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UMA PROPOSTA DE ENSINO DE ZOOLOGIA BASEADA NA SISTEMÁTICA

FILOGENÉTICA

Márcio Andrei Guimarães


Faculdade de Ciências – Unesp

No currículo de biologia do ensino médio, a Zoologia vem sendo


negligenciada. Isso parece ser causado pela maneira totalmente memorística que
esta área é tratada por professores e livros didáticos. Esse fato contribui para
reforçar um ensino teórico, enciclopédico e que estimula a passividade dos alunos.
Na verdade o sistema de classificação de Lineu, utilizado ainda hoje no ensino de
Biologia, tinha exatamente o objetivo de permitir que o especialista memorizasse
todo o mundo vivo e suas características. Isso por que havia a crença de que as
espécies eram imutáveis. Com o advento da Teoria da Evolução de Charles Darwin,
esse tipo de abordagem se torna irrelevante. No sentido de permitir um enfoque
evolutivo das classificações em Zoologia, surge a Sistemática Filogenética. Essa
abordagem vai ao encontro da Proposta Curricular para o Ensino de Biologia do
Estado de São Paulo e dos PCNEM. Pelo fato de permitir uma compreensão da
diversidade biológica e sua origem, bem como da evolução dos táxons e
modificação dos caracteres, a Sistemática Filogenética poderia ser uma ferramenta
que auxiliaria os estudos em Zoologia. Dessa forma, apresento uma proposta de
ensino baseada na sistemática filogenética.

Palavras-chave: filogenética, zoologia.

O ENSINO DE ZOOLOGIA

O ensino de zoologia vem sendo negligenciado nas aulas de biologia do


ensino médio (AMORIM et al., 2001, KRASILCHIK, 1996). Isso se dá pelo caráter
estritamente memorística que acompanha está área de conhecimento em livros
didáticos e na concepção de professores e estudantes. Essa é uma realidade que
deve ser combatida, pois o estudo da zoologia é o estudo da diversidade animal, e a

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sistemática é a base fundamental de toda a biologia (MALLET; WILMOTT, 2003) e
de como essa diversidade se organiza.
Um dos problemas apontados por Amorim (2002) é a excessiva quantidade
de nomes latinos e gregos bem como a enorme quantidade de estruturas que devem
ser memorizadas. Acreditamos que um enfoque filogenético possa diminuir a
memorização ao mostrar que muitas características, algumas já conhecidas dos
alunos, sofreram modificação e que os diversos grupos animais se relacionam. Isso
vai ao encontro da Proposta Curricular para o Ensino de Biologia do Estado de São
Paulo (SÃO PAULO, 1992) e dos PCNEM (BRASIL, 1999) que propõem a evolução
como linha unificadora dos conteúdos.
Para tanto, é imprescindível que o professor tenha uma noção de como se
deu o desenvolvimento histórico da sistemática. Em vista disso, apresentamos um
pequeno resumo histórico dessa disciplina, como subsídio para estudos posteriores.

RESUMO HISTÓRICO DA SISTEMÁTICA MODERNA

Antes da publicação de “A origem das espécies” de Charles Darwin, a


sistemática estava limitada a descrever e dar nomes às espécies. Nessa época,
havia grande influencia no pensamento de Aristóteles e Platão nas classificações
dos seres vivos. Carolous Linnaeus (1707-1788) foi o primeiro a formalizar a
sistemática através do seu sistema binomial de classificação. Antes dele havia uma
grande confusão de nomes, pois os organismos podiam receber diferentes nomes
em diferentes locais. Suas idéias foram publicadas nas primeiras edições de Species
Plantarum (1753) e na décima edição do Systema Naturae (1758). Linnaeus também
tinha como princípio o essencialismo e o tipologismo aristotélicos. Também
acreditava que a quantidade de espécies colocadas na Terra pelo Criador era
pequena e que elas eram imutáveis (DUPRÉ, 2002; ERESHEFSKY, 1997). Dessa
forma seria possível ao naturalista decorar os nomes de todas as espécies
existentes.
Mesmo alguns contemporâneos de Linnaeus, como Lamarck (1744-1829)
e Buffon (1707-1778), tinham idéias evolucionistas. Buffon sugere, no seu Histoire
Naturelle, que as características comuns reveladas pela anatomia comparada eram
provas de parentesco entre os seres vivos (HULL, 1988). Lamarck, em seu livro
Philosophie Zoologique, foi mais explicito em suas teorias evolutivas em conexão

