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Fernandes, A., Gomes, C., Pereira, C., Carvalho, D., Moreira, J.P.

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Licenciatura em Ecologia Aplicada, Vila Real, 2007
Contacto: atlas.aves.utad@gmail.com

Introdução
O objectivo deste trabalho consistiu em inventariar a
avifauna na área do Campus da UTAD (excepto aves
nocturnas).
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
localiza-se no Nordeste de Portugal, na cidade de Vila
Real, a cerca de 500 metros de altitude, junto ao vale do
rio Corgo, afluente do Douro. A área do Campus estende- Campus UTAD (Fonte: Diogo Carvalho)
se hoje por cerca de 120 hectares, 30 dos quais com Metodologia
vocação agrícola e aproveitados para ensaios dos A área de estudo foi dividida com uma grelha de pontos (distando 200m entre
departamentos das Ciências Agrárias, 10 revestidos com pontos), recorrendo ao Método pontual com distância fixa, tendo resultado um
matas de castanheiros, carvalhos autóctones, pinheiros, total de 27 pontos. Estes pontos foram visitados uma vez por estação. Todas as
eucaliptos e 25 abrangendo os terraços e escarpas observações, relativas a cada espécie, foram registadas em fichas de campo que
Índice de diversidade de Shannon, época Primavera – Campus UTAD
sobranceiros ao Rio Corgo, integrados na Reserva consistiam num mapa da área de estudo com a grelha de pontos sobreposta. Os
Ecológica Nacional e Rede Natura 2000 [5]. trabalhos de campo decorreram entre Maio 2006 e Janeiro de 2007.
O método pontual com distância fixa, baseia-se no registo dos contactos
N º Espécies ..

45
40 obtidos pelo observador nos pontos da área de amostragem, num raio de 100m,
35 P rimavera
durante um período de tempo de 10 minutos [4].
30 V erão
Para a elaboração dos mapas de diversidade, foi utilizado o Índice de Shannon
25 O utono S

20
obtido através da fórmula H ' = ! # ( pi " ln pi) em que, H corresponde ao índice de
Inverno i =1

15 diversidade de espécies, s corresponde ao número de espécies e pi corresponde


10 à proporção do número de indivíduos de uma espécies no ponto sobre o número
5 total de indivíduos no ponto [2].
0
Foram elaborados dois gráficos, onde se analisou a distribuição do número
P rimavera Verão O utono Inverno
Índice de diversidade de Shannon, época Verão – Campus UTAD
Gráfico 1: Número total de espécies por estação do ano. total de espécies por estação do ano e por ocupação de solo. No gráfico de
40 ocupação do solo foi necessário ponderar o número de espécies por existir um
Nº Espécies ..

P rimavera
35 número diferente de pontos dentro de cada tipo de ocupação de solo.
V erão
30
O utono
25
Inverno Família Espécie (Nome-comum)
20 Ciconiidae Ardea cinerea (Garça-real)
15 Buteo buteo (Aguia-de-asa-redonda)
Accipitridae Accipiter nisus (Gavião)
10 Circus cyaneus (Tartaranhão-cinzento)
5 Falconidae Falco tinnunculus (Peneireiro)
Columbia livia domes. (Pombo-dom.)
0
Columba palumbus (Pombo-torcaz)
A gric ultura E difíc ios /J ardins E s c arpas F lores ta Columbidae
Streptopelia turtur (Rola-comum)
Índice de diversidade de Shannon, época Outono – Campus UTAD
Gráfico 2 : Número total de espécies por ocupação do solo. Streptopelia decaoto (Rola-turca)
Cuculidae Cuculus canorus (Cuco)
Resultados e Discussão: Apodidae Apus apus (Andorinhão-preto)
Este trabalho é referente a um ano de amostragem no Campus Upupidae Upupa epops(Poupa)

