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Projeto de Avaliação Pré-Atividade do Centro de Avaliação da Saúde e Qualidade de

Vida

SIEXBRASIL: 17810

Área temática principal: saúde


Linha programática: esporte, lazer e saúde.

Equipe de trabalho: Alexandre Paolucci, coordenador do projeto e professor do


Departamento de Esportes, Jurandy Gama Filho, coordenador do projeto e professor do
Departamento de Esportes, Anderson Aurélio da Silva, subcoordenador do projeto e
professor do Departamento de Fisioterapia; Juliana Figueira, aluna do curso de Fisioterapia
e bolsista do projeto; Luanda Ramos Azevedo, aluna do curso de Fisioterapia e bolsista do
projeto; Eduardo Ferreira Soares Pereira, profissional fisioterapeuta participante, Rafael
Pacheco Silva aluno do curso de Educação Física e bolsista do projeto, Renata Assis de
Paula, aluna do curso de Educação Física e bolsista do projeto; Thiago Teixeira Mendes,
aluno do curso de Educação Física e bolsista do projeto.

Palavra-chave: Avaliação física/fisioterapêutica.

Introdução e Objetivos:
A conscientização da importância de se assegurar qualidade de vida vem provocando
mudanças no estilo de vida das pessoas, o qual tende a ser mais ativo, por meio da adesão às
atividades físicas. De acordo com MacArdle et. al (2003) a atividade física corresponde a
qualquer movimento corporal produzido por músculos que resulte em maior dispêndio de
energia. A prática de atividade física promove benefícios imediatos (regularização dos níveis
de glicose sangüínea, de adrenalina e noradrenalina, assim como da quantidade e qualidade do
sono) e em longo prazo (melhora da capacidade cardiovascular, flexibilidade, resistência,
potência, e força muscular, equilíbrio, coordenação e velocidade do movimento).
A atividade física facilita o balanço energético negativo, permitindo que a restrição calórica
diária da dieta seja menor e mais fácil de ser seguida, facilitando a perda de peso. Os
exercícios contribuem com a redução da gordura corporal, preservando a massa magra quando
comparado ao tratamento sem exercícios. MacArdle et. al (2003)
Em relação à resistência a insulina os benefícios da atividade física são imediatos. Em curto
prazo ajuda na utilização e redução da glicose sanguínea. E em longo prazo melhora a
sensibilidade dos receptores de insulina. Os outros benefícios são o controle da pressão
arterial, redução dos níveis de colesterol e triglicérides, prevenção da aterosclerose através da
melhora da circulação e redução, de uma forma geral, dos fatores de risco cardiovasculares
(FRANCICHI et al., 1999).
Entretanto, a falta de orientação especializada e adequada aos objetivos e limitações de cada
pessoa acaba por conduzi-las à prática de exercícios sem nenhum tipo de avaliação, colocando
em risco a sua saúde. Isso faz da avaliação física e fisioterapêutica um componente
indispensável para a elaboração de um correto e eficiente programa de exercícios. Para uma
boa avaliação física temos de analisar muitas variáveis: antropométricas, composição corporal
e parâmetros metabólicos e neuromusculares. Os métodos de avaliação devem ser
consistentes, sensíveis, específicos e mensurar a dimensão avaliativa, sensitiva, suas
implicações nas atividades de vida diária e prática (YENG et al., 2001).
Uma avaliação bem feita é aquela em que se utilizam critérios e protocolos bem selecionados,
fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indiquem, através de análises e
comparações, a real situação em que se encontra o avaliado. Em meio a tanto conhecimento
técnico-científico, não se pode mais permitir a utilização do protocolo do "achismo", ainda
empregado por alguns profissionais em suas avaliações.
Só é possível fazer um programa de exercícios com qualidade e segurança com uma avaliação
física em que se utilize metodologia, protocolos e critérios de avaliação adequados. Esta
avaliação deve ser periódica e sucessiva, permitindo uma comparação que nos permita
acompanhar o progresso do avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou
negativa, estabelecendo as novas diretrizes para o programa de atividade física. (ACSM,
2000)
A avaliação fisioterapêutica, por sua vez, antes de se iniciar qualquer atividade física, é de
fundamental importância para que esta seja executada de forma segura e com o máximo
aproveitamento. É através da avaliação fisioterapêutica que é possível obter informações
sobre o sujeito para reduzir a chance de complicações relacionadas à atividade, através da
identificação de fatores predisponentes e da proposição de medidas de aconselhamento ou
reabilitação. (KIBLER et al., 1989).
Segundo MAGEE et al. (2002), são objetivos da avaliação fisioterapêutica: descobrir
quaisquer condições preexistentes que possam excluir a participação por razões de segurança
e saúde; delinear o perfil musculoesquelético do indivíduo para determinar se este apresenta
os atributos físicos para a atividade; estabelecer valores de referência ou normais de modo que
uma lesão futura possa ser adequadamente avaliada; determinar o estado de saúde do
indivíduo antes que este seja exposto à participação ou competição; identificar quaisquer
anormalidades, inadequações físicas ou mau condicionamento com o objetivo de prevenir
lesões; e identificar condições previamente insuspeitadas que são susceptíveis de correção ou
que impeça a participação na atividade desejada.
O Centro de Avaliação da saúde e qualidade de vida, implantado no Centro Esportivo
Universitário (CEU), sob coordenação do Laboratório de Atividade Física, Saúde e Qualidade
de Vida (L.A.F.S.Q.V.) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem como
objetivo realizar avaliação física e fisioterapêutica detalhada, para os alunos dos cursos
oferecidos pelo CEU, para o Projeto Esporte Universitário (PROESP), funcionários de
empresas conveniadas; e servidores da UFMG participantes do Projeto “Qualidade de Vida –
Ginástica no CEU”. O objetivo do projeto é oferecer maior segurança para o aluno que irá
iniciar uma atividade física ou dar continuidade a um treinamento, uma vez que este conta
com uma equipe capacitada para orientá-lo a partir de uma coleta de informações e de
conhecimento prévio sobre a demanda a ser imposta pela atividade proposta.

