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MÉTODOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO DESIGN GRÁFICO NO

ENSINO SUPERIOR

Renato Rodrigues Bueno1

RESUMO

A criação de métodos de aprendizagem baseados em aplicações multimídia


progrediu muito nos últimos anos, constituindo um importante complemento de
aprendizagem, entretanto ainda existem muitas teorias sem aplicabilidade
relevante. O objetivo principal deste artigo é a demonstração de ferramentas de
apoio ao docente da disciplina Design Gráfico e a construção da aplicação
didática através de exemplos práticos que facilitam esse processo de ensino-
aprendizagem. A aplicação inclui exercícios práticos, áudio visuais,
experiências e debates.

Palavras-chave: Docência. Ensino-aprendizagem. Design Gráfico.

1
Designer – Brasília DF, Pós Graduação em Docência do Ensino Superior
E-mail: bueno.renato@gmail.com
1. INTRODUÇÃO

A docência não pode ser exercida por quem não esteja preparado; o professor
deve ter o conhecimento prévio, importa dominar o conhecimento do qual se é
especialista. Este conhecimento somente se dá por intermédio da prática e da
pesquisa: é a teoria e a prática ocupando o mesmo espaço.

A formação docente não é estática, mas um processo constante, permanente.


Hoje um professor de Design Gráfico do Ensino Superior deve ter a capacidade
de pesquisa atrelada à sua atividade, saber muito daquilo que está ensinando,
envolver-se com o conteúdo e entender o processo ensino x aprendizagem.
Tudo isso envolve muita leitura de livros específicos, ressaltando, a área de
Design a cada instante é uma nova descoberta, no entanto atualizar-se é
necessário.

Teoria e prática é uma unidade dialética que deve interagir o tempo todo (Paulo
Freire). A qualidade do ensino está ligada à formação teórica e prática do
professor. “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação
Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando “blábláblá” e a prática
“ativismo” (Pedagogia da Autonomia, p. 22).2

Para que haja uma associação teoria e prática, o professor deve fazer uso de
metodologia, conhecimento e pesquisa. Para haver troca de aprendizagem,
importa que a postura do professor em sala de aula seja dialógica. Professor e
aluno devem ser curiosos e abertos ao aprender e respeitar os saberes
existentes dos dois lados: aluno e professor.

2. MÉTODOS DE ENSINO – APRENDIZAGEM

Cumpre a toda educação ser crítica e reflexiva, permitindo ao ser humano sua
inserção e participação na sociedade. Um professor não deve simplesmente
transmitir os seus conhecimentos ou informações, mas também indicar aos
seus alunos o modo de aprender e procurar o prazer do descobrir. Por isso, o

2
Paulo Freire em sua obra “Pedagogia da Autonomia” trata de forma clara e
objetiva as questões fundamentais da educação, mostrando aos educadores que
podem estabelecer novas relações e condições de educabilidade partindo de seu
conhecimento de apreensão e compreensão. A prática não pode ser mecânica e a
teoria ativista, ou seja, contrária à prática e a sua realidade.
simples ato de aprender deve ser o mais agradável possível, ainda que a
aquisição de conhecimentos exija sempre esforços e dedicação. O uso de
métodos pode ajudar a atingir este objetivo, existem vários, Munari (2001, p. 7)
exemplifica dois:

Existem dois modos de preparar um programa de ensino; falamos


neste caso de escolas de arte. Ha um modo estático e um modo
dinâmico. Ha um modo no qual o indivíduo é forçado a adaptar-se a
um esquema fixo, quase sempre ultrapassado ou, no melhor dos
casos, em vias de ser ultrapassado pela realidade prática de cada
dia. É um outro modo que se está formando aos poucos, modificado
continuamente pelos próprios indivíduos e pelos seus problemas
cada vez mais atuais.

O uso de diferentes formas de interação e de apresentação dos conteúdos


presente na aplicação desses métodos dinamiza o processo de aprendizagem,
pois a retenção de determinado conteúdo pode ser facilitada pelo uso de
diferentes canais de informação sensorial ao mesmo tempo. Uma das
vantagens de aplicações do modo dinamico onde os professores estudam o
programa básico o mais avançado possível e, portanto, modificável segundo
os interesses que surgem do proprio ensino. Só no fim do curso saberá que
forma teve e como se desenvolveu.

Ainda neste propgrama básico os professores podem utilizar imagens, sons e


vídeos de modo interativo, ao contrário das formas impressas, possibilitando
uma grande interação com os seus alunos, dando-lhes liberdade para criar
livremente de forma dinâmica e que atenda às suas necessidades e
expectativas quanto ao ensino - aprendizagem .

As pesquisas efetuadas até ao momento sobre os métodos de ensino-


aprendizagem do Design Gráfico no Ensino Superior são poucas, não havendo
ainda estudos complementares a este. Para testar a eficácia da aplicação
didática dos métodos aqui apresentados foram necessárias pesquisas com
discentes e docentes.

3. TRABALHOS DE CAMPO

Incluem-se aulas e pesquisas que envolvem os discentes com a realidade do


Ensino Superior do Design Gráfico como objeto de estudo. A finalidade é
unicamente o diagnóstico para ser discutido. Esta atividade envolve a
demonstração dos métodos; Dinâmico e Estático, mas não se propõe
implementá-los em uma determinada instituição e sim conscientização do
docente no ensino aprendizagem do Design Gráfico. Há experiências que
começaram como divulgação de pesquisa e, aos poucos, dispuseram esses
conhecimentos a prática docente transformando-os em excelente experiência
didática.

