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Apontamentos Ana Mamede

Realizado por: Ana Isabel Ferreira Pais Mamede


Estudante de Enfermagem 4ºAno 1ºSemestre
Turma2

Apontamentos: Assistência a Pessoa com Alteraçã o do Sistema Tegumentar 4ºAno


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Resumindo…

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Estrutura do tegumento (pele)


O tegumento humano, mais conhecido como pele, é formado por duas camadas
distintas, firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme.

Epiderme

A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas


(estratos) de células achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de
células mais interna, denominada epitélio germinativo, é constituída por células
que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas células geradas
empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À medida
que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a
fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a
queratina. As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina,
morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente
impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea.

Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de


captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas
ou receptores cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos.
Não obstante, alguns podem captar estímulos de natureza distinta. Porém na
epiderme não existem vasos sangüíneos. Os nutrientes e oxigênio chegam à
epiderme por difusão a partir de vasos sangüíneos da derme.

Nas regiões da pele providas de pêlo, existem terminações nervosas


específicas nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores
de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso,
captam as forças mecânicas aplicadas contra o pêlo. Os terminais de Ruffini,
com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor.

Na pele desprovida de pêlo e também na que está coberta por ele, encontram-se
ainda três tipos de receptores comuns:

1) Corpúsculos de Paccini

Captam especialmente estímulos vibráteis e táteis.São formados por uma fibra


nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que
correspondem a diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de
captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras camadas e
enviada aos centros nervosos correspondentes.

2) Discos de Merkel

De sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada


com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão
englobados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células
epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de
pressão e tração sobre epiderme desencadeam o estímulo.

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3) Terminações nervosas livres

Sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São


formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por
sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal.

Na pele sem pêlo encontram-se, ainda, outros receptores específicos:

4) Corpúsculos de Meissner

Táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlos (como nas partes mais altas das
impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações
terminais se entrelaçam com células acessórias.

5) Bulbos terminais de Krause

Receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra nervosa cuja terminação
possui forma de clava.Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as
membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais).

RECEPTORES DE SUPERFÍCIE SENSAÇÃO PERCEBIDA


Receptores de Krause Frio
Receptores de Ruffini Calor

Discos de Merkel Tato e pressão

Receptores de Vater-Pacini Pressão


Receptores de Meissner Tato
Terminações nervosas livres Principalmente dor

Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem


melanina, pigmento que determina a coloração da pele.

As glândulas anexas – sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na


derme, embora tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um
pouco de uréia) é drenado pelo duto das glândulas sudoríparas, enquanto a
secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a epiderme e os pêlos) sai
pelos poros de onde emergem os pêlos.

A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação


da temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido,
por exemplo, ao aumento da atividade física.

Derme

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A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que


contém fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos
sensoriais e glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos,
responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a
substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados.

A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e


glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo,
fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sangúíneos e
nervos.

Tecido subcutâneo

Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo,


rico em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou
adipócitos). A camada subcutânea, denominada hipoderme, atua como reserva
energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico.

Unhas e pêlos

Unhas e pêlos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e


compactadas. Na base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam
constantemente, empurrando as células mais velhas para cima. Estas, ao
acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o pêlo. Cada
pêlo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e
a uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação.

Fonte: www.afh.bio.br

SISTEMA Tegumentar

Sistema tegumentar é o sistema de proteção dos corpos dos seres vivos e


engloba a pele, pêlos e unhas. Ele é composto por camadas como derme e
epiderme (parte mais externa). Reveste todos os órgãos vivos e constitui barreira
de proteção contra a entrada de micro-organismos no ser vivo.

Funções

Revestimento

 pêlos
 penas
 escamas

Proteção

 queratina(impermiabilizante)

Secreção

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 gordura(glândulas sebáceas)

Derme

A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que


contém fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos
sensoriais e glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos,
responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a
substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados.

Epiderme

Anexos da epiderme:

 dentes
 chifres
 esgalhos
 unhas
 pêlos

A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e


glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo,
fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sangúíneos e
nervos.

Tecido subcutâneo

Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo, rico
em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos).
A camada subcutânea, denominada hipoderme, atua como reserva energética,
proteção contra choques mecânicos e isolante térmico.

Unhas e pêlos

Unhas e pêlos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e


compactadas. Na base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam
constantemente, empurrando as células mais velhas para cima. Estas, ao
acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o pêlo. Cada
pêlo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e
a uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação.

Fonte: pt.wikipedia.org

SISTEMA Tegumentar

O sistema Tegumentar é formado pela "pele" e seus acessórios (glândulas, pêlos


e unhas).

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A pele é o maio órgão do corpo humano, tanto no tamanho quando no peso.


Também é o órgão mais exposto.

As funções da pele são:

 termo regulação corporal


 proteção
 sensação
 excreção
 imunidade
 síntese de vitamina D.

A pele possui duas camadas:

Epiderme

É a camada mais externa. É formada pelo epitélio escamoso estratificado. Sua


constituição é feita por 90% de Queratinócitos (produtores de queratina),
Melanócitos (produtores de melanina), Células Langherans e Células Mervel.

Derme

É a segunda camada, porem principal parte da pele. É composta por fibras


colágenas e elásticas, tecido conjuntivo frouxo, tecido adiposo e tecido conjuntivo
denso irregular. Mais espessa na palma das mãos e plantas dos pés. Possui
papilas dérmicas e corpúsculos de Meissner (do tato) e outros contém capilares
sanguíneos.

A Melanina dá a cor do amarelo ao negro para a pele. A quantidade de um


indivíduo para o outro é a mesma, o que diferencia a tonalidade da pele é o
Pigmento Caroteno.

Os pêlos são acessórios da pele. São responsáveis manutenção da temperatura


corporal. São células fundidas, mortas e queratinizadas, formada por uma parte
externas (haste) e uma interna (raiz). A base do folículo é o bulbo que contém a
papila (vascularização responsável pela nutrição) e a matriz (que tem a função de
formar novos pêlos).

As Glândulas Sebáceas se concentram no folículo piloso, onde abrem-se


diretamente no canal do pêlo. Estas glândulas não existem nas palmas das mãos
e na planta dos pés. Estas secretam sebo, que impede o ressecamento do elo, a
evaporação excessiva de água, mantém, a pele macia e evitam a proliferação de
certas bactérias.

As Glândulas Sudoríparas é responsável pela produção e transporte do suor,


atuando como regulador térmico.

Apócrinas

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Abrem-se nos folículos e são estimuladas durante o estresse emocional e


excitação sexual.

Écrinas

Compõem toda a pele com exceção da margem dos lábios, leitos ungeais e
tímpanos.

As Glândulas Ceruminosas produzem cerume. São presentes única e


exclusivamente no meato acústico externo. Seus ductos abrem-se diretamente na
superfície ou nos ductos das glândulas sebáceas. Uma barreira viscosa é formada
por pêlos e cerume.

As unhas são células da epiderme, firmemente aderidas, duras e queratinizadas.


Possuem corpo, margem livre e raiz. Seu corpo é rosado devido à capilarização.
Tem a função de possibilitar a manipulação de pequenos objetos e proteção da
extremidade dos dedos.

Fonte: www.anatomiaweb.com

SISTEMA Tegumentar

O pele é dividida em 3 camadas: Epiderme, Derme, Hipoderme.

A epiderme é dividida em:

 Extrato córneo (superfície da pele)


 Extrato Granuloso
 Extrato Espinhoso
 Extrato Germinativo

A epiderme começa com o extrato germinativo, tendo formatos diferentes, pois se


tivessem formatos iguais, elas se juntariam fazendo com que a mesmas não se
renovassem.

