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TITLE: Impacto do Plano de Melhoria da Escola no Rendimento académico dos alunos

do 6º ano de escolaridade

Adelaide Dias

Correspondence information:

Adelaide Dias

Universidade Lusíada do Porto

Rua Doutor Lopo de Carvalho

4369-006 Porto

Portugal

21560609@por.ulusiada.pt

Article Reference

Dias, A. (2010). O impacto do Plano de Melhoria da Escola no rendimento académico


dos alunos do 6º e 9º ano de escolaridade. Instituto de Psicologia e Ciências
da Educação 1, 1, 1-20
O impacto do Plano de Melhoria da Escola no rendimento académico dos alunos

Resumo:
Introdução

Em 2001, Portugal registava 44,3% de abandono escolar e em

2006, 39,4%, enquanto que a média da União Europeia era de 15,9%.

No mesmo ano, 49% dos alunos não completavam o 12º ano, o

segundo pior registo dos países da União Europeia (Commission of

the European Union, 2006). O objectivo da União Europeia é reduzir a

taxa de abandono escolar de uma forma significativa nos próximos

anos (em 2008 o objectivo era reduzir em 10% (Feron, 2008). Em 5

anos (de 2001 a 2006), a taxa de redução do abandono escolar em

Portugal foi de 5%. Estes indicadores sugerem que as escolas

portuguesas beneficiarão de uma atitude de implementação

sistemática de medidas que promovam a eficácia e a melhoria das

escolas, que incluem a implementação de estratégias eficazes para a

redução do abandono escolar e a avaliação da sua eficácia.

A escolaridade obrigatória para os 12 anos de escola implica

grandes desafios para as escolas portuguesas e para os seus alunos

que, até ao presente, não chegavam ao ensino secundário. Logo,

impõe-se que as escolas consigam dar a todos os alunos as condições

para um desenvolvimento académico adequado. No entanto, continuam a

não existir estudos realizados em Portugal sobre esta problemática.

Eficácia da escola
Nos últimos anos, o desenvolvimento de estudos relativo ao movimento

conhecido internacionalmente como School Effectiveness foi profícuo (Creemers,

1994). Em países como os E.UA., Reino Unido, Austrália e Holanda (e.g. Mortimore et

al., 1988;Levine & Lezotte, 1990; Reynolds &Cuttance, 1992; Scheerens, 1992;

Creemers, 1994; Sammons et al., 1996) a investigação foi sendo desenvolvida ao

mesmo tempo que se foi analisando o seu impacto quer nas escolas quer nos resultados

académicos dos alunos.

Como paradigma da investigação a eficácia da escola é definida a partir da

medida dos resultados e a quantificação das diferenças entre as escolas. O principal

objectivo é o de avaliar, compreender de que formas as diferenças em termos de

recursos, procedimentos e nível organizacional da escola, afectam os resultados dos

alunos e o sucesso académico ( Thomas & Mortiumore, 1996; Sammons, 1999).

Os estudos de Coleman, et al. (1966) e Jencks, et al. (1972) atribuem como

facilitadores do desenvolvimento do processo educativo: o nível sócio-económico das

famílias e as suas crenças e expectativas em relação à escola. Por outro lado, Firestone

(1991) refere que a eficácia da escola está intimamente relacionado com a defesa do

princípio de que todos alunos podem aprender e alcançar o sucesso na escola.

As escolas eficazes são aquelas que enfatizam o nível académico, promovem a

interacção positiva professor-aluno na sala de aula, a existência de incentivos e

recompensas, o clima escolar positivo e a responsabilização da comunidade educativa

(e.g. Rutter et al., 1979; Mortimore et al., 1988; Nuttall et al.1989; Fits-Gibbon, 1992).

A eficácia da escola refere-se ao desempenho alcançado por uma escola. Ou

seja, o grau em que a escola consegue resultados constantes e positivos, nem sempre

quantificáveis, durante um determinado período de tempo em toda a comunidade

educativa (Scheerens, 2000). A eficácia das escolas dependerá em larga

medida do grau em que consigam implementar os processos e


estratégias que tenham um impacto positivo no desempenho

académico dos alunos.

