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Hantavirose

Fase Prodrômica ou febril

Quadro clínico

Sinais/Sintomas Exames
- Febre (> 38ºC), cefaléia intensa, Hemograma: linfócitos atípicos > 10%
náuseas, vômitos, diarréia, mialgias e , plaquetopenia < 150.000mm3,
dor lombar; leucócitos normais ou leucocitose com
- Tosse seca e taquidispneia (sinal de desvio à esquerda;
agravamento); - Hemoconcentração > 45% (o
- Com exposição ao risco1 nos últimos principal achado em crianças)
60 dias; - Radiografia de tórax: normal ou com
- Duração 1 – 6 dias, pode ir até 15 infiltrado difuso.
dias.
- Em crianças tem início abrupto com
febre elevada (38°C a 40°C), mialgias,
principalmente nas extremidades, dor
abdominal, cefaléia, náuseas e
vômitos.
- Mulher com suspeita, amamentando,
deve suspender, enquanto estiver
doente.

Deve ser removido2 e internado em hospital

Conduta

- Forma leve: internar para tratamento sintomático + observação


- Hidratação cuidadosa (< 2.500ml/24h), evitar sobrecarga de volume hídrico IV
(risco edema agudo de pulmão (EAP), não cardiogênico.
- Controle rigoroso de parâmetros cardio-respiratórios com avaliações constantes
dos sinais de risco;
- Avaliação laboratorial e de radiografia tórax, seriadas.
- Comunicar o caso ao Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Imunizações –
NUVEI ou CCIH (na rede privada)
- Solicitar sorologia IgM/hantavirose,
- Levantar exposição ao risco epidemiológico

Diagnóstico diferencial
- Influenza, pneumonias, leptospirose, dengue, hepatite, septicemia, virose
respiratória, febre amarela, EAP cardiogênico
Hantavirose

Fase cárdio-pulmonar

Sinais/Sintomas Exames
- Na fase prodrômica (aproximadamente - Radiografia de tórax com infiltrado
no 4º dia) evolui com: intersticial difuso bilateral evoluindo
- Tosse seca, taquidispneia, taquicardia para enchimento alveolar
hipoxemia; - Derrame pleural bilateral
- Insuficiência respiratória aguda e - Linfopenia, hemoconcetração (> 45%),
edema pulmonar; plaquetopenia (< 150.000mm3 –
- Choque circulatório com resistência 20.000mm3)
vascular elevada - Leucocitose, neutrofilia desvio a
- Com exposição ao risco1 nos últimos esquerda
60 dias. -Elevação ALT/AST, DHL, redução da
- Gestantes devem ter sua evolução albuminemia e proteinuria
documentada3. - Redução de atividades protombinica

Unidade de Terapia Intensiva

Conduta

- Isolamento (proteção luva, mascara, avental) normas de biossegurança;


- Cuidado no aporte de líquidos (< 2.500 ml/24h em adultos)
- Uso de solução coloides e plasma
- Manter PVC < 6 cm de água
- Manter fluxo renal (sonda vesical / se necessário)
- Balanço hídrico rigoroso (manter BH negativo ou igual a zero)
- Oximetria e monitoramento cardiaco
- Uso de drogas cardiotônicas/vasoativas4
- Administração, precoce5, de hidrocortisona, na dose máxima de 400 mg/dia,
IV;.
- Garantir SPO2 90% (com BPAP ou CPAP assistência ventilatória não invasiva)
caso não melhorar ou desconforto respiratório + radiografia de tórax compatível
+ SPO2 < 80%;
- Assistência ventilatória invasiva. Os parâmetros sugeridos: PEEP entre 10-18
de H2O, pressão controlada, pressão respiratória 35 – 40 cm FI 02 abaixo 60%
(ajustado ACH), Troca CO2 35 – 40 cm volume corrente 5 – 7 ml/kg.
- Início de antibiótico, precoce, para pneumonia comunitária/atípica, grave (ver
rotinas da CCIH local).

Exames: Hemograma (monitoramento de hematócrito e plaquetas), gasometria, uréia,


creatinina, ALT/AST, DHL, dosagem da albuminemia, - TTPA TB/AD e todos os
outros que o caso requeira.
- Avaliações radiológicas do tórax seriadas.
- Sorologia IgM para hantavirose, leptospirose, dengue, hepatite
Notas:

1 - Considera-se “exposição de risco”: morar, trabalhar, visitar (para


acampamentos, hospedagem, participação em festas/eventos, pescarias,
caçadas, etc) ou praticar esportes como trilhas, mountain bike,
escaladas, rapel, etc, em áreas rurais (chácaras, fazendas, sítios ou
centros de ecoturismo) ou urbanas (residências e condomínios)
próximas de florestas ou cerrado.

2 – A remoção:
• Deve ser acompanhado por médico;
• O paciente de ter acesso vascular, para administração controlada
de líquidos;
• Em estabilidade hemodinâmica, monitorização cardíaca e usando
aminas vasoativas, se necessário;
• Com parâmetros ventilatórios adequados, oxigenioterapia e
suporte ventilatório mecânico disponível;
• Restrição a mobilização(repouso).

3 - Gestantes deve ter sua evolução minuciosamente documentada. No


caso de óbito materno e/ou fetal, a realização de necropsia completa é
indispensável com estudos anatomopatológicos e pesquisa de antígeno
pela técnica de imunohistoquímica, nos diferentes tecidos biológicos,
incluindo a placenta. Caso a gravidez não seja interrompida deve ser
acompanhada até o parto e a criança avaliada ao nascer.

4 - Drogas cardiotônicas vasoativas para prevenir ou tratar o choque:


• 1ª opção: noradrenalina (de 0,01 a 1,0µg/kg/min);
• 2ª opção: dopamina (de 2 a 5µg/kg/min, em dose dopa, e de 5 a
10µg/kg/min, em dose beta);
• 3ª opção: dobutamina (de 8 a 15µg/kg/min), para os casos
refratários, em associação com outra droga vasoativa, se existe
suspeita de queda do desempenho miocárdico. O uso isolado, na
vigência de hipotensão arterial severa, pode provocar arritmias
cardíacas.
• Se essas drogas não estiverem disponíveis, adrenalina ou
fenilefrina podem ser empregadas.

5 – O corticóide só trará benefício se introduzido na fase inicial da


pneumonite, antes de instalado o choque e na dose máxima indicada.

Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica/SVS/MS 7ª Ed 2009

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