Com a renovação do extrato germinativo, as células irão subir transformando-se


no extrato espinhoso, seguindo o mesmo processo, as células irão subir
transformando-se no extrato granuloso, seguindo a seqüência transforma-se no
extrato córneo (sem núcleo). Por isso que a pele escama ( renovação da pele ),
pois a célula não vive muito tempo sem núcleo.

As células da pele são labeis ( tempo de vida curto, se reproduzem rapidamente ).

A Derme é dividida em:

Vasos Sangüíneos

 Glândulas Sudoríparas
 Glândulas Sebáceas

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 Folículo Espinhoso
 Vasos Linfáticos
 Melanócito

A derme possui muito colágeno e elastina que suporta a epiderme

A pele tem várias funções como:

 Permeabilidade seletiva H2O


 Proteção dos raios UVB e UVA
 Impacto mecânico
 Sensorial
 Sistema imonológico
 Órgão excretor
 Sistema Endócrino

PERMEABILIDADE SELETIVA DE H2O

A pele e o rins são responsável pela regulação do líquido corporal. A queratina


que se encontra no extrato córneo impede parcialmente que a água penetre na
pele ( absorvendo normalmente poucas quantidades de água, ou através de
produtos químicos ).

A pele realiza seleção de substâncias que são absorvidas por ela, ou podemos
induzir a pele a absorção de produtos através da Eletroterapia.

PROTEÇÃO DE RAIOS UVB E UVA

Temos em nosso corpo células chamadas de Melanócitos que produz melanina. A


pele ao receber raios solares UVB e UVA estimulam os Melanócitos que
produzem a melanina que é um protetor natural ( filtro ) da pele, possibilitando a
forma seletiva e gradativa da radiação solar.

IMPACTO MECÂNICO

Ajuda a amortecer os impactos externos do corpo.

SENSORIAL

Parte sensorial da pele recebe os sinais externos através dos sensores corporal
que transformam este estímulo em P.A que irá pela medula espinhal até o SNC,
que processa e retorna com uma resposta, podendo assim nos moldar conforme o
estímulo; Adaptando-se. Os sinais podem ser: Tato, Pressão, Vibração,
Sensações Sexuais, Cócegas, Prurido (coceira), Dor, Frio, Calor, Cinestesia.

SISTEMA IMUNOLÓGICO

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A pele conforme as demais partes do corpo também possui seu sistema de


defesa, tendo a função de combater os agentes patogênicos (micoses, alergias e
etc). Para combater seus agentes patogênicos a pele recebe do sistema
circulatório oxigênio e nutrientes para as células de defesa; podendo no local
haver vasodilatação e rubor.

Células de Langehans

São células especiais na defesa que captam o agente patogênico na superfície da


pele, enviando-o para a derme, que contém vasos linfáticos captando o agente
patogênico que foi pré-transformado por fagocitose, este será encaminhado pelos
canais linfáticos até os linfonócitos que destroem o agressor.

Tanto a derme como a epiderme possuem as células de langehans.

ORGÃO EXCRETOR

Glândulas Sudoríparas
Suor

 Termoregulação
 Excreção de produtos químicos e de dietas

Glândulas Sebáceas
Sebo

 Protege contra agentes patogênicos


 Sofre menos agressão
 Protege de alterações climáticas
 Hipermeabilidade (água)

A temperatura do corpo humano é geralmente de 36 a 37 graus. Quando a


temperatura do ambiente é de 40 graus ou superior, e como sempre o processo é
sempre do mais concentrado para o menos concentrado a pele serve como
sensor, que ao aumento da temperatura envia um P.A para o SNC, que por sua
vez envia um P.A que estimula as glândulas sudoríparas a secretar suor que irá
resfriar a pele ( sensorial setorial ) conforme a temperatura normal do corpo.

Além da termoregulação pelo suor, podemos controlar a temperatura através do


centro vasomotor localizado no hipotálamo (núcleo de controle de temperatura).

Ao estímulo do aumento da temperatura a pele manda um P.A para o hipotálamo


que envia um sinal para o córtex parietal, que reenvia um outro sinal para o
hipotálamo que envia um P.A para as veias que fazem uma vasodilatação nos
vasos periféricos da pele, resfriando o sangue, sem aumento do fluxo sangüíneo.

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O hipotálamo possui um núcleo composto por neurônios que possuem seus


axônios que servem como sensor regulador da temperatura ( fazendo
vasodilatação ou vasoconstrição ).

Excreção de produtos químicos

Dependendo de alguns produtos químicos e da necessidade corporal de absorver


as substâncias, pode haver quantidade excessiva destes produtos no organismo
que é secretado pelas glândulas sebáceas dependendo da afinidade com a
substância, que vem pelo sistema venoso capilar; quando estas glândulas fazem a
troca de CO2 e resíduos metabólicos para O2 e nutrientes, estes nutrientes além
de sais minerais, proteínas trazem junto os produtos químicos em excesso que irá
entrar em contato com os sebos e o suor, que serão eliminados conforme a
secreção das glândulas.

SISTEMA ENDÓCRINO

Ao receber os raios solares a pele forma hormônios (vitamina D3) que irá atuar no
intestino grosso através da corrente sangüínea, que ajuda o intestino na absorção
de cálcio e fósforo dos alimentos que irão alimentar as células do corpo e
depositar-se nos ossos.

Outra função do sistema endócrino é o estrogênio na pele.

HANSENíASE

É uma mancha na pele onde se perde a sensibilidade ou a função sensorial da


pele.

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Feridas e Respectivos Tratamentos:


Breve nota introdutória:
No tratamento de doentes/utentes com feridas crónicas a mudança constante do
tipo de penso, a impaciência face aos resultados e conhecimentos insuficientes sobre a
fisiologia do processo de cicatrização por parte dos profissionais, levam á não aplicação
correcta dos produtos.
Não sendo os únicos, são factores que contribuem para tratamentos muito
prolongados que por sua vez originam grande sofrimento para os utentes e
desmotivação para quem deles cuida.

Uma ferida é uma interrupção na continuidade de um tecido corpóreo. Tal


interrupção pode ser provocada por algum trauma, ou ainda ser desencadeada por uma
afecção que acione as defesas do organismo.

1. FERIDAS
Uma ferida é um traumatismo dos tecidos do organismo.

1.1. Classificação das feridas


Feridas abertas – feridas em que a epiderme, derme e outras camadas sub-cutâneas
profundas podem ser afectadas em vários graus.(ex. incisas; contusas, provocadas por
armas de fogo, etc.)
Feridas fechadas – feridas em que não há solução de continuidade na epiderme (ex.
hematomas)
- As feridas podem ainda ser crónicas ou não consoante o tempo de cicatrização e esta
se faça por 1ª ou 2ª intenção.
- Feridas não crónicas, são aquelas em que a aproximação das bordas promove a
cicatrização por 1ª intenção (ex. feridas cirúrgicas)
- Feridas crónicas, nestas a destruição tecidular não permite a aproximação dos bordos.
São exemplo de Ulceras de perna; a Úlcera de pressão; Úlcera diabética. A cicatrização
e feita por 2ª intenção, ou seja gradualmente o tecido de granulação vai preenchendo o
espaço de ferida até á completa cicatrização.

