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Métodos para determinação da validade de

fórmulas da Lógica Proposicional

Alexsandro Santos Soares


alex@catalao.ufg.br

Universidade Federal de Goiás


Departamento de Ciência da Computação

1 de abril de 2008

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Sumário

1 Objetivos

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Sumário

1 Objetivos

2 Método da tabela verdade

2 / 25
Sumário

1 Objetivos

2 Método da tabela verdade

3 Método da árvore semântica

2 / 25
Sumário

1 Objetivos

2 Método da tabela verdade

3 Método da árvore semântica

4 Método da negação ou absurdo

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Sumário

1 Objetivos

2 Método da tabela verdade

3 Método da árvore semântica

4 Método da negação ou absurdo

5 Referência

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Objetivos da aula

Análise dos mecanismos que produzam ou verifiquem os argumentos


válidos representados na linguagem da lógica.
Três métodos serão analisados: tabela verdade, árvore semântica e
negação ou absurdo.
Mostrar que a demonstrações por refutação é geral e pode ser
utilizada em várias áreas da Computação ou da Matemática.

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Método da tabela verdade

Método de força bruta usado na determinação da validade de


fórmulas da LP.
São considerados todas as 2n combinações possı́veis de valores
verdade associados aos n sı́mbolos proposicionais presentes nestas
fórmulas.
Não é indicado para fórmulas com muitos sı́mbolos proposicionais.

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Exemplo: Leis de De Morgan
primeira lei

Exemplo 1: primeira lei de De Morgan


A primeira lei de De Morgan é definida pela fórmula

H = ¬(P ∧ Q) ↔ ((¬P) ∨ (¬Q))

que é uma tautologia.

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Exemplo: Leis de De Morgan
primeira lei

Exemplo 1: primeira lei de De Morgan


A primeira lei de De Morgan é definida pela fórmula

H = ¬(P ∧ Q) ↔ ((¬P) ∨ (¬Q))

que é uma tautologia.

Dem.
A tabela verdade associada a H é
P Q ¬(P ∧ Q) (¬P) ∨ (¬Q) H
T T F F T
T F T T T
F T T T T
F F T T T
Para qualquer combinação de valores para P e Q, a fórmula H é
verdadeira. Ou seja, H é uma tautologia e assim

¬(P ∧ Q) equivale a (¬P ∨ ¬Q).


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Exemplo: Leis de De Morgan
segunda lei

Exemplo 2: segunda lei de De Morgan


A segunda lei de De Morgan é definida pela fórmula

G = ¬(P ∨ Q) ↔ ((¬P) ∧ (¬Q))

que é uma tautologia.

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Exemplo: Leis de De Morgan
segunda lei

Exemplo 2: segunda lei de De Morgan


A segunda lei de De Morgan é definida pela fórmula

G = ¬(P ∨ Q) ↔ ((¬P) ∧ (¬Q))

que é uma tautologia.

Dem.
A tabela verdade associada a G é
P Q ¬(P ∨ Q) (¬P) ∧ (¬Q) G
T T F F T
T F F F T
F T F F T
F F T T T
Para qualquer combinação de valores para P e Q, a fórmula G é
verdadeira. Ou seja, G é uma tautologia e assim

¬(P ∨ Q) equivale a (¬P ∧ ¬Q).


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Propriedades semanticas deriváveis da tabela verdade

A partir da tabela verdade associada a uma fórmula várias propriedades


semânticas são obtidas:
Se a coluna de uma fórmula H somente contém o sı́mbolo T, então
H é uma tautologia.
Se a coluna de H contém apenas o sı́mbolo F, então H é
contraditória.
A fórmula H é satisfatı́vel quando há pelo menos um sı́mbolo T em
sua coluna.

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Método da árvore semântica

Neste método a validade de uma fórmula é determinada a partir de


uma árvore.
Uma árvore é um conjunto de nós ou vértices ligados por arestas.
Na figura abaixo os nós estão rotulados por números inteiros. Os
nós 2, 6, 7 e 5 são denominados folhas e o nó 1 é a raiz da árvore.

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

9 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)

9 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T
T FT

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)

9 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F

9 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F
F TF

9 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F
F TF
FT T TF

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 3: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)


T T
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F
F TF
FT T TF
FT T T TF
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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.

