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A DESCENTRALIZAÇÃO ESPACIAL DO SETOR TERCIÁRIO EM

BAURU 1

Prof . Ms Elvis Christian Madureira Ramos


AGB – seção local Bauru
e-mail : solelvis@gmail.com
RESUMO

A pesquisa objetiva o estudo do setor terciário de Bauru, especificando o


fenômeno de descentralização terciária, que vem ocorrendo para a parte Sul da
cidade. Avalia-se esse fenômeno através do angulo social, histórico e espacial.

Palavras chaves : Geografia Urbana, Setor Terciário, Espacialização

ABSTRACT

The search objectify the study of the tertiary setor in Bauru, indicating the
decentralization’s phenomenon that is happening in the south region of the city. This
phenomenon is valued between social angle, historical and spatial.

Keywords: Urban geography - Tertiary setor - Espacialization.


INTRODUÇÃO

A pesquisa está endereçada à análise espacial do setor terciário de Bauru.


De forma a compreender especificamente a expansão desse setor no ambiente
urbano, que eventualmente vem confirmando-se na Zona Sul da cidade.
Sobre o setor econômico terciário, adotamos a definição de Alain Lipietz
(1988), para quem o terciário é reconhecido por não valorizar o capital pelo
processo de trabalho material; ainda este mesmo autor distingue um setor terciário
interno e externo:

1. O terciário ou, ainda terciário externo, isto é, o conjunto


dos ramos funcionalmente terciários repartidos na divisão social do
trabalho. Grosso modo isto apresenta: o comércio, os serviços financeiros
e de seguros, os serviços mercantis (administração, ensino, etc..)
2. As atividades terciárias, no interior do setor terciário, mas também dos
setores primários e secundários ( o que chamaremos terciário interno).
Grosseiramente, isto abrange as seguintes categorias socioprofissionais:
quadros, profissões liberais e empregos.

Uma vez, que se ilustra a importância do setor terciário na setorização


econômica brasileira, percebe-se que esse setor ajusta-se predominantemente na
participação do produto interno bruto desse país, como observa-se na tabela
abaixo:

Tabela 1 : Participação percentual dos setores no PIB 1986-1995

Setor 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

Primário 11,2 9,32 9,7 7,7 10,1 10,5 11,1 11,4 13,2 13,3
Secundário 43,7 40,9 40,0 36,6 37,0 35,9 34,8 34,7 34,7 34,4
Terciário 45,0 49,7 50,1 55,6 52,9 53,6 54,0 54,0 52,1 52,3

Fonte : Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1997

O desempenho do setor terciário mostra-se pertinente ao mercado de bens e


serviços, todavia, individualizados dos outros setores da economia. Por outra
perspectiva, além do produto terciário há o trabalho terciário, este último
guardando relações no interior do secundário (indústrias) e primário (agropecuária),
ou seja, profissões onde o trabalho intelectual e burocrático manifesta-se, como
anteriormente justificado em LIPIETZ(1988).
Não obstante, a todas essa observações, há necessidade de entender um
setor terciário que espacializa-se no território, e por sua vez, não restringido-se
somente aos estudos econômicos e estatísticos. Mas pelo contrário, reforçando-se
mutuamente com estes e resultando em uma análise espacial abrangente.
Priorizando a cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, percebe-se
uma cidade em franco crescimento econômico, populacional e um setor terciário
arraigado e por corolário em processo de expansão, abrigando-se em novos
espaços urbanos.
A cidade comporta-se como centro econômico dinâmico e polarizador.
Hilda Carvalho (1982) traça o seguinte cenário socioeconômico da cidade ; “Bauru
e um grande centro econômico, estudantil e com funções médico-hospitalares,
além de um grande distrito industrial”. Tangenciando grande área de influência
econômica, valendo-se do setor terciário como função econômica predominante.
Tratando exclusivamente do processo de expansão das atividades terciárias
na cidade, foi analisado à parte Sul da cidade igualmente denominada Zona Sul,
onde esse processo é mais explícito em termos de representação espacial, e
também em razão da sua formação econômica e espacial que evolui
diferentemente de outras áreas habitadas da cidade.
Objetivou-se seqüencialmente: o levantamento dos aspectos históricos no
sentido de revelar a formação social e espacial da Zona Sul, a representação
espacial e quantificação das atividades terciárias nessa parte da cidade e por
último, os problemas que se relacionam no âmbito do planejamento urbano. Esses
objetivos, por sua vez, ajustaram-se de forma interativa para efetivar a análise
espacial .

Instrumentos de Pesquisa

Na construção da historicidade de Bauru contamos com livros e


apontamentos que tratam da história da cidade, mais particularmente recolhendo
fatos que evidenciavam a parte Sul (área de pesquisa), o que possibilitou maior
visualização quanto ao processo de ocupação socioespacial que ocorreu nessa
área, mais o processo de tercialização.
Usou-se várias planilhas1 (uma para cada entorno ou corredor pesquisado)
para realizar a quantificação dos estabelecimentos terciários, enumeramos os

1
estabelecimentos por quadras nas lacunas e na parte de observações anotamos a
paisagem da área analisada e os tipos de fachadas. Por sua vez, o que chamamos
anotações, refere-se a aspectos particulares que se destacam em algum tipo de
estabelecimento e, por isso, denotando caráter singular. A representação das
atividade terciárias na planilha possibilitou uma visão quanto o tipo de
adensamento e, igualmente, fornecendo dados quantitativos.

Metodologia

Para definição do que é terciário, tomamos de Alain Lipietz (1988) sua


definição que entende o terciário como interno e externo, porquanto, nossa análise
recaiu para o que o autor denomina de terciário externo, diz respeito as atividades
comerciais e de serviços que se distribui no espaço urbano.
Por espacialização não só entendemos como se organiza as ações e objetos
no espaço, mas como se relacionam. Assim determinamos estudar o setor terciário
da cidade de forma a compreende-lo na sua forma de se distribuir no espaço
urbano, o que geralmente não acontece de maneira homogênea. Assim adotamos
estudar essas atividades terciárias na forma em que se agrupam e especializam-se
funcionalmente, podendo ser na forma de entornos, isto é, quando um
equipamento urbano por força de atração mercantil ou soció-recreativa consegue
criar fluxo de pessoas e consumidores agindo no adensamento de atividades
terciárias próximas ou mesmo circundando-a, além de adensamento de fluxos
(tráfego). Já os corredores2 terciários constituem-se em atividades comerciais que
se distribuem e se adensam ao longo de ruas de grande volume de tráfego
(pedestres e automóveis) , confirmando-se em ambiente intra-urbano. Em outras
palavras, os corredores seguem traços lineares no conjunto da paisagem urbana
Para a representação da tipologia das atividades levamos em conta
especificamente o ramo do estabelecimento comercial e/ou generalização de
atividades, isto é, atividades comerciais e serviços relacionados em torno de
produtos e serviços semelhantes, exemplificando, quando apontamos lojas de
material de construção incluímos nesse ramo de atividade, lojas que vendem
material de edificação, azulejos e produtos hidráulicos(canos, torneiras,
tubulações,etc..). Enfim, a relação das atividades terciárias da zona Sul permite
contrastar com o aparelho terciário do centro tradicional da cidade, ainda que
não se possa incluir nesse tipo de apresentação todas as características espaciais e
econômicas do centro tradicional, será mesmo assim feito alguns comentários o
que revelará maior compreensão do terciário em Bauru.