Metodologia:
Todos os alunos inscritos no Projeto “Qualidade de Vida – Ginástica no CEU”, no Projeto
Esporte Universitário (Proesp) e cursos oferecidos pelo CEU são submetidos a uma avaliação
prévia física e fisioterapêutica e posteriormente a uma reavaliação; assim como funcionários
de empresas conveniadas com o L.A.F.S.Q.V.. Para os participantes do projeto “Qualidade de
Vida – Ginástica no CEU”, o Centro de Avaliação da Aptidão Física oferece também
orientações específicas relacionadas ao tipo de atividade proposta.
Avaliação Física:
A Avaliação física é realizada em 5 (cinco) momentos:

• Anamnese
• Avaliação do Risco Coronariano
• Avaliação Antropométrica
• Avaliação da Composição Corporal- (% gordura)
• Avaliação da Capacidade Cardiorrespiratória

Avaliação do Risco Coronariano - Os fatores de risco avaliados são: idade, sexo,


hereditariedade, colesterol, fumo, pressão arterial, exercícios e peso. Utilizando os protocolos
sugeridos por Framingham e o questionário de prontidão para atividade física (PAR-Q).
Avaliação Antropométrica - A avaliação antropométrica consiste em mensurar, em
centímetros, as circunferências dos segmentos corporais, a altura e a massa corporal. Para a
medida das circunferências dos segmentos corporais é utilizada um fita métrica, que vai de 0
(zero) a 150 (cento e cinqüenta) centímetros, com precisão de 5 (cinco) mm (milímetros).
Para a medida da altura é utilizado um Estadiômetro Profissional da marca American Medical
do Brasil, graduado em milímetros, com precisão de ± 2 mm. Para mensurar a massa corporal
é utilizada uma balança Balmak, modelo 111 classe III, com precisão de 100 gramas.
Para a medida das circunferências corporais são utilizados os pontos descritos a seguir:
• Ombros: distancia entre a extremidade acrômio direito e esquerdo;
• Braços: com o braço ao lado do corpo, relaxado e um pouco abduzido ou com a mão
na cintura, circundar a fita no nível do ponto meso-umeral ou de maior perímetro;
• Antebraço: estendidos ao longo do corpo e palmas das mãos para cima ou mãos na
cintura, sobre o ponto de maior perímetro;
• Punho: Braços ao longo do corpo, palma da mão voltada para frente e relaxada,
colocar a fita métrica ao redor do punho nos processos estilóides radial e ulnar;
• Tórax: para os homens sobre a linha dos mamilos e para as mulheres sobre a linha
subaxilar;
• Cintura: ponto de menor perímetro logo abaixo da ultima costela;
• Abdômen: sobre a cicatriz umbilical;
• Quadril: maior circunferência da região do quadril;
• Coxas: de 15 centímetros a partir da borda superior da patela;
• Panturrilhas: ponto de maior perímetro.
Avaliação da Composição Corporal - O método utilizado para avaliação da composição
corporal é o das dobras cutâneas utilizando o Software Kinessis, versão 1.2.99 e o plicômetro
da marca WCS Skinfold Caliper, no qual são medidas nove dobras cutâneas dos segmentos
corporais abaixo:
• Subescapular
• Tríceps
• Bíceps
• Subaxilar
• Peitoral
• Supra ilíaca
• Abdominal
• Coxa
• Perna
Avaliação da Capacidade Cardiorrespiratória - Para a avaliação da capacidade
cardiorrespiratória é utilizado o teste submáximo de Astrand (1954) no ciclo-ergômetro com
duração de 6 minutos. A escala de Borg (1974) é utilizada para avaliar a percepção subjetiva
do esforço minuto a minuto. O monitor cardíaco para mensurar a freqüência cardíaca é um
Polar F1. São obtidos os valores de VO2 max. absoluto e relativo (expressa o VO2 relativo à
massa corporal do avaliado).
Medida da pressão arterial - È feita usando um esfignomanômetro e um estetoscópio da
marca Missouri.
Avaliação Fisioterapêutica:

