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Nesse sentido, Helly Lopes Meireles ensina que "é dever do concedente exigir
sua prestação em caráter geral, permanente, regular, eficiente e com tarifas
módicas", salientando que "no poder de fiscalização está implícito o de
intervenção para regular o serviço quando estiver sendo prestado
deficientemente aos usuários" (Direito Administrativo Brasileiro, 2002, p. 373).
Diante dos fatos, solicitamos ao Ministério Público ajuizar uma Medida Cautelar
para que o Município de Uberlândia se abstenha de expedir novo decreto aumentando
novamente o preço da tarifa de serviços de transportes coletivo urbano tendo como
base dados falsos e coeficientes absurdos, como os apresentados na planilha de 2009.
Outro fato que reivindicamos investigação são aquelas propagandas que há nos
ônibus. Isso é ganho financeiro, que não desconta nada na planilha. Eles estão
prestando um serviço público, de transporte, eles deveriam ser remunerados com o
transporte, da tarifa paga. Então, no momento em que as empresas concessionárias
colocam uma propaganda no ônibus, autorizada ou não, o fato é que eles ganham com
isso. Quanto que é arrecadado? Este valor deveria ser contabilizado para a amortecer o
custo da tarifa na planilha.
Então, são fatos que indicam improbidade. Ato de improbidade que causa
prejuízo ao erário público e ao cidadão. Facilita-se o enriquecimento ilícito de outros, de
empresários, então há prejuízo ao erário, o que indica em ato de improbidade, como no
caso da redução da CGO sem nem benefício para o serviço do transporte público.
Vários itens dos insumos que compõem a planilha de custo do transporte coletivo
de Uberlândia, conforme dados anteriores, são majorados artificialmente porque são
adquiridos por atacado, quando o comprador consegue menores preços, e lançados
valores do varejo, que são mais elevados. Em tela, é necessária a auditoria com a
verificação de todas as notas fiscais de aquisição de pneus, gasolina, peças e outros
insumos para identificar essa majoração e o qual é a diferença resultante no final dos
cálculos na planilha elaborada pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte –
SETTRAN.
Portanto, tudo nos leva a crer que as práticas da SETTRAN são lesivas aos
usuários do transporte coletivo. Esta secretaria em sua gestão como órgão gerenciador
do Sistema Integrado de Transporte – SIT tem atuado sem transparência e democracia,
que além de tudo que foi relatado acima, vem à imprensa acenar com um novo
aumento da passagem de ônibus, constituindo-se em distorções e excessos que
devem ser tratados com o rigor da Legislação pertinente. Em vez de defender o
Município dos agravos atuais, o Prefeito Odelmo Leão, por sua vez, em entrevista pela
imprensa, indica um reajuste de acordo com a inflação do período também resultará
numa tarifa gravosa para os consumidores em torno de R$ 2,40. Ocorre que os
reajustes já superar a inflação há vários anos.
Neste momento, dia 17/01/2011, está divulgado pela impressa escrita, televisada
e radiofônica, que as empresas concessionárias reivindicaram um aumento 22,6%, que
elevaria a tarifa do transporte coletivo para o valor de R$ 2,76.
Ora, nós representantes dos usuários nunca fomos informados ou ouvidos pela
Secretária de Trânsito e Transportes de Uberlândia na hora de discutir o reajuste
tarifário.
Segue anexo 1 DVD com vídeos sobre a situação precária do transporte público
e a reportagem com o Prefeito e os empresários falando sobre o aumento da tarifa.
Encaminho ainda reportagem do Jornal Correio de Uberlândia, onde empresas e
prefeituras tratam do aumento.
FRANK BARROSO
de Uberlândia – AUTRAP
RG 899.593 – SSP/DF