Paisagem natural de Bauru

Bauru está localizado entre as coordenadas geográficas de 48° 56’ e 49° 16’
Longitude Oeste no referencial de Greenwich e 22° 07’ e 22° 24’ Latitude sul.
Área total do município abrange 702Km2 , altimetria máxima de 526 metros.
O clima da cidade se inclui no sistema Cwa ( mesotérmico de inverno seco),
temperatura média de 25° e umidade do ar 60% - 75%.
Em termos de relevo, o ambiente urbano de Bauru encontra-se no grande
domínio morfoestrutural dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná, aumentada
a escala de análise morfológica, a cidade então integra a região geomorfológica
2
do Planalto Ocidental Paulista existindo sobre unidades colinosas suavemente
convexas sob último estrato arenítico (arenito Bauru). Essa feição colinosa
comporta-se na cidade como interflúvios, ou seja, elevações topográficas
separando e dividindo a principal rede de drenagem da cidade (ribeirão Bauru) e
resultando na distribuição de vários fundos de vale.
Destacando o relevo da Zona Sul da cidade, está não só comporta-se como
um interflúvio, mas também, como um espigão topográfico em perfil de superfície
elevado e moderamente aplainado.

Aspectos urbanos e demográficos

A cidade tem aproximadamente 300.000 habitantes, número que engloba as


áreas rurais e urbanas.
Os equipamentos urbanos importantes; 8 clubes, biblioteca principal e
ramais, centro municipal de artes, museu ferroviário, sambódromo , zoológico
municipal , setor comercial com calçadão parcialmente coberto, galerias,
Aeroporto.
Cinco universidades ; UNESP, USP, ITE, USC E UNIP, com uma população
acadêmica de mais de 10 000 estudantes.
O setor secundário representado-se por 615 indústrias, empregando
aproximadamente 21.000 pessoas, há na cidade 3 distritos industriais.

Articulação Geoeconômica de Bauru.

A cidade faz divisa com os municípios de Avaí, Piratininga, Arealva,


Reginopólis, Pederneiras, Duartina e Agudos (fig.1). Por outra parte, o governo de
Bauru (Região administrativa) faz divisa com os seguintes governos regionais ; Jaú,
Marília, Lins, Botucatu, Ourinhos, Araraquara e Avaré.
A posição da cidade faz dela um entrocamento rodo-ferroviário de
importância no Estado de São Paulo, especificamente no interior do Estado
O complexo hidroviário Tiête-Paraná ajusta-se a dinâmica econômica de
Bauru, sendo que o porto intermodal de Pederneiras dista aproximadamente 25 Km,
do mesmo modo, que as instalações mais próximas do gasoduto Brasil-Bolívia está
distante aproximadamente 100 Km. Essas infra-estruturas instaladas, projetam
investimentos e desenvolvimento para os lugares que acompanham suas influências
. No caso de Bauru instila-se a expectativa que esses conseqüentes investimentos
gerados por esses equipamentos poderá incrementar maior crescimento
econômico do município.

FIG1

A espacialização histórica da Zona Sul

Historicidade de Bauru e o processo de ocupação da Zona Sul da cidade.

O povoamento da cidade inicia-se a partir de 1884 na área que corresponde


hoje a rua 1° de Agosto (sentido L-O) e Araújo Leite (sentido N-S) próximo ao Rio
Bauru (rio que na atualidade corta a cidade ao meio). Esse primeiro núcleo de
povoamento denominava-se patrimônio. Já em 1886, a cidade passa a ser sede de
município.
Entre os anos de 1905 e 1910 acontece a implantação das estradas de ferro
Noroeste e Sorocabana, todas inerentemente passando por Bauru e localizando
suas estações e oficinas próximo ao núcleo inicial de povoamento. Esse fato
desencadeará uma evolução econômica e urbana rápida, por conta não só do
entroncamento ferroviário (transporte de passageiros e cargas) que na cidade
passa a existir, mas fundamentalmente em relação as atividades econômicas de
prestação de serviço que desenvolve-se entorno principalmente da estação da
Ferrovia Noroeste ( ligação Bauru à Corumbá- MS).
De encontro a questão espacial , as ferrovias proporcionam a construção de
bairros de moradia ou bairros operários, sendo eles a Vila Falcão, Vila Cardia e mais
tarde a Vila Antarctica, ambos localizados nos setores Oeste e Leste, entre o núcleo
de povoamento inicial, que a partir da instalação das estações ferroviárias, passa a
identificar-se como área central e comercial da cidade..
Não obstante , os terrenos mais próximos a área core da cidade evidenciam
seu alto custo, e apresentam melhores instalações quanto ao equipamento urbano.
Em razão da dinâmica de loteamentos iniciada na década de trinta,
configura-se maior ocupação da periferia da cidade. De modo que a área Sul
destacar-se-á por agrupar as famílias mais abastadas da cidade. A construção de
escolas e hospitais, valoriza ainda mais esses terrenos, determinando a ocupação
de famílias com maior faixa de renda.
Surge então uma diferenciação espacial e social em relação a outras áreas
da cidade, que é incentivada pelo poder público, que desloca maiores
investimentos em infra-estrutura na área Sul. De maneira que na década de trinta,
essa área acolherá o Aeroporto da cidade e escolas, como o 1° e 2° graus Ernesto
Monte, uma das primeiras escolas da cidade.
Na década de sessenta nota-se a maior crescimento espacial do solo na
Zona Sul da cidade , aparecendo o Jardim Estoril e grande número de construção
no Altos da cidade, sendo conhecidos como bairros nobres da cidade.
Pertinente a ocupação e o status espacial estabelecido na área Sul, tem-se
o quadro natural diferenciado das outras regiões de Bauru. A área Sul da cidade e
um dos recortes topográficos mais elevados da cidade e moderadamente
aplainado, encerrando menores probabilidades de danos causados por enxurradas
e enchentes. De igual forma, que os investimentos sociais favoreceram a
ocupação da Zona Sul, o sítio privilegiado torna-se um dos fatores dessa ocupação
por parte das camadas sociais mais altas, como analisou os pesquisadores do
Centro de Estudos Geográficos Prof. Aroldo de Azevedo (1971) ;
“Quanto ao processo de ocupação das áreas
urbanas de Bauru, desde sua formação, notamos sempre que a cidade se
expandiu para o sentido Sul – Altos da Cidade, devido ao sítio mais favorável
(morfologicamente)”

O forma e o processo de ocupação da Zona Sul (Fig.2), manteve-se


diferenciado no devir histórico de Bauru, Por seu lado, essa diferenciação deu-se
também com as atividades terciárias em relação também a outros lugares da
cidade.

