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Jornal da Academia do Porto || Ano XXIII || Publicação Mensal || Distribuição Gratuita || Directores: Filipa Mora e Manuel Ribeiro ||

Director
Jornal da
deAcademia
Fotografia:doJosé Ferreira
Porto Directora
|| Ano||XXIII de paginação:
|| Publicação MensalJoana Koch Ferreira
|| Distribuição || Chefe de Redacção: Mariana Jacob
Gratuita
Directora Filipa Mora || Director de Fotografia Manuel Ribeiro || Directora de paginação Joana Koch Ferreira
Chefe de Redacção Mariana Jacob

MARÇO ‘10

|| Cultura 21 || Críticas 27 || Cardápio 28 || Opinião 29 || Devaneios 31

história(s)
23 anos a contar
Jornalismo
Universitário
Destaque 2 || Educação 6 || Sociedade 10 || JUPBOX 13 || U.Porto 14 || FLASH 16 || Desporto 18
2 || JUP || MARÇO 10

Amador na opção, p
vatização do Palácio de Cristal,
Este é o mês do 23º aniversário do JUP. Via- que “merece atenção pelo
interesse público”, e
jamos pela história do Jornal Universi- o artigo e foto re-
portagem sobre
tário do Porto, onde histórias de luta as Quintas de
Leitura, “pelo
e dedicação o tornam um marco Desporto e Opinião.
A editoria de Internacional
interesse e
qualidade
obrigatório na vida da Universi- morativa
que o JUP
acabou por ser abandonada nes-
ta “reestruturação”, assim como
que des-
pertam
dade e da própria cidade do Porto. dedicou aos 30
anos do 25 de Abril.
Economia e Ambiente, que foram
integradas nas outras editorias. Os
no espec-
tro cul-
Dino Almeida realça temas agora abordados pelo JUP tural”. Já
que “quando alguém queria passaram a ter um enfoque maior Manuel
Era um grupo de alunos da Facul- aconteceu em 1989, dava o JUP os falar sobre um tema mais polémico no Grande Porto e na Academia. Ribeiro
dade de Ciências da Universidade primeiros passos na sua história. e um pouco mais abertamente ia O livro de estilo do Jornal foi tam- destaca a
do Porto que decidiu reunir-se para Jorge Pedro Sousa refere também ter com o JUP”. bém actualizado. A diferença mais cobertura
criar o Jornal Universitário. “Uma os artigos sobre “as iniciativas estu- O espírito era sempre de expecta- notória, no entanto, registou-se às férias
voz activa, corajosa e determina- dantis europeias, sobre os jovens e tiva, de fazer algo novo, de marcar a nível gráfico: o jornal foi ob- desportivas
da”, capaz de apontar as falhas e os a Europa”, numa altura que come- a diferença. O primeiro editorial do jecto de estudo da tese de (organizadas
êxitos do sistema de ensino. Enfim, çavam os programas de intercâm- Jornal dizia que “ainda estamos lon- mestrado de Joana Koch pela Federa-
capaz de fazer a diferença. Em bre- bio. Anos mais tarde, o projecto A ge... muito longe... de dizer: missão Ferreira, directora de ção Académica
ve, tornar-se-iam independentes da Ponte “acompanhou entre 2000 e cumprida”. E agora, 23 anos depois, Paginação. do Porto - FAP) e
AEFCUP, para “vincar a sua indepen- 2002 as actividades da Porto 2001 será que o JUP continua com o mes- Actualmente, ainda a reportagem
dência e o seu carácter aberto”. Nas- – Capital Europeia da Cultura, apre- mo fôlego para cumprir a missão? O a impres- sobre os Jogos Galaico-
cia assim, no final da década de 80, sentando uma visão reflectiva dos que mudou, afinal, no JUP nas últi- são do Durienses, da edição de