A investigação sobre a eficácia da escola tem procurado

identificar os factores que facilitam o desenvolvimento do sucesso

educativo e que podem ser implementados e alterados através do

processo de melhoria da escola ( Creemers & Reezigt, 2005)

Melhoria da Escola

Os estudos relativos à melhoria da escola têm centrado a sua atenção nas

dimensões culturais da escola (Fullan, 1992; Hopkins et al. 1996), ou seja é o processo

de alterar o nível da escola e as estratégias de melhoria necessárias para que se

verifiquem mudanças. É o processo de optimizar o desempenho e resultado dos recursos

(humanos, materiais educativos) em resultados positivos dos seus alunos (Marsh, 1990).

Hopkins (1996) sugere a existência de duas formas de entender o processo de

melhoria das escolas: 1) esforço geral de tornar a escola um lugar melhor para os alunos

e professores, um espaço onde se favoreça a aprendizagem; 2) estabelecimento de uma

estratégia de mudança educativa que implica não apenas os resultados dos alunos mas o

reforço da capacidade de gestão da própria escola. Ou seja, para que a mudança e

melhoria da escola aconteça é fundamental a participação activa e o envolvimento

activo dos elementos de gestão da própria escola (van Velzen et al., 1985; Hopkins,

1987, 1990).

A melhoria da escola visa promover a capacidade de organização da escola para

que ocorra a mudança e o desenvolvimento educativo (Hopkins, 1994).

A investigação sobre a melhoria da escola tem contribuído para uma melhor

compreensão de como a mudança nas escola se inicia, como é implementada e

institucionalizada pelas escolas ( Fullan, 1991). Diversos estudos empíricos têm

demonstrado como ocorre este processo de mudança e melhoria da escola (e.g. Fullan&
Hargreaves, 1991; Siskin, 1994; Lauder et al.,1998; Hopkins et al., 1997; Jackson,

2000).

Abordagens aos Planos de Melhoria da Escola

Existem três grandes perspectivas acerca do processo de melhoria da escola: a)

escolas como organizações altamente confiáveis (traduzido do inglês school “high-

reliability”organizations), b) escolas como organizações de aprendizagem (traduzido do

inglês “schools as learning organizations”), e c) pressão externa à escola para que se

constitua como organização. Estas três propostas distinguem-se essencialmente ao nível

dos agentes que consideram fundamentais no processo da mudança, como elementos

centrais para a mudança.

A perspectiva das escolas como altamente confiáveis enfatizam os alunos, a

perspectiva das escolas como organizações de aprendizagem enfatizam os professores e

o pessoal da escola e a perspectiva derivada da teoria das contingências enfatiza o

contexto em que a escola está inserida. As escolas enquanto organizações altamente

confiáveis refere-se à concepção de escola caracterizada por ser uma organização

orientada para os alunos, e cujo conceito organizador é a perseguição da excelência

(LaPorte & Consoli, 1991). O seu principal objectivo é proporcionar as condições

necessárias para que todos os alunos tenham um desenvolvimento académico óptimo.

Central a este processo é a utilização de informação advinda da avaliação para a

monitorização das estratégias (Stringfield & Slavin, 1992).

A concepção das escolas como organizações de aprendizagem enfatiza o

carácter dinâmico das escolas, como um grupo de indivíduos que partilham objectivos

comuns. A concretização desses objectivos beneficia de uma atitude constante de

monitorização e de perseguição das práticas e métodos eficazes na perseguição desses

objectivos. Uma característica central às escolas enquanto organizações de

aprendizagem é a plasticidade das escolas, já que, a partir das características dos seus
elementos (com especial ênfase nos professores e pessoal da escola) se adaptam às

características do meio em que está inserido (Leitwood & Aitken, 1995). As escolas

caracterizadas como organizações de aprendizagem, são aquelas que incorporam de

uma forma sistemática a auto-avaliação nas suas práticas (Hofman, Dijkstra & Hofman,

2009).