FIG2

A descentralização terciária para Zona Sul

Os equipamentos ferroviários e a própria lavoura foram os impulsionadores


para o desenvolvimento econômico e evolução urbana da cidade, caracterizando
Bauru, como entreposto comercial. Surgindo inicialmente casas comerciais como
armazéns de secos e molhados, armarinhos e vendas de bebidas. E
complementando depois a essas atividades, as casas de vestuário, calçados e
artigos de primeira necessidade.
Por outro lado, a partir dos anos trinta esses equipamentos ferroviários e a
própria lavoura de café, produto cujo escoamento dependia dos trens que saiam
de Bauru começam a entrar em decadência, por conseqüência, passam a ter
menor importância para o crescimento econômico da cidade.
Em contrapartida a variedade e razoável quantidade de serviços e
estabelecimentos comerciais instalados na cidade , em contraste com outras
cidades da região em lento processo de paralisação econômica, além de uma
população em constante aumento, continuará a subsidiar o desenvolvimento da
cidade , imprimindo um crescimento econômico e populacional contínuo.
De maneira que houve acréscimo de sua população e irremediavelmente
uma evolução espacial (bairros, loteamentos) determinou-se também, por está
razão , uma expansão quantitativa e espacial das atividades terciárias da cidade.
Considerando essas atividades, em 1950 existia 380 estabelecimentos
comerciais para uma população de 51.734, em 1960 eram 604 estabelecimentos
comerciais para uma população de 91.028 habitantes, já no ano de 1980 a cidade
era equipada com 2039 estabelecimentos comercias com uma população total
(urbana e rural) de 109.318 habitantes.
Inicialmente, o comércio da cidade agrupou suas atividades primeiramente
nas áreas de povoamento inicial, determinando-se aí o centro comercial tradicional
de Bauru. Convergindo para essa área, grande fluxo de pedestres e veículos. Além
da fixação de trabalhadores do circuito informal.
Doravante, a expansão do centro tradicional direcionou-se para ruas mais
ao Sul, como as ruas Bandeirantes , 15 de Novembro e chegando até a Avenida
Duque de Caxias, avenida que inicia a Zona Sul da cidade . No entanto, as ruas
mais ao norte e oeste do core comercial, como a Presidente Kennedy e Monsenhor
Claro respectivamente, transformaram-se em áreas opacas enquanto áreas
terciárias, ou seja, não possuindo o mesmo desempenho e volume de atividades,
quanto as ruas mais ao Sul.
Já no início da década de setenta notava-se essa descentralização do
comércio em relação à sua área tradicional de forma mais marcante, convertendo
estabelecimentos comerciais para áreas próximas a avenida Duque de Caxias e
Altos da cidade, atendendo assim a classe média e alta dessa área da cidade.
Especificamente essas atividades estavam ligadas ao consumo imediato
(açougues, padarias e supermercados) fixando-se entre as ruas Azarias Leite, Célio
Daibem e Avenida Duque de Caxias, a partir do adensamento de tráfego nas
transversais (principalmente da Azarias Leite à Saint Martin) do centro tradicional e
cujas continuações atravessavam a o setor Sul da cidade, o comércio começa-se a
fixar de maneira emergente na Zona Sul tornando-se irreversível com o crescente
fluxo do eixo viário da Avenida Duque de Caxias e Nações Unidas
Nos início dos anos noventa a Zona Sul já se consolida como área
descentralizada comercialmente e diametralmente em processo contínuo de
expansão. Uma área cuja a paisagem moderna e sofisticada aliada ao alto padrão
residencial do lugar, contrasta-se com o centro tradicional, que embora
consolidado, necessita de um plano de revitalização infra-estrutural e arquitetônico,
pois sua paisagem não mais transmite a modernidade estética e espacial que
acompanha a Zona Sul. Tratado de forma cronológica a expansão do comércio e
serviço da cidade, e da própria ocupação urbana, percebe-se que a Zona Sul
comporta-se como um espaço diferenciado das outras áreas da cidade. Por seu
turno, fatores espaciais se somaram a essa dinâmica diferenciadora.
Sob este enfoque, o fator proximidade e ligação com o centro comercial da
cidade, tendo vista o seu adensamento terciário e a posterior procura por áreas
menos densas (como por exemplo: áreas para estacionamento e circulação menos
densa) inicialmente favoreceu uma expansão natural, mais, o fator da própria
evolução urbana que a cidade vem conhecendo, projetando maior ocupação
demográfica e espacial da cidade.
Assim, esses vetores espaciais e o fato da área Sul historicamente privilegiar-se
na aquisição de equipamentos urbanos e ser constituída de moradores predispostos
a maior consumo, em razão da maior faixa de renda. Transformam a Zona Sul, em
uma área vantajosa, não só a instalação residencial como oportunamente para a
fixação de atividades terciárias.
Determina-se que os hábitos de consumo dos próprios moradores
caracterizado pela uma alta faixa de renda propicia maior demanda de consumo
e produz inerentemente uma paisagem urbana coadunada com esse perfil. Nessa
lógica os estabelecimentos terciários se ajustam a demanda e incrementam-se em
sofisticação (vitrines e espaço interno) e acabam também atraindo consumidores
de outras áreas da cidade, já que a emergente área é mais uma opção de
consumo e lazer.
Uma vez que esses fatores tornam-se concatenados percebe-se então, o
sentido explicativo para essa descentralização em termos de preferência espacial
por parte do setor terciário, ou seja, uma paisagem humanizada que se ajusta a
lógica do mercado, encontrando infra-estrutura, consumidores e autonomia em
relação ao poder público.
A espacialização Terciária na Zona Sul

Entorno terciário da vila Assunção (SESI)

Este entorno terciário insere-se entre a área predominantemente residencial


(Vila Assunção e Santa Clara) e zona predominantemente comercial no entorno do
clube e escola SESI (Serviço Social da Indústria), de modo geral a área focalizada é
parte da área urbana velha de Bauru , próxima a antiga estrada de Ferro
Sorocabana e os bairros nobres da cidade (Jardim Estoril e Altos da cidade), é
também a área onde deu-se as primeiras instalações terciárias na Zona Sul.
Todas as suas ruas no sentido Norte-Sul oferecem acesso ao centro
tradicional como também com as áreas mais afastadas da Zona Sul, destacando a
rua Quintino Bocaiúva e Rubens Arruda com essa função.
As ruas dessa área da Zona Sul apresentam pouco fluxo de veículos e
pedestres, exceção a essa rotina é uma pequena aglomeração de
estabelecimentos terciários que se encontram na rua José Aiello, Dr José Lisboa Jr,
Rubens Arruda e Quintino Bocaiúva estas duas últimas até a intercessão com a rua
Joaquim da Silva Marta, ruas que circundam o clube escola SESI
Tabela 2 Quantidade de estabelecimentos terciários na área entorno do clube e
escola SESI- Bauru - 1998