A avaliação fisioterapêutica inicia-se com a anamnese do aluno e a execução de exames


clínicos funcionais. Durante o processo, postura, força, equilíbrio muscular, flexibilidade e
marcha são avaliados e documentados. Para o estabelecimento de uma abordagem adequada,
os dados coletados serão utilizados futuramente como parâmetro de comparação, com os
benefícios adquiridos com a atividade física e sua atuação conjunta com a fisioterapia.
Sabe-se que a boa postura é um bom hábito que contribui para o bem estar do indivíduo.
Mantendo a boa postura, proporcionamos todas as potencialidades para a estrutura e função
do corpo. É o estado de equilíbrio muscular e esquelético. Podemos definir uma “Boa
Postura” como sendo um corpo que mantenha um alinhamento de suas estruturas corporais,
capaz de lhe permitir realizar as atividades do dia a dia com boa agilidade, com economia de
energia, livre de tensões ou posturas viciadas, que possam no futuro gerar patologia devido a
desgastes articulares.
A avaliação postural é realizada com auxílio de um simetógrafo e um fio de prumo que simula
a linha de gravidade. Em situações normais, esta linha deve passar através do lobo da orelha;
corpos das vértebras cervicais; extremidade lateral do ombro (no acrômio); na linha média do
tórax; corpo das vértebras lombares; ligeiramente posterior ao eixo do quadril; levemente
anterior ao eixo do joelho; e imediatamente anterior ao maléolo lateral; na vista lateral. Na
vista anterior e posterior, esta linha deve dividir o corpo em duas metades.
As medidas de força são obtidas utilizando-se o Teste Muscular Manual (TMM) e são
classificadas de acordo com a tabela abaixo. São testados grupos musculares das articulações
do ombro, quadril e joelho, além de abdominais e eretores da espinha.

Escala de Força Muscular

Achados Grau
Força normal. 5
Capaz de vencer a gravidade e uma resistência significativa, mas com uma força 4++
abaixo do normal.
Capaz de vencer a gravidade contra uma resistência moderada. 4+
Capaz de vencer a gravidade contra uma resistência pequena. 4
Capaz de vencer a força da gravidade sem resistência. 3
Incapaz de vencer a força da gravidade, mas capaz de se mover em um plano. 2

Esboço de contração ou contração muscular discreta sem movimentação articular. 1


Paralisia total do músculo. 0
Tabela 1- (MILLER, D. W. & HAHN, J. F., 1996)

Encurtamentos importantes são identificados através da utilização de testes específicos como


o Teste de Ober, para banda Iliotibial; Thomas, para Reto Femoral e Iliopsoas; Teste de
Isquiotibiais; e Teste para Peitoral Maior.