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1.2. Fisiopatologia da Úlcera Crónica


O aspecto ou estádio da ferida crónica e a sua profundidade ou grau variam consoante a
evolução da mesma.
Aspecto ou estádio
Este dá-nos a indicação da fase de cicatrização em que se encontra a ferida, bem como
da presença ou não de alguma complicação.
As Úlceras crónicas quanto ao aspecto podem ser classificadas em:
Úlceras Necrosada
Úlcera com células mortas
Úlcera em fase de granulação
Úlcera em fase de epitelização

Úlcera Necrosada – quando uma área de tecido sofre esquémia por algum
período de tempo surge a necrose tecidular. Torna-se uma Úlcera necrosada que
apresenta cor preta ou castanha. Alguns tecidos necrosados podem apresentar-se como
uma camada dura de tecido morto com exsudado que pode ser castanho, verde ou
branco.

Úlceras com Células Mortas – a Úlcera apresenta-se com coloração


triplicamente esbranquiçada ou amarelada, que representa células mortas que se
acumulam na forma de exsudado.
Ocupa habitualmente uma mancha na superfície da Úlcera, no entanto pode cobrir
largas áreas. Pode estar relacionada com o fim da fase inflamatória do processo de
cicatrização.

Úlcera em fase de Granulação – relacionada com a fase de reconstrução no


processo de cicatrização. Tem coloração vermelha com aspecto granuloso devida á
presença de nós capilares. É extremamente friável sangrando com facilidade.

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Úlcera em fase de epitelização – apresenta uma coloração rosa pálida e a


Úlcera apresenta um aspecto mais superficial. O epitélio aparece nas margens da Úlcera
espalhando-se ao longo de toda a superfície da mesma. O processo de epitelização pode
ser avaliado através da observação de novas células do tecido adjacente.

Classificação quanto á profundidade (graus)


É a classificação da Úlcera em função das camadas de tecidos lisados ou destruídos.
Esta classificação quanto á profundidade é feita em graus – Grau I; Grau II;
Grau III e Grau IV e destina-se principalmente á classificação das Úlceras de Pressão.
1º Grau – Eritema cutâneo e ou hiperémia não reversível ao alivio da pressão
(em doentes de pele escura observa-se edema, tumefacção e descoloração bem como
calor local)
2º GRAU- Destruição da epiderme ou derme e presença de flictenas.
3º GRAU – Extensa destruição tecidular envolvendo músculo, tendões, e às
vezes osso, com presença de tecidos necrosados

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2. ÚLCERA DE PRESSÃO; ÚLCERA DE PERNA E ÚLCERA


DIABÉTICA
São lesões localizadas na pele provocadas por deficiente irrigação sanguínea e/ou
associadas à pressão contínua. Incluem-se nas feridas crónicas por serem de difícil
cicatrização associada aos factores de risco que as originam e pela frequente
recorrência.

2.1.- Úlcera de Pressão (U.P.)

2.1.1- ETIOLOGIA:
A U.P. surge geralmente em áreas localizadas sobre proeminências ósseas sujeitas a
pressão intensa, de duração curta, moderada ou prolongada, contra uma superfície
(cama, cadeira, aparelho gessado, etc.). Toda a superfície corporal pode ser atingida
conforme a posição do doente. As localizações mais frequentes são A região sagrada,
trocantérica, maléolar, isquiática calcanhares, ombros, orelhas, região occipital e face
interna do terço médio da perna.
O indivíduo saudável sente o desconforto devido à pressão prolongada e procura mudar
voluntariamente de posição permitindo o restauro da irrigação sanguínea. A falta de
mudança de posição no indivíduo doente ou com diminuição da sensibilidade origina
U.P.. O tempo de pressão contínua em que pode originar lesão irreversível varia de
pessoa para pessoa, mas geralmente vai de duas a quatro horas e os factores de risco são
os seguintes:

Externos:
Pressão- É o mais importante dentro dos factores externos para o desenvolvimento de
U.P..A pressão contínua exercida por um período de tempo prolongado é suficiente para
desencadear um processo de esquémia que impede o aporte de oxigénio e nutrientes aos
tecidos provocando alterações cutâneas que por sua vez podem originar necrose e morte
celular.
Fricção- A fricção dos tecidos pode levar à esquémia por destruição das arteríolas e
músculos superficiais. A fricção pode também ser causada por movimentos espásticos
no caso de doentes com patologia neurológica.

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Humidade- A humidade excessiva criada pela transpiração e pela incontinência (fecal


ou urinária) ou ainda por uma secagem inadequada da pele após a higiene é um factor
de risco importante pois diminui a resistência da pele conduzindo à maceração dos
tecidos.

Internos:
Idade- à medida que o processo de envelhecimento avança a pele torna-se fina e
menos elástica devido à redução do colagénio que é um promotor de protecção.
Poderá haver diminuição da massa corporal com consequente diminuição da
elasticidade da pele. Existe geralmente uma maior probabilidade de surgiram doenças
crónicas muitas das quais podem predispor ao desenvolvimento de U.P.(doenças
descamativas, exantemas...).
Limitação da mobilidade- A imobilidade é o factor de risco mais importante a
considerar já que o aparecimento e desenvolvimento das U.P. depende da força e
capacidade para aliviar a pressão. Por isto se compreende que se o doente estiver
acamado ou numa cadeira de rodas há uma maior predisposição para o desenvolvimento
das U.P.. A diminuição da mobilidade pode estar também associada a um défice
neurológico como o caso de uma paraplegia ou de uma neuropatia periférica no caso de
um doente com diabetes. Sendo nestes casos a perda ou diminuição da sensibilidade o
facto mais importante a considerar.
Desidratação- O desequilíbrio polielectrolítico contribui para o agravamento do estado
geral do doente aumentando a predisposição à formação de U.P.
Desnutrição- Doentes desnutridos com hipoproteinémia, anemia, e deficiências
vitamínicas estão mais sujeitos à formação de U.P:.É importante promover a adequada
concentração de proteínas séricas uma vez que favorecem o processo de cicatrização de
U.P. e ajudam a prevenir a formação das mesmas. O ácido ascórbico é essencial para a
formação de colagénio e este um elemento essencial para a cicatrização dos tecidos.
Peso corporal- Os doentes emagrecidos por se encontrarem desprovidos de gordura
localizada sobre as proeminências ósseas têm uma maior predisposição para
U.P. Também os doentes obesos por apresentarem grandes dificuldades na mobilidade
apresentam igual risco de desenvolverem U.P. habitualmente originadas por fricção.
Outro problema nestes últimos é o excesso de humidade na pele resultante da sudorese
que tende a acumular-se nas pregas cutâneas causando maceração.
Incontinência- A incontinência e a consequente maceração da pele faz aumentar o
risco de desenvolver U.P. para além disso as lavagens constantes também provocam a
remoção dos óleos naturais da pele secando-a excessivamente. O peso adequado é um
factor extremamente importante par a prevenção de U.P.
Deficiente irrigação sanguínea- Com um deficiente aporte de sangue periférico
observa-se uma diminuição da pressão capilar local com consequente má nutrição dos
tecidos. Esta deficiente irrigação local pode estar associada a doenças cardíacas ou
vasculares periféricas como é o caso da Diabetes ou outras.
Existem ainda algumas patologias que constituem factor de risco para o
desenvolvimento de U.P. nomeadamente Anemia, Insuficiência Renal, Diabetes já
referida, alterações neurológicas, patologia neoplásica e lesões ortopédicas.

AVALIAÇÃO DE RISCOS DE U.P.