Gênero de estabelecimentos N° de estabelecimentos %


Alimentos e refeição 8 25.08
Consultórios e clínicas 5 16.12
Estética e beleza 4 12.90
Escritórios, corretoras e consult. 3 9.97
Papelaria, livraria e similares 3 9.97
Estab. de jogos e entretenimento 2 6.45
Assistências técnicas 2 6.45
Prédios públicos e associações 1 3.22
Outros 3 9.97
Total 31 100%

Pela tabela 2 percebe-se poucos estabelecimentos, com destaque os


estabelecimentos ligados a refeição e alimentação que se representam por bares
e empórios com aspecto decadente, marcando visualmente essa paisagem, e o
clube e escola do SESI onde orbita em seu raio cinco gêneros de serviços ligados a
clinica e consultório mais especificamente oferecendo serviços psicológicos. Já os
serviços de estética e beleza apresentam fachadas pouco sofisticada. No geral são
estabelecimentos simples agarrando-se ao fluxo de veículos e pedestres que nessa
área tem um maior aumento.
Corredor terciário da Avenida Duque de Caxias

É uma avenida que corta a cidade no sentido de ligação das zonas Leste,
Oeste e a própria zona Sul. Também é a artéria que divide a zona Sul do centro
tradicional da cidade, cruza com todas as transversais de atividade terciária entre
as ruas Saint Martin e Azarias Leite.
Por fazer o papel de via de interligação de várias áreas da cidade, nela aflui
grande fluxo de automóveis e pedestres
Direcionamos o estudo para a parte da avenida que delimita a Zona Sul,
embora quase toda a sua extensão seja ocupada por estabelecimentos
comerciais, existindo pouca ocupação residencial, daí sua classificação de
corredor terciário.

Tabela 3 Quantidade de estabelecimentos terciários da Avenida Duque


de Caxias – Bauru – 1998

Gêneros de estabelecimentos N° de estabelecimentos %


Alimentação e refeição 21 12.65
Escritórios, corretoras e consult. 20 12.04
Artigos de informática 13 7.83
Clínicas e consultórios 9 5.42
Art. comunicação e telefonia 8 4.81
Papelaria, livraria e similares 7 4.21
Máquinas e equipamentos 7 4.21
Assistências técnicas 6 3.61
Art. de presentes e conveniência 6 3.61
Tecidos e confecção 5 3.01
Estab. de jogos e entretenimento 5 3.01
Art. de som e televisão 5 3.01
Materiais de construção 5 3.01
Agência e revendas de veículos 5 3.01
Boates e casas noturnas 4 2.40
Posto de combustível 4 2.40
Autopeças 4 2.40
Beleza e estética 3 1.80
Móveis e decoração 3 1.80
Estab. Bancários 3 1.80
Outros 23 13.85
Total 166 100%

Partindo para a descrição das atividades terciárias com o apoio da tabela 3,


a maioria dos estabelecimentos são ligados a atividades de bares, restaurantes e
lanchonetes, no que denominamos de gêneros de alimentos e refeição, essas
atividades não estão concentradas, se distribuindo ao longo da extensão da
avenida. O mesmo acontecendo com os 12% de escritórios, corretoras e
consultorias, a maioria ligada de maneira especifica a atividade de advocacia e
imóveis.
Como em toda a área da zona Sul, povoa nessa avenida estabelecimentos
direcionados a clínicas e consultórios, todos de iniciativa particular.
Partindo da quadra 2 à quadra 20 os estabelecimentos fornecedores de
artigos de informática, telefonia e comunicações indicam grau mais especializado
da avenida, fato é, que na altura da quadra 8 onde fixa-se o prédio da TELESP,
orbita lojas especializadas em telefonia celular e linhas telefônicas convencionais.
A Avenida que apesar da grande quantidade de estabelecimentos
comerciais e o fluxo de trânsito intensivo , não apresenta espaços para
estacionamento ou baias para veículos e ônibus coletivos. O desenvolvimento da
zona Sul quanto as atividades terciárias e o volume maior de fluxo de trânsito, já
providencia estudos para seu redimensionamento ou estudos na área de
engenharia de trafego para a estabilização de seu fluxo.

Corredores terciários entre ruas Azarias Leite e Saint Martin

A princípio são oito ruas transversais que partem da rua Azarias Leite a Saint
Martin e que cruzam as referenciais da Av. Duque de Caxias e com Av. Rodrigues
Alves, está última localizando-se no centro tradicional, também fazem parte dessa
área estudada o miolo de ruas e praças que fixa-se entre as transversais citadas.
Na carta de zoneamento da cidade , está área divide-se em zonas
predominantemente a estritamente residencial, nessa área ergue-se residências de
classe média e alta. O fluxo no trânsito tende a aumentar a partir da Azarias Leite
para a Gustavo Maciel e Av. Getulio Vargas .
Uma característica fundamental é o grau de animação que adquire a
Gustavo Maciel e seu prolongamento com Av. Getulio Vargas nas noites de Quinta-
feira a Domingo, constituindo ao longo dessas vias e principalmente entre a Praça
Portugal e Av. Getulio Vargas pontos de encontro da juventude bauruense.
Quanto a constituição do seu equipamento terciário observado na tabela 4,
os estabelecimentos ligados a escritórios particulares são a maioria com mais de
17% do total de estabelecimentos, sendo a rua Antônio Alves e Araújo Leite as
maiores depositárias desse gênero de serviço. Com 15% de estabelecimentos
prestando serviços na área da saúde particular, destaca-se as ruas Virgílio Malta e
Azarias Leite como ruas especializadas a esses serviços.
O gênero de produtos e serviços ligados a alimentação e refeição,
pulverizam-se em todo o miolo dessa área da zona Sul, por ora, as artérias
coligadas da Gustavo Maciel e Getulio Vargas concentram forte atividade de
bares e choperias , apresentando maior movimento nos períodos noturnos.
As lojas de roupa e calçados, no geral representam em torno de 17% das
atividades comerciais da área, apresentando vitrines e interiores sofisticados e
roupas geralmente de griffies . Não existem lojas de grande varejo ou lojas de
departamento, o que se encontra com facilidade no centro tradicional, são lojas
que atendem de forma personalizada.

Tabela 4 Quantidade de estabelecimentos terciários entre Azarias Leite e Saint


Martin – Bauru - 1998

Gênero de estabelecimentos N° de estabelecimentos %


Escritórios, corretoras e consult. 69 17.33
Clinicas e consultórios 60 15.07
Alimentos e refeição 47 11.80
Tecidos, confecções e calçados 31 7.78
Móveis e decoração 29 7.28
Farmácia e art. Laboratoriais 17 4.27
Estab. ensino particular 17 4.27
Art. De presentes e conveniência 16 4.02
Artigos de informática 14 3.51
Estética e beleza 13 3.26
Assistências técnicas 11 2.76
Papelaria, livraria e similares 11 2.76
Estab. públicos e associações 8 2.01
Estab. bancários 6 1.50
Óticas e relojoarias 5 1.25
Agencias de viagens 4 1.00
Art. Importados 4 1.00
Clubes e academias 4 1.00
Posto de combustível 3 0.75
Pet shop 3 0.75
Garagens de veículos 2 0.50
Agências e revenda de veículos 2 0.50
Supermercados 2 0.50
Galerias comerciais 2 0.50
Outros 18 4.52
Total 398 100%

Os estabelecimentos de móveis e decorações que são em torno de 17% das


atividades comercias desse miolo da zona Sul, dão ênfase a estilos e produtos de
alta qualidade , verificando-se pelo grau de ostentação e apresentação dessas
lojas, obviamente associando-se o consumo desses produtos a uma população de
alta renda, que se encontra na sua maioria na zona Sul.
Alguns estabelecimentos acentuam ainda mais a característica terciária
para da Zona Sul, como a recente e crescente fixação de bancos e empresas
ligadas ao ramo financeiro, a maioria instalando-se em torno da interligação Praça
Portugal, Gustavo Maciel e Av. Getúlio Vargas. Outras atividades destacam, a
modernidade, quanto a atividades desenvolvidas, como estabelecimentos ligados
ao ramo da informática e artigos importados.