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com a sistemática. Contudo,a falta de um mecanismo plausível para a evolução fez
com que poucos naturalistas a aceitassem como explicação para a diversidade
biológica.
Após a publicação de “A origem das espécies” muitos sistematas passaram
a se dedicar ao estudo de filogenias. A árvore da vida de Haeckel (1866) é um bom
exemplo do interesse por esses estudos. Todavia todo esse conhecimento era
construído com base na experiência e na observação do especialista. Não existia um
método para inferir filogenias. Além do mais os biólogos estavam mais preocupados
com problemas evolutivos de outra ordem e o estudo de filogenias ficou relegado a
segundo plano. Mayr chegou a afirmar que deveria ser o último objetivo do
taxônomo desenvolver uma classificação filogenética. Foi o botânico alemão Walter
Zimmerman que, na primeira metade do século XX, apresentou uma discussão clara
a respeito de filogenias e defendeu fortemente as classificações filogenéticas
(DONOUGH; KADEREIT, 1992). Muitos taxonomistas dessa época eram céticos a
respeito da capacidade dos sistematas serem capazes de reconstruir filogenias.
Estas eram ainda produzidas por uma autoridade em um dado grupo de seres vivos,
sem a utilização de nenhum método explícito. Por conta disso, poucos sistematas
levavam esses esforços a sério.
Na década de 1950 e 1960 dois grupos de pesquisa se ergueram e cada
um tratou a falta de rigor nos estudos filogenéticos a seu modo. Ambos procuravam
trazer metodologias explicitas, objetivas e quantitativas para dentro da sistemática.
Um grupo, os Taxonomistas numéricos, assumiu que seria impossível reconhecer a
filogenia dos grupos e buscou outro critério para construir suas classificações. Esse
critério era a similaridade total. O primeiro livro desse grupo foi The Principles of
Numerical Taxonomy, escrito por R. Sokal e P. Sneath.
O outro grupo tinha a crença de que a filogenia deveria ser o princípio
organizador da sistemática. Por isso buscaram metodologias objetivas e confiáveis
para inferir filogenias. Um dos autores mais influentes a delinear tais metodologias
foi Willi Hennig (1950) no Grundzüg einer Theorie der Phylogenetischen Systematik.
Como seu livro foi escrito em alemão e não foi traduzido para o inglês senão em
1966, suas idéias demoraram em ser difundidas pelo mundo (HULL, 2001).
Inicialmente os Taxonomistas numéricos ficaram impressionados com o
trabalho de Hennig por sua metodologia ser explicita e objetiva, mas discordaram da

