2.
∆P CAL-Rad B4
= (∆P RadB4-COL A + ∆P COL A + ∆CAL) x 2
∆P CAL-Rad B4
= (68,25 + 10,03 + 195,40)
∆P CAL-Rad B4
= 273,68 mm.c.a.
∆P COL
= 94 mm.c.a.
Por isso:
∆P BOMBA = ∆P CAL-Rad B4+ ∆P COL
+ ∆P CAL
= 273,68
+ 94 + 382
∆P BOMBA = 749,68 mm.c.a.
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