Corredor terciário da Av. N. Sra. de Fátima

A avenida N. Sra. de Fátima é uma via larga , que funciona como coletora
de tráfego das vias próximas e menos movimentadas, interliga os bairros extremos
da Zona Sul, como o Jardim Estoril, Jardim América e Jardim Europa. Em torno da
avenida existe a concentração de prédios residenciais , sendo uma das áreas da
cidade onde evidencia-se o processo de verticalização em locais residenciais.

Tabela 5 Quantidade de estabelecimentos terciários da Av. Nossa Senhora de


Fátima Bauru - 1998

Gêneros de estabelecimentos N° de estabelecimentos %


Alimentos e refeição 16 27.58
Art. de presentes e conveniência 9 15.51
Materiais de construção 7 12.06
Assistências técnicas 5 8.62
Estab. de ensino particular 4 6.89
Clínicas e consultórios 4 6.89
Papelaria, livraria e similares 4 6.89
Farmácia e art. Laboratoriais 3 5.17
Outros 6 10.34
Total 58 100%

Embora sejam bairros cujo zoneamento é classificado como


estritamente residencial, a avenida quebra essa regra, como observa-se na tabela
5, pelo número expressivo de atividades de comércio e serviços, sugestionando um
comércio local em possibilidade de franca expansão, face a proximidade com os
corredores da Gustavo Maciel e Getúlio Vargas e demais áreas de adensamento
terciário da Zona Sul, além é claro do próprio adensamento populacional por conta
da verticalização nessa área , fluindo maior número de consumidores.
Nota-se pela tabela, a concentração de atividades direcionadas a gêneros
de alimentação e refeição, especificamente estabelecimentos de mini-mercados e
padarias. Mais de 15% das atividades comerciais vincula-se a venda de miudezas
convencionais e presentes. Relevante é o número de lojas de materiais de
construções, resultado da nítida expansão de construções e reformas que existe
nessa área.
No geral, os estabelecimentos atendem a um comércio que no momento
atende a um pequeno varejo, amplamente direcionado a consumidores da
comunidade local.

Terciarização da Avenida Octávio Pinheiro Brizola

A avenida Octávio Pinheiro Brizola é uma via de sentido Norte-Sul e interliga-


se parcialmente com o corredor terciário da Av. Duque de Caxias e dá acesso total
a área do Shopping Center que é outro local de concentração de atividades
terciárias, além disso, a mesma área está bem próxima do corredor terciário da Av.
Nações Unidas e do miolo terciário entre Getúlio Vargas e Saint Martin.
O fluxo de veículos é intenso, a paisagem da rua é composta na maioria por
residências com padrão de classe média e alta.
Como se observa na tabela 6, a maioria das atividades comerciais é
direcionada para serviços médicos e odontológicos, respondendo por quase de
35% das atividades dessa artéria, à seguir fixa-se escritórios de empresas e seguros
com 16% das atividades da artéria. Verifica-se a pouca concentração de
atividades, sendo que os estabelecimentos mantém-se descontínuos ao longo das
quadras.
Tabela 6 Quantidade de estabelecimentos terciários da Av. Octávio Pinheiro Brizola
– Bauru - 1998
Gêneros de estabelecimentos N° de estabelecimentos %
Clínicas e consultórios 15 34.88
Escritórios, corretoras e consult. 7 16.27
Alimentação e refeição 6 13.95
Farmácia e art. laboratoriais 4 9.30
Estab. ensino particular 3 6.97
Artigos de informática 3 6.97
Outros 5 11.62
Total 43 100%

Ao observar o circuito terciário dessa artéria, dá-se como relevante o


Campus da Universidade de São Paulo em Bauru, mais especificamente a
faculdade de odontologia de Bauru (FOB-USP) e o Hospital de Lesões Lábio -
Palatais (HPRLLP-USP), equipamentos localizados na avenida.
Essas unidades formam um equipamento terciário público, pela sua
capacidade de formação de profissionais que mais tarde trabalharam na área da
saúde e finalmente pelos serviços que presta a população local, segundo o mini-
censo pesquisado por FRONTERA (1997) , 98% dos pacientes são da própria cidade,
ligados a deficiências auditivas, linguagem, visual e fissuras labiais, porém está
unidade vem prestando serviço descentralizado a outras partes do País.
A avenida Octávio P. Brizola é uma artéria em franca expansão para
atividades terciárias, e entendemos que o motivo para esse crescimento deva-se a
própria expansão da área comercial que circundam essa avenida, como a área
terciária do Shopping Center, Nações Unidas, Duque de Caxias e demais áreas da
Zona Sul.

Corredor terciário da Avenida Nações Unidas

É uma artéria de grande extensão, a paisagem urbanística de suas últimas


quadras, que salta os olhos, fez dessa avenida um dos principais cartões-postais da
cidade. Quanto à sua descrição trabalhamos com a maior parte de sua extensão,
do começo da avenida até o trecho que se insere na área pesquisada, em um
total de 34 quadras.
Inicialmente caracteriza-se pela volumosa atividade terciária, tanto nos
trechos que corresponde as áreas de zoneamento comercial, como seu trecho
que corresponde-se na Zona Sul , tido como zoneamento residencial.
O trecho que insere-se em zoneamento comercial pertence a uma das
primeiras áreas de povoamento da cidade as residências tem traços mais antigo, e
é constituída de classe média, por outro lado, o trecho inserido na zona sul é
nitidamente composta pelas classes média e alta com moradias térreas de traços
sofisticados e por modernos prédios residenciais.
Essa artéria cruza com as principais ruas e avenidas terciárias da cidade, a
avenida corta a cidade no sentido sul-norte e devido a essa articulação viária, nela
aflui grande quantidade de ruas, proporcionando à avenida grande volume de
fluxo de automóveis.
Destacando a tabela 7, nota-se o grande número de estabelecimentos
ligados a refeição, isto é, lanchonetes e restaurantes. Estes indo dos mais sofisticado
como a lanchonete Mc Donald’s até o espaço ocupado pelo Lanchodromo (meia
quadra reservada a 30 barracas de lanches) agrupadas em espaços reduzidos e
pouca infra-estrutura. Outra marca dessa avenida é o grande número de agências
de veículos , sendo a maioria chamada de estacionamento, especializadas na
venda de carros usados.