Plano de Melhoria da Escola

O Plano de Melhoria da escola assume-se como um instrumento fundamental

nas escolas para que se possa aumentar o desempenho académico dos alunos e a

qualidade dos seus resultados (e.g. Department of Education and Early Development,

2005).

O Plano de Melhoria da Escola é entendido como o conjunto de objectivos,

procedimentos e estratégias empiricamente validadas que têm por principal função

garantir a eficácia e melhoria da escola. Assim, um Plano de Melhoria da Escola pode

ser definido como um processo contínuo que permite à escola verificar se os seus alunos

estão a alcançar níveis cada vez mais elevados de desempenho académico.

O Plano de Melhoria da Escola visa dar resposta às necessidades que os

membros da escola apontam como prioritárias tendo em vista a melhoria do seu

funcionamento quotidiano. Assim, o Plano de Melhoria da Escola irá ajudar na

identificação de objectivos, estratégias, responsáveis e recursos necessários para dar

resposta às prioridades específicas de cada instituição.

Existem cada vez mais investigações que demonstram que a existência do Plano

de Melhoria da Escola contribui positivamente para a melhoria e eficácia de todas as

dimensões da escola, previamente assinaladas como deficitárias (e.g Black, 2008;

Rothman, 2009).

Para que um Plano de Melhoria da Escola seja bem sucedido deve ser dirigido

para as especificidades, necessidades da escola e da comunidade (Blakh, 2008). A


liderança desempenha um papel-chave num processo de Melhoria da Escola (Muijs,

Harris, Chapman, Stoll & Russ, 2004), daí que é uma das variáveis com maior força

dentro de um Plano de Melhoria da Escola. Por exemplo, no estado norte americano do

Connecticut, quando o município assumiu a liderança da escola conseguiu que todas as

escolas do seu agrupamento trabalhem no mesmo sentido e com a mesma missão: a

melhoria e eficácia da escola (e.g Black, 2008; Rothman, 2009). Hallinger e Heck

(1998) sugerem que o director (líder) da escola tem uma influência que embora

indirecta é significativa para o desempenho académico dos alunos, explicando 25 por

cento da variância do desempenho académico dos alunos. Em diversas investigações é

evidente a importância e o impacto significativo do desenvolvimento profissional dos

professores e o ajustamento curricular no processo de Melhoria e Eficácia da Escola.

(e.g Rothman, 2009; Judson, Schwartz, Allen & Miel, 2008). Para além destes factores,

o envolvimento escolar é um aspecto central em todos os Plano de Melhoria da Escola,

verificando-se um impacto significativo na aprendizagem dos alunos, na satisfação com

a escola e no clima escolar (Black, 2008). Criar ambientes de aprendizagem seguros e

positivos é importante nos Planos de Melhoria da Escola e a investigação demonstra que

é um dos elementos centrais para a melhoria e eficácia da Escola (e.g. Muijs, Harris,

Chapman, Stoll & Russ, 2004). As parcerias estabelecidas entre a escola e a

comunidade envolvente são necessárias para o sucesso do Plano de Melhoria da Escola

(idem). A investigação demonstra que a escola é uma comunidade alargada (Muijs,

Harris, Chapman, Stoll & Russ, 2004), daí que para a melhoria e eficácia da escola o

envolvimento dos pais é fundamental (Seeley et. al., 1990). A tecnologia, para além de

ser importante para auxiliar o processo ensino-aprendizagem, também permite a análise

dos dados recolhidos, o que permite que o processo de tomada de decisão seja mais

acertado (e.g. Black, 2008; Harvey II, 2006; Muijs, Harris, Chapman, Stoll & Russ,
2004; Potter, Reynolds & Chapman, 2002), sendo fundamental para o sucesso do Plano

de Melhoria da Escola.

Este estudo tem como objectivo verificar o impacto de um plano de melhoria da

escola no rendimento académicos dos seus alunos. A hipótese que se pretende testar é a

de que a existência de um plano de melhoria da escola na escola aumenta

significativamente os resultados académicos dos alunos do 6º ano.