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importância que ele deu à filogenia. Chegaram mesmo a lamentar que outros
pesquisadores não pudessem ter tido acesso aos seus escritos (HULL, 2001).
Os partidários de Hennig foram apelidados de forma pejorativa, por Mayr,
de Cladistas (clados = ramo). Da mesma forma os Taxonomistas numéricos forma
chamados por ele de Feneticistas, por se preocuparem com similaridades entre as
espécies.
Alguns sistematas da escola tradicional, algumas vezes chamada de
evolutiva, principalmente paleontólogos como George Gaylord Simpson,
continuaram a destacar a importância da filogenia se aceitar as novas metodologias
e teorias de classificação propostas por Hennig.
Como vimos, os dois grupos contestaram visões autoritárias para a
sistemática e reconstrução filogenética. Ambos argumentavam em favor de
metodologias explicitas e objetivas. Contudo os cladistas defendiam a posição
central da filogenia em sistemática, enquanto o outro grupo, os feneticistas,
argumentava que a filogenia nunca seria conhecida e, portanto, promoviam a
similaridade como critério preferido para fundar classificações (MAYR, 1988; HULL,
2001).
Os feneticistas foram os primeiros a romper com a sistemática
estabelecida. Sua insistência na necessidade de métodos matemáticos não recebeu
aceitação imediata. Muitos dos primeiros artigos submetidos ao principal jornal em
sistemática, Systematic Zoology, forma rejeitados sem revisão por que a editora,
Libbie Henrietta Hyman, considerava-os inapropriados e muito “matemáticos” (HULL,
1988). Esse problema foi resolvido quando G. G. Simpson foi eleito presidente da
Society of Systematic Zoology. Mesmo sendo Simpson um forte representante da
sistemática tradicional e advogasse a importância da filogenia, tinha co-autoria, com
sua esposa, de um dos primeiros livros sobre métodos quantitativos em biologia
(HULL, 1988). Tinha por isso pouca simpatia pela relutância de Hyman em publicar
artigos matemáticos. Simpson substituiu Hyman por George Byers, um
entomologista partidário da taxonomia numérica. Assim foi aberto, nas páginas da
Systematic Zoology, espaço para um dos mais vigorosos e violentos confrontos da
biologia (mais detalhes consultar HULL, 1988, 2001).
Também na década de 1960, biólogos moleculares começam a se
interessar em inferir filogenias utilizando seus dados bioquímicos. Para eles a

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filogenia era a chave para entender a evolução dos genes. Não estavam
preocupados, entretanto, com a conexão de filogenia e classificação.
Na década de 1980, embora ainda houvesse batalhas entre os diferentes
grupos de pesquisa, os velhos rótulos começam a perder significado. Se cladista era
um sistemata que acreditava na filogenia como de suma importância nas
classificações e tinha adotado alguma terminologia cladista, a vasta maioria dos
sistematas era cladista. Por outro lado, todos os sistematas da década de 1980
utilizavam o computador e técnicas quantitativas em seu trabalho, nesse sentido,
eram taxonomistas numéricos. Se definições mais restritas, como requerer que a
metodologia original de Hennig seja usada para ser chamado cladista, ou que as
classificações sejam baseadas exclusivamente em similaridades para ser chamado
feneticista, então os dois grupos mudaram virtualmente nas últimas décadas.
Para aumentar a confusão, um subgrupo cladista chamado “Cladistas de
padrão! (Pattern Cladists) se ergueu durante a década de 1980. Eles argumentavam
que todas as teorias sobre processos (incluindo a evolução) deviam ser eliminadas
da análise sistemática e que esses estudos deviam se concentrar principalmente nos
padrões entre os organismos” (mais detalhes em HULL, 1988).

O MÉTODO DA SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA

Como vimos, o objetivo da sistemática filogenética, ou cladística, é


descobrir e descrever as relações de parentesco entre os seres vivos. Essa
descrição é feita em uma árvore filogenética ou cladograma. Para estabelecer essas
relações de parentesco, é necessário detectar algum caráter que seja comum a
esses grupos. Tal caráter é denominado sinapomorfia (caráter derivado
compartilhado) é os táxons unidos por esse caráter são chamados de táxons irmãos.
Essa sinapomorfia provavelmente se originou em um táxon ancestral, que deu
origem aos outros dois como uma novidade evolutiva, também chamada de
autapomorfia (caráter derivado próprio). Como são os descendentes de um
ancestral comum, táxons irmãos são monofiléticos (uma origem) (figura 2a). A
sistemática filogenética tem como objetivo reconstruir a árvore da vida baseada
somente em táxons monofiléticos.
Um bom exemplo disso pode ser facilmente percebido nos artrópodes
(Figura 1). Consideremos os Crustacea (siris, camarões) e lagostas e os Tracheata