Teste de Ober - O teste deve ser realizado com o paciente em decúbito lateral sobre uma
maca, com o ombro e a pelve perpendiculares à mesma. O examinador estabiliza a região do
quadril com uma mão sobre o Trocânter Maior. Com a outra mão, flete o joelho do membro
inferior do paciente que não está em contato com a maca e sustenta o membro, posicionando a
mão exatamente abaixo do joelho fletido, permitindo que a perna e o tornozelo se estendam
para trás sob seu antebraço e cotovelo. É realizada então uma abdução do quadril, associado à
uma circundução e hiperestensão na posição abduzida, tomando-se o cuidado de manter a
articulação do quadril na posição neutra em relação à rotação. O examinador então retira a
mão abaixo do joelho, permitindo que a coxa caia em direção à mesa nesse plano. O teste é
considerado positivo caso a perna permaneça abduzida (com os músculos Tensor da Fáscia
Lata e Banda Iliotibial retraídos). Segue-se o mesmo procedimento para o lado oposto.
(REESE et al., 2003).
Teste de Thomas - Solicita-se que o paciente deite na extremidade da maca e abrace um dos
membros inferiores com o membro inferior contralateral pendente. Considera-se que há
encurtamento de ílio-psoas se a coxa oposta se erguer da maca. Se for observada extensão do
joelho oposto o encurtamento é de reto femoral. Outros encurtamentos podem ser detectados
através do Teste de Thomas como do músculo Tensor da Fáscia Lata (Se o quadril oposto
abduzir durante o movimento) e do músculo Sartório, (se houver uma combinação de
abdução, flexão e rotação externa do quadril e flexão do joelho opostos) no entanto este teste
não constitui em teste de comprimento para esses músculos (MAGEE et al., 2002).
Teste de Isquiotibiais - O avaliador realiza a extensão passiva do joelho com o quadril
fletido a 90° do indivíduo em decúbito dorsal. Considera-se encurtamento se não for possível
estender completamente o joelho. (KENDALL et al., 1995).
Teste para Peitoral Maior - Com o indivíduo em decúbito dorsal, o avaliador o solicita que
repouse as palmas das mãos sobre a cabeça. Uma leve pressão, então, é imposta sobre os
cotovelos no sentido de abdução horizontal. Os cotovelos devem passar da linha imaginária
do plano frontal e apontar posteriormente, do contrário, há presença de encurtamento
muscular de peitoral maior. (KENDALL et al., 1995).
Os testes de equilíbrio muscular comparam basicamente os grupos musculares e as fáscias que
cruzam a articulação e/ou que se inserem na cápsula articular do quadril. Dessa forma, obtêm-
se importantes informações acerca do sistema ativo (músculos e fáscias), que contribuem com
um suporte dinâmico, contribuindo para a estabilidade dessa região, de acordo com os
modelos propostos por Panjabi (1992), Snijders e Vleeming (MAGEE et al., 2002).
Os principais testes utilizados para a avaliação funcional da região lombo-pélvica devem ser
feitos levando-se em consideração tanto aos aspectos particulares de cada uma das regiões
(coluna lombar, pelve e quadril), bem como a interação anatômica e biomecânica existente
entre as partes (PEREIRA, et al. 2003).
Os testes de equilíbrio muscular realizados durante a avaliação fisioterapêutica são:
Teste de equilíbrio para os músculos Glúteo Máximo e Iliopsoas - O teste deve ser
realizado com o paciente em decúbito ventral e o membro inferior a ser testado com flexão de
joelhos. O examinador deve então palpar a região do Trocânter Maior do Fêmur e aplicar uma
leve resistência aproximadamente na fossa poplítea do paciente. O paciente é solicitado a
realizar uma extensão do quadril. O examinador deve observar o movimento do trocânter sob
os dedos. O esperado é que não ocorra movimento da estrutura óssea palpada indicando um
bom equilíbrio entre os músculos testados. Se ocorrer a descida dessa em direção à maca,
indica que no movimento realizado ocorre um predomínio de Isquiotibiais em relação ao
glúteo máximo que se encontram em disfunção. (MAGEE et al., 2002)
Teste de equilíbrio entre os músculos Abdominais e Flexores do Quadril - O teste deve
ser realizado com o paciente em decúbito dorsal, relaxado sobre uma maca. O examinador
deve palpar a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) do mesmo dimídio corporal a ser testado.
É aplicada uma resistência no respectivo membro inferior, distalmente. O paciente é
solicitado a realizar uma flexão do quadril resistida, com o joelho em extensão. O examinador
deve observar o movimento da EIAS sob o dedo. Se o movimento dessa ocorrer no sentido
superior (cranial), indica um desequilíbrio (fraqueza) de Flexores do Quadril em relação aos
abdominais. Caso o movimento ocorra no sentido inferior (caudal), indica que os abdominais
estão mais fracos quando comparados com os flexores do quadril. Espera-se que ocorra pouco
ou nenhum movimento da EIAS no sentido súpero-inferior. (MAGEE et al., 2002).