Para fazer uma avaliação objectiva dos factores de risco do doente para o
desenvolvimento de U.P. existem instrumentos de trabalho de fácil utilização e muita
utilidade especialmente para os enfermeiros. Estes instrumentos, as escalas de avaliação
são várias e informam-nos acerca do grau de risco existente (Norton, Waterlow, Braden,
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etc.). Entre nós a que utilizamos é a Escala de Norton que é também a recomendada pela
D.G.S..

Escala de Norton (1962) : Permite pontuar de uma forma objectiva um


somatório de características referenciadas no âmbito da patogenia da úlcera. São
quantificados diferentes níveis dos parâmetros de avaliação tais como a condição física,
o estado mental, actividade e a incontinência.

Pontuação verificada:
05-09 Nível de Risco I- Alto Risco de desenvolver U.P.
10-15 Nível de Risco II- Médio Risco de desenvolver U.P.
16-20 Nível de Risco III- Baixo Risco de desenvolver U.P.

Segundo a Circular Informativa da D.G.S. nº 25/DSPCS de 19998, um score


menor ou igual a 14 é sempre sinónimo de risco de U.P.
Esta escala apresenta a vantagem de ser conhecida por muitos profissionais, sendo de
aplicação rápida e fácil.

2.1.3- INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO


O alívio da pressão- É a medida preventiva mais importante. Estabelece-se um
esquema de mudanças frequentes de posição do doente acompanhadas de cuidadosa
inspecção da pele para despiste de sinais precoces de isquémia. Recomenda-se a
mudança de posição de qualquer doente acamado, cada duas horas pelo menos até que
demonstre tolerância a maiores intervalos o que pode também ser conseguido pelo uso
criterioso de acessórios anti-escara. Muito importante- na presença de áreas
ruborizadas que correspondem a hiperémia local poderá aplicar-se gelo com as
devidas precauções. Mas sobretudo não voltar a exercer pressão ou seja decúbito
enquanto o rubor persistir. É igualmente importante a mobilização suave dos membros
e articulações através de movimentos activos e passivos. Esta reduz a estase e edemas
consequentes à diminuição da actividade muscular que são muitas vezes os factores
desencadeantes das U.P.
O uso de colchões e almofadas de ar ou gel, carneiras de lã, e outros materiais
para proteger proeminências ósseas como calcanhares, cotovelos, trocanteres, etc. não
despensa a mudança e alternância de decúbito que é assim a medida mais eficaz na
prevenção das U.P.
A manutenção de posturas correctas em decúbito ou sentado são medidas
também importantes na prevenção de contraturas e anquiloses que também elas
conduzem ao aparecimento de U.P. Os segmentos articulares deverão estar sempre
apoiados e sobretudo deverão ser eleitos posicionamentos que se tornem confortáveis
para os doentes.

Levante e deambulação precoce- É necessário encorajar o levante para o


cadeirão e a deambulação precoce porque preserva o tónus muscular melhoram a
circulação e sobretudo evitam a pressão prolongada nas áreas de maior risco.

Evitar a fricção- É necessário uma técnica correcta para voltar, posicionar e


transferir o doente. Deve utilizar-se a técnica do resguardo para movimentar o doente no
leito. Enrolando as partes laterais do resguardo procede-se primeiro à movimentação do
doente para um dos lados da cama e posteriormente lateraliza-se. O ideal é que este

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procedimento seja efectuado por duas pessoas. Na impossibilidade de assim ser poderá
ser feito por uma pessoa só afastando ligeiramente as pernas e com as costas direita fará
a força com os braços em extensão. A qualidade da roupa da cama deve ser em algodão
bem como o cuidado em manter os lençóis bem esticados e sem rugas são também
importantes neste contexto.

Higiene da pele- A pele deverá manter-se limpa sem humidade nem secura
excessiva. É preciso evitar a maceração principalmente na zona das fraldas se o doente
for incontinente. A pele e sobretudo as pregas cutâneas, virilhas ou outras deverão serb
cuidadosamente secas absorvendo sem esfregar.

Estado nutricional- É necessário vigiar o estado nutricional do doente, proceder


à correcta reposição hídrica e monitorizar a ingestão de líquidos. As necessidades
hídricas são de aproximadamente de 30 cc de água dia/kg. As necessidades nutricionais
são de 30 a 35 kcal por Kg/dia enquanto que as necessidades proteicas são de 1.5 a 2 gr
dia/kg. Igualmente importante é fornecer legumes ricos em fibras e vitaminas.

2.2- Úlcera da perna; úlcera diabética

- Etiologia: São úlceras que ocorrem por compromisso ou défice circulatório arterial ou
venoso.

Úlcera arterial- Ocasionada como o nome indica por um défice circulatório


periférico. Esta úlcera caracteriza-se por apresentar bordos regulares, mantendo a
integridade da pele circundante. Aparece sobretudo nos pés.

Úlcera venosa- Habitualmente conhecida por úlcera varicosa tem como causas a
estase venosa associada ao défice da circulação de retorno. É uma úlcera com bordos
irregulares e na pele circundante revela-se uma dermatite típica. Habitualmente
localizam-se nos membros inferiores entre o joelho e o maléolo.Pelo que foi referido, o
enfaixamento compressivo adequado é uma medida de grande eficácia que não deverá
ser esquecida no tratamento destas úlceras, tornando-se mesmo de uso obrigatório desde
que o doente deambule.

Úlcera diabética- Ocorre por défice da circulação arterial associado à neuropatia


periférica. Os factores de risco destas úlceras são os que estão associados ao défice
circulatório entre eles o excesso de peso, diminuição da actividade física, exposição
prolongada a fontes de calor (sol e água quente) e uso de peças de vestuário que
dificultem a circulação. Também o consumo do tabaco é igualmente responsável pela
deficiência circulatória periférica.

2.2.1- INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO

As intervenções de enfermagem na prevenção destas úlceras, dirigem-se sobretudo ao


incentivo em modificar comportamentos de risco. Este incentivo pode ocorrer de duas
formas: Formalmente através de acções organizadas de sensibilização e incentivos
dirigidos a grupos (diabéticos, fumadores, alcoólicos) e informalmente enquanto se
avalia uma T.A. ou se administra um injectável e que na presença de um
comportamento menos saudável aproveitamos a oportunidade para sugerir formas de o
corrigir.
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3- FISIOPALOGIA DA CICATRIZAÇÃO

A cicatrização é um processo de elevada complexidade. É importante termos o


conhecimento do processo fisiológico envolvido, por várias razões, nomeadamente : o
conhecimento do processo fisiológico normal facilita o reconhecimento do anormal; o
conhecimento das diferentes etapas de restabelecimento da integridade cutânea permite
seleccionar os pensos apropriados.

A cicatrização consiste numa série de etapas encadeadas interdependentes e de


elevada complexidade. São elas: a fase da inflamação; fase da reconstrução; fase de
epitelização e a fase da maturação.

- A fase inflamatória varia entre zero e cinco dias, é uma reacção local não
específica à destruição do tecido e/ou invasão bacteriana. Constitui uma parte
importante dos mecanismos de defesa do organismo sendo essencial no processo da
cicatrização. Nesta fase o organismo recorre à energia e reservas nutricionais. Se esta
fase se prolongar por maior período normalmente por factores externos à ferida como
seja a infecção, presença de corpo estranho ou lesões causadas pelo penso, este facto irá
atrasar o processo da cicatrização podendo originar granulação excessiva num estádio
posterior.