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(insetos quilópodes e diplópodes). Os representantes desses dois grupos
compartilham o caráter mandíbula que, dessa forma, é uma sinapomorfia de
traqueados e crustáceos. Essa sinapomorfia indica que esses dois grupos formam
um táxon monofilético cujo ancestral já havia desenvolvido mandíbulas como
novidade evolutiva ou autapomorfia. O nome do grupo monofilético formado por
traqueados e crustáceos recebe o nome de Mandibulata.
Poderíamos estudar também Crustacea e Chelicerata (aranhas, escorpiões
e carrapatos) e descobrir que eles compartilham o caráter pernas articuladas o qual
poderia ser uma sinapomorfia para os dois táxons. Porém, os Tracheata também
compartilham o caráter pernas articuladas. Logo, pernas articuladas não é um
caráter derivado, mas ancestral ou simplesiomorfia (caráter primitivo
compartilhado). A união equivocada de crustáceos e quelicerados baseada em
sinapomorfia forma um táxon parafilético (Figura 2b). O táxon parafilético não
contém todos os descendestes de um mesmo ancestral. Pernas articuladas é uma
sinapomorfia de um grupo maior chamado Arthopoda, que inclui Chelicerata e
Mandibulata (Crustacea+Tracheata).
Enquanto um táxon parafilético não contém todos os descendestes de um
ancestral, um táxon polifilético (Figura 2c) inclui descendentes de mais de um
ancestral. Isso acontece quando a similaridade é resultado de convergência
adaptativa. Similaridade devida á herança genética é chamada homologia enquanto
que similaridade superficial que se origina por convergência é chamada homoplasia
(analogia). Somente estruturas homólogas são úteis na reconstrução de filogenias
baseada em grupos monofiléticos.
Um exemplo de táxon polifilético seria aquele que unisse aves, morcegos e
insetos porque todos têm asas. Porém as asas desses animais são estruturas
homoplásticas, que se originaram por evolução convergente. Cada um desses
animais tem um ancestral diferente que, de forma independente, evoluiu para o
estado alado.
Embora os exemplos escolhidos sejam simples, o trabalho de reconstrução
filogenética não o é. Podem ser encontrados vários cladogramas representado a
filogenia de um determinado grupo. Nesta situação os sistematas escolhem os
cladogramas mais parcimoniosos. O princípio da parcimônia é extremamente
importante dentro da sistemática filogenética e especialmente nas análises cladística

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auxiliadas por computador. Os softwares são alimentados com dados morfológicos,
comportamentais, moleculares e geram mais que um cladograma. Dentre eles, o
mais parcimonioso, ou seja, o que envolver o menor número de transformações para
explicar a filogenia é o escolhido.

O ENSINO DE BIOLOGIA PERMEADO PELA SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA

A principal vantagem da utilização da sistemática filogenética como pano


de fundo para o ensino de biologia, reside no fato de ser ela uma teoria que leva em
conta a evolução, o que vai ao encontro das propostas curriculares publicadas no
Brasil. Será possível aos estudantes visualizar as relações entre os seres vivos e
identificar as características que unem esses seres vivos em um determinado grupo,
ou seja, poderão identificar as características que fazem com que um grupo seja
válido a luz da teoria evolutiva, que seja um grupo monofilético.
Existe uma série de atividades que podem ser desenvolvidas, tanto na
internet como em livros sobre o assunto. Nesse caso, o professor deve fazer as
adaptações necessárias para seus alunos.
Além da zoologia, outros tópicos da biologia podem ser estudados com
esse enfoque. Talvez alguns sejam mais trabalhosos que outros. O importante, de
uma forma geral, é perceber as intrincadas relações entre os seres vivos e perceber
sua origem comum. Isso é possibilitado pela sistemática filogenética.
Poucos são os trabalhos desenvolvidos e publicados com enfoque
cladístico na educação básica. Para o ensino médio temos o trabalho de Amorim et
al (2001) que destaca a utilização dos conceitos básicos da sistemática filogenética
e a interpretação de cladogramas e evolução, e para o ensino fundamental, os de
Amorim (2002) e Schuch e Soares (2003). Neste último as autoras aplicaram uma
seqüência de atividades de classificação para alunos de sétima série obtendo boa
receptividade. A organização dessas atividades possibilitou a trajetória a partir de
conceitos comuns de classificação até a sistemática filogenética com a construção
de cladogramas.