Metodologia
Este estudo é um estudo correlacional em que se pretende verificar o impacto de

um plano de melhoria da escola (variável independente) no rendimento académico dos

alunos do 6º ano (variável dependente). Pretendendo-se estabelecer uma relação entre a

existência de um plano de melhoria da escola e o rendimento académico dos alunos.

Amostra

A amostra deste estudo é uma amostra de conveniência. As escolas

seleccionadas para efeitos de estudo foram seleccionadas devido à sua proximidade

geográfica (escolas do município de Gondomar) e pelo facto de terem sido as primeiras

a aderir ao projecto de melhoria e eficácia da escola (município de Famalicão).

A amostra deste estudo é constituída por 10 escolas do ensino básico,

nomeadamente do 2º ciclo (6º ano). Cinco dessas escolas pertencem ao Município de

Gondomar, distrito do Porto e as restantes cinco pertencem ao Município de Famalicão

distrito de Braga (tabela 1).


Tabela 1: Caracterização das escolas em estudo

Caracterização das escolas em estudo


Nome da escola Nº de Nº de Moda Estatuto Moda das Rendiment
Município

alunos profess sócio- Habilitações o


do 6º ores económico literárias dos académico
ano médio das professores médio dos
famílias alunos do
6º ano
EB2/3 Calendário 180 100
Famalicão

Médio-baixo Licenciatura 4
EB2/3 Ribeirão 200 50 Alto Mestrado 4
EB2/3 Bernardino 175 50 Médio-alto Licenciatura 4
Machado
EB2/3 Júlio 205 95 Alto Mestrado 4
Brandão
EB2/3 Pedômes 220 85 Baixo Mestrado 4
EB2/3 Fânzeres 195 90
Gondomar

Médio-alto Mestrado 2
EB2/3 S.Pedro da 200 90 Baixo Licenciatura 2
Cova
EB2/3 Rio Tinto 225 90 Médio-alto Mestrado 2
nº 2
EB2/3 Gondomar 190 95 Alto Mestrado 3
EB2/3 Pedrouços 150 90 Médio-alto Mestrado 3

As escolas do município de Famalicão seleccionadas para efeitos de estudo

foram a escola EB2/3 de Calendário que tem 180 alunos, 100 professores cujo nível de

habilitações literárias mais frequente é o grau de licenciatura, em relação ao estatuto

sócio económico das famílias dos alunos está entre os médio-baixo por mês, quanto ao

rendimento académico médio dos alunos situa-se ao nível 4, numa escala de avaliação

de 1 a 5. A escola EB2/3 de Ribeirão tem 200 alunos, 50 professores, o nível de

habilitações literárias mais frequente é o grau de mestrado, em relação estatuto sócio-

económico das famílias dos alunos é alto, quanto ao rendimento académico médio dos

alunos situa-se ao nível 4, numa escala de avaliação de 1 a 5. A escola EB2/3 de

Bernardino Machado tem 175 alunos, 50 professores, o cujo nível de habilitações

literárias mais frequente é o grau de licenciatura, em relação ao estatuto sócio


económico das famílias dos alunos é médio alto quanto ao rendimento académico médio

dos alunos situa-se ao nível 4, numa escala de avaliação de 1 a 5. A escola EB2/3 de

Júlio Brandão tem 205 alunos, 95 professores, cujo nível de habilitações literárias mais

frequente é o grau de mestrado, em relação ao estatuto sócio económico das famílias

dos alunos é alto, quanto ao rendimento académico médio dos alunos situa-se ao nível

4, numa escala de avaliação de 1 a 5. A escola EB2/3 de Pedômes tem 220 alunos, 85

professores, o cujo nível de habilitações literárias mais frequente é o grau de mestrado,

em relação ao estatuto sócio-económico das famílias dos alunos é médio-baixo quanto

ao rendimento académico médio dos alunos situa-se ao nível 4, numa escala de

avaliação de 1 a 5.

