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Resumo⎯ Este trabalho descreve um método para a conexão direta entre um sistema
monofásico e outro trifásico. Como principais aplicações pode-se considerar sistemas rurais de
pequeno porte. Mesmo para este tipo de consumidor, a necessidade de energia se expande para
além da simples alimentação de motores de indução, com crescente necessidade de energia de
boa qualidade para alimentar cargas sensíveis como: computadores, equipamentos de
comunicação e eletrodomésticos, etc. Tanto a conversão mono-trifásica quanto a manutenção da
qualidade da energia é feita por um inversor trifásico do tipo PWM. Diferentemente da solução
tradicional, na qual existe uma dupla conversão da energia, o que reduz o rendimento do sistema,
a proposta apresentada processa penas parte da potência consumida pela carga. O sistema
compensa a distorção harmônica da carga local, regula a tensão e a freqüência e garante, para a
rede monofásica, um fator de potência próximo da unidade. Adicionalmente o sistema podo operar
com fontes de geração distribuídas, sejam CA (como um gerador de indução sem controle de
velocidade), sejam CC (como painéis solares ou células a combustível). Resultados experimentais
comprovam o funcionamento do sistema.
Palavras-chave ⎯ Conexão mono trifásica, geração distribuída, controle digital, eletrificação rural,
inversor PWM.
1 - Introdução
Consumidor
local
vBC
Filtro de
saída
C conv Lconv
Conversor
C DC
PWM
Fig. 1 – Sistema para conversão mono-trifásica.
Máquina Gerador de
Primária Indução
LS
Rede
vCA imonofásica vmonfásica
v AB monofásica
vBC
Filtro de
saída
C conv Lconv
Conversor CC-CC
LFC
iLFC
Em relação à variável Pmonofásica (potência ativa absorvida e/ou injetada na rede monofásica),
caso o sinal seja positivo, o ângulo β é positivo e VAB (tensão de linha imposta pelo inversor) está
adiantado em relação a Vmonofásica (tensão de linha na rede monofásica). Se o sinal for negativo, β
também o é, e VAB estará atrasada em relação Vmonofásica. Em qualquer uma das situações, a
tensão local VAB, será tal a produzir uma corrente pela linha que resulte em fator de potência
unitário.
VLS
β
VAB
VAB
β
VLS
3 – Resultados Experimentais
Nesta primeira etapa são mostradas situações onde estão presentes rede monofásica e cargas
locais. Tal estrutura foi chamada de conversão mono-trifásica,
vA vB vC -1 6 o
β
v m o n o fá sica vAB
− i m o n o fá sic a
Fig. 6 – Fluxo de potência pelo inversor para alimentação de uma carga trifásica equilibrada.
∆VAB
0V
vmonofásica
-imonofásica
vAB
vCC
imotor -imonofásica
Fig. 9 – Partida de motor trifásico: Corrente na Fig. 10 – Tensão (100V/div) e corrente (10A/div.)
rede monofásica (20A/div). Tensão no na rede monofásica. Horizontal: 5ms/div.
barramento CA (500V/div.). Tensão no
barramento CC (200V/div.). Corrente no motor
(5A/div.). Horizontal: 50ms/div.
vmonofásica
vmonofásica vAB
-imonofásica
-imonofásica
Fig. 11 – Diagrama fasorial da tensão (180V/div.) Fig. 12 – Espectro de vmonofásica, vAB e -imonofásica.
e da corrente (10A/div.) na rede monofásica.
3.1.C - Análise com Carga Não-linear
Uma carga não-linear composta por um retificador trifásico não controlado consumindo 600 W
foi conectada no barramento CA. A Fig. 13 demonstra a capacidade de compensação das
harmônicas por parte do sistema. A referência interna e a tensão na rede monofásica estão
superpostas, ilustrando o sincronismo entre as tensões produzidas pelo inversor e a rede.
Também, determinou-se o THD tanto para VAB quanto para icarga e os valores medidos foram 2% e
40% respectivamente.