- Fase da reconstrução: Os macrófagos têm um papel “pivot” na passagem da


fase inflamatória para a de reconstrução. Estes produzem os factores de crescimento que
atraem os fibroblastos para a lesão e estimulam a sua divisão e posterior produção de
fibras de colagénio. O colagénio pode ser visto na ferida ao segundo dia. A actividade
dos fibroblastos depende do grau de oxigénio. Se os tecidos estão deficientemente
irrigados a cicatrização não se irá processar normalmente. Ao macrófagos aceleram a
actividade dos fibroblastos ao estimularem o crescimento de novos vasos sanguíneos –
Angiogénese. Os capilares não lesados que estão por baixo da ferida produzem nós que
crescem ao longo da superfície dos capilares. Os nós capilares formam uma rede que
fornecem oxigénio e nutrientes à ferida. Alguns fibroblastos têm um papel acrescido,
eles são especializados em favorecer a contracção da ferida. Assim que a ferida está
preenchida com novo tecido uma nova rede de capilares está formada, gradualmente o
número de fibroblastos e macrófagos diminui. O tecido de granulação consiste numa
densa malha de macrófagos, fibroblastos e nós capilares, envolvidos por uma matriz de
fibropectina, colagénio e ácido hialurónico- fase de granulação.

- Fase de epitelização: Nesta fase a ferida está já coberta com células epiteliais.
As células escamosas da ferida e à volta dos folículos pilosos migram e posteriormente
proliferam sobre a superfície da lesão num processo designado por “salto de rã”.
Quando as células se encontram, quer no centro da úlcera, quer nas margens param,
num processo denominado inibição por contacto. As células epiteliais só podem
deslocar-se por tecidos viáveis e necessitam de um ambiente húmido.

- Fase de maturação: Durante a maturação a úlcera torna-se menos


vascularizada uma vez que há menor necessidade de levar oxigénio às células. As fibras
de colagénio estão organizadas de forma a disporem-se em ângulos certos em relação
aos ângulos da ferida, em vez de se disporem arbitrariamente. O tecido reconstruindo
torna-se comparável ao tecido normal após m longo período de tempo e a ferida diminui
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gradualmente.

3.1-Características do penso ideal

Durante muito tempo considerou-se o penso como uma simples barreira de


protecção impedindo a infecção da úlcera. Com os pensos tradicionais verifica-se uma
predisposição para a formação de crosta o que constitui uma barreira mecânica para a
migração das células dificultando a cicatrização. Igualmente a adesão do penso à ferida
prejudicava as tecidos novos e acarretava dor para o doente. Após vários estudos Turner
no início dos anos 80 enumerou sete critérios aos quais deveria obedecer o penso ideal:

Manter a humidade da úlcera contrariamente ao que inicialmente se pensou a


úlcera húmida coberta desenvolve mais facilmente tecido de granulação e epitelização.
Isto porque as células epiteliais se movem mais rapidamente ao longo da superfície da
úlcera do que sobre a crosta. Assim o processo da cicatrização realiza-se mais rápida e
eficazmente. Apesar de se ter sugerido que o ambiente húmido ´é o meio ideal para o
desenvolvimento bacteriano e que os pensos oclusivos poderiam promover a infecção
da úlcera, estudos feitos ao exsudado mostram que o fluído que fica colectado sobre a
lesão é rico em neutrófilos com actividade bactericida e elevados níveis de lisoenzimas.

Remover o excesso de exsudado: O penso deve ser adequado à quantidade de


exsudado. Apesar da superfície da lesão se dever manter húmida o excesso de exsudado
pode causar maceração da pele adjacente.

Permitir trocas gasosas: As necessidades de oxigénio não são constantes ao


logo do processo de cicatrização. Na fase da reconstrução deverá existir uma área de
baixa tensão de oxigénio na superfície da lesão estimulando os macrófagos a produzir o
factor
estimulante para a angiogénese. UM aumento moderado da tensão de oxigénio estimula
os fibroblastos mas aumentos grandes podem reduzir a sua actividade. O oxigénio é
necessário para uma cicatrização rápida e eficaz mas a sua presença em excesso pode
inibir o tecido conjuntivo.

Promover insolação térmica: Uma temperatura próxima dos 37º C promove


a macrofagocitose e a actividade mitótica. Arrefecer a úlcera através de mudanças
constantes de penso reduz a temperatura superficial da mesma em vários graus.

Estar livre de partículas e contaminantes tóxicos: Muitos dos antigos pensos


como o tecido de gaze libertavam partículas nas lesões abertas. Estas partículas têm
demonstrado serem responsáveis pelo reaparecimento ou prolongamento da fase
inflamatória influenciando o processo da cicatrização de forma negativa.

Ser facilmente removível sem causar trauma para a ferida: O uso de pensos
secos directamente sobre a superfície da úlcera, para além de doloroso provoca a
emoção dos tecidos jovens que se formaram. A prática de uso de pensos secos deve ser
desencorajada. Sempre que se imponha necessidade de uma compressa seca esta não
deve ser removida sem primeiro ser humedecida.

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3.1.1- TIPOS DE PENSOS PARA TRATAMENTO DE


ÚLCERAS
Penso em película.
Penso hidrocolóide.
Penso de hidropolímero.
Penso de carvão activado.
Hidrogel ( carbometilcelulose sódica e alginato de cálcio).

Penso em película:
Indicações: Prevenção de úlceras de pressão, eritema, flictena, e U.P. com tecido de
epitelização. Este penso é permeável ao vapor de água e ao oxigénio mas impermeável à
água e às bactérias.

Penso hidrocolóide prevenção:


Indicações: prevenção de úlceras de pressão; eritema e flictena e U.P. com tecido de
epitelização.
Contra-indicações: úlceras de pressão infectadas; úlceras de pressão com tecido
necrosado e úlceras de pressão com exsudado.

Penso hidrocolóide:
Indicações: úlceras de pressão com tecido de granulação e epitelização; úlceras de
pressão com moderado e/ou pouco exsudado.
Formas de aplicação: apósito- para U.P. superficial e pasta para U.P. profunda e
grânulos para U.P. profunda com exsudado moderado.
Contra-indicações: U.P. infectada e U.P. com tecido necrosado.

Penso de hidropolímero:
Indicações: U.P: com pouco a moderado exsudado e U.P. com tecido de granulação ou
epitelização.

Penso de carvão activado:


Indicações: U.P. com odor intenso; U.P. infectadas e U.P. com exsudado elevado a
moderado. Aplica-se penso suplementar de compressa absorvente e adesivo ou ligadura.
Frequência da mudança do penso: diariamente se feridas infectadas; três a quatro dias
dependendo do exsudado.

Hidrogel:
Indicações: U.P. com tecido necrosado duro ou viscoso e U.P. com tecido morto. Penso
suplementar de compressa absorvente apropriada à quantidade de exsudado e adesivo
ou ligadura.

3.2- Intervenções de enfermagem no tratamento de doentes com


úlceras
crónicas

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O sucesso do tratamento de úlceras crónicas assenta em dois aspectos


fundamentais:

Avaliação correcta da úlcera pelos profissionais que cuidam dos doentes.


Continuidade do tratamento instituído.
Esta avaliação que engloba a úlcera e o estado do doente tem por objectivos fornecer
informação inicial sobre o estado da úlcera e o modo de monitorizar o seu progresso e
assegurar a selecção apropriada dos produtos a utilizar. É muito importante conhecer as
diferentes fases da cicatrização a fim de seleccionar o penso apropriado. Os critérios de
selecção do penso baseiam-se também na da localização da úlcera, tamanho e forma da
mesma.

Localização da úlcera
A localização da úlcera pode ser um factor indicativo de potenciais problemas
como por exemplo o risco de contaminação de feridas localizadas na região sagrada ou
de problemas de mobilidade pela presença de úlceras nos pés.