Tabela 7 Quantidade de estabelecimentos terciários da Av Nações Unidas – Bauru


1998

Gênero de estabelecimentos N° de estabelecimentos %


Alimentos e refeições 66 38.38
Agência e revenda de veículos 37 21.52
Autopeças 11 6.40
Art. de construção 7 4.07
Boates e clubes noturnos 6 3.49
Estab. De ensino particular 5 2.91
Hotéis e pensões 4 2.32
Assistências técnicas 4 2.32
Máquinas e equipamentos 4 2.32
Estab. Públicos e secretarias 3 1.74
Tecidos, confecções e calçados 3 1.74
Supermercados 3 1.74
Posto de combustíveis 3 1.74
Estab. Bancários 2 1.16
Art. Comunicação e telefonia 2 1.16
Som e eletrônica 2 1.16
Outros 10 5.81
Total 172 100%

É uma avenida com um longo período de atividade , tendo uma marca mais
comercial no período diurno e animação e entretenimento a noite, principalmente
nos dias de Quinta-feira a Domingo quando transforma-se em um espaço
nitidamente convergente, ou seja, pessoas de variadas partes da cidade
freqüentam seus bares , restaurantes, boates ou simplesmente passeiam de carro
avistando às luzes e movimento da avenida.
As atividades culturais e educacionais também imprimem maior
personalidade terciária para avenida, nela fixa-se um anfiteatro e o teatro
municipal, além de estabelecimentos de ensino técnico como SENAC (Serviço
Nacional de Aprendizagem do Comércio) , escolas de idiomas e tradicionais.
Por último o trecho localizado em área próxima ao centro tradicional apesar
da constante atividade terciário diurna não apresenta o mesmo grau de atividade
noturna que a extensão seqüencial da zona sul, onde a paisagem urbana e
estabelecimentos terciários são mais dinâmicos e em constante transformação.
Shopping Center e seu entorno terciário

O espaço do Shopping Center de Bauru e a área que está em sua volta, são
uma parte especial na descrição do aparato terciário da Zona Sul. PINTAUDI (1992)
oferece a seguinte definição para o que é um Shopping Center;

(...) Um empreendimento imobiliário de iniciativa privada que


reúne, em um ou mais edifícios contíguos, lojas alugadas para
comércio varejista ou serviços. Distingue-se umas das outras não
somente pelo tipo de mercadoria que vendem (o tennant Mix,
planejado pela empresa prevê a presença de várias lojas do mesmo
ramo para permitir a compra por comparação), como também por
natureza distinta (lojas-âncora e lojas de comércio especializado e
serviços que podem ou não pertencer a redes) 3.

O Shopping Center fixa-se em área de perfeitas condições estratégicas,


instalado em 1989, localizando-se na Zona Sul, área já tida como nobre e de densa
ocupação. O prédio está intimamente próximo a rodovia Marechal Rondon,
corredor terciário da Av. Nações Unidas e a Avenida Octávio Pinheiro Brizola. Além
dessa situação geográfica privilegiada, ergue-se num dos espigões topográficos
mais altos da cidade e distante de menos de 200 metros do aeroporto da cidade.
Possui amplo estacionamento o que já é um atrativo para os consumidores,
seu quadro de lojas ou seu Mix é apresentado na tabela 9, abaixo, resumida em
nossa generalização.

Tabela 8 Quantidade de estabelecimentos terciários do Shopping Center – Bauru -


1998

Gêneros de estabelecimentos N° de estabelecimentos %

3
Tecidos, confecções e calçados 57 56.54
Alimentos e refeição 15 14.85
Art. presentes e conveniência 8 7.92
Art. de brinquedos 3 2.98
Estab. de jogos e entretenimento 3 2.98
Perfumaria 3 2.98
Ótica e relojoaria 3 2.98
Papelaria, livraria e similares 2 1.98
Art. caça e pesca 2 1.98
outros 5 4.95
Total 101 100%
Fonte : adaptação sobre Mix do Bauru Shopping, 1998

Os artigos de roupas, calçados são a maioria. O Shopping Center direciona


aos consumidores a compra por comparação (há mais de uma loja por ramo) ,
estas lojas possuem todos os artifícios, para estimular o máximo possível o consumo,
como a luxuosidade de suas vitrines.
Os dias de maior movimento são de Quinta-Feira ao Sábado, o fluxo de
pedestre ao contrário do trânsito de veículos é baixo, face a distância dos bairros
populares e do centro tradicional, sendo que esse fluxo, isto é, as pessoas que não
possuem veículos, é alimentado por ônibus coletivos. Em torno de 40% de seus
consumidores são da região e 25000 pessoas em média costumam visitar
semanalmente o Shopping Center.
Por outro lado, a fixação do Shopping Center nessa área, que antes da sua
inauguração era totalmente vazia, vem na atualidade transformando-se
radicalmente em um espaço fortemente terceirizado. Por conta do surgimento de
novos estabelecimentos terciários, como sugere a tabela 9;

Tabela 9 Quantidade de estabelecimentos terciários do entorno do Shopping Center


Bauru 1998

Gênero de estabelecimentos N° de estabelecimentos


Hipermercado* 1
Ótica e relojoaria 1
Hotéis e pensões 1
Distribuidora e atacado 1
Clínicas e consultórios 1
Ambulantes 3
* Supercenter Wal Mart
A recente fixação de uma empresa multinacional do ramo de hipermercado
(supercenter Wal-Mart) 4, que comercializa 55000 itens de produtos e emprega 500
funcionários diretos , proporciona a expectativa de que nos próximos anos, esta
área apresente o maior foco terciário da cidade. Atraindo mais empresas e
consumidores, todavia, acrescenta-se que sendo uma área bem situada
geograficamente, o efeito de atração de consumidores de outras cidades
invariavelmente aumentará, adicionando-se maior efeito polarizante da
cidade bauruense.