10 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)

10 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T

10 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T
T FT

10 / 25
Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T
T FT
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T
T FT
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T
T FT
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F
F TF

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T
T FT
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F
F TF
FT T TF

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Exemplo: lei da contraposição

Exemplo 4: lei da contraposição


A fórmula
H = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
é uma tautologia.
No2 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
T T
T FT
T FT
No3 = (P → Q) ↔ (¬Q → ¬P)
F F
F TF
FT T TF
FT T T TF

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Método da negação ou absurdo

Dada uma fórmula H, se o objetivo é demonstrar sua validade,


supõe-se que H não é uma tautologia.
A partir desta suposição, é utilizado um conjunto de deduções para
concluir um fato contraditório ou absurdo.
Como se obtém um absurdo, a conclusão é que a suposição inicial é
falsa.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.

12 / 25
Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.

12 / 25
Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.
5 De I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T, obtém-se que I[P → Q] = T e I[Q → R] = T.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.
5 De I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T, obtém-se que I[P → Q] = T e I[Q → R] = T.
6 De I[P → Q] = T e de I[P] = T, conclui-se que I[Q] = T.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.
5 De I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T, obtém-se que I[P → Q] = T e I[Q → R] = T.
6 De I[P → Q] = T e de I[P] = T, conclui-se que I[Q] = T.
7 De I[Q → R] = T e de I[Q] = T, conclui-se que I[R] = T.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.
5 De I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T, obtém-se que I[P → Q] = T e I[Q → R] = T.
6 De I[P → Q] = T e de I[P] = T, conclui-se que I[Q] = T.
7 De I[Q → R] = T e de I[Q] = T, conclui-se que I[R] = T.
8 Já foi deduzido que I[R] = F e agora deduziu-se que I[R] = T. Logo há um
absurdo pois R não pode ser interpretado como verdadeiro e falso ao mesmo
tempo.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.
5 De I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T, obtém-se que I[P → Q] = T e I[Q → R] = T.
6 De I[P → Q] = T e de I[P] = T, conclui-se que I[Q] = T.
7 De I[Q → R] = T e de I[Q] = T, conclui-se que I[R] = T.
8 Já foi deduzido que I[R] = F e agora deduziu-se que I[R] = T. Logo há um
absurdo pois R não pode ser interpretado como verdadeiro e falso ao mesmo
tempo.
9 Portanto a suposição inicial é falsa: não é possı́vel interpretar H como falsa.

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Exemplo: lei da transitividade
Exemplo 5: lei da transitividade
A fórmula
H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
é uma tautologia

Dem.

1 Suponha por absurdo que H não é uma tautologia.


2 Assim, existe uma interpretação I tal que I[H] = F.
3 E segue que I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T e I[P → R] = F.
4 De I[P → R] = F, conclui-se que I[P] = T e I[R] = F.
5 De I[(P → Q) ∧ (Q → R)] = T, obtém-se que I[P → Q] = T e I[Q → R] = T.
6 De I[P → Q] = T e de I[P] = T, conclui-se que I[Q] = T.
7 De I[Q → R] = T e de I[Q] = T, conclui-se que I[R] = T.
8 Já foi deduzido que I[R] = F e agora deduziu-se que I[R] = T. Logo há um
absurdo pois R não pode ser interpretado como verdadeiro e falso ao mesmo
tempo.
9 Portanto a suposição inicial é falsa: não é possı́vel interpretar H como falsa.
10 Logo, H é uma tautologia.
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Demonstração da contradição

Dada uma fórmula H, o método da negação também se aplica para


demonstrar que H é contraditória.
A afirmação inicial deve ser negada: existe pelo menos uma
interpretação I tal que I[H] = T.
O raciocı́nio segue de maneira análoga ao descrito anteriormente.
Caso se obtenha uma contradição ou absurdo, então está
demonstrado que H é contraditória.

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Aplicação à fórmulas com o conectivo →

O metódo do aburdo se aplica em casos em que se tem a negação


do conectivo →.
Supondo-se a falsidade da fórmula composta por →, obtém-se uma
única possibilidade para os significados do antecedente e do
consequente.
O antecedente deve ser verdadeiro e o consequente falso.
Geralmente, a existência de uma única possibilidade para os
significados simplifica a demonstração.

