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CONOTAÇÃO, DENOTAÇÃO E FIGURAS DE


LINGUAGEM
Publicada em 09/07/2008

A linguagem verbal tem a função de expressar sentimentos


ou idéias através das palavras, ou seja, para que a
comunicação seja estabelecida, é preciso que as palavras
utilizadas tenham significado, representem um conceito.

No entanto, é preciso notar que, em alguns casos, diante da


complexidade e da fluidez dos sentimentos e idéias a serem expressos, a linguagem utilizada pode
assumir mais de um sentido, podendo ser associada a mais de um conceito.

CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

Uma palavra é tomada no sentido denotativo quando é


entendida no seu sentido literal, na sua significação
básica, sem que se leve em conta o contexto em que está
inserida. Toma-se o sentido conotativo quando se faz uma
análise contextual da palavra, admitindo-se a associação
valorativa a outros conceitos possíveis.

É comum encontrar o uso do sentido conotativo na


linguagem poética e na linguagem cotidiana em razão da
carga de expressividade e afetividade a ser expressa. O
sentido denotativo é muito mais limitado e objetivo, não
compreendendo a gama de representações secundárias
que a linguagem pode adquirir, mas isso também implica
na validade do seu sentido para todos os falantes,
enquanto o sentido conotativo pode variar segundo o
conjunto de valores dos seus emissores e receptores.

No sentido de atribuir uma forma mais expressiva à


mensagem transmitida, surgem recursos lingüísticos como as figuras de linguagem, que são
expressas de várias formas, uma delas é a exploração do sentido conotativo da linguagem.

FIGURAS DE LINGUAGEM

Podem ser classificadas em quatro tipos: figuras de som, figuras de palavra, figuras de construção e
figuras de pensamento. A seguir, veremos as principais figuras de cada um dos tipos:

1)FIGURAS DE SOM:

Aliteração – é a repetição ordenada de consoantes de mesmo som, podendo sugerir, além do próprio
jogo de som, a idéia de movimento.
Ex.: “A brisa do Brasil beija e balança” (Castro Alves, “O Navio Negreiro”).

Onomatopéia – é a imitação de determinado som a partir da criação de uma palavra.


Ex.: “Um forró de pé-de-serra
Fogueira, milho e balão,
Um tum-tum-tum de pilão,
Um cabritinho que berra(...)” (Jessier Quirino, “Paisagem de Interior”)

2)FIGURAS DE PALAVRA:

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Metáfora – Consiste na utilização de uma palavra para designar outra, com base em traços de
similaridade entre os seus conceitos. É a realização de uma comparação implícita, sem o emprego de
um termo comparativo.
Ex.: “O amor é pedra no abismo, a meio passo entre o mal e o bem” (Zeca Baleiro, “Cigarro”)

Catacrese – É o emprego de palavras com um sentido diferente do real, mas cujo uso reiterado
torna imperceptível o sentido figurado.
Ex.: “O pé da mesa”, “A perna da calça”, “Embarcar no avião”, etc.

Metonímia – Assim como na metáfora, emprega-se um termo para designar outro, cujo conceito
guarda uma relação lógica com o termo empregado. Substitui-se, por exemplo, o autor pela obra, a
parte pelo todo, a marca pelo produto, etc.
Ex.: “Devolva o Neruda que você me tomou, e nunca leu (...)”
(Chico Buarque, “Trocando em Miúdos”)
Aqui, refere-se ao autor Pablo Neruda em lugar da obra.

Antonomásia ou Perífrase - É a utilização de uma expressão caracterizadora para designar um


nome próprio.
Ex.: “O poeta dos escravos”, referindo-se a Castro Alves;
“A cidade maravilhosa”, em lugar de Rio de Janeiro.

Sinestesia - É uma derivação da metáfora, que ocorre quando numa mesma expressão misturam-se
sensações percebidas por diferentes órgãos de sentidos.
Ex.: “Você te uma voz macia” (a voz é percebida pela audição e a maciez, pelo tato)
“Sinto o cheiro doce da paixão” (o cheiro é olfativo, enquanto o doce é percebido pelo
paladar)

3)FIGURAS DE CONSTRUÇÃO:

Elipse – Ocorre quando da omissão proposital de um termo facilmente identificável através do


contexto ou de elementos presentes na própria oração.
Ex.: “No jardim, flores secas e cores mortas” (há omissão de havia)

Zeugma – É a elipse de um termo que já foi mencionado anteriormente.


Ex.: “Você chegou pela manhã e eu pela tarde” (omissão de cheguei)

Polissíndeto / Assíndeto – Ocorre polissíndeto quando há repetição dos termos conectivos entre os
elementos de uma frase ou de um período. A situação inversa (ausência de conectivos) é chamada de
assíndeto.

Silepse – Ocorre quando há concordância com termos implícitos na oração. Pode se dar na
concordância com o número, com o gênero ou com a pessoa.
Ex.: “Os Sertões fala sobre a guerra de Canudos” (concorda-se com o termo implícito “obra”).

Anacoluto – Consiste na introdução de uma idéia, palavra ou expressão numa frase sem que haja
entre elas qualquer nexo sintático. Ocorre a quebra da ordem lógica da frase deixando-se um termo
solto.
Ex.: O amor, eu sinto que ele me espera.

Pleonasmo – É o emprego de palavras supérfluas à expressão do pensamento, mas que é utilizado


para reforçar a mensagem.
Ex.: “A mim me parece correta a colocação dele.”
“ Minha felicidade eu a construí.”

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Anáfora - É a repetição de uma palavra no início de frases ou versos.


Ex.: “É pau, é pedra, é o fim do caminho...” (Tom Jobim, “Águas de Março”)

Inversão – É a mudança da ordem natural dos termos de uma frase. De acordo com o grau crescente
de inversão, este recurso receberá nomes diferentes: hipérbato, anástrofe ou sínquise.
Ex.: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante...” (Hino Nacional Brasileiro)

4)FIGURAS DE PENSAMENTO:

Eufemismo – É a suavização de uma expressão por meio da sua substituição por outra mais polida e
sutil.
Ex.: “João bateu as botas.” (em vez de : João morreu.)
“Ela é uma dama da noite.” (em vez de: Ela é uma prostituta.)

Hipérbole – É o exagero enfático de uma idéia.


Ex.: “Estou morrendo de sede.”
“Ele ganha rios de dinheiro.”

Prosopopéia ou Personificação – É a atribuição de predicados próprios dos seres vivos a seres


inanimados.
Ex.: “A noite chora a sua ausência.”
“Esta cama me convida ao sono.”
Antítese – É a oposição de frases, orações ou palavras de sentido contrário.
Ex.: “Onde queres prazer sou o que dói (...)” (Caetano Veloso, “Quereres”)
“És velho na idade e jovem na alma.”

Ironia - É o uso de um termo com a finalidade de expressar o oposto do que este significa, dando um
efeito humorístico ou crítico à mensagem.
Ex.; “Moça linda,, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta:
um amor” (Mário de Andrade)

Gradação – É a apresentação de idéias numa seqüência ascendente (clímax) ou descendente


(anticlímax).
Ex.: “Um coração chagado de desejos
Latejando, batendo, restrugindo.” (Vicente de Carvalho).

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