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APRENDIZAGEM
Angela Cristina Munhoz Maluf
Apresentação
Todo o ser humano pode beneficiar-se de atividades lúdicas, tanto pelo aspecto de
diversão e prazer, quanto pelo aspecto da aprendizagem. Através das atividades
lúdicas desenvolvemos várias capacidades, exploramos e refletimos sobre a
realidade, a cultura na qual vivemos, incorporamos e, ao mesmo tempo,
questionamos regras e papéis sociais. Podemos dizer que nas atividades lúdicas
ultrapassamos a realidade, transformando-a através da imaginação. A incorporação
de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica, podem desenvolver
diferentes atividades que contribuem para inúmeras aprendizagens e para a
ampliação da rede de significados construtivos tanto para crianças como para os
jovens.
Objetivos
Este estudo visa mostrar aos educadores, a importância das atividades lúdicas para
o desenvolvimento do ser humano, em uma perspectiva social, criativa, afetiva,
cultural e histórica. Como também compreender e relacionar as atividades lúdicas
ao desenvolvimento de crianças e jovens, estabelecendo uma articulação entre a
teoria e a prática educativa, através de leituras específicas e vivências de atividades
práticas, reconhecendo como utilizar atividades lúdicas no âmbito escolar,
permitindo um melhor direcionamento no seu trabalho pedagógico.
Metodologia
Durante as atividades lúdicas, os educadores podem perceber traços de
personalidade do educando, de seu comportamento individual e em grupo e o ritmo
de seu desenvolvimento. O ato de divertir-se vai oportunizar as vivências às vezes
inocentes e simples da essência lúdica de crianças, jovens e adultos, possibilitando
o aumento da auto-estima, o autoconhecimento de suas responsabilidades e
valores, a troca de informações e experiências corporais e culturais, por meio das
atividades de socialização. Ainda é oportunizado às crianças, jovens e adultos o
enriquecimento de suas próprias capacidades, mediante estímulo à iniciativa, à
melhoria nos processos de comunicação e principalmente a optar por ações que
incentivem a criatividade, que é certamente uma característica e um objetivo
fundamental da Atividade Lúdica, seja ela uma brincadeira, jogo ou brinquedo em
suas diversas formas de realização. Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em
diversas faixas etárias, mas pode sofrer interferência em seu procedimento de
aplicação, na metodologia de organização e no ministrar de suas estratégias, de
acordo com as necessidades específicas das faixas etárias. Podemos observar as
crianças de:
7 a 9 anos
• Tem grande precisão de movimentos, sendo uma etapa totalmente viável
para o incentivo às atividades desportivas e àquelas que demandam esforço físico;
• Precisam de motivação no desenvolvimento do seu intelecto, com ações que
possam proporcionar reflexões e descobertas;
• Necessitam de motivação para o convívio social;
• Requerem reforço nas atividades sobre as diferenças entre grande e
pequeno, direita e esquerda, claro e escuro ou outros elementos.
• As atividades sobre as diferenças entre grande e pequeno, direita e
esquerda, claro e escuro ou outros elementos, devem ser reforçadas nas atividades
lúdicas.
10 a 12 anos
• Têm grande interesse (por) e necessidade de atividades ao ar livre, jogos de
equipes;
• Necessitam de autonomia e oportunidades de aceitação dentro de um grupo;
• Precisam de atividades específicas para meninos ou meninas, devido á
diferença de interesse e ao ritmo de amadurecimento;
• Necessitam de atividades que possam contribuir para autocrítica e o
reconhecimento de suas dificuldades;
• Possuem grande interesse em jogos atividades de grupo, músicas do
momento e ações de humor;
• Precisam trabalhar a sensibilidade e o ciúme com o uso de técnicas e
dinâmicas individuais e em grupo.
13 anos em diante
• Possuem interesse por assuntos culturais e religiosos, buscando assim seus
ideais;
• Tendem a aperfeiçoar suas habilidades motoras enfatizando as atividades
esportivas;
• Os meninos necessitam de atividades de maior intensidade, com ações que
exigem força, resistência, velocidade e coragem;
• As meninas se interessam mais por atividades esportivas de menor esforço e
de maior habilidade;
• Apreciam atividades ao ar livre, rítmicas que estão inseridas no seu contexto
social. É de grande importância a reflexão entre meninos e meninas sobre as
atividades que tenham contato do corpo;
• Necessitam de atividades que trabalhem os grandes grupos musculares, os
movimentos gerais e a flexibilidade.