Forma e tamanho da úlcera crónica


Estas variam ao longo do processo de cicatrização. Nas fases iniciais, quando o
tecido necrosado ou o exsudado são removidos a ferida aparentemente aumenta de
tamanho. Isto acontece porque a verdadeira extensão da úlcera encontra-se mascarada
pelo tecido necrosado. Para avaliar o processo da evolução da úlcera são necessários
registos precisos. Estes registos devem incluir o tamanho, a presença ou não de
exsudado, a presença ou não de sinais inflamatórios ou infecção, o grau e ainda a fase
de cicatrização.
Em úlceras de aspecto regular pode-se fazer a medição da maior largura e do maior
comprimento e ainda da profundidade se possível. Nas de aspecto irregular este método
é pouco preciso embora seja o mais usado pelas enfermeiras por ser de conhecimento
universal e de fácil utilização. Por exemplo: ferida grau III; com 3x4 cm sem exsudado;
sem odor em fase de granulação.

Delineadores de feridas
Podem ser utilizados acetatos ou películas transparentes estéreis onde se
demarca a forma da úlcera.
A fotografia também possibilita a avaliação da ferida sobretudo em relação ao aspecto e
ao tamanho. Convém utilizar uma régua com escala para uma avaliação mais objectiva.

Aspecto das U.P. (ver em classificação de úlceras crónicas)


Se a úlcera se apresenta com tecidos necrosados e antes de proceder à sua
medição é importante proceder à remoção do tecido necrosado. Se este não for
removido a lesão continuará a crescer permitindo a proliferação de microorganismos
anaeróbios assim torna-se imperioso recorrer ao desbridamento. Este consiste na
eliminação do tecido necrosado presente nas feridas.

Desbridamento enzimático ou autolítico- Realizado mediante agentes


enzimáticos com capacidade de destruir os tecidos desvitalizados sem lesionar os
tecidos viáveis. Trata-se do processo de desbridamento mais natural e a sua acção
acentua-se se mantiver a lesão em ambiente húmido. O seu uso requer uma vigilância
constante porque se usados continuamente não só poderão destruir os tecidos viáveis

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como ainda originar reacções sistémicas, Logo que a ferida se apresente limpa deve ser
utilizado outro tipo de tratamento.

Desbridamento cirúrgico- Indicado na presença de tecidos desvitalizados em úlceras


muito extensas. Requer o uso de técnicas cirúrgicas assim como a utilização de
analgesia em alguns casos.

Desbridamento químico- Durante muito tempo foi o método de eleição porque para
além do baixo custo era de fácil utilização. São vários os utilizados mas o mais usado
entre nós é o Hipoclorito de sódio a 0.48% (Soluto de Dakin), porém estes produtos
para além de provocarem a destruição de tecido vão impedindo que o processo de
cicatrização avance, em contacto com a matéria orgânica perdem a actividade. Daí que
actualmente não se preconize a sua utilização.

3.2.1- REGISTO E MONITORIZAÇÃO


É muito importante o registo de todos os factores que identificam as feridas,
tamanho; presença ou não de exsudado e sua coloração; presença ou não de sinais de
inflamação ou infecção; estadio de evolução; grau e tratamento utilizado. Por tudo
aquilo que foi dito o tratamento de feridas crónicas é demorado, requer paciência e
persistência. É importante que cada serviço adopte um instrumento de registos de fácil
utilização e que se adapte às necessidades dos doentes do serviço.
Não menos importante é a existência de normas e protocolos que permitam aos
profissionais não só uma orientação técnica como também a continuidade dos
tratamentos instituídos, que como já vimos a não continuidade do tratamento e a
mudança constante dos produtos são os dois aspectos que mais contribuem para o
aumento do insucesso e do tempo de cura.

3.2.2- NORMAS DE INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM


NAPREVENÇÃO DE
ÚLCERAS DE PRESSÃO EM UTENTES DEPENDENTES
Avaliação escrita do grau de risco – Escala de Norton – Circular normativa da
D.G.S. N.º 25/ DSPcs de 23/06/98
- Se score 14 – Factores de Risco planear MEDIDAS DE PREVENÇÃO:
Hidratação adequada 30 c.c. de H2O / Dia ´ Kg peso
Ex.: Peso corporal 50 Kg 1.500 c.c./ Dia
Correcção Nutricional
Necessidades Nutricionais
- Calorias 30-35 Kcal ´ Kg peso / Dia
- Proteínas 1.5-2g / Kg peso / Dia
Ex: Peso corporal 50 Kg 100g de carne ou peixe /Dia
- Legumes – fibras
- Vitaminas
Higiene
- Banho 2semana
- Lavagem diária do rosto, genitais, pregas cutâneas
- Limpar e secar bem
- Aplicar óleo de amêndoas doces
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- Mudança de fraldas 4Dia e S.O.S. lavagem dos genitais também á noite


Permanência no leito
- Mudança de decúbito de 3/3H
- Vigiar superfícies de apoio Se rubor, aplicar Hidrocoloide de prevenção por um
período de 7 Dias, precedido de aplicação de gelo
Não fazer Decúbito ou pressão sobre a área ruborizada.
- Levante diário 2 períodos de 3H no inicio podendo posteriormente ser alargado.
Vigiar região isquiática
- Alinhamento dos segmentos articulares utilizar almofadas
- Colocar pele de carneira no leito
- Evitar quedas colocação de grades no leito e/ou faixa na cadeira para imobilizar
Observação e vigilância Diária de proeminências ósseas, sacro, calcanhares,
região trocantérica direita e esquerda, tornozelos, cotovelos, occipital e omoplatas.

NORMAS PARA TRATAMENTO DE ULCERAS DE PRESSÃO

Avaliação de úlceras de pressão


Grau Grau I Aspecto ou Estádio Ferida Necrosada
Grau II Úlcera com células mortas
Grau III Úlcera em fase de granulação
Grau IV Úlcera em fase de epitelização

- Presença ou não de exsudado


- Diâmetro e profundidade

Ex: Úlcera grau II, com células mortas, exsudativa com 24 e 2 de
profundidade
Instituir tratamento em função da avaliação feita segundo protocolo
Não fazer decúbito sobre feri da, e em caso algum exercer qualquer tipo de
pressão sobre a área de ferida antes da sua completa cicatrização
Implementar normas de prevenção
Reavaliar ao 5º Dia (Grau, estadio, diâmetro, exsudado)
Reavaliar de 5 em 5 dias, mantendo ou readequando o tratamento
Registar nos impressos próprios.

PROTOCOLOS DE TRATAMENTO

1. Úlcera Necrosada ou com tecidos Necrosados, ou Células Mortas


- Lavagem com solução salina isótonica
- Remoção dos tecidos necrosados

a) Desbridamento autolítico- Hidrogel 


penso semi-oclusivo(ou convencional) substituição - Nu-gel do penso 2
em 2 ou 3 em 3 dias

b) Desbridamento enzimático
- Ulcerase + S.F. penso húmido (convencional) substituição do penso
diariamente

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c) Remoção mecânica dos tecidos necrosados (limpeza cirúrgica)

- Ferida seca penso oclusivo com hidrocoloide ou Hidropolímero (Varihesive,


Tielle)
- Ferida exsudativa ou com odores Penso com carvão activado* (actissorb)
directamente sobre a ferida seguido de penso convencional
Diariamente se a ferida infectada
- Substituição do penso 
2, 3 ou 4 dias dependendo da quantidade de exsudado

Nota : *Este penso não pode ser cortado, se necessário deve ser dobrado.