o “Jornal Universitário do Porto”. estudantes sobre o que se passava mas duas décadas? Dezembro de 2009. Para o
Acima de tudo, a criação de um na cidade”, recorda Sara Moreira, actual director, “o “enviado-es-
Jornal de todos os alunos “impu- presidente do Núcleo de Jornalis- Novos tempos pecial” [Francisco Ferreira, editor de
nha-se quando estamos cansados mo Académico (NJAP). O mês de Dezembro de Desporto], que acompanhou a comiti-
de apontar (e de sentir) as falhas do Dino Almeida, jurista e um dos 2008 marcou um JUP va da UP à Galiza, virou de repórter a
nosso sistema de ensino”, conforme fundadores da revista “Águas Fur- novo ciclo na chega atleta e por sinal não desiludiu”. “En-
se podia ler no editorial da edição tadas”, salienta ainda as entrevistas história do aos 10.000 tra seguramente para a história deste
zero, em 1987, assinado por Jorge aos então Reitores Alberto Amaral JUP, exemplares por jornal com 23 anos”, destaca Manuel
Pedro Sousa, actualmente jornalista, e Novais Barbosa. Já Susana Mari- edição. Com cerca de Ribeiro.
professor e investigador na área de nho, antiga directora do NJAP, des- sete publicações por ano, é Dentre os antigos colaboradores, o
Comunicação. taca a reportagem “Deficientes distribuído “em todas as institui- carácter crítico do jornal é uma das
são as Faculdades”, sobre as ções da Academia do Porto”, afirma características que recordam com
Grandes reportagens pessoas com dificuldades que Sara Moreira, presidente do NJAP. mais saudade. “Estou convencido
Os primeiros números do JUP foram de locomoção nas ins- passou Mais recentemente, as reporta- que foi isso que marcou os leitores”,
marcados por reportagens sobre os tituições académicas. nesta altura gens que ficaram na memória dos ressalta Dino Almeida. João Teixeira
principais problemas que afectavam Refere ainda o ar- por uma remo- novos directores tratam de diferen- Lopes considera que o JUP ainda “é
os universitários: condições de alo- tigo sobre a in- delação, a vários ní- tes temas. Filipa Mora salienta o des- um bom exemplo de jornalismo crí-
jamento, as cantinas universitárias, cineradora do veis, a cargo do direc- taque de Novembro de 2009, sobre o tico, de um jornalismo interventivo,
as alterações no Ensino Superior, a hospital de tor Carlos Daniel Rego. fenómeno do Admirável Porto Novo sem deixar de ser rigoroso”. Apesar
Queima das Fitas. Foram várias as re- São João e Foi feita uma nova definição noctívago, “pela diversidade da repor- de considerar que o jornal está mais
portagens polémicas que causaram a edição das editorias presentes no Jor- tagem e pela equipa”. A actual direc- profissional, Jorge Pedro Sousa con-
burburinho no meio académico. come- nal: Sociedade, Educação, Cultura, tora refere ainda o artigo sobre a pri- sidera-o “não tão corrosivo” como o
João Teixeira Lopes lembra-se de foi nos seus tempos de estu-
um artigo de Ana Brandão “em que dante. “Infelizmente, talvez
ela acusava a comissão da Queima não seja tão impertinente e
das Fitas de ter utilizado dinheiro incomodativo, no bom sen-
do seu orçamento para financiar tido, como o foi no final dos
abortos”. Director na altura, confes- anos oitenta e princípios dos
sa que houve tentativas de retalia- noventa”, confessa o investi-
ção após a publicação da notícia. Tal gador. Susana Marinho, antiga
Destaque
JUP || MARÇO 10 || 3