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UM EXEMPLO DE ATIVIDADE

A experiência aqui relatada foi realizada com uma classe (34 alunos) de
terceiro ano do ensino médio.
As atividades envolvendo a sistemática filogenética iniciaram-se com
discussões acerca da natureza das classificações. Ficou claro para os estudantes
que classificar é uma rotina na nossa vida. Porém as classificações biológicas são
de natureza diversa das classificações de ferramentas, por exemplo. Isso por que
deve ser levada em conta a história evolutiva dos grupos.
A história da sistemática esteve presente dando ênfase à natureza das
classificações em diversos períodos: de uma classificação prático-utilitária a uma
classificação filogenética. Uma boa referência para a História da sistemática foi o
livro “O desenvolvimento do pensamento biológico” de Ernst Mayr (1982).
No intuito de entender o papel dos atributos comuns, os alunos realizaram
a atividade proposta por Ribeiro (1985).
Após uma discussão dos conceitos básicos de Sistemática Filogenética os
alunos receberam uma ficha contendo a atividade “Encontrando parentesco através
de sinapomorfias”. Essa ficha continha organismos hipotéticos (Figura 3) adaptados
de Ruppert et al (2003).
Os alunos iniciaram a análise identificando as autapomorfias presentes nos
organismos. Em seguida, determinaram características que unissem pares de
indivíduos, até a construção de um cladograma que incluísse todos os organismos.
Os problemas propositais que surgiram no decorrer da atividade foram sanados com
a introdução de um grupo externo, utilizado para polarizar os caracteres.
Após a montagem do cladograma de forma manual, os alunos construíram
uma matriz de caracteres que foi utilizada no programa TreeGardener afim de gerar
o cladograma para ser comparado com os seus.
De forma geral os alunos não tiveram dificuldades em compreender os
conceitos de cladística utilizados nesta atividade. A não aceitação dos processos
evolutivos sim fez com que a metodologia fosse vista como somente mais uma
forma de classificar. Por outro lado, os alunos que tinham um bom entendimento e
uma aceitação da teoria evolutiva puderam perceber melhor as diferenças entre a
cladística e suas concorrentes.

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REFERÊNCIAS

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CTC/CEPID/FAPESP. 2002.

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Curriculares nacionais: Ensino Médio. Brasília, Ministério da Educação. 1999.

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SÃO PAULO (Estado), Secretaria da Educação. CENP. Proposta Curricular para o ensino
de biologia: 2o grau. São Paulo; SE/CENP, 1992.

SCHUCH, L. M. M.; SOARES, M. B. Oficina de classificação: de Pokemons e infoartrópodos


à sistemática filogenética. Cadernos do Aplicação 16(1): 9-18. Porto Alegre – RS. 2003.

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FIGURAS

Figura 1. A observação do caráter compartilhado (sinapomorfia)


“mandíbulas”, em Crustacea e Tracheata, os une como táxon monofilético. Dessa
forma a espécie ancestral de Mandibulata apresentou o caráter “mandíbulas” como
novidade evolutiva (autapomorfia). Da mesma forma o caráter “apêndices
articulados” (sinapomorfia) une os Mandibulata e Chelicerata no táxon monofilético
Arthropoda. O artrópode ancestral adquiriu os primeiros “apêndices articulados”
como novidade evolutiva ou autapomorfia. Os quelicerados e crustáceos não
formam um grupo monofilético tomando como referencia a presença de “apêndices
articulados” por que esse caráter une todo o grupo dos artrópodes. Assim esse
caráter não evolui em um ancestral imediato de quelicerados e crustáceos, mas em
ancestral mais antigo que também deu origem aos traqueados. “Apêndices
articulados” compartilhado por quelicerados e crustáceos é uma simplesiomorfia pois
já estava presente nos seus ancestrais. A união baseada em simplesiomorfia se
chama parafilia e o táxon formado é um táxon parafilético.

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Figura 2. Exemplos de grupos monofiléticos (a), parafiléticos (b) e
polifeléticos (c).

Figura 3. Modelos utilizados pelos alunos para a construção dos


cladogramas.

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