4. O DOCENTE E A SALA DE AULA

As teorias do design e da educação no intuito de articular a necessidade da


discutir o papel do professor frente à nova realidade multimidiática da sua sala
de aula, fruto da condição pós-moderna do ensino irrisoriamente aqui definido
nos faz focar na atuação do docente através do entendimento do seu papel de
forma que englobe as metodologias de design gráfico, ou seja, como gerador
de informação / mensagem visual.

Recursos gráficos como; livros didáticos e para-didáticos, quadro negro e giz,


datashow, retro-projetor e transparências impressas, computador, televisão,
aparelhos de retransmissão de imagens como vídeos-cassete e DVDs,
aparelhos de áudio e muitos outros. Desta forma, podemos ainda observar que
essa ação de ensinar com diversos suportes metodológicos pode ocorrer de
uma forma isolada, ou seja, com apenas um artefato, mas podemos afirmar
com tranqüilidade que na maioria das vezes o uso simultâneo é o mais
recorrente.

A ação de ensinar através de métodos e recursos didáticos não é nova, se o


professor tem um livro didático, e seu uso é associado à escrita instrutiva no
quadro negro, e há a cópia dessas informações pelo aluno, já assim podemos
ver o professor e o aluno lidando com a informação visual sendo construída e
vivenciada de diversas maneiras concomitantemente.

O que concerne no presente contexto é enfatizar que a falta da instrução


normalizada por uma pedagogia pensada para o professor, onde a teoria
sobressai sem dúvida eficaz para o professor todavia ele é conhecedor inato do
que tem a transmitir; com foco na adoção dos conteúdos que são oriundos da
narrativa do design, pode contribuir para que na sua formação já configure o
seu aperfeiçoamento para lidar com a construção do seu pensamento visual.

Não se trata de solicitar das metodologias e práticas pedagogias de ensino


para docentes a criação de um processo de “reciclagem”, onde o professor da
licenciatura é alvo do uso de um mesmo método já legitimado na nossa
sociedade, mas torná-lo condizente na condição pós-moderna da sociedade
brasileira no que se refere ao ensino.

O professor, em quanto sujeito gerador de informação visual, vai refletir em si


as contradições e os condicionantes pedagógicos que são fruto da
precariedade dos vários anos de inconsistência de ensino das práticas visuais
e imagéticas no ambiente educacional. E vai assim permitir a disseminação
dessa estrutura.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entender o professor como sujeito atuante no campo do Ensino aprendizagem


do Design Gráfico no Ensino Superior pressupõe a quebra de alguns
paradigmas já estabelecidos pelo papel que ele desempenha na sociedade.

Mas como trazer o professor com sua profissionalização hoje focada na


comunicação verbal, para abraçar a causa do desenvolvimento do pensamento
visual e esquemático intrínseco as epistemologias do design? Como alertá-lo
para essa sua condição fundamentalmente pós-moderna de sujeito
agudamente partícipe da construção da cultura visual de seus alunos? Como
conscientizar dos métodos que envolvem a prática e não somente a teoria?
Diante das questões acima expostas também nos cabe ponderar
reflexivamente acerca da questão: “Com que custos teremos que arcar se
continuarmos com um conhecimento incompleto?” (BOOTH, COLOMB e
WILLIAMS, 2005, p.71).

Podemos refletir que o professor ao se apropriar dos conteúdos do Design


Gráfico está susceptível a criação de um campo de ampliação na sua
formação, um pesquisador constante e incessante, pois assim se pode discutir
o seu papel do ponto de vista das novas metodologias, modos e didáticas de
ensino, e ainda inerente ao fato de que é um gerador de informações visuais,
de que contribui para sua construção.

Confrontar cientificamente o ensino do Design Gráfico no Ensino Superior é


contribuir para discutir o seu papel social, na medida em que o professor atua
não somente como construtor das estruturas metodológicas de ensino, mas
também podemos o considerar como um agente transformador.

6. AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que me concede tantas bênçãos e a todos que de forma


direta ou indiretamente contribuíram para elaboração deste trabalho. Agradeço
em especial a minha amada esposa Jaqueline C. Bueno por estar ao meu lado
compartilhando e me proporcionando momentos maravilhosos; minha família,
meu pai, minha querida mãe e minhas irmãs.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à Prática
Educativa –São Paulo: Paz e Terra 2005.

TEODORO, António – VASCONCELOS, Maria Lucia. Ensinar e Aprender no


Ensino Superior – São Paulo: Mackenzie 2003.

MUNARI, Bruno. Design e Comunicação Visual : Contribuição para uma


metodologia didática – São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BARBOSA, Ana Mae. (1991). A imagem no ensino da arte: anos oitenta e


novos tempos. São Paulo: Perspectiva, p. 9-82.

BOOTH, Wayne C.; COLOMB, Gregory G.; WILLIAMS Joseph M. (2005). A


arte da pesquisa. Tradução Henrique A. Rego Monteiro - 2 Ed, São Paulo:
Martins Fontes.

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