Conseqüências do processo de terciarização da Zona Sul

Os efeitos da terciarização na infra-estrutura da Zona Sul

A evolução urbana de Bauru desencadeia em algumas de suas áreas a


transformação de paisagens residenciais por paisagens que resultam de novas
dinâmicas imobiliárias e comerciais, ou seja, não é só a comercialização do espaço
mas, igualmente a transformação destes.
A Zona Sul experimenta essa substituição, de um quadro predominantemente
residencial para um quadro que na atualidade é misto de bairros de moradia e de
4
modernas áreas comerciais . Essa notação não chega a ser uma novidade na
história da Zona Sul, no que sugere a expansão de atividades terciárias para essa
área. Por outro lado, essa alteração passou de lenta para uma rápida
efervescência terciária, não só pelo acúmulo de atividades comerciais e prestação
de serviços, mas também, pela maneira que espacializou-se essas atividades.
O acréscimo de atividades terciárias, adicionado ao atual processo de
verticalização (construção de prédios residenciais) na Zona Sul, provocou maior uso
e demanda de serviços ligados a infra-estrutura, em conjunção com a própria
sustentação desse processo de urbanização.
Torna-se como resultado desse processo o aumento da infra-estrutura do
local, o que invariavelmente determina medidas de feitio administrativo para dar
conta de toda a necessidade dessa população, uma vez que a iniciativa privada
apesar de comercializar o espaço nada se responsabilizará pela manutenção do
espaço urbano.
Na verdade essas medidas de ampliação de serviços urbanos já se efetivam,
por parte da gestão pública tais como; ampliação dos serviços elétricos, telefonia,
fornecimento de água , segurança extensiva e tráfego.
É certo, que essas demanda de serviços infra-estruturais são como um
termômetro de crescimento econômico da cidade. Todavia, alguns desses serviços
quando limitados na fonte, podem levar ao que preferimos designar de
desigualdade intra-urbana. Projetando como exemplo, a ocorrência de
deslocamentos de contigentes ligados a segurança e policiamento que podem
assim deslocar-se de outras áreas para à Zona Sul, ou seja, fechando uma lacuna e
abrindo outras no interior do espaço urbano.
Com adição do processo de terciarização na própria Zona Sul, esse
problema de desigualdade intra-urbana pode ser sentido de maneira ainda mais
acentuada, tomando como base o fortalecimento microeconômico da Zona Sul,
sugestionando para a gestões administrativas, maiores doses de investimento a essa
área em potencial.
Neste ponto, não se pretende julgar negativamente o processo de
terciarização e urbanização na Zona Sul, e mesmo para o conjunto da cidade.
Com efeito, o que se pretende é advertir para um limite possível de equilíbrio
quanto a doses de investimentos a outras áreas da cidade no sentido de não
diminuir programas e melhorias na área social, tão importantes às áreas mais
carentes.
Debruçando-se ainda sobre a conjuntura infra-estrutural da Zona Sul, nota-
se progressão contínua de atividades comerciais ao longo de artérias, produzindo
diametralmente maior fluxo de tráfego motorizado. Nota-se que essa dinâmica vem
causando em dias e horários de maior movimento algum grau de
congestionamento e problemas análogos ao centro tradicional da cidade, como a
falta de vagas de estacionamento e intranqüilidade ambiental ao moradores .
Avenidas como a Getúlio Vargas e Duque de Caxias progressivamente vem
acumulando maior volume de tráfego fazendo com que a fluidez do trânsito seja
cada vez menor, tornando necessário a redefinição e articulação dessas artérias
com o fim controlar o fluxo viário, diminuindo assim as possibilidades de
engarrafamento e acidentes de trânsito.
De certo, administrar o automóvel na cidade não só envolve a necessidade
de diminuir problemas de trânsito e acidentes, mas também torna-se fundamental
executar medidas que diminuam o nível de deterioração das artérias, dando
atenção também ao consumo de combustível e tempo do usuário. Enfim
acompanhando e controlando os níveis de poluição sonora e do ar, o que destaca
o grau de qualidade de vida da cidade.
Como foi visto anteriormente, a Zona sul evidencia uma maior taxa de
urbanização (aumento da população, equipamentos urbanos e verticalização) em
contraste com o resto do conjunto urbano da cidade, com o processo de
terciarização em rápida expansão, isto acaba se apresentado mais como um
anacronismo urbano que uma tendência controlada, ainda resultando de sobra,
conseqüências ambientais negativas.
Nesse caso, entendemos a prática de um planejamento urbano, porém,
rigidamente conjugado com o poder público, no que tange as medidas decisórias
e que possa trabalhar com projeções, não só para dar conta dos problemas e
necessidades de uma cidade em continua expansão. De modo a ser um
instrumento para o equilíbrio social e econômico em ambiente intra- urbano.
Especificando o comportamento residencial sob efeito de novos agentes urbanos

Não obstante, o efeito da espacialização terciária na zona Sul revela outras


facetas além das questões infra-estruturais acometidos pela urbanização e o efeito
incluso da terciarização. Incluem-se, os transtornos que se geram a partir da vida
residencial em contraposição a agitação da vida comercial.
Muitas das atividades terciárias da zona sul, relacionam-se a bares, boates e
casas de diversão, atividades que apresentam maior grau de animação,
determinando-se assim, fluxos maiores de veículos e pedestres, tomando como
exemplo novamente a avenida Getúlio Vargas e Gustavo Maciel, que se destacam
por se transformarem em pontos de convergência por grande parte da juventude
bauruense, tornando essas vias principalmente nos finais de semana, em ruas de
grande movimento e animação.
Todavia, ao mesmo tempo que as atividades terciárias se expandem na zona
Sul, produz-se concomitantemente problemas relacionados ao ambiente dessa
área, tais como: tráfego intenso, barulho até altas horas da noite, lixos e resíduos ao
longo das ruas e calçadas.
Dessa forma a animação enquanto propicia prazer para alguns, implica, por
outro lado falta de tranqüilidade e comodidade a outros, sobretudo aos moradores
da própria área urbana, que invariavelmente recaí como reclamação de forma
mais contundente as questões do barulho e do lixo. É nítido nesse caso que o
planejamento urbano da cidade não se fez eficiente, uma vez que o que deveria
ser seguido pela administração com base na carta de zoneamento da cidade,
quase nada foi notado, já que esta carta não recomenda nenhuma área terciária
na zona Sul.
Decorrente desses problemas ambientais, alguns moradores migram para
outras áreas da cidade ou mesmo para interiores da própria zona Sul, procurando
novos lugares onde possa sentir a presença da tranqüilidade e do silêncio, ou seja,
lugares intocados pela expansão terciária.
Encetando mais argumentos sobre o assunto em questão, convém
ressaltar a existência de áreas no interior da própria zona Sul que guardam certo
nível de tranqüilidade embora a paisagem urbana não seja tão sofisticada e
elegante como outros lugares nobres da própria zona Sul. Aliás, pertinente a essas
áreas encontram-se dois aspectos de importância relevante ; primeiro são áreas
que não apresentam forte articulação com os principais corredores terciários e
segundo, não tem uma população de faixa de renda alta, o exemplo são os
bairros do Jardim América e Jardim Europa que fazem divisa com o perímetro rural.
Isto apresenta o quão relacionado está o processo de terciarização da zona
Sul, envolvido com o poder aquisitivo de certo grupo da população.
Acrescenta-se que a substituição de espaços residenciais por espaços
comerciais é algo irreversível. Primeiro devido ao status comercial que a zona Sul
vem adquirindo na percepção dos empreendedores. De outra forma as próprias
imobiliárias e construtoras tornam o mercado de imóveis da Zona Sul um atrativo de
investimentos, valorizando terrenos próximos a artérias comerciais e dirigindo a
iniciativa da construção de prédios comerciais.
Entretanto a função de moradia da Zona Sul não é totalmente eclipsado
pela terciarização. Mesmo que o processo de terciarização da Zona Sul force não
só a substituição de áreas residenciais para áreas comerciais, e ainda imprime a
abertura de novos espaços, como vem acontecendo com o lugar de instalação do
Shopping Center, a paisagem residencial não chega a deixar de existir ou pelo
menos cessar, pois concomitante ao processo de terciarização acontece o
processo de verticalização, este último substitui a residência horizontal pela a
vertical (prédios residenciais). Inclusive há um tipo de simbiose entre os dois
processos (terciarização e verticalização), isto é, prédios que reservam seu andar
térreo para o estabelecimentos de atividades terciárias.
Devemos destacar, um fato importante, e que vem revelando a necessidade
de uma definição em forma de lei orgânica, é o conflito entre moradores de
prédios e demais moradores que vivem em casas vizinhas a prédios, tendo como
ponto de discórdia o problema pertinente a falta de privacidade sentida pelos
moradores de casas.
Por ultimo, apesar do ritmo acelerado do processo de terciarização
ainda torna-se fundamental para a Zona Sul, enquanto, também uma área
residencial, a delimitação e controle de espaços para a tranqüilidade dos
moradores(com relação ao barulho e poluição), como também reserva de áreas
verdes e medidas de diminuição de fluxos de veículos em áreas de grande
movimentação de pessoas como lugares próximos a escolas e hospitais.