Considerando-se as necessidades físicas e psicológicas de crianças e jovens, sugiro
atividades que trabalhem com o intelecto, com corpo e com o social. Essas
atividades têm por objetivo ajudar as crianças a entrarem em contato com o mundo
do conhecimento e da informação e desenvolver suas habilidades de criar e
relacionar esses conhecimentos, pois só assim elas serão capazes de desenvolver
uma linguagem e aprender a dominar todo tipo de informação.As atividades lúdicas
funcionam como exercícios necessários e úteis à vida. Possibilitar estes exercícios é
assegurar a sobrevivência de sonhos e promover a construção de conhecimentos
vinculados ao prazer de viver e aprender de uma forma natural, divertida e
agradável.
Referências
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IOBOLI, G. B. Práticas de ensino: subsídios para atividade docente, 5ª ed. São Paulo: Ática, 1994.
MARCELINO N. C. Pedagogia da animação, Campinas: Papirus, 1990.
MIRANDA N. Organização das atividades de recreação. Belo Horizonte: Itatiaia, 1984.
STIFF, G. Mil juegos para la juventud. Buenos Aires: Dnefdr, 1964.
VITELLUCHI, S. Aprender jugando desde la realidad. Buenos Aires: Bonum, 1992
Brincadeiras solitárias
Brincar pode prender totalmente a atenção da criança. Há muito que explorar no
mundo: forma, textura (áspero, liso, escorregadio) consistência (duro, macio) cor,
gosto. Tudo deve ser explorado, sentido, cheirado, experimentado. No início do
brincar, significa isso, e a presença de outra criança não oferece nenhum interesse.
Absorvido nas próprias atividades, separado de outras crianças, brinca com coisas
diferentes. Freqüentemente silenciosamente, às vezes fala consigo mesmo.
Observar brincadeiras
Uma modificação muito grande acontece quando a criança passa a mostrar
interesse nas atividades de outras crianças. No início, tal interesse parecerá
bastante passivo, e bom espaço de tempo será gasto, simplesmente, na observação
das brincadeiras. Pode-se notar, porém, que esse comportamento será bem
diferente de uma olhada sem compromisso, pois a criança estará obviamente
envolvida, muito absorvida em sua observação. Não há conversas entre eles.
Brincadeiras Cooperativas
Em algum momento, o interesse do grupo se desvia da troca de idéias para o jogo
no qual está envolvido. Na brincadeira cooperativa, é muito importante pertencer
ao grupo. A criança tem um lugar definido, bastante diferente daquele decorrente
da atividade individual que caracteriza as brincadeiras solitárias ou em paralelo e,
diferente até, da simples socialização peculiar ao processo de se juntar a um grupo.
(Cooperação simples).Brincadeiras cooperativas podem constituir, simplesmente, a
atividade conjunta de montar objetos com peças de encaixe, ou fazer castelos de
areia. A criança toma parte em atividades compartilhadas, fazendo as mesmas
coisas, divide brinquedos, espera a sua vez, trabalha com os outros. A conversa é
principalmente em torno da própria atividade.
Cooperação Complexa
Nesse tipo de brincadeira as crianças assumem papéis, esperam a vez, e toda a
atividade depende mais do desempenho conjunto do grupo.
A criança brinca de faz-de-conta, assume um papel e o representa. Participa
também de jogos com regras complexas. Certas brincadeiras, como imitar papai e
mamãe, por exemplo, podem durar vários dias ou semanas, com graus variáveis de
elaboração e com interrupções causadas por outros interesses. A conversa gira
principalmente em torno dos papéis representados.
À medida que cresce, a criança vai incluindo mais tipos de brincadeiras em suas
atividades. Assim, aos dois anos ela não é capaz de brincar cooperativamente, mas
aos quatro já consegue. Quando mais crescida ela, ocasionalmente, brinca sozinha
ou em paralelo.
As brincadeiras sociais vão se desenvolvendo à proporção que a criança descobre
como se comunicar com as outras, usando a palavra. De um modo geral somente
aos dois anos, ela começa a se interessar em observar outras crianças brincando, e
até tentar brincar junto. Mas sempre estas crianças são suas rivais, e quando
encontra problemas, procura a mãe. Aos três anos ela começa a brincar mais com
outras crianças, fica feliz em ser aceita em um grupo.A partir dos quatro anos
participa de jogos de faz-de-conta, brinca de forma cooperativa simples, em
paralelo, solitária. Nessa idade a criança gosta de todos os tipos de atividade.