Em relação ás escolas do município de Gondomar foram seleccionadas para

efeitos de estudo a escola EB2/3 de Fânzeres tem 195 alunos, 90 professores, o nível de

habilitações literárias mais frequente é o grau de mestrado, em relação estatuto sócio-

económico das famílias dos seus alunos é médio-alto, quanto ao rendimento académico

médio dos alunos situa-se ao nível 2, numa escala de avaliação de 1 a 5..A escola EB2/3

de S. Pedro da Cova tem 200 alunos, 90 professores, o nível médio de habilitações

literárias mais frequente é o grau de licenciatura, em relação estatuto sócio-económico

das famílias dos alunos é baixo, quanto ao rendimento académico médio dos alunos

situa-se ao nível 2, numa escala de avaliação de 1 a 5. A escola EB2/3 de Rio Tinto nº 2

tem 225 alunos, 90 professores, o nível de habilitações literárias mais frequente é o grau

de mestrado, em relação estatuto sócio-económico das famílias dos alunos é médio-alto,

quanto ao rendimento académico médio dos alunos situa-se ao nível 2, numa escala de

avaliação de 1 a 5. A escola EB2/3 de Gondomar tem 190 alunos, 95 professores, o

nível de habilitações literárias mais frequente é o grau de mestrado, em relação estatuto

sócio-económico das famílias dos alunos é alto, o rendimento académico médio dos

alunos situa-se ao nível 3, numa escala de avaliação de 1 a 5. A escola EB2/3 de


Pedrouços tem 150 alunos, 90 professores, o cujo nível médio de habilitações literárias

é o grau de mestrado, em relação estatuto sócio-económico médio das famílias dos

alunos é médio-alto quanto ao rendimento académico médio dos alunos situa-se ao nível

3, numa escala de avaliação de 1 a 5.

Instrumentos

Para avaliar a variável rendimento académico dos alunos do 6º ano foram

utilizados dados relativos às avaliações de cada escola, nomeadamente os dados

relativos às notas médias obtidas pelos alunos nos exames nacionais de Português e de

Matemática e às notas médias das disciplinas de Português e de Matemática dos alunos

no final do 2º período do presente ano lectivo.

Para avaliar a variável plano de melhoria da escola foi utilizada a checklist do

Plano de Melhoria da Escola (CPME). Esta é constituída por 2 partes: a primeira remete

para a existência de um plano de melhoria na escola (“A escola a que pertence tem um

Plano de Melhoria e Eficácia da Escola”) as escolas têm duas opções de resposta Sim

ou Não. A segunda parte da checklist só deverá ser respondida pelas escolas que

respondam afirmativamente à primeira parte da checklist, e é constituída por 9 questões.

A primeira pergunta diz respeito ao envolvimento do município da escola na elaboração

e implementação do plano de melhoria da escola (“O Município esteve envolvido na

implementação do PME?) as escolas têm duas opções de resposta Sim ou Não. A

segunda pergunta da checklist refere-se há quanto tempo está implementado o plano de

melhoria na escola (Há quanto tempo está implementado o PME, na sua escola?) sendo

que as escolas podem seleccionar entre a) Neste ano lectivo; b) Há 1 ano lectivo; c) Há

2 anos lectivos; d) Há 3 anos lectivos, ou e)>3 anos lectivos. A terceira pergunta refere-

se ao responsável pelo plano de melhoria da escola (Quem é o responsável pelo PME,

na sua escola?) as escolas devem seleccionar entre as seguintes opções de resposta a)

Director (a) da Escola; b) Directores de Turma; c) Professores; d) Equipa Externa, ou e)


Equipa Multidisciplinar constituída para o efeito. A quarta pergunta diz respeito a quem

participou na elaboração do plano de melhoria da escola (Quem participou na

elaboração do plano de melhoria da escola?) as escolas devem seleccionar entre uma

das seguintes opções a) Director (a) da Escola; b) Directores de Turma; c) Professores;

d) Equipa Externa, ou e) Equipa Multidisciplinar constituída para o efeito. A quinta

pergunta visa saber quais as dimensões abrangidas no plano de melhoria da escola (Que

dimensões estão abrangidas pelo PME?) as escolas deverão seleccionar duas das

seguintes opções a) Liderança; b) Envolvimento escolar; c) Interacção Professor-aluno;

