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CARTA DO TURISMO ETNICO AFRO DA BAHIA

SALVADOR, BAHIA

O I Seminário Nacional de Turismo Étnico Afro, realizado no Centro de Convenções da


Bahia, em Salvador, no período de 11 a 13 de agosto de 2010, promovido pela
Secretaria de Turismo do Estado da Bahia, e Bahiatursa - Empresa de Turismo da
Bahia, com a presença de 860 participantes representando vários segmentos da cadeia
do turismo, provenientes de diversos municípios do estado, de outros estados e até do
exterior, além de entidades carnavalescas, ONGs e diversos setores da sociedade civil.
Os participantes decidiram escrever a presente carta, que expressa o resultado de uma
reflexão dos mesmos sobre o I Seminário Nacional de Turismo Étnico Afro e da I Feira
de Produtos Afro, para propor e apresentar alternativas, a fim de contribuir com a
consolidação e fortalecimento do Turismo Étnico Afro, concordamos com as seguintes
declarações:

RECONHECEM

• A força e a importância sócio-econômica do turismo como um grande gerador


de emprego e renda no país;

• A participação crescente dos órgãos públicos em parceria com a iniciativa


privada e instâncias de governança das zonas turísticas interessados no fomento
do turismo, no fortalecimento dos roteiros integrados, além da busca por
capacitação e qualificação dos produtos e serviços turísticos;

• A ausência de estudos, pesquisa e registros quantitativos e qualitativos sobre os


impactos sócio econômico do turismo;
CONSIDERAM:

• O crescimento do segmento “étnico afro” no mercado turístico brasileiro gera


postos de trabalho e em conseqüência demanda necessidade de ampliar a
capacitação, o fomento, a divulgação e comercialização dos produtos;

• A não confiabilidade nos registros existentes, bem como a reduzida quantidade


de pesquisas comprometem e atrasam o desenvolvimento sócio econômico dos
municípios;

• A necessidade de ampliar a discussão sobre a relação entre o turismo étnico afro


e o desenvolvimento dos municípios, visando evitar a sobreposição de ações
pelos órgãos institucionais e iniciativa privada;

• A necessidade de melhorar a qualidade dos produtos étnicos no mercado e de


incentivar as agências e operadoras na comercialização desses produtos;

SUGEREM AS SEGUINTES AÇÕES ESTRUTURANTES

• Estabelecer parcerias entre as instituições governamentais e a iniciativa privada,


a fim de criar políticas e diretrizes voltadas para o desenvolvimento do turismo
étnico afro;

• Recuperar o Parque de São Bartolomeu e Feira de São Joaquim e incluir no


roteiro étnico-afro;

• Criar Centros de Cultura nos bairros populares de Salvador;

• Criar a Casa de Samba em Salvador para apresentações de grupos tradicionais


do interior e capital, com isso proporcionando uma atividade noturna;

• Transformar a Coordenação de Turismo Étnico Afro em Diretoria, a fim de ampliar as


ações e atender a demanda melhor desse segmento de mercado;
• Incentivar a criação de associações locais e regionais integradas a uma
instituição de representatividade de âmbito estadual e nacional;

• Criar um selo para identificar os atrativos étnico-afros inicialmente na cidade


Salvador, e ampliar essas ações nas zonas turísticas estabelecendo parceria com
as universidades e outras entidades;

• Mobilizar e buscar cooperação entre o poder público e iniciativa privada para


realizar investimentos para melhorar a qualidade dos produtos nos destinos;

• Lançar a Feira e Seminário de Turismo Étnico no mês de abril para o trade e


toda a cadeia produtiva associada ao turismo étnico afro;

• Promover ações para revitalizar as festas populares;

• Melhorar a infra-estrutura dos logradouros, dos prestadores de serviços e dos


serviços de apóio, tais como: transporte, segurança, entre outros.

• Apoiar e garantir recursos para eventos organizados por entidades étnicas afro, a
exemplo de associações de capoeira, entre outras;

Ações de Capacitação e Pesquisa

• Capacitar os membros dos terreiros para elaborar projetos visando a produção associada
ao turismo;

• Ministrar aulas de inglês, francês e espanhol em parceria com escolas de idiomas


nos terreiros e associações culturais;

• Capacitar e qualificar gestores municipais e profissionais da cadeia produtiva e


incentivar os empreendedores a desenvolver o turismo de forma associativa;

• Capacitar os Guias de Turismo lidar com características das religiões de matriz


africana;

• Fortalecer o destino indutor na preparação da infra-estrutura receptiva, através de: ações


efetivas em aeroportos e terminais, folder receptivo e centro de recepção e informação
ao turista, além de sinalização nos bairros nos destinos turísticos;
• Realizar oficinas de roteirização, formatar roteiros integrados em parceria com
outros estados, além de incentivar as agencias de receptivo a criar novos roteiros
para Salvador e outros destinos.

