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2 - DELINEAMENTOS MULTI-FACTORIAIS...........................................................10
2.1 - DELINEAMENTO BI-FACTORIAL EM BLOCOS
COMPLETOS ALEATÓRIOS ...........................................................................10
2.2 - DELINEAMENTO EM BLOCOS SUB-DIVIDIDOS (SPLIT-PLOT).....11
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................14
1- DELINEAMENTOS UNI-FACTORIAIS
Nos ensaios de campo, por muito idênticas que sejam as diversas unidades
experimentais, existe sempre alguma variabilidade ambiental impossível de controlar, e
que vai de algum modo afectar os resultados do ensaio. Assim, a parcela do erro
experimental ou residual engloba variação que não é apenas a variação casual admitida
dentro de uma mesma amostra, mas devida também ao conjunto de todos os factores
ambientais (tipo de solo, fertilidade do solo, exposição, drenagem, etc) que não se
incluiram no delineamento experimental, mas que na realidade podem ocasionar
variabilidade. Por isso, este delineamento não é muito usual em situações de ensaios de
campo ou onde é pressuposto que as unidades experimentais não são rigorosamente
homogéneas.
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uma regra que atribua um determinado tratamento a uma determinada unidade
experimental de um modo completamente ao acaso ou aleatório, tal como o resultado de
lançamento de dados, a carta retirada de um baralho, um número retirado ao acaso de
tabela de números aleatórios. Isto é, já que se assume que as unidades experimentais
não são rigorosamente homogéneas, o experimentador deverá abster-se completamente
de, conscientemente, poder estar a atribuir determinado tratamento às unidades
experimentais.
Como previamente foi dito, é pressuposto que estas unidades experimentais (no caso,
N=20) devem ser suficientemente homogéneas, de modo que possam ser consideradas
todas iguais.
Cada uma destas unidades experimentais deve ser numerada para identificação.
Identifiquem-se como sendo as unidades 1, 2, 3, ..., 19, 20.
Esta atribuição deve ser feita de modo completamente aleatório. Par tal, ilustraremos
com dois métodos aleatórios que podem ser usados numa situação deste género, não
querendo fixar estes métodos como sendo os únicos válidos. O que se pretende
reafirmar é que a atribuição dos tratamentos às unidades experimentais deve ser feito de
um modo completamente aleatório, sem a intervenção da vontade do experimentador.
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i) Numeram-se N (no caso, N=20) cartões com as identificações das unidades
experimentais. Os cartões são dobrados de modo a impossibilitar a identificação,
e metem-se numa caixa, misturando-se bem.
ii) Numeram-se 5 cartões com o tratamento T1; 5 cartões com o tratamento T2, etc.
Isto é, para cada tratamento, fazem-se tantos cartões quantas as repetições. Estes
cartões são dobrados de modo a impossibilitar a sua identificação, e são metidos
numa caixa, misturando bem.
iii) Retira-se ao acaso um cartão de identificação da unidade experimental; suponha-
se que saiu o número 7.
Retira-se um cartão de identificação dos tratamentos. Imagine-se que saiu um
cartão com a identificação T1.
Assim, à unidade experimental identificada com o número 7 vai ser atribuido o
tratamento T1.
iv) Repete-se o passo iii) até esgotar todos os cartões. Assim, e de um modo
completamente aleatório e alheio à vontade do experimentador, a cada uma das
N unidades experimentais foi atribuido um tratamento.
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Por exemplo, num ensaio envolvendo ovelhas (que são as unidades experimentais), em
que estas não são todas da mesma idade, ou se têm diferentes progenitores machos
(poderiam citar-se muitas outras características não uniformes nas ovelhas em ensaio, e
que constituem um gradiente ou evolução tendencial numa determinada direcção),
devem agrupar-se as ovelhas em blocos ou grupos, em que cada um destes blocos inclui
todas as ovelhas da mesma idade, ou com o mesmo progenitor macho. Em cada um
destes blocos existirá uma repetição de cada um dos tratamentos em ensaio.
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i) Qual a causa de variabilidade que está sujeita a um padrão ou gradiente conhecido;
ii) Qual a a disposição e o tamanho dos blocos.
A causa de variabilidade usada como base na definição dos blocos é por vezes
facilmente identificável, e presumivelmente aceite como uma causa alheia ao ensaio
mas que pode influenciar os resultados. São exemplos destas causas:
Como já atrás de referiu, cada um dos blocos conterá uma repetição de cada um dos
tratamentos; isto que dizer que cada um dos blocos terá tantas unidades experimentais
quantos os tratamentos em análise. Os blocos constituem assim as diversas repetições.
Assim, no delineamento em blocos completos aleatórios ou casualizados, todos os
tratamentos têm o mesmo número de repetições (aparte de eventuiais falhas de algumas
das unidades experimentais, e que terão de ser suplantadas por metodologias estatísticas
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referentes a situações de falta de dados - missing data - cuja abordagem não cabe no
âmbito deste curso).
• ensaios de campo em que na área de terreno onde se irá implantar o ensaio existem
dois gradientes evidentes de variabilidade das características do solo;
• ensaios repetidos ao longo de vários anos ou ao longo de vários períodos de tempo
(tantos quantos os tratamentos);
• ensaios em que se utilizam animais de diferentes idades (um dos gradientes) e de
diferentes progenitores (outro dos gradientes);
• ensaios laboratoriais repetidos ao longo do tempo, em que as diferenças entre as
unidades experimentais utilizadas num mesmo instante e as diferenças entre as
unidades experimentais utilizadas em instantes diferentes são as duas causas
externas de variabilidade.