da UTAD. A informação recolhida permitiu-nos inventariar as Saxicola torquata – Cartaxo (Fonte: Carla Gomes)
Picidae
Picus viridis (Peto-verde)
Dendrocopus major (Pica-pau-malhado-grande)
espécies para cada estação do ano e calcular as áreas de maior
Hirundo rustica (Andorinha-chaminés)
diversidade. No total, obtivemos 52 espécies das quais 41 são Hirundidae Hirundo daurica (Andorinha-daurica)
residentes e 11 são migradoras. É de referir ainda que as Delichon urbica (Andorinha-dos-beirais)
espécies amostradas correpondem aproximadamente a um 1/6 da Anthus pratensis (Petinha-dos-prados)
Motacillidae
diversidade total em Portugal [3]. Motacilla alba (Alveola-branca)
Sturnidae Sturnus unicolor (Estorninho-preto)
Na Primavera (Gráfico 1) o regresso das migradoras, assim
Garrulus glandarius (Gaio-comum)
como a época reprodutora (comportamento menos conspícuo), Corvidae
Corvus corone corone (Gralha-preta)
levam ao aumento da detectabilidade, resultando na observação Troglodytidae Troglodytes troglodytes (Carriça)

Índice de diversidade de Shannon, época Inverno – Campus UTAD de um maior número de espécies. Devido à dispersão das Prunellidae Prunella modularis (Ferreirinha-comum)

migradoras e dos juvenis (menor detectabilidade), o Outono Cettia cetti (Rouxinol-bravo)


Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete-preto)
apresenta menor número de espécies.
Sylviidae Sylvia melanocephala (Toutinegra-de-cabeça-preta)
As áreas Edificadas/Ajardinadas (Gráfico 2), nas quais Phylloscopus collybita (Felosinha)
Erithacus rubecula – Pisco-de-peito-ruivo (Fonte: Diogo Carvalho)
inserimos a área Espectante para construção, são as que Regulus ignicapillus (Estrelinha-cabeça-listada)
apresentam maior número total de espécies nas quatro estações. Muscicapidae Ficedula hypoleuca (Papa-moscas-preto)

Tal facto poderá estar associado ao uso destes espaços para Saxicola torquata (Cartaxo-comum)
Phoenicurus ochruros (Rabirruivo-preto)
abrigo e alimentação, por serem as áreas de maior diversidade
Erithacus rubecula (Pisco-peito-ruivo)
vegetal no Campus. A tolerância à influência antropogénica Turdidae
Turdus merula (Melro-preto)
poderá estar a aumentar a detectabilidade nestas áreas. A área Turdus philomelos (Tordo-comum)
Florestal é a que apresenta menor número de espécies devido à Turdus viscivorus (Tordeia)

baixa detectabilidade e diversidade vegetal (composto Parus cristatus (Chapim-de-poupa)


Parus caeruleus (Chapim-azul)
essencialmente por estrato arbóreo). Paridae
Parus ater (Chapim-preto)
Da análise dos mapas de diversidade (Figura 1) constatamos Parus major (Chapim-real)
que o Inverno apresentou variações mais significativas (menor Aegithalidae Aegithalos caudatus (Chapim-rabilongo)
diversidade), podendo estar associado a más condições Certhiidae Certhia brachydactyla (Trepadeira-comum)

climatéricas (ventos fortes e baixas temperaturas) nos dias de Motacilla alba – Alvéola-branca (Fonte: Diogo Carvalho) Passeridae
Passer domesticus (Pardal-comum)
Passer montanus (Pardal-montez)
amostragem. Os pontos C6 (época de Verão); E1, E2, E4, F2, F3
Fringilla coelebs (Tentilhão-comum)
e F4 (época de Outono) não foram amostrados por motivos Serinus serinus (Chamariz)
logísticos. Fringillidae Carduelis chloris (Verdilhão-comum)
Carduelis spinus (Lugre)
Referências Bibliográficas:
Carduelis cannabina (Pintarroxo-comum)
[1] COSTA H., et al. 2000. Nomes Portugueses das Aves do Paleártico Ocidental. Assírio & Alvim. Lisboa
Emberiza cia (Cia)
[2] KREBS C. 1999. Ecological Methodology Second Edition. Addison Wesley Longman. University of British Columbia Emberezidae
Emberiza cirlus (Escrevedeira)
[3] MULLARNEY, K, et al. 2003. Guia de Aves. Assírio & Alvim. Lisboa
Estrildidae Estrilda astrild (Bico-de-lacre)
[4] RABAÇA, J.E.. 1995. Métodos de Censos de Aves: Aspectos Gerais, Pressupostos e Princípios de Aplicação. SPEA. Lisboa
[5] http://aguiar.hvr.utad.pt/pt/localizacao.htm Tabela 1: Espécies amostradas no Campus da UTAD [1]

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