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Declaração de Princípios

do Movimento para a Democracia Directa

Tendo em conta a degenerescência irreparável da democracia representativa para uma oligarquia de


representantes, só aproximando os cidadãos da escolha e decisão políticas será possível desenvolver
continuamente em Portugal os valores da Democracia, do Estado de Direito, da Liberdade e da Dignidade
Humana. Assim, os membros concordam com a afirmação e a promoção de um Movimento para a Democracia
Directa.

1. O Movimento para a Democracia Directa defende eleições primárias dentro dos partidos para a escolha
dos candidatos a cargos electivos do Estado e autarquias, bem como eleições directas nos partidos para
os cargos dirigentes das suas estruturas nacionais, regionais e locais, sempre dentro de regras legais de
estrita democraticidade interna dos partidos.
2. O Movimento para a Democracia Directa pugna pela total clareza do financiamento partidário e eleitoral,
fiscalizado por entidade judicial, com sanções penais e de perda de mandato para os casos de
incumprimento;
3. O Movimento para a Democracia Directa defende, como forma de transparência do sistema político, o
escrutínio e prestação de contas, mormente através da audição parlamentar obrigatória de todos os
escolhidos para cargos governamentais e para cargos dirigentes de nomeação do Governo e da
Assembleia da República;
4. O Movimento para a Democracia Directa considera fundamental a responsabilização pessoal dos eleitos,
designadamente a consagração da convocação popular de eleições (recall), a suspensão do mandato de
titulares de cargos políticos acusados de crimes de relevo e a supressão da imunidade por factos
estranhos ao mandato político;
5. O Movimento para a Democracia Directa considera indispensável para o bom funcionamento das
instituições democráticas a obrigatoriedade de registo dos interesses dos candidatos a cargos políticos, de
nomeação política, partidários, magistrados e altos cargos da administração pública (nomeadamente a sua
pertença a organizações secretas), além da apresentação obrigatória da declaração de rendimentos e
patrimonial, com perda automática de mandato, ou demissão, por incumprimento ou falsas declarações;
6. Para o Movimento para a Democracia Directa afigura-se necessária à aproximação entre representantes e
representados a adopção de um sistema eleitoral misto nas eleições para a Assembleia da República,
com circunscrições de eleição uninominal e um círculo eleitoral nacional que garanta uma representação
parlamentar de tendências minoritárias;
7. O Movimento para a Democracia Directa defende uma real separação dos poderes legislativo, executivo e
judicial, nomeadamente um verdadeiro auto-governo das magistraturas através de Conselhos Superiores
sem representantes de nomeação política;
8. O Movimento para a Democracia Directa defende a possibilidade de apresentação de candidaturas
independentes a todos os órgãos políticos electivos, incluindo a Assembleia da República, facilitando o
procedimento de formalização;
9. Para o Movimento para a Democracia Directa são imprescindíveis a simplificação do direito de iniciativa
popular de apresentação de propostas legislativas sobre quaisquer matérias, o direito de queixa
constitucional (recurso de amparo) e o aproveitamento de actos eleitorais para consultas populares, numa
plena utilização das virtualidades do referendo como meio normal de decisão política, designadamente em
matéria de revisão constitucional.

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