You are on page 1of 6

Sábado Semanal & Sábados Cerimoniais

Assim como a Bíblia faz distinção entre a Lei de Deus e a Lei de Moisés, ela
revela os contrastes entre o sábado do Senhor instituído na criação e
incorporado no Decálogo, e, os sábados cerimoniais estabelecidos no Monte
Sinai e promulgados na Lei de Moisés. Os sábados cerimoniais eram festas
litúrgicas ministradas durante a vigência do santuário terrestre e ligados
diretamente à ele.

No Monte Sinai fora destinado também, um sábado à terra, e ocorria a cada


sete anos1. Ele tinha dois propósitos: (1) descanso do solo para as futuras
culturas, algo similar ao que ocorre atualmente quando há intercalação de
tempo na agricultura; (2) amparar os necessitados. A produção do "sétimo ano"
era destinada ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, e mesmo aos animais do
campo, por isso a ordem - "nem a podarás": "Porém, no sétimo ano, haverá
sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao SENHOR;
não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha." (Levítico 25:1-7; Êxodo
23:9-11).

Focando o sábado semanal, a Bíblia ensina que ele tem origem na criação e foi
estabelecido por Deus no sétimo dia da semana quando "arrematou" Sua obra
como Criador, estabelecendo-o como o Seu santo dia.2 Várias referências ao
sábado semanal são encontradas tanto no Velho quanto no Novo Testamento3,
e João chamava-o, também, de "dia do Senhor" (Apocalipse 1:10 cf Isaías
58:13; Marcos 2:28). Deus declara que os "sábados semanais" são de Sua
propriedade e classifica-os de "os Meus sábados" e "sábados do Senhor":
"Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e guardará os Meus sábados."
(Levítico 19:3)
"Guardareis os Meus sábados e reverenciareis o Meu santuário." (Levítico
19:30)
"Porque assim diz o Senhor: Aos eunucos que guardam os Meus sábados,
escolhem aquilo que Me agrada e abraçam a Minha aliança..." (Isaías 56:4-8)
"Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles,
para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica." (Ezequiel 20:12)
"Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus." (Êxodo 20:10;
Deuteronômio 5:14 cf Êxodo 16:23)
Outra referência a essa propriedade sabática, é quando Cristo ao rebater as
acusações dos fariseus de transgredir o sábado, disse: "assim o Filho do
Homem, até do sábado é Senhor" (Marcos 2:28). O apóstolo Paulo, também,
cita a origem, a autoria e a legitimidade do sétimo dia (sábado do Senhor) em
Hebreus capítulo 4:
"Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: 'E descansou
Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera...' Portanto, resta um
repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de
Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das Suas.
Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia,
segundo o mesmo exemplo de desobediência." (Hebreus 4:4-11 cf Gênesis
2:1-3)
Em relação aos sábados cerimoniais vinculados à antiga aliança ou antigo
concerto4, Deus classificava-os de o "vosso sábado":
"Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove
do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado." (Levítico
23:32 cf Oséias 2:11; Isaías 1:14)

O antigo Israel possuía diversas festas ao longo do ano. Entre elas encontrava-
se as sete "festas cerimoniais" vinculadas ao ritual mosaico e eram tratadas
como "sábados". Estas festas (sábados cerimoniais) ocorriam em datas fixas
(Levítico 23:4; II Crônicas 8:12-13), e podiam "cair" em qualquer dia da
semana, como numa segunda, terça, quinta-feira e etc. Quando um "sábado
cerimonial" coincidia em ser celebrado no sétimo dia da semana (sábado
semanal) era considerado como um "sábado grande" (João 19:31). Eis a seguir
os sete "sábados cerimoniais" e seus respectivos dias de celebração:

1.º Sábado Cerimonial - Páscoa - 14.º dia do primeiro mêsa.


2.º Sábado Cerimonial - Festa dos Pães Asmos - 21.º dia do primeiro mêsb.
3.º Sábado Cerimonial - Festa das Primícias (Pentecostes) - 6.º dia do terceiro
mêsc.
4.º Sábado Cerimonial - Festa das Trombetas - 1.º dia do sétimo mêsdd.
5.º Sábado Cerimonial - Dia da Expiação - 10.º dia do sétimo mêse.
6.º Sábado Cerimonial - Festa dos Tabernáculos* - 15.º dia do sétimo mêsf.
7.º Sábado Cerimonial - Festa dos Tabernáculos** - 22.º dia do sétimo mêsg.