2. Úlcera em Fase de Granulação


- Lavarem com S.F. esguicho ou seringa
- Secar região circundante
- Seleccionar apósito que ultrapasse pelo menos 2cm do bordo da ferida
- Preencher cavidade da ferida até 1 a 2 mm da superfície com pasta hidrocoloide
- Aplicar apósito de hidrocoloide ou hidropolímero plano
- Substituição do penso entre 4 podendo chegar a 7 dias dependendo do exsudado e fase
da cicatrização.

Nota : Se o penso descolar e deixar verter o seu conteúdo, ou se aumentar de tamanho


(fizer bolha ) deve ser substituído.
No domicilio alertar os familiares para este facto e incentivá-los a comunica- lo á
enfermeira.

3. Úlcera/ferida em fase de epitelização (Grau II e Grau III)


- Lavagem com S.F. cautelosa e atraumática (para não destruir as células novas)
- Secar a região circundante da ferida
- Aplicar apósito de hidrocoloide ou hidropolímero

Nota : Nesta fase habitualmente as feridas já não são cavitárias dispensando a pasta de
hidrocoloide
- Substituição do penso 5-8 dias.

4. Úlcera varicosa – Norma de Actuação.


Identificação e caracterização em função de grau e estadio:
Protocolo de tratamento segundo identificação feita.
Aplicação de ligadura elástica desde a raiz dos dedos até ao joelho.

Ensino sobre a forma de colocar a ligadura:


Colocar diariamente antes de sair da cama e retirar ao ditar.
Manter o membro elevado e a fazer períodos de repouso.

Fontes:
FLANACIAN, Madeleine- Uma Estrutura Prática Para a Determinação de
Ferimentos, Nursing, Lisboa, N.º 131, Março de 1999, pag. 11-18
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FONTES Ribeiro et al- Feridas e Úlceras Cutâneas, Formasau, Formação e saúde Lda,
Coimbra, 1999
JEFFREE, Pauline e SCOTT Kenneth- Feridas Fechadas, Nursing, Lisboa
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO- Sub- Grupo Hospitalar
Capuchos/Desterro, Ed. Drª Eleine Pina, 2ª edição, Outubro 1999
ROBINSON, Hércules- Úlceras Varicosas, Método de Ligaduras de Compressão em
Três Camadas, Nursing, Lisboa, Nº 131, Março 1999, pag. 18-20

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Caracterização e Sistematização do Material de Penso

Deste modo pode-se classificar e caracterizar os materiais de pensos, de forma sucinta, do seguinte modo:

Material Tipo Características


Absorvente Alginato Quando colocados na ferida, actuam por troca iónica entre os iões cálcio presentes no penso e os iões sódio
dos tecidos, processo esse, associado à absorção do exsudado por capilaridade. Em contacto com o exsudado
o alginato transforma-se num gel viscoso criando um ambiente húmido na superfície da ferida, o qual
favorece a sua cicatrização, alivia a dor (por humedecimento das terminações nervosas evitando assim uma
propagação de estímulos de grande intensidade), facilita o desbridamento autolítico do tecido necrosado e
permite ainda as trocas gasosas.

Duração: 1 a 7 dias.
Hidrofibras Compostas por fibras de carboximetilcelulose, caracterizam-se por apresentarem um mecanismo de
absorção vertical, sendo o exsudado absorvido para o interior da fibra, a qual se transforma num gel criando
dessa forma, uma ambiente húmido favorável ao processo cicatricial, sem no entanto macerar a pele
circundante à ferida.

Duração: 1 a 7 dias.

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Hidrocolóides São constituídos geralmente por duas camadas, uma interna (que contacta directamente com a ferida),
composta por substâncias hidrofilicas – carboximetilcelulose, pectinas, gelatina - e uma externa à base de
espuma ou filme de poliuretano, oclusiva ou semipermeável (dependendo da marca comercial) aos gases,
líquidos e bactérias.
Em contanto com o exsudado da ferida, este é absorvido formando um gel que se expande em direcção ao
foco da lesão, exercendo uma firme pressão sobre o seu foco, especialmente em feridas mais profundas,
estimulando assim a produção de tecido de granulação. Além disso, promovem o desbridamento do tecido
necrosado e auxiliam na remoção dos componentes tóxicos provenientes da destruição celular e bacteriana,
actuando na limpeza por autólise.

Duração: 1 a 7 dias.

Espumas Fisicamente apresentam-se com estruturas multilaminares. A camada mais interna, que contacta
directamente com a superfície da ferida, é adesiva e perfurada, a camada intermédia é composta por uma
espuma hidrocelular à base de substâncias hidrofílicas com capacidade de absorção de exsudados, e
finalmente a camada mais externa é à base de poliuretano sendo impermeável às bactérias mas permeável ao
vapor de água e ao oxigénio.
As espumas mantêm o isolamento térmico, mantêm um ambiente húmido e são confortáveis para o doente.

Duração: Máximo de 7dias.

Os apósitos de carvão activado são constituídos por duas camadas (interna e externa) de tecido não tecido no
interior das quais existe uma camada intermédia de carvão activado. Este caracteriza-se por apresentar uma
Carvão Activado elevada capacidade de desodorização uma vez que absorve à sua superfície as moléculas responsáveis pelo
mau cheiro. Para além dessas moléculas, absorve água, bactérias e outros componentes presentes no
exsudado.

Duração: Poderá permanecer um tempo mais prolongado.

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Desbridante Desbridante Autolítico São compostos essencialmente à base de água (cerca de 80%), a qual é responsável pela hidratação dos
tecidos secos, favorecendo assim, a sua dissolução e consequentemente a autólise pelo próprio organismo.
Dessa forma, estão indicados em primeira linha em feridas secas com ou sem necrose, ou pouco exsudativas.
 
O facto de fornecerem humidade à ferida, contribui para a promoção da angiogenese e re-epitelização, sendo
ainda responsáveis pela diminuição da dor por humedecimento das terminações nervosas.
Esse material existe comercializado sob duas formas de apresentação – gel amorfo e apósito

Duração: Máximo até três dias dependendo das características da ferida.

Desbridante Enzimático São assim denominados, devido ao facto de serem compostos por enzimas proteolíticas responsáveis pela
destruição com as pontes de colagénio que prendem o tecido necrosado à base da ferida. Os péptidos
resultantes da degradação do colagénio, têm um efeito quimiotático sobre os macrofágos e fibroblastos,
atraindo-os para a base da ferida com a consequente estimulação do processo de granulação.
 
A colagenase é a única enzima comercializada em Portugal e está disponível sobre a forma de pomada,
estando indicada no desbridamento enzimático dos tecidos necrosado ou fibrinoso, sendo que a sua eficácia
depende da penetração na crosta. É pois por isso recomendada, a realização de alguns cortes na mesma para
facilitar a penetração da pomada através dos tecidos necrosados secos. 
Duração: 1dia.

Impregnado Impregnado em Gordura Dentro do primeiro grupo incluem-se as gazes gordas, que podem ser compostas por uma compressa
primária natural, à base de algodão hidrófilo, ou sintética de celulose ou viscose, impregnada por uma
substância gordurosa – vaselina, parafina ou lanolina - cujo efeito é proteger a aderência da compressa ao
leito da ferida, evitando desse modo a destruição dos tecidos neoformados aquando da substituição do
penso. Estão por isso indicadas em feridas na fase de granulação, secas ou com baixa quantidade de
exsudado, como sejam as queimaduras de 1.º ou 2.º graus, abrasões, enxertos, úlceras, entre outras. 