rofissional na acção
directora do NJAP, reforça a impor- a conhecer o próprios estudantes, que
tância do espaço para a opinião no jornalismo aprenderam no jornal uni-
Jornal, “pois penso que uma das a todos os versitário novas formas
obrigações do JUP é defender os in- estudantes de se expressar e compre-
teresses dos estudantes, incluindo a do ensino ender o mundo académico.
crítica a alguns aspectos medíocres superior”, João Teixeira Lopes, professor
que possa haver no seu seio”. explica. da FLUP e ex-deputado pelo Blo-
Filipa Mora realça o esforço diá- Não deixa de apontar ainda a falta em 1999 e teve 10 edições semes- co de Esquerda, conta como a
rio do JUP “em despoletar interesse de mais participantes, sendo esta a trais até 2006. Susana Marinho, an- quer participação no jornal lhe deu
nos temas que cobre”, considerando principal dificuldade do Jornal: “Fal- tiga directora do NJAP, considera c o m “uma noção muito mais vasta
que a maior evolução reflectiu-se ta gente ao JUP, com vontade de par- a criação desta revista como textos para das nossas semelhanças e das
“nos temas de teor mais investi- ticipar e manter este projecto”. “O um grande desafio, “não o JUP, quer nossas diferenças”. “Através do
gativo que tentamos publicar”. “É JUP sofre do síndrome Bolonha. Os só por toda a logística com o desenvolvi- JUP consegui aperceber-me de
com um misto de sangue, lágrimas estudantes têm menos tempo para que isso envolveu, mento de outras ac- realidades que me estavam dis-
e suor que cada jornal sai todos os desempenharem actividades em como também tividades e procurando tantes”, conta o docente.
meses”, exalta a directora. paralelo com os cursos que estão a pela qualida- sempre novos associados”. Os antigos colaboradores con-
frequentar”, lamenta o director. de que se A antiga directora fala ainda tinuam a ser leitores assíduos
E os estudantes? Sara Moreira, do NJAP, explica procu- da “resistência a vários tipos de do jornal do qual fizeram parte
É um lugar-comum dizer-se, hoje como é difícil gerir “a dicotomia ra- condicionamento editorial”. no passado. Para Dino Almeida,
em dia, que os alunos estão mais sempre latente no associativismo Sara Moreira está esperançosa “é como regressar a uma publi-
preguiçosos, menos motivados a voluntário versus a necessidade de quanto ao futuro do NJAP: “vejo o cação que sentimos nossa e nos
participar. No entanto, os próprios estabelecer e cumprir compro- Núcleo a despontar como estrutu- faz falta…Quando se trabalhou
alunos não o admitem. Após 23 missos para que a máquina ra viva, local de trabalho e convívio, num projecto sentimo-lo um pou-
anos de existência, o JUP continua continue a mexer”. Filipa ponto de encontro de pessoas, co nosso”. O jurista salienta que
a contar com vários colaboradores Mora corrobora, lembran- interesses e reflexões, após “todo o arquivo do JUP é de um
que têm uma visão nova e diferente do que “o JUP é feito por um período de 3 anos enorme capital cultural e social.
sobre o Jornal. pessoas que se dedicam vo- em que as portas Deu grandes coisas a esta cidade e
Mariana Catarino, aluna do Cur- luntariamente à causa, que é estiveram mais mais do que isso inspirou muitos
so de Ciências da Comunicação, en- o jornalismo amador na op- fechadas”. A outros projectos de jornalismo e
trou no Jornal Universitário “para ção, profissional na acção”. va imprimir à re- actual Pre- não só”. Dino Almeida considera
começar a ganhar alguma experi- vista”. E para Sara Moreira, sidente es- mesmo que o JUP “é um marco
ência” na área do Jornalismo. “Com não está esquecida: “continua a pera que na cidade universitária”.
o JUP sinto-me mais integrada na
UP e conheço melhor o Porto”, O NJAP: um ser um projecto acarinhado e esta-
mos a analisar formas de continuar
“nunca
seja des-
Entre elogios e reclamações,
não faltaram sugestões. João Tei-
confessa. Liliana Pinho, do primei-
ro ano do mesmo curso, acrescen- universo de a sua publicação”.
As Galerias JUP, localizadas na Rua
curada
a ex-
xeira Lopes considera que o jor-
nal tem que “ser capaz de criar
ta que “participar neste projecto é
muito gratificante”.
cooperações Miguel Bombarda, acompanham a
actividade cultural da zona onde se
trema
impor-
as suas próprias notícias, deso-
cultando muitas vezes o que está
Dentro dos outros cursos, o caso
muda um pouco de figura. Maria,
alargadas insere. O próprio edifício do NJAP
recebe debates, palestras e acções
tância
do papel
obscuro, fazendo investigação,
indo para além das fachadas, e
estudante de Ciências Farmacêu- O Núcleo de Jornalismo Académico de formação para os estudantes. do Nú- tendo um papel interveniente na
ticas, confessa que não lê o jornal do Porto (NJAP) reúne um conjun- Susana Marinho aponta os prin- cleo de própria academia”. Jorge Pedro
mais vezes “porque muitas vezes as to de diferentes projectos. A revista cipais desafios do cargo que ocu- Jornalismo Sousa corrobora esta opinião, já
capas não chamam a atenção”. de literatura, música e artes visuais, pou: “criar uma imagem do Nú- Académico que “o JUP volta-se muito para o
Uma colega sua comenta “Águas Furtadas”, tem o objectivo cleo como uma associação do Porto en- exterior, nomeadamente para o
que fazem falta mais ar- principal de divulgar artistas dinâmica, aberta a todos quanto agente campo cultural, o que é bom, mas
tigos sobre todas as promissores com pouca quantos quisessem e plataforma de que tem uma consequência nega-
faculdades, pois “po- visibilidade. Foi lan- contribuir reflexão e de cons- tiva, que é abandonar o olhar so-
diam falar do que çada ciência colectiva”. bre a Academia, a principal razão
se faz em toda a para que foi criado”. Dino Almei-
Universidade”. da também refere a importância
Manuel Ribeiro, di-
rector do JUP, salienta a “Caixinha de da actividade académica, insti-
gando-se ainda sobre os possíveis
necessidade de adaptar o jor-
nal a toda a Universidade, o que recordações” desafios para o JUP no futuro, que
podem passar pela adaptação ao
passa pela variedade de colaborado- Desde a sua fundação, as linhas acordo ortográfico e pela criação
res. “Uma das missões do JUP é dar do JUP foram delineadas pelos de edições electrónicas.
4 || DESTAQUE JUP || MARÇO 10