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Aplicação à fórmulas com os conectivos ∧ ou ∨

O método da negação se aplica nos casos em que se tem a


veracidade do conectivo ∧.
Supondo a veracidade da fórmula A ∧ B, obtém-se uma única
possibilidade para os significados das subfórmulas A e B que compõe
a conjunção.
Estas subfórmulas devem ser verdadeiras.
De forma análoga, supondo a falsidade da fórmula A ∨ B, obtém-se
uma possibilidade para os significados de A e B.

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Generalização do método

Embora usou-se o método da negação para demonstrar a validade


ou a contradição de fórmulas da LP, ele possui ampla aplicação em
outros tipos de demonstrações.
Nestes outros casos é negada a afirmação que se deseja demonstrar.
Após um conjunto de deduções, caso se obtenha um absurdo, então
a afirmação iniicial é verdadeira.

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Ausência de absurdo

No método do absurdo supõe-se inicialmente a negação da asserção


que se pretende mostrar.
Caso se obtenha um absurdo no final da demonstração, é concluı́da
a veracidade da asserção.
Entretanto, podem ocorrer casos em que este absurdo não é obtido.
Nestes casos, como não se obtém o absurdo procurado, nada se
pode concluir sobre a veracidade da asserção inicial.

17 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

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Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F

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Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

a) I[P → Q] = T e I[¬P → ¬Q] = F

18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

a) I[P → Q] = T e I[¬P → ¬Q] = F


b) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P] = F e I[Q]=T, onde
não há nenhum absurdo.

18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

a) I[P → Q] = T e I[¬P → ¬Q] = F


b) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P] = F e I[Q]=T, onde
não há nenhum absurdo.
c) A segunda possibilidade é que I[P → Q] = F e I[¬P → ¬Q] = T.

18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

a) I[P → Q] = T e I[¬P → ¬Q] = F


b) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P] = F e I[Q]=T, onde
não há nenhum absurdo.
c) A segunda possibilidade é que I[P → Q] = F e I[¬P → ¬Q] = T.
d) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P]=T e I[Q]=F.
Novamente nenhum absurdo é obtido.

18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

a) I[P → Q] = T e I[¬P → ¬Q] = F


b) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P] = F e I[Q]=T, onde
não há nenhum absurdo.
c) A segunda possibilidade é que I[P → Q] = F e I[¬P → ¬Q] = T.
d) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P]=T e I[Q]=F.
Novamente nenhum absurdo é obtido.
3 Assim, não se pode concluir que H é tautologia.

18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 6: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula

H = (P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)

é uma tautologia.

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P → Q) ↔ (¬P → ¬Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

a) I[P → Q] = T e I[¬P → ¬Q] = F


b) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P] = F e I[Q]=T, onde
não há nenhum absurdo.
c) A segunda possibilidade é que I[P → Q] = F e I[¬P → ¬Q] = T.
d) Desenvolvendo esta possibilidade, chega-se a I[P]=T e I[Q]=F.
Novamente nenhum absurdo é obtido.
3 Assim, não se pode concluir que H é tautologia.
4 De fato H não é tautologia, pois para I[P]=F e I[Q]=T, tem-se que I[H]=F. 18 / 25
Exemplo: ausência de absurdo

Exemplo 7: ausência de absurdo


Suponha que se queira provar que a fórmula
H = (P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)
é uma tautologia.

19 / 25
Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.

20 / 25
Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F

20 / 25
Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:

20 / 25
Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F

20 / 25
Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.

20 / 25
Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.
c) Se houvesse somente esta possibilidade a ser considerada, poderia se
concluir que H é uma tautologia.

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Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.
c) Se houvesse somente esta possibilidade a ser considerada, poderia se
concluir que H é uma tautologia.
d) Mas não é isso o que ocorre, pois ao se analisar a próxima
possibilidade é verificada a ausência de absurdo.

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Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.
c) Se houvesse somente esta possibilidade a ser considerada, poderia se
concluir que H é uma tautologia.
d) Mas não é isso o que ocorre, pois ao se analisar a próxima
possibilidade é verificada a ausência de absurdo.
e) A segunda possibilidade é que I[P ∧ Q] = F e I[¬P ∨ Q] = T.