Observando as brincadeiras das crianças, vamos notar o desenvolvimento e as
mudanças em seus interesses e nos padrões de seu relacionamento social. Uma tal
compreensão tem vantagem adicional de ajudar bastante na vida com uma criança
pequena. Por exemplo, sabemos que, uma festa de aniversário com muitas crianças
de dois anos de idade não será, jamais, um sucesso. Já aos três anos enquanto
algumas crianças estão prontas para participar de brincadeiras de grupo, outras
ainda se encontram no estágio solitário ou em paralelo.
Tipos de memória
• Memória declarativa. É a capacidade de verbalizar um fato. Classifica-se por
sua vez em:
o Memória imediata. É a memória que dura de frações a poucos
segundos. Um exemplo é a capacidade de repetir imediatamente um
número de telefone que é dito. Estes fatos são após um tempo
completamente esquecidos, não deixando "traços".
o Memória de curto prazo. É a memória com duração de algumas horas.
Neste caso existe a formação de traços de memória. O período para a
formação destes traços se chama de Período de consolidação. Um
exemplo desta memória é a capacidade de lembrar do que se vestiu no
dia anterior, ou com quem se encontrou.
o Memória de longo prazo. É a memória com duração de meses a anos.
Um exemplo é a capacidade de aprendizado de uma nova língua.
O CÉREBRO X APRENDIZAGEM
“(...)o professor precisa estar ciente de que algumas crianças formam conceitos
espontaneamente quando adquirem a facilidade verbal necessária. Por outro lado,
muitas precisam ser ajudadas a aprender a generalizar e categorizar.
Freqüentemente, essas crianças têm dificuldades com os significados múltiplos de
uma palavra, com provérbios e metáforas.” ( Johnson e Myklebust, 1987).
Linguagem Interna
É o primeiro aspecto a ser adquirido, correspondendo à internalização do vivenciado
com a língua materna na construção de sua própria linguagem.
A criança nasce num mundo simbólico sem saber simbolizar, portanto é a partir da
organização de sua linguagem que se faz a regulação deste processo.
Vygotsky nos diz que “a palavra sem significado não é palavra”; para que tenha
significado, precisa representar a experiência vivenciada, isto é, a língua com a qual
se pensa.
A linguagem interna será sempre estruturada na língua nativa, mesmo que o
sujeito utilize mais de um código de linguagem. Com exemplo disto, temos que no
bilingüismo terá sua organização de pensamento vinculada à língua nativa; o surdo
à linguagem dos sinais, etc.
Linguagem Receptiva
Segunda faceta da linguagem a ser adquirida, é responsável pela capacidade para
compreender a palavra falada composta pelo feedback auditivo e visual. Existe uma
relação intrínseca e recíproca entre a recepção e expressão. No que diz respeito à
palavra falada, a compreensão antecede a expressão; é preciso compreender antes
que a palavra possa ser usada com significado na comunicação. Da mesma forma,
em termos de sistema verbal visual, a leitura antecede a escrita.
Linguagem Expressiva.
Dificuldades de Aprendizagem
Introdução
1. Etiologia
2. Identificação de crianças c/dificuldades de aprendizagem
1. Áreas de Desenvolvimento
1. - 1º Grupo - (0 - 5 anos)
2. - 2º Grupo - (5 - 6- 7 anos)
3. - 3º Grupo - ( + de 8 anos)
2. Factores etiológicos das dificuldades de aprendizagem
1. Factores de origem orgânica
2. Factores educacionais
3. Factores ambientais
3. Problemas do aluno c/dificuldades de aprendizagem
1. Principais características
2. Comportamentos típicos frequentes
3. Combate às dificuldades de aprendizagem e insucesso escolar
Bibliografia
Introdução
Hoje a área das Dificuldades de Aprendizagem é um grupo que inclui crianças com
atrasos de aquisição da fala, problemas de percepção motora, problemas visuais,
problemas de cálculo, problemas de leitura (não está incluída a deficiência mental).
Todas estas crianças possuem uma discrepância sobre o seu potencial intelectual
estimado e a sua realização escolar.
1 - Etiologia
• Nos anos 30
Começou a ser contestada, em finais dos anos 60, tornando-se o termo "disfunção
cerebral mínima" num termo inútil, usado indiscriminadamente para rotular todos
aqueles que não tinham sucesso escolar, muito embora ainda continuasse a ser usado no
meio clínico.
o Bayley
o Carolina
o Griffiths
o Denver
o Brazelton
Quando se aproxima dos 5 anos, utilizam-se testes mais rigorosos (ex: teste de
READINESS - linguagem perceptiva-motora).
Usam-se testes que permitam dar uma ideia da sua realização em relação ao currículo.
É uma fase difícil de caracterizar-se ou dizer que uma criança tem Dificuldades de
Aprendizagem.