d) Envolvimento parental; e) Visão; f) Desenvolvimento profissional dos Professores,

ou g) Actividades extra-curriculares. A sexta pergunta da checklist pretender averiguar

se os objectivos contemplados no plano de melhoria da escola se relacionam com as

fragilidades e potencialidades da própria escola (“Os objectivos do PME relacionam –

se com as fragilidades e potencialidades da escola?”). As escolas têm duas opções de

resposta, Sim ou Não. A sétima pergunta relaciona-se com a avaliação e reformulação

do plano de melhoria da escola (O PME é revisto e alterado continuamente?) as escolas

têm duas opções de resposta, Sim ou Não. A oitava questão é saber de quanto em

quanto tempo é feita essa avaliação (“Quando é feita a avaliação do PME, na sua

escola?”) sendo que as escolas devem seleccionar uma das seguintes opções

a)Trimestralmente; b) Semestralmente; c) Anualmente; d) Nunca. A nona questão da

checlist remete para quem faz a avaliação do plano de melhoria da escola (“Quem faz a

avaliação do PME, na sua escola?”) as escolas devem seleccionar entre uma das

seguintes opções a) Director (a) da Escola; b) Directores de Turma; c) Professores; d)

Equipa Externa, ou e) Equipa Multidisciplinar constituída para o efeito.

A presente checklist foi construída para efeitos deste estudo daí que não se

encontra aferida para a população portuguesa não sendo conhecidas as características

psicométricas da mesma.
Procedimentos

Procedimentos de recolha dos dados


A selecção das escolas teve em conta duas razões: a) escolas que pertencessem a

um Município que estivesse envolvido na implementação de um plano de melhoria da

escola (município de Famalicão) e que possuíam um plano de melhoria da escola; b)

escolas que pertenciam a um município que não tenha apoiado a implementação de um

plano de melhoria da escola e que não possuíam um plano de melhoria da escola, mas

que em termos geográficos facilitavam o procedimento da recolha dos dados (município

de Gondomar).

Após consulta com os Conselhos Executivos de cada escola e após reunião com

os seus responsáveis onde lhes foi explicado o objectivo do estudo e a relevância da sua

participação. Procedeu-se à recolha dos dados.

O momento da recolha dos dados aconteceu durante o mês de Julho, onde

individualmente com o Conselho Executivo de cada escola participante se procedeu a

uma reunião em que lhes foi pedido o preenchimento da checklist sobre o plano de

melhoria da escola (CPME). Neste momento, foi também pedido aos Conselhos

Executivos de cada escola participante que nos facilitassem os dados relativos ás

características de cada escola: nº de alunos do 6º ano; nº de professores; nível médio de

habilitações literárias dos professores; média de reprovações dos alunos no 6º ano;

média das notas dos alunos do 2º período nas disciplinas de Português e Matemática;

média das notas dos alunos do 6º ano nos exames nacionais de Português e de

Matemática.

Procedimentos de análise dos dados

De modo a perseguir o objectivo deste estudo recorreu-se ao Statistical Program

for the Social Sciences, (SPSS) versão 17.0. Num primeiro momento, após a realização
do teste de Kolmogorov-Smirnov, que nos permite conhecer as características da

amostra em termos da normalidade da sua distribuição. Pela análise do resultado deste

teste (p=0.02) utilizamos o teste não paramétrico Mann-Whitney que permite analisar a

diferença de médias entre os dois grupos: grupo de escolas com planos de melhoria da

escola e o grupo de escolas sem planos de melhoria

Resultados

Um total de 10 escolas participaram neste estudo e concluíram sem excepção a

totalidade dos itens que constituem o CPME. Desta forma, não se registaram valores

omissos a assinalar.

Como se pode verificar na tabela 2 a média de rendimento académico dos alunos

que pertencem ás escolas com planos de melhoria da escola (M =4,00; DP= 0.000) é

superior à média do rendimento académico dos alunos que pertencem às escolas sem

planos de melhoria da escola (M= 2.60; DP=0.548).