A Fig. 14 mostra a tensão de referência do conversor PWM e a tensão produzida em seus
terminais sendo que ambas estão superpostas. O inversor é capaz de suprir toda a distorção
solicitada pela carga. Com isso, a corrente circulante pela rede monofásica permanece senoidal.
O defasamento apresentado entre Vmonofásica e Imonofásica resultou em um FP igual a 0,99.
vref = vmonofásica
*
vA = vA
vmonofásica
vAB
icarga
-imonofásica
Fig. 13 – Alimentação de carga não-linear: Fig. 14 – Alimentação de carga não-linear:
Tensão gerada internamente e tensão na rede Tensão de referência e tensão filtrada no
monofásica (180V/div). Tensão no barramento barramento CA (360V/div). Tensão (100V/div.) e
CA (250V/div.) e corrente na carga (5A/div.). corrente (10A/div.) na rede monofásica.
Horizontal: 5ms/div. Horizontal: 5ms/div.
v fonte
-i monofásica
Fig. 15 – Alimentação de carga não-linear: Corrente de carga (10A/div.). Tensão no barramento
CA (180V/div.). Corrente na rede monofásica (10A/div.). Horizontal: 10ms/div.
3.1.E - Operação sob Variação de Freqüência
Para verificar a capacidade do sistema autar sob variação da tensão da rede, o que é feito Poe
meio de um PLL (phase locked-loop), foi imposta na rede monofásica um degrau de 0,5 Hz
quando nos terminais do conversor PWM estava conectada uma carga linear trifásica de 1300 W.
O sincronismo entre vref e vmonofásica é rapidamente obtido devido à performance do PLL. Porém,
tais variações resultam em oscilações no fluxo de potência entre a carga + inversor e a rede
monofásica.
Esta variação instantânea de freqüência altera β e produz perturbação no fluxo de potência que
por sua vez causa alteração na tensão do barramento CC. O compensador PI da tensão do
barramento CC possui como saída um ∆β que lentamente é ajustado. A Fig. 17 apresenta os
mesmo resultados da Fig. 16 isto é, o sistema está em regime [12.] Note-se no entanto, que para
o usuário praticamente não há perturbação, dado que a tensão no barramento CA permanece
regulada e de freqüência controlada.
vref = vmonofásica
v ref = vmonofásica
‘ − pmonofásica − p monofásica
‘
vmonofásica
Fig. 16 – Variação da freqüência da rede: Fig. 17 – Variação da freqüência da rede:
Tensão gerada internamente e tensão na rede Tensão gerada internamente e tensão na rede
monofásica (360V/div). Potência instantânea na monofásica (360V/div). Potência instantânea na
rede monofásica (2500W/div.). Tensão rede monofásica (2500W/div.). Tensão
(250V/div.) e corrente (10A/div.) na rede (250V/div.) e corrente (10A/div.) na rede
monofásica. Horizontal: 50ms/div. monofásica. Horizontal: 10ms/div.
*
vA = vA iA iC
vmonofásica
vB vA
-imonofásica
Fig. 18 – Tensão de referência e filtrada nos Fig. 19 – Tensões e correntes nos terminais do
terminais do GI (180V/div.). Tensão (100V/div.) e GI (100V/div). Horizontal: 10ms/div.
corrente (10A/div.) na rede monofásica.
Horizontal: 10ms/div.
3 - Conclusões
Foi apresentada uma nova proposta para conversão mono-trifásica com o objetivo de
minimizar o processamento da energia, aumentando o rendimento do sistema e, além disso,
garantir energia de boa qualidade ao consumidor (tensões senoidais equilibradas e FP na rede
monofásica igual a 1). Duas situações distintas foram mencionadas: uma utilizando rede
monofásica+cargas+conversor PWM e outra, utilizando rede monofásica+cargas+conversor
PWM+fonte alternativa de energia (gerador de indução associado a uma turbina hidráulica, painéis
fotovoltaicos e células à combustível). Em ambos os casos são atingidos os objetivos propostos.
O conversor empregado na conversão é um inversor PWM usual, no qual foi alterada a estratégia
de controle. Este sistema poderia utilizar plataformas disponíveis em inversores comerciais, o que
possibilita soluções de baixo custo.
Agradecimento
Referencias