Neste caso temos que fazer uma avaliação das suas capacidades intelectuais: avaliação
compreensiva.
• Pré-Natais
Quando esta área sofre uma lesão poderá então dar origem a deficiência mental
ou dificuldades de aprendizagem.
Um dos factores que poderá ser uma das possíveis causas de lesões no período
pré-natal é o factor RH.
Mãe:
o excesso de radiações
o idade muito avançada
o nº de filhos (muitos) hipotiroidismo
o insuficiência placentários
o droga, fumos (tabacos)
o medicamentos
o prematuridade
o deficiências renais
• Peri-Natais
Anoxia;
Parto demorado;
• Pós-Natais
Traumatismo craniano;
Danos cerebrais graves (Colletti: 20% de todas as crianças sofrem qualquer tipo
de insulto cerebral).
Desidratações:
Tumores cerebrais:
• Causas hereditárias
Connors (1970)
Denckla Heilman (70/80)
• Lesão cerebral
• Álcool, drogas
• Ansiedade
• Intoxicação (ingestão de chumbo)
• Perturbações emocionais
(Conservantes e corantes).
- Deficiências vitamínicas
Cott (1970), estudou esta irregularidade bioquímica que pode dar origem a D.A. e até
problemas de comportamento.
- Desordens glandulares
Desigualdades hormonais que quando mais cedo aparecerem na vida da criança, mais há
a possibilidade de contraírem uma lesão cerebral. As mais conhecidas são:
• Tiróidais
• Cálcicas
- Hipoglicemia
(devido a esta problemática, 75% das crianças em idade mais tenra que sofrem de
Hipoglicemia, apresentam anomalias do sistema nervoso central.).
É uma baixa significativa de açúcar no sangue. Os estudos apontam que nos primeiros 2
meses de vida, pode impedir o desenvolvimento cerebral.
Quer dizer que esta problemática, se não for tratada a tempo, pode originar lesão
cerebral e um dos sinais são convulsões.
• Atrasos de maturação
No que diz à teoria dos atrasos de maturação, diz-se que se processa uma maturação
lenta visual, motora, fala ou de atenção.
Ou seja:
• Estilos Cognitivos
Estilo cognitivo é a forma como o indivíduo percebe se resolve os problemas que se lhe
deparam nos vários ambientes em que interage.
Nesta teoria, diz-se que as capacidades do indivíduo estão intactas. Só que essas
capacidades básicas são diferentes das outras crianças ditas normais, quanto aos estilos
de captação de organização da informação e de memória.
A desorganização familiar também está contida nesta causa (ex: livros para um lado,
sapatos para outro, etc.).
A personalidade dos pais em termos de punições aos filhos, poderão ser considerados
causas e até mesmo contribuir para traumatismos cranianos.
Tóxicos ambientais
Dispedagogias
Ensino desadequado.
Fala
Leitura
Escrita
Cálculo, etc.
- Diversidade de comportamentos
- Hiperactividade
- Problemas psicomotores
- Desordens de atenção
- Impulsividade
- Problemas emocionais
• Envolverá:
o Individualização (sinónimo de ensino plástico e adaptativo);
o Desenho curricular;
o Reforços positivos;
o Aprendizagem especializada;
o Avaliações sistemáticas.
• Para superar o insucesso:
o Começar por algo que de antemão saibamos que o aluno pode aprender
(inventário de aptidões);
o Simplificar ou subdividir o nível de dificuldade em componentes
altamente motivadores e susceptíveis de serem resolvidas por
aproximações sucessivas (em vez de esperar que o aluno ultrapasse o
nível de exigência das tarefas educacionais);
o Encontrar o método mais adaptado (é o método que se adapta ao aluno e
não o contrário);
o Utilizar planos detalhados e específicos;
o Prever alternativas;
o Seleccionar materiais;
o Trabalhar com objectivos;
o Definir objectivos em termos operacionais;
o Verificar se estão ou não a ser alcançados;
o Aplicar reforços positivos;
o Sistematizar a aprendizagem numa sequência hierarquizada;
o Generalizar e transferir as aquisições já feitas para novas situações;
o Procurar criar materiais e recursos que se ajustem às necessidades do
aluno.
Rafael, H. (2001)
Referências Bibliográficas
BIJOU, S. W. (1970). What Psychologh Has to Offer Education Now - Jounal of applied
Behavior Analysis.
LURIA, A . R . (1980). Higher Cortical Functions in Man. New York: Basic Books, Inc.
ORTON, S. T. (1937). Reading, Writing and Speech Problems in Children. New Yor:
W.W. Norton.