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Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.
c) Se houvesse somente esta possibilidade a ser considerada, poderia se
concluir que H é uma tautologia.
d) Mas não é isso o que ocorre, pois ao se analisar a próxima
possibilidade é verificada a ausência de absurdo.
e) A segunda possibilidade é que I[P ∧ Q] = F e I[¬P ∨ Q] = T.
f) Desenvolvendo esta possibilidade conclui-se que em uma interpretação
I onde I[P]=F e I[Q]=T, nenhum absurdo é obtido.

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Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.
c) Se houvesse somente esta possibilidade a ser considerada, poderia se
concluir que H é uma tautologia.
d) Mas não é isso o que ocorre, pois ao se analisar a próxima
possibilidade é verificada a ausência de absurdo.
e) A segunda possibilidade é que I[P ∧ Q] = F e I[¬P ∨ Q] = T.
f) Desenvolvendo esta possibilidade conclui-se que em uma interpretação
I onde I[P]=F e I[Q]=T, nenhum absurdo é obtido.
3 Assim, não se pode concluir que H é tautologia.

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Exemplo: ausência de absurdo
Demonstração que H não é tautologia

Dem.
1 Suponha que H não é tautologia, ou seja, existe I tal que
I[(P ∧ Q) ↔ (¬P ∨ Q)] = F
2 Existem então duas possibilidades:
a) I[P ∧ Q] = T e I[¬P ∨ Q] = F
b) Desenvolvendo esta possibilidade, da primeira subfórmula chega-se a
I[P] = T e I[Q]=T; da segunda chega-se a a I[P] = T e I[Q]=F. Aqui
existe um absurdo.
c) Se houvesse somente esta possibilidade a ser considerada, poderia se
concluir que H é uma tautologia.
d) Mas não é isso o que ocorre, pois ao se analisar a próxima
possibilidade é verificada a ausência de absurdo.
e) A segunda possibilidade é que I[P ∧ Q] = F e I[¬P ∨ Q] = T.
f) Desenvolvendo esta possibilidade conclui-se que em uma interpretação
I onde I[P]=F e I[Q]=T, nenhum absurdo é obtido.
3 Assim, não se pode concluir que H é tautologia.
4 De fato H não é tautologia, pois em uma interpretação I, em que
I[P]=F e I[Q]=T, tem-se que I[H]=F.
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Esquemas

Analisou-se nesta aula um conjunto de métodos para a determinação


da validade de fórmulas da LP.
Foi demonstrado, por exemplo, que a fórmula (P ∨ ¬P) é uma
tautologia.
Utilizando a mesma demonstração é possı́vel demonstrar que
(Q ∨ ¬Q) também é uma tautologia.
Note que as estruturas sintáticas destas fórmulas são idênticas e a
única diferença é a troca dos sı́mbolos P por Q.
Assim, na demonstração que (P ∨ ¬P) é uma tautologia, basta
substituir P por Q e obtém-se a demonstração que (Q ∨ ¬Q) é uma
tautologia.
Note que ao invés de somente substituirmos simbolos proposicionais
por sı́mbolos proposicionais, podemos também substituir por
quaisquer outras fórmulas da LP.

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Esquemas
continuação

Podemos falar então em esquemas de fórmulas, que representam


conjuntos de fórmulas.
As fórmulas (P ∨ ¬P) e (Q ∨ ¬Q) são representadas pelo esquema
(H ∨ ¬H), em que H é uma fórmula da LP.
Observe que o esquema da fórmula acima representa também as
fórmulas

((P → Q) ∨ ¬(P → Q)) ou ((P ∧ R) ∨ ¬(P ∧ R))

A demonstração da validade de um esquema de fórmulas segue os


mesmos passos indicados pelos métodos analisados nesta aula.
Ao se demonstrar que o esquema de fórmula (H ∨ ¬H) é uma
tautologia, está se demonstrando a validade de inúmeras fórmulas.

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Lista de exercı́cios

Fazer todos os exercı́cios do capı́tulo 4 da referência indicada.

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Referência

O capı́tulo 4 do livro abaixo.


João Nunes de Souza.
Lógica para ciência da computação.
Editora Campus, Rio de Janeiro, 2002.

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Exercı́cios de fixação

Demonstre que a fórmula a seguir é tautologia

(((P ∧S) ↔ P) ↔ (P → P1 )) → ((((P ∧Q) ↔ P)∧((P ∨R) ↔ R)) → P)

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