Em tempo de novas tecnologias, “Por mais obsoleto que possa


ninguém quer ficar atrás quando soar em 2010, falta um site actu-
se fala no salto para a Internet. alizado. Mas só depois do míni-

JUP: uma missão


O meio académico é um meio mo de colaboradores assegurado
privilegiado, em que o contac- é que partimos para o online”,
to com as novas redes são não explica Filipa Mora, directora da
só importantes como essenciais publicação. O que falta? “Tu, eu,
para o enriquecimento dos estu- nós e eles, os estudantes. Falta a

que se cumpre
dantes. Muitos assumem que os equipa!”, pensa Manuel Ribeiro,
jornais universitários, inseridos também director.
neste contexto de inovação, de- Enquanto isso, o jornal traça o
vem acompanhar essa evolução. seu caminho pelas redes sociais.

a cada edição
Mas isso não se passa da mesma Além da cobertura do Fantaspor-
forma em todos os jornais. to através de um blog em parceria
O JUP tenta aliar-se a estas no- com o portal Rascunho.net, está
vas potencialidades a passos cada presente no Twitter (ferramenta
vez maiores. Possui um site e um utilizada para a cobertura das
blog dos Espaços JUP, que destaca Férias Desportivas) e em outros
as actividades do NJAP (Núcleo de blogs, como o que cobriu a Quei-
Outros jornais universitários juntam-se também Jornalismo Académico do Porto). ma das Fitas 2009 além das noites
No entanto, ainda não tem do Queimódromo e outro para
à conversa, mostrando como cada um ultrapassa um espaço fixo para distribuir trabalhos que não são publicados
informação na Internet. A ideia em papel. A pouco e pouco, o ob-
as dificuldades neste (já não tão) novo mundo digital. do site de notícias do JUP ainda jectivo é chegar cada vez mais di-
é um projecto por concretizar. rectamente aos estudantes.
JUP || MARÇO 10 DESTAQUE || 5

josé ferreira
tério. A actualidade das notícias
junta-se ao multimédia, à capaci-
dade de dá-las a conhecer sob vá-
rios formatos, muito além do que
a tinta e o papel permitem. Os tex-
tos mais curtos, as imagens mais
apelativas, o “zapping cibernético”
pelos vários conteúdos disponíveis
podem ser a arma dos jornais para
que os estudantes continuem a
dar-lhes atenção. Para continuar a
fazer parte da sua vida.
Apesar de considerar ser difícil
Uma redacção à espera de mais colaboradores “pensar um jornal universitário
para arrancar com a edição online do JUP como o JUP que não seja (também)
impresso em papel”, Dino Almeida,
antigo colaborador, não deixa de
abordar a importância da adapta-
O meio académico é ção aos novos meios: “não nos po-
demos esquecer que as universida-
um meio privilegiado, des estão sempre na vanguarda e
em que o contacto por isso não me admira que surjam
com as novas redes alterações a esse nível”.
Demos aqui exemplos daqueles
são não só importantes que começam já a acompanhar
como essenciais para este clima de mudança. A Cabra
foi bem sucedida na transição, o
o enriquecimento dos ComUM começou directamente
estudantes. “na crista da onda”. O JUP, apesar
Jornalismo universitário: da falta de um site, encontrou
intervenção continua em força
aqui e ali soluções para informar
na era da Internet? A presença dos com imediatismo na Internet.
jornais na Internet Os jornais universitários são
tornou-se essencial, feitos por estudantes, para estu-
dantes. Abordam questões per-
particularmente os tinentes, como só o pode fazer
“É difícil pensar um jornal
universitário como o JUP que não jornais que têm os quem está por dentro de quais
seja (também) impresso em papel.” são os problemas que afectam o
universitários como seu mundo. Estará o público dos
público-alvo. nossos jornais realmente a migrar
para a Internet – onde teremos
A experiência apenas um semestre porque a hoje. As versões são distintas uma gráficas, reacções mais momentâ- que “armar a tenda” e voltar a ca-
dos bracarenses… equipa directiva, composta, na da outra, mas só desde o início neas”, explica a jornalista. E ainda tivá-los – ou terá mesmo perdido
A ideia de entrar de cabeça na sua grande maioria, por alunos deste ano lectivo é que, com a re- acrescenta: “O online é isso, é o grande parte do interesse sobre o
vida dos estudantes através do que estavam no 4º ano e foram modelação do site, houve maior explanar a realidade no agora”. que se passa no mundo imediata-
meio que mais utilizam – a Inter- estagiar, se desfez.”. Desde então, facilidade para gerir e articular mente à sua volta?
net – foi o que passou pela cabeça o ComUM voltou-se, mais uma os conteúdos da versão impressa Desafios da transição Apesar de a ligação com os jornais
dos fundadores do ComUM, jor- vez em exclusivo, à edição online, com a online. “Desta forma, por A presença dos jornais na Internet não ser a mesma de outros tempos,
nal dos estudantes de Ciências da onde continua de boa saúde. diversas vezes remetemos para tornou-se essencial, particularmen- ainda há quem não desista de procu-
Comunicação da Universidade do As dificuldades em manter a o site entrevistas na íntegra que te os jornais que têm os universitá- rar informação. Para Dino Almeida,
Minho. Nascido no meio online, edição online prendem-se com a saem na edição impressa, assim rios como público-alvo. É um facto é necessário manter algumas carac-
em Dezembro de 2005, sobrevive actualidade que se espera do que como foto-reportagens sobre te- que os jovens lêem cada vez menos. terísticas para continuar a suscitar
até hoje com vários colaborado- é publicado na Internet. “Muitas mas abordados no jornal”, explica O preocupante seria confirmar que o seu interesse e captar novos pú-
res e histórias para contar. vezes perdemos alguma actuali- João Ribeiro, director d’A Cabra. os estudantes perderam interesse blicos: “Bons textos, boa grafia, ac-
A experiência impresso/online é dade quando noticiamos, mas é Vanessa Quitério, coordenadora também por jornais feitos especi- tividade de reportagem intensa que
inversa aos outros congéneres: o complicado exigir mais numa re- do projecto online no ano passa- ficamente para si, como o são os cative leitores”. Na resposta a este
jornal na Internet veio primeiro dacção em que não há nenhum do, explica que existem diferen- jornais universitários. desafio estarão sem dúvida presen-
e, em 2008, lançaram uma versão elemento profissional”, justifica o ças entre a abordagem impressa e A solução passa por aproximar tes as próximas páginas do JUP – no
impressa do jornal... que durou 9 director do ComUM. online. “Ambas se completam. Na os jornais do seu público, apro- papel e na Internet – onde se con-
edições. Primeiro semanalmente, Internet, pelo poder do imediato, veitando o meio onde este passa tinuará a escrever novos capítulos
depois quinzenalmente devido … e a dos conimbricenses do hoje e agora, as informações grande parte do seu tempo – a da História do Jornal que completa
a “dificuldades em angariar fun- O Jornal Universitário de Coimbra antecipavam as reportagens de Internet – e as suas potencialida- hoje 23 anos de existência.
dos”, o projecto acabou por ser A Cabra nasceu em 1991, numa profundidade de campo, levan- des. “No online o objectivo é dar
abandonado. Paulo Paulos, direc- era onde ainda predominava o tavam o véu para o posterior as notícias da cidade e do mundo,
ALINE FLOR E TATIANa HENRIQUES
tor do jornal bracarense, explica analógico. Em 2004, lança a sua esmiuçar do papel. Bem como a do dia, acompanhando a realidade alinerflor@gmail.com,
que “o ComUM impresso durou versão online, que perdura até publicação de reportagens foto- noticiosa”, relembra Vanessa Qui- tatehenriques@gmail.com

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