Tabela 2: Média e desvio padrão do Rendimento académico dos alunos em escolas com e sem Planos de
Melhoria
Média e desvio padrão do Rendimento académico dos alunos em escolas com e sem Planos de Melhoria
Variável ECPME (n=5) ESPME (n=5)
Mínimo Máximo Média Desvio Mínimo Máximo Média Desvio
Padrão Padrão
Rendimento 4 4 4,00 0,000 2 3 2,60 0,548
Académico dos
alunos

Os resultados obtidos pelo teste Mann-Whitney (tabela 3) revelam que há uma

diferença estatisticamente significativa (U= 0.000; p=0.005) entre o rendimento

académico dos alunos de escolas com planos de melhoria e o rendimento académico de

alunos que pertencem a escolas sem planos de melhoria. Sendo que o mean rank do

rendimento académico dos alunos das escolas com planos de melhoria (M=8) é superior

ao mean rank do rendimento académico dos alunos das escolas sem planos de melhoria

(M=3,00).

Tabela 3: Diferenças de médias entre o grupo de escolas com planos de melhoria (ECPME) e o grupo de
escolas sem planos de melhoria (ESPME)
Diferenças de médias entre o grupo de escolas com planos de melhoria (ECPME) e o grupo de escolas sem planos
de melhoria (EsPME
Média das Média das U Z p
ECPME (n= 5) ESPME (n=5)
Rendimento 8.00 3.00 0.000 -2.835 0.005
académico

Discussão dos Resultados

A hipótese que neste estudo se pretendeu verificar foi que as escolas que

possuem planos de melhoria são aquelas que apresentam melhor rendimento académico.

Os resultados obtidos permitem-nos verificar que a média do rendimento

académico dos alunos de escolas com planos de melhoria é superior á média do

rendimento académico dos alunos de escolas sem planos de melhoria sendo esta

diferença estatisticamente significativa. O que nos permite confirmar a hipótese

alternativa.

Os resultados deste estudo vão ao encontro de outras investigações na medida

em que estas sugerem que a existência de um Plano de Melhoria da Escola é um

elemento-chave para o sucesso académico dos alunos (e.g Black, 2008; Rothman,

2009). As escolas com planos de melhoria são aquelas que apresentam melhores

resultados académicos (idem), menores taxas de reprovação e de abandono escolar

(XXXX), clima escolar positivo (Nuttall et al.1989; Fits-Gibbon, 1992). No entanto, a

maior parte da literatura existente aborda os Planos de Melhoria da Escola tendo em

conta as estratégias que são utilizadas e implementadas pelas escolas, sugerindo que a

implementação destas estratégias tem como resultado final a melhoria do rendimento

académico dos alunos (XXX).

Apesar dos resultados obtidos serem relevantes para a temática da Melhoria e

Eficácia da Escola. Todavia, dadas as características e especificidades deste estudo, não

nos permitem afirmar que a melhoria no rendimento académico dos alunos se deve á

existência na escola de um Plano de Melhoria.

Para melhor se compreender e avaliar o impacto de um Plano de Melhoria da

Escola no rendimento académico era desejável realizar um estudo experimental com um


grupo de controlo (escolas sem planos de melhoria) e um grupo experimental (escolas

com planos de melhoria). Em que cada uma das escolas devia ser inicialmente avaliada

em termos de rendimento académico (pré-teste), sendo que de seguida implementar-se-

ia um plano de melhoria no grupo experimental, por último seriam novamente

avaliadas em termos do rendimento académico (pós-teste). Desta forma, seria possível

estabelecer uma relação mais consistente entre a existência de um plano de melhoria na

escola e o aumento do rendimento académico dos alunos dessa escola.

A não existência de uma checklist devidamente aferida e validada para a

população de forma a avaliar o Plano de Melhoria da Escola, é outra das limitações do

presente estudo. Por último, as características da nossa amostra (n=10) não nos permite

assegurar a validade dos resultados, pois como é uma amostra de conveniência não é

representativa da população escolar portuguesa.

Dada a escassez de estudos que abordam esta temática é necessário que outras

investigações surjam de forma a aclarar e ultrapassar as limitações que o presente

estudo encontrou.

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