• Elaborar pesquisa de demanda turística com o objetivo de conhecer as


motivações, bem como o perfil do turista étnico afro;

• Estimular as prefeituras do interior para na criação de Feira de Produto Afro.

• Fazer o inventário estadual de oferta dos atrativos étnico afro e indígena nas
regiões turísticas;

• Realizar visitas técnicas para conhecer o potencial das zonas turísticas e


conhecer outras experiências em turismo e roteiros;

• Pesquisar e identificar fazendas na Baía de Todos os Santos e nas demais zonas


turísticas que guardam atos e fatos da história afro-descendente (senzalas, casas de
farinha, moinhos, quilombos, terreiros), a fim de incluí-las no roteiro étnico-afro;

• Inventariar as comunidades Quilombolas;

• Fortalecer os destinos indutores na preparação de sua infra-estrutura receptiva, a


exemplo de sinalização, centro de recepção e informação ao turista, qualificação,
além de folder receptivo com informações e planta baixa;

• Realizar pesquisa periódica que oriente o planejamento, além das ações


promocionais de mercado;

• Levantar informações das atividades turísticas e culturais dos bairros de


Salvador;

• Elaborar folder das principais festas populares do estado;

• Implantar os monitores de turismo nas festas populares de Salvador;

• Ajudar a buscar recursos nos órgãos federais e estaduais, verbas para recuperação dos
Terreiros de Candomblés;
Promoções e Divulgação

• Manter representante da Bahiatursa nos Estados Unidos para apoiar as empresas


de turismo e captar eventos corporativos afro-americanos;

• Manter um programa de marketing direcionado para empresas de turismo afro-


americanas nos Estados Unidos;

• Desenvolver um programa de marketing eletrônico voltado para o mercado afro-


americano;

• Manter a realização na cidade de Salvador o Seminário Nacional de Turismo


Étnico Afro e a Feira de Produto Afro no mês de agosto;

• Realizar e participar de feiras e eventos que possibilitem o contato entre os


empreendedores de turismo étnico afro e o mercado;

• Criar display para o material promocional do turismo étnico afro;

• Instalar show room no posto de informação turísticas instalado no Pelourinho


para exibir filmes de curta duração sobre as festas populares e destacando às
peculiaridades de cada manifestação ligadas a gastronomia e outros elementos;

• Incluir atrativos culturais de origem africana nos eventos realizados no país e


exterior, organizados pela Bahiatursa e Secretaria de Turismo;

• Divulgar mais a Capoeira nos roteiros turísticos;

• Ajudar a promover e consolidar os produtos turísticos regionais através de ações


promocionais;

• Ampliar a participação e promoção para o Canadá, Estados Unidos, Europa,


África e America do Sul;

• Personalizar o material promocional e receptivo dos atrativos étnico-afro;

• Elaborar folder em português, inglês, francês e espanhol com informações gerais


sobre Candomblé e as regras básicas de como um turista deve se comportar nos
terreiros;
• Manter o Calendário Dia a Dia da Negra Bahia ampliando as atividades
artísticas culturais dos principais bairros de Salvador;

• Criar feira itinerante de produto afro durante o período de alta-estação;

• Fazer o inventario estadual de oferta dos atrativos étnico afro e indígena nas
regiões turísticas;

• Realizar visitas técnicas para conhecer o potencial das zonas turísticas e


conhecer outras experiências em turismo e roteiros;

• Pesquisar e identificar fazendas na Baía de Todos os Santos e nas demais zonas


turísticas que guardam atos e fatos da história afro-descendente (senzalas, casas de
farinha, moinhos, quilombos, terreiros), a fim de incluí-las no roteiro étnico-afro;

• Inventariar as comunidades Quilombolas;

• Fortalecer os destinos indutores na preparação de sua infra-estrutura receptiva, a


exemplo de sinalização, centro de recepção e informação ao turista, qualificação,
além de folder receptivo com informações e planta baixa;

• Realizar pesquisa periódica que oriente o planejamento, além das ações


promocionais de mercado;

• Levantar informações das atividades turísticas e culturais dos bairros de


Salvador;

• Diversificar nas peças promocionais da Bahiatursa, os parceiros e símbolos que


atuam no fortalecimento turismo étnico afro;

• Elaborar folder com as principais festas populares do estado;

• Desenvolver e implantar um tour gastronômico com os terreiros de candomblé na


cidade de Salvador, permitindo assim que se possa experimentar nestas casas o sabor
sacrossanto dos terreiros.

• Criar um fórum de debate dentro do site da coordenação do turismo étnico para


se discutir através de e-mail estratégias governamentais e parceiras para o
evento;

• Diversificar as peças promocionais da Bahiatursa, com outros importantes


parceiros e símbolos que atuam no fortalecimento turismo étnico afro;

• Elaborar folder das principais festas populares do estado;

Salvador, 17 de novembro de 2010.

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