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O maior óbice à utilização do delineamento em quadrado latino reside precisamente no
mesmo aspecto em que se baseia a sua maior vantagem, isto é, no facto de o
delineamento pressupor tantas repetições quantos os tratamentos.
Por outro lado, se o ensaio tivesse apenas dois tratamentos, ter-se-iam apenas duas
repetições, de onde resultariam 0 (zero) graus de liberdade para o erro experimental,
impossibilitando a análise estatística. Com três tratamentos e três repetições por
tratamento, resultariam apenas dois graus de liberdade para o erro experimental, o que
ocasionaria uma fraca fiabilidade na estimativa da variância do erro experimental.
A B C D E
B A E C D
C D A E B
D E B A C
E C D B A
Repare-se que todos tratamentos (genericamente identificados como A, B, C, D, E)
existem em todas as linhas e em todas as colunas. Poderia utilizar-se este esquema a fim
de atribuir, coluna a coluna (ou linha a linha), os tratamentos a cada uma das 25
unidades experimentais.
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repetidas. Por exemplo, admita-se que o lançamento de um dado, eliminando as faces
repetidas e a face 6 (já que existem apenas 5 tratamentos) dá a seguinte ordem de saída:
Ordem 1 2 3 4 5
Face 5 2 1 3 4
Então, utilizando esta ordem para aleatorizar as linhas do esquema, obtém-se a seguinte
distribuição (isto é, a 1ª linha do esquema será constituída pela 5ª linha do esquema
anterior; a 2ª linha será a 2ª linha anterior; a 3ª linha será a 1º linha anterior, etc) :
E C D B A
B A E C D
A B C D E
C D A E B
D E B A C
Querendo, ainda se pode aleatorizar a ordem das colunas por um processo semelhante.
Admita-se que se obtém o seguinte esquema:
D A B C E
E D C A B
C E D B A
A B E D C
B C A E D
1D 2A 3B 4C 5E
6E 7D 8C 9A 10 B
11 C 12 E 13 D 14 B 15 A
16 A 17 B 18 E 19 D 20 C
21 B 22 C 23 A 24 E 25 D
Repare-se que cada um dos tratamentos continua a existir em cada uma das linhas e em
cada uma das colunas, e o processo foi totalmente casualizado, garantindo a isenção do
experimentador.
2- DELINEAMENTOS MULTI-FACTORIAIS
Os organismos biológicos estão expostos simultaneamente a muitos factores de
crescimento, podendo a resposta do organismo a um determinado factor ser influenciada
por outros factores. Esta constatação é a maior crítica aos delineamentos uni-factorias,
em que se estuda apenas o efeito de um determinado factor considerado a actuar
isoladamente. Mas este estudo pressupõe que todos os outos factores sejam mantidos
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rigorosamente uniformes em todas as unidades experimentais, o que não é fácil de
conseguir.
Assim, interessa muitas vezes não estudar apenas os efeitos de vários níveis de um só
factor, considerado a actuar só por si e a definir os resultados, mas estudar
simultaneamente diversos factores a interagirem em simultâneo.
Claro que a existência de vários factores vai ocasionar que se percam de vista alguns
objectivos particulares de um único factor, e vai ocasionar a existência de um muito
maior número de unidades experimentais em estudo.
Numa situação deste género, pode acontecer que haja interacção dos factores entre si,
podendo alterar ou inclusivamente contrariar os resultados presumíveis quando em
presença de um só factor.
Por exemplo, os resultados obtidos numa determinada cultura quando sujeita (admitindo
uniformidade de todos os outros factores de crescimento) a diversos níveis de adubação
azotada, podem ser diferentes dos resultados dessa mesma cultura sujeita a diversos
níveis de adubação azotada e em simultâneo a diversos níveis de adubação fosfatada. É
do conhecimento geral que as vantagens de um determinado factor de produção podem
ser inibidas ou mesmo contrariadas pelo facto de outros factores de produção passarem
a ser limitativos.
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Cada um dos blocos consiste numa repetição de cada um dos tratamentos de ambos os
factores.
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Em cada um dos blocos ou repetições, é feita uma distribuição aleatória de cada um dos
tratamentos do factor principal por cada um dos lotes ou blocos principais; dentro de
cada lote principal, é feita uma distribuição aleatória de cada um dos tratamentos do
factor secundário por cada um dos blocos secundários.
Bloco principal 1
Bloco principal 2
Repetição 1 Bloco principal 3
... ... ... ...
Bloco principal Ta
... ... ... ... ... ... ... ... ...
Bloco principal 1
Bloco principal 2
Repetição R Bloco principal 3
... ... ... ...
Bloco principal Ta
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N1V4 N1V2 N1V3 N1V1
N0V3 N0V2 N0V1 N0V4
Repetição 2 N5V2 N5V1 N5V4 N5V3
N2V3 N2V4 N2V2 N2V1
N4V3 N4V2 N4V4 N4V1
N3V1 N3V4 N3V2 N3V3
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BIBLIOGRAFIA
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