Teste de equilíbrio entre os músculos Tensor da Fáscia Lata e Glúteos Médio e Mínimo -
O teste deve ser realizado com o paciente em decúbito lateral. O examinador solicita ao
paciente realizar movimentos de abdução do quadril, repetidamente, numa velocidade
constante e amplitude de movimento intermediária. A resistência aplicada é dispensável e não
há nenhuma palpação em específico. O examinador deve observar o padrão de movimento de
abdução do quadril. Quando há um equilíbrio entre os músculos Abdutores do Quadril, o
membro inferior se mantém alinhado com o tronco durante o arco de movimento. Se houver
um predomínio de Tensor da Fáscia Lata durante o movimento, será observado então uma
leve flexão de quadril durante o movimento de abdução do mesmo. (MAGEE et al., 2002)

Resultados e Discussão:
Concluída a avaliação, o resultado é imediatamente discutido com o aluno. Na presença de
disfunções são orientados para medidas analgésicas, em caso de presença de dor e quanto à
necessidade de se recorrer a outros profissionais ou serviços de reabilitação. O aluno é
orientado também em relação à atividade proposta, quanto aos cuidados e medidas profiláticas
que deverá tomar para se evitar a ocorrência ou piora de possíveis lesões e até mesmo quanto
à contra-indicação desta naquele momento.
De acordo com o resultado da avaliação, o educador físico (professor) também é informado
quanto à presença de alguma disfunção ou fator predisponente a lesões, e de desequilíbrios
musculares e encurtamentos musculares significativos. Dessa forma, é possível adotar
estratégias que evitem o agravamento ou surgimento de lesões durante a execução da
atividade física proposta, e que tornem possível minimizar as alterações encontradas. Após a
avaliação, os alunos são orientados pelo avaliador a adotarem hábitos de vida saudáveis que
auxiliem e otimizem os benefícios da atividade física com o objetivo de manter sempre uma
boa postura, e assim, garantir um bem estar geral. Todos os alunos são orientados para a
melhora da postura corporal no dia-dia, inclusive na postura para dormir. No caso de ter sido
detectada alguma alteração nos parâmetros avaliados, ao final das avaliações, estes alunos são
orientados a alongar e/ou fortalecer grupos musculares específicos, além de receberem
informações a respeito do melhor tipo de atividade a ser realizada. Também são passadas
orientações visando adaptar o ambiente de trabalho da melhor forma possível, alterando altura
de cadeiras, mesas, teclado e monitor do computador, visando melhorar a performance
durante a atividade física e em atividades laborais. O avaliador se coloca inteiramente à
disposição do aluno para prestar futuros esclarecimentos relativos à avaliação, possíveis
queixas relacionadas ou dúvidas em geral.
Os relatos positivos dos alunos avaliados são cada vez mais freqüentes e é perceptível a
preocupação e o envolvimento de todos com relação à boa postura e sua conseqüente
melhoria na qualidade de vida.
No decorrer das avaliações têm sido detectados sinais de desvios físico-funcionais,
LER/DORT e de processos degenerativos vertebrais; sintomas de alterações advindas do
sobrepeso e de processos inflamatórios articulares; além de relatos de lombalgias e
cervicalgias, dentre outros.

Conclusão:
A grande procura pela prática de atividades físicas nos dias de hoje é uma tendência que
segue um padrão mundial pela busca de saúde e qualidade de vida. Entretanto, a falta de
serviços especializados para realização de avaliação física e fisioterapêutica, coloca em risco a
saúde e a integridade física de indivíduos que por hora não venham a ser submetidos às
mesmas.
Indivíduos sedentários que iniciam uma atividade física devem ser orientados em relação a
medidas profiláticas e hábitos saudáveis, de acordo com possíveis disfunções detectadas
durante as avaliações. Indivíduos treinados, por sua vez, que buscam progressão no seu
treinamento, devem ser orientados quanto à otimização de sua performance de acordo com os
achados previamente detectados. Isso faz da avaliação física e fisioterapêutica um
componente indispensável para a elaboração de um correto e eficiente programa de
exercícios.
Quanto maior a permanência destes indivíduos nos programas de treinamento, maior a chance
de que as atividades realizadas no mesmo se tornem um hábito para estas pessoas. Uma
maneira de se obter adesão aos programas, passa com certeza, pelos aspectos éticos e técnicos
que permeiam a abordagem de indivíduos candidatos à atividade física. Uma avaliação
criteriosa e embasada na prática e na evidência carrega consigo toda a tranqüilidade e
confiança dos praticantes na equipe interdisciplinar que lhes assistem.
Esta abordagem interdisciplinar, então, se faz essencial e o Centro de Avaliação da Saúde e
Qualidade de Vida vem cumprindo este papel com excelência para a população beneficiada
pelo projeto. Os alunos têm sido avaliados e orientados conforme idealizado, demonstrando e
reportando maior segurança para iniciar ou dar continuidades às atividades propostas.

Referências Bibliográficas:
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Prescrição. 4º Edição. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2001
KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos provas e funções, 4.
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KIBLER, W.B.; CHANDLER, T.J.; UHL, T.; MADDUX, R.E. A musculoskeletal approach
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MACARDLE, W. D.; KATH, V. L. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e
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