Duração: 1 a 3dias.

Impregnado em clorohexidina A clorohexidina é um anti-séptico com espectro de acção inferior ao iodo, tendo apenas actividade sobre
bactérias gram positivas e gram negativas.

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O seu uso está portanto indicado na profilaxia e tratamento de feridas infectadas.


 
A gaze impregnada com clorohexidina deve ser aplicada directamente sobre a ferida previamente limpa
requerendo um penso secundário que a fixe. A frequência de mudança está sempre dependente das
características da ferida. No entanto se esta estiver infectada, deverá ser diária.

Duração: Diária.

Impregnado em Prata A prata é um potente agente antimicrobiano, que actua por ligação aos grupos sulfidrílicos, carboxílicos,
fosfatados, aminados, o que leva à alteração físico-química das proteínas e eventualmente à sua precipitação
causando assim alterações estruturais na parede e membranas bacterianas.
 

Cicatrização Ester do ácido hialurónico  O ácido hialorónico é de um hidrato de carbono que existe na matriz extracelular da pele, joelhos, olhos -
entre outros órgãos e tecidos - e está implicado na migração e proliferação celular, nomeadamente na
formação e orientação do tecido de granulação, na modelação da resposta inflamatória e na estimulação da
angiogenese.

Duração: 3dias.

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Colagénio  O colagénio é uma proteína endógena presente na pele e que está implicado na divisão e migração dos
fibroblastos e no crescimento dos queratinócitos.
 
O colagénio comercializado apresenta-se sob a forma de pó altamente higroscópio, capaz de manter um
ambiente húmido na interface ferida/penso favorável ao processo de cicatrização. Estimula ainda a
angiogénese e o crescimento dos fibroblastos, promovendo a proliferação e migração dos fibroblastos e
criando uma barreira protectora contra as infecções bacterianas.
 
Está indicado em feridas crónicas sem evolução, sem presença de tecido necrosado ou fibrinoso e de
infecção, previamente limpas.

Duração: 1 a 3 dias com SF.

Colagénio com Celulose Consiste numa matriz seca congelada e estéril de colagénio (55%) e celulose regenerada oxidada (45%). Na
Regenerada Oxidada  presença de exsudado da ferida, a matriz absorve-o formando um gel biodegradável que se liga às proteases
– metaloproteases, elastases e plasminas - enzimas que produzidas em excesso degradam as fibras de
colagénio, impedindo desse modo a cicatrização. Para além disso, têm ainda capacidade de ligação a
factores de crescimento protegendo-os.
 
Assim sendo, está indicado em feridas crónicas (úlceras de pressão, vasculares e diabéticas).

Duração: 1 a 3dias.

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Filmes Neste grupo incluem-se as películas semi-permeáveis, ou seja, permeáveis ao vapor de água e aos gases,
mas impermeáveis à água e aos microorganismos. Podem ser compostos por diversos tipos de materiais,
dependendo da marca comercial – poliuretano, silicone, hidrocolóide, copolímero acrílico com ou sem
álcool, oxido de polietileno com água.
 
Podem ser usados como apósitos primários na fase final do processo de granulação e epitelização em feridas
com pouco ou mesmo nenhum exsudado ou ainda para proteger a pele sã de fricções. Podem igualmente ser
usados como apósito secundário na fixação de outro material de penso.
 
Estão no entanto contra-indicados em feridas infectadas.  

Duração: 7dias.

Referências: DINIS, Ana. – Material de Pensos Parte I e II. 2006. Consultado em 8/10/2010 às 22horas. [em linha] Disponível
em: http:// www.forumenfermagem.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1177:material-de-penso-i-
parte&catid=34:

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Apontamentos Ana Mamede Anexo XII

Nome Alginato de Cálcio


Grupo Coberturas que absorvem a humidade da ferida.
Composição Fibras originárias de algas marinhas marrons, compostas pelos
ácidos gulurônico e manurônico, com íons de cálcio e/ou sódio
incorporados em suas fibras.
Apresentação Placa resistente a tracção / Fibra / Cordão.
Geometria Placa Rectangular / Placa Quadrangular / Fibra / Cordão.
Dimensão Placa: aproximadamente 15x15 cm.
Cordão: aproximadamente 40 cm.
Acções O sódio presente no exsudado e no sangue interage com o cálcio
do curativo de alginato. A troca iónica auxilia no desbridamento
autolítico, tem alta capacidade de absorção, resulta na formação
de um gel que mantém o meio húmido para cicatrização. Induz a
hemostasia.
Indicações - Feridas com exsudação de moderada a elevada sem sinais de
infecção, podendo apresentar tecido desvitalizado.
- O cordão deve ser utilizado em feridas cavitárias.
Contra- - Feridas superficiais com pouca exsudação.
Indicações - Queimaduras.
Aplicação
Placa:
- Proceder a limpeza da ferida conforme técnica
universal.
- Secar a pele adjacente à lesão.
- Aplicar directamente sobre o leito da ferida.
- Fechar com curativo secundário estéril.

Cordão:
- Proceder a limpeza da ferida conforme técnica
universal.
- Secar a pele adjacente à lesão.
- Introduzir nos espaços mortos da lesão.
-Fechar com curativo secundário.

Fibra:

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- Modele o alginato no interior da ferida, se necessário


humedeça a fibra com SF 0,9%.
- Não deixe que a fibra ultrapasse a borda da lesão,
devido ao risco de prejudicar a epitelização.

Periodicidade de - Trocar a cobertura secundária sempre que estiver saturada.


Uso (Troca) - Feridas limpas com sangramento: a cada 48hs, ou quando
saturado.
- Feridas limpas muito exsudativas: quando saturada a cobertura
secundária.
Nome Carvão Activado e Prata
Grupo Coberturas Bactericidas.
Composição - Camada Externa - manta de não tecido (nylon) de baixa
aderência, selada nos quatro cantos.
- Camada Interna - almofada impregnada por carvão activado
e prata a 0,15%.
Apresentação Placa.
Geometria Quadrangular / Rectangular.
Dimensão Aproximadamente 10x10 cm / Aproximadamente 19x10 cm.
Acções O carvão activado absorve o exsudado, filtra odores e provoca
a absorção de microrganismos.
A prata exerce uma acção bactericida.
Indicações - Feridas infectadas exsudativas com ou sem odor.
- Feridas limpas com exsudação de moderada a intensa,
localizadas em regiões potencialmente contaminadas
(perineal, perianal e sacral).
- Lesões de membros inferiores em pacientes diabéticos ou
com algum comprometimento vascular periférico.
Contra-Indicações - Feridas limpas com pouca exsudação.
- Queimaduras.
Aplicação - Aplicar o curativo sobre a ferida.
- Fechar com cobertura secundária estéril.
Periodicidade de - Cobertura secundária - sempre que estiver saturada.
Uso (Troca) - Curativo de carvão activado - inicialmente a cada 48 ou 72
hs, dependendo da capacidade de absorção.
- Quando a ferida não estiver infectada, a troca deverá ocorrer
de 3 a 7 dias.
Nome Colagenio com Alginato

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Grupo Coberturas que estimulam os eventos celulares.


Composição Composição de 10% de Alginato e 90% de Colagenio.
Apresentação Placa.
Geometria Quadrangular / Rectangular.
Dimensão Aproximadamente 10 x 10 cm / Aproximadamente 10 x 19
cm.
Acções - Alginato - absorvente e formador de gel, mantém o meio
húmido e controla o exsudado.
- Colagenio - favorece o crescimento interno dos tecidos e dos