A respeito desses "sábados cerimoniais" foi dito que:


"São estas as festas fixas do Senhor, que proclamareis para santas
convocações, para oferecer ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de
manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio, além dos
sábados do Senhor, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de
todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao Senhor." (Levítico 23:37-38)
Esses dias festivos eram chamados de sábados porque eram guardados e
respeitados como se fossem o "sábado semanal" do quarto mandamento. Os
"sábados cerimoniais" não são descritos nas "duas tábuas de pedra", e sim no
livro de Moisés5, e estavam ligados a liturgia do santuário terrestre. As
Escrituras ensinam que estes 7 sábados cerimoniais foram abolidos na cruz,
pois eram "sombras das coisas futuras":
"Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou
lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que
haviam de vir; porém o corpo é de Cristo." (Colossenses 2:16-17 cf Gálatas
4:9-10).
Nesse verso revela-se uma das principais diferenças entre o "sábado semanal"
e os sábados cerimoniais". O sábado referente ao sétimo dia da semana não
representa "sombras das coisas que haviam de vir", pois está vinculado a um
acontecimento do passado, a criação (Gênesis 2:1-3). O sacrifício de Cristo era
o que haveria de "vir" para substituir, encerrar, ou seja, por fim as coisas que O
representavam nas cerimônias da Antiga Aliança (Hebreus 8:4-5; Hebreus 9:1-
28).

Alguns ensinam (infelizmente) que Colossenses 2:16 refere-se ao "sábado


semanal" e que este era "sombra de Cristo". Se, nos basearmos nesta
distorcida interpretação deveríamos afirmar também que Deus Pai descansou
na "sombra de Cristo" (descansou em Cristo) ao findar a obra de Criação? -
Obviamente que não! Seria rídiculo supor tal coisa; mas esta é a conclusão que
o homem se envolve quando se vale de conjucturas elaboradas para se
esquivar sorrateiramente do quarto mandamento.

Outros (mais ousados) declararam ainda que não somente o sábado do Senhor
(4.º mandamento), mas toda a Lei de Deus (Decálogo) fora anulada na cruz,
alegando que ela (lei) é a "sombra dos bens vindouros". E se baseiam em uma
desastrosa interpretação de Efésios 2:14-15 e Hebreus 10:1 que dizem:
"... tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade,
aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças...". "Ora,
visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas,
nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes..."
A "separação" na qual Paulo se refere fora ocasionada pela desobediência,
negligência e corrupção de israel ao seguir as ordenanças do Antigo Concerto.
As iniquidades e abominações dos israelitas tornara-os incapazes de zelar pelo
pacto ou concerto realizado no Monte Sinai e os afastara de Deus. Quanto a
isso Ele disse:
"... mas Israel não tem conhecimento, o Meu povo não entende. Ai desta nação
pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos
corruptores; abandonaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel... De
que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? - diz o SENHOR. Estou
farto dos holocaustos... Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para
mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a
convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao
ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades,
a Minha alma as aborrece; já Me são pesadas; estou cansado de as sofrer.
Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando
multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão
cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de
diante dos Meus olhos; cessai de fazer o mal." (Isaías 1:1-16 cf Efésios 2:13-
16)
Israel afastado de Deus não mas podia servi-Lo devidamente. Paulo não está
afirmando que os mandamentos da Lei de Deus fora abolidos, pois ele estaria
em contradição e desmentindo os ensinos de Cristo.6 A "lei dos mandamentos
na forma de ordenanças" refere-se aos diversos regulamentos escritos na Lei
de Moisés.

É irracional afirmar que a obediência aos princípios e regras à Lei de Deus


conduzirá o homem a inimizade e separação de Deus. Não existe nela
absolutamente nada que seja "sombra dos bens vindouros". Não há no
Decálogo normas ou ordenanças sobre ofertas, holocaustos, abluções e etc.
"Sombra dos bens vindouros" diz respeito a liturgia do santuário terrestre e
seus respectivos sábados cerimoniais. Paulo apresenta estas ordenanças
como sendo revogadas no Calvário. A inferioridade dos sacrifícios da Lei de
Moisés jamais poderia tornar "perfeitos os ofertantes", somente o sacrifício de
Cristo (oferecido só uma vez) pode proporcionar tal atributo ao homem.7