CONCLUSÕES
A análise do setor terciário na cidade de Bauru, especificando o fenômeno
de sua descentralização para a Zona Sul, fez com que se desse conta do estudo de
sua organização socioespacial, ou seja, como a historicidade de ocupação do
lugar e sua sociedade, relacionaram-se com o setor Terciário.
De igual forma, ao longo de nossa análise, descortinou-se várias conclusões
que encerram um arcabouço geral do estudo da descentralização terciária para a
Zona Sul, isto é, a maneira de como se estruturou e a maneira de como se
espacializou e por último, quais as conseqüências ultimadas.
Em tempo, a ocupação da Zona Sul foi marcada pela proximidade com o
centro comercial tradicional da cidade e da escolha de um sítio privilegiado, por
esses aspectos, essa área efetivou então sua ocupação por parte de uma
população de alta faixa de renda.
Em um segundo momento, as gestões administrativas determinaram maior
grau de diferenciação, tornando a Zona Sul melhor infra-estruturada em relação a
outras áreas.
Uma vez, que nessa área destacava grupos de moradores com maior poder
de consumo e uma área ao mesmo tempo próxima do centro tradicional, imprime-
se a fixação de alguns estabelecimentos terciários. Sendo que na verdade, a partir
dos anos oitenta, se comprovará o verdadeiro fenômeno de descentralização,
quando a quantidade e o grau de espacialização passa a ser maior.
A espacialização terciária da Zona Sul não acontece nucleada a um só
lugar, mas porém, de forma descontínua, seguindo padrão de algumas vias e
entornos, precisamente espacializando-se a partir de sete lugares e mantendo
interligações com o centro tradicional, descrevendo-se a seguir:
• Entorno terciário da vila Assunção: a maioria da atividades giram em torno do
clube e escola da SESI, lugar de grande concentração e movimentação de
pessoas, no entanto decadente, enquanto aspecto de sua paisagem e em
comparação as outras áreas da Zona Sul.
• Corredor terciário da avenida Duque de Caxias: via de interligação E–W,
apresenta atividades diversificadas, destacando-se estabelecimentos de
refeição e alimentação, escritórios de advocacia e imóveis, ocorrendo quadras
especializadas em informática, telefonia e telecomunicação, via de crescente
fluxo de trânsito.
• Corredores entre Azarias Leite e Saint Martin: vias transversais que são
prolongamentos das que saem do centro tradicional. Área de intensa animação
e tráfego. As atividades são muito diversificadas, especializando-se em sua
maioria por atividades ligadas a escritórios e corretoras, clínicas e consultórios.
São estabelecimentos com alto grau de sofisticação e paisagem que apresenta
prédios novos.
• Corredor Terciário da Avenida Nossa Senhora de Fátima: área de franca
expansão comercial, inserida em área estritamente residencial, direcionando
suas atividades ao comércio local.
• Avenida Octávio Pinheiro Brizola: via de crescente fluxo de trânsito,
evidenciando a fixação de atividades terciárias ligadas predominantemente a
consultórios e clínicas de psicologia e odontologia. Destaca-se nessa avenida o
Campus da USP, com seus vários departamentos.
• Corredor terciário da Avenida Nações Unidas: caracteriza-se pela volumosa
atividade terciária, grau de animação e pelo grande fluxo de trânsito. A maioria
dos estabelecimentos se especializa em atividades de gêneros de refeição,
alimentação e agências de veículos.
• Shopping Center e seu entorno terciário: o prédio do Shopping Center fixa-se em
área de perfeitas condições estratégicas e surgindo como polo de atração de
atividades comercias e prestação de serviços, o que se concretiza em seu
entorno com a recente fixação de grandes empresas. O Shopping é equipado
com 101 estabelecimentos, direcionados em sua maioria por lojas de
confecções e calçados, já em seu entorno aparece um grande hipermercado e
pequeno número de atividades, embora de sinais de crescimento.
O aumento das atividades terciárias e o processo de verticalização na Zona
Sul aumentou sua cota de demanda referente a serviços infra-estruturais (energia,
segurança, água, etc.). Com esse aumento de demanda, gera-se maiores
investimentos por parte da administração pública, afim de suprir está deficiência.
Com base nesse contexto, entende-se que a diferenciação espacial entre as
áreas da cidade pode-se acentuar ainda mais, tanto em relação a ocupação
espacial quanto econômica. Relaciona-se igualmente as conjunturas infra-
estruturais da Zona Sul, os problemas ambientais: poluição sonora e gasosa,
motivados principalmente pelo crescente fluxo de trânsito dessa área e das
atividades terciárias, que geram crescente animação.
A descentralização terciária para a Zona Sul, sugestiona estudo em nível de
organização do espaço, de forma a conciliar essa efervescência terciária, que
invariavelmente resulta em recursos econômicos para o município e por sua vez,
estudos ambientais e espaciais no sentido de viabilizar o crescimento sem distorção.

NOTAS
1
Este artigo, foi retirado de uma monografia, com isso muito do detalhamento da
pesquisa, bem como a maioria dos mapas foi suprimido, não obstante cremos que
a objetividade ficou assegurada.
2 O uso da planilha foi sobre uma adaptação da ficha de identificação terciária
da YUNOVSKY & TOBAR (1968)

3 O termo de corredor ,foi usado primeiramente por CAMPOS FILHO (1992), com a
idéia de vias de grande capacidade de tráfego. No entanto, aproveitamos a
idéia somando-a com a capacidade de instalação terciária.

4 PINTAUDI, Silveira Maria. O Shopping Center no Brasil, condições de surgimento e


estratégias de localização. IN.: PINTAUDI & FRUGOLI (1992), página 16.
5
DREIFUSS (1996) citando números do jornal Gazzeta Mercantil, 05.03.94, ilustra
que a rede Wal-Mart é uma das dez maiores corporações mundiais, com
faturamento em 1994 de 90 bilhões de dólares.
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