Descrevendo sobre a ab-rogação da Antiga Aliança e seus respectivos


"sábados cerimoniais", Oséias declarara:
"Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados
e todas as suas solenidades." (Oséias 2:11 cf Isaías 1:10-17).
E esta profecia se cumpriu quando Jesus Cristo morreu na cruz, "eis que o véu
do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra,
fenderam-se as rochas." (Mateus 27:51). As cerimônias e suas respectivas
"sombras" (simbologias) que representavam e apontavam para Cristo e Seu
sacrifício foram extintas (Hebreus 9:1-28). O mesmo não ocorre com o sábado
referente ao "sétimo dia do Senhor" descrito no 4.º mandamento. A Bíblia
ensina que ele tem fundamento imutável e permanente como os demais nove
mandamentos do Decálogo8 Os profetas Isaías e Jeremias (este último citado
posteriormente pelo apóstolo Paulo) relatam:
"Se desviares o teu pé do sábado, e de fazer a tua vontade no Meu santo dia,
e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor digno de honra, e o
honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria
vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor, e
te farei cavalgar sobre as alturas da Terra, e te sustentarei com a herança de
teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." (Isaías 58:13-14)

"Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles
dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as Minhas leis, também no
coração lhas inscreverei; Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo."
(Jeremias 31:33 cf Hebreus 10:16-17).
Leia o que é dito, ainda, por Isaías:
"Assim diz o Senhor: Mantende o juízo e fazei justiça, porque a Minha salvação
está prestes a vir, e a Minha justiça, prestes a manifestar-se. Bem-aventurado
o homem que faz isto, e o filho do homem que nisto se firma, que se guarda de
profanar o sábadoA e guarda a sua mão de cometer algum mal." (Isaías 56:1-
2).

Observe que o alerta sobre a justiça de Deus descrita por Isaías, se refere a
um futuro próximo, e, nas palavras de João em Apocalipse 14:7 este tempo é
chegado:

"Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai
Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águasB."

Note que ambos os profetas mencionam o juízo de Deus e, paralemente,


fazem referência ao quarto mandamento que diz:

"Porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que
neles háB e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de
sábadoA e o santificou." (Êxodo 20:11).

E porque o alerta sobre a justiça e a hora do juízo de Deus ocorre


paralelamente ao anúncio do Seu poder criador e da observância sabática?
- Basta observarmos como o mundo vem, a cada sábado, desrespeitando o dia
santificado e abençoado por Deus.

Este estudo em vídeo: Sábados Semanais e Sábados Cerimoniais

*Primeiro dia do evento. **Último dia do evento.

a. Levítico 23:5 b. Levítico 23:6; Êxodo 13:6 c. Levítico 23:15-16 d. Levítico


23:24 e. Levítico 23:27 f. Levítico 23:39 g. Levítico 23:39

1. "Cada sétimo ano eram tomadas providências especiais em favor dos


pobres. O ano sabático, como era chamado, começava no fim da ceifa. Na
ocasião da sementeira, que se seguia à colheita, o povo não devia semear; não
deviam podar a vinha na primavera; e não deviam estar na expectativa quer de
ceifa quer de vindima. Daquilo que a terra produzisse espontaneamente,
podiam comer enquanto novo; mas não deviam armazenar qualquer porção do
mesmo em seus depósitos. A produção deste ano devia estar franqueada ao
estrangeiro, ao órfão e à viúva, e mesmo aos animais do campo (Êxodo 23:10-
11; Levítico 25:5). Mas, se a terra produzia comumente apenas o bastante para
suprir as necessidades do povo, como deveriam subsistir durante o ano em
que nada colhessem? Para tal fim a promessa de Deus oferecia amplas
provisões. "Mandarei Minha bênção sobre vós no sexto ano", disse Ele, "para
que dê fruto por três anos. E no oitavo ano semeareis, e comereis da colheita
velha até ao ano nono; até que venha a sua novidade comereis a velha."
(Levítico 25:21-22). A observância do ano sabático devia ser um benefício tanto
para a terra como para o povo. O solo, ficando sem ser cultivado durante um
ano, produzia mais abundantemente depois. O povo estava livre dos trabalhos
apertados do campo; e, conquanto houvesse vários ramos de trabalhos que
podiam ser efetuados durante este tempo, todos podiam se dedicar a maior
lazer, o qual oferecia oportunidade para a restauração de suas capacidades
físicas para os esforços dos anos seguintes. Tinham mais tempo para a
meditação e oração, para se familiarizarem com os ensinos e mandados do
Senhor, e para a instrução de sua casa." - Ellen G. White, Patriarcas e
Profetas, p. 531-532. (seção V - A Conquista de Canaã; capítulo 51: O Cuidado
de Deus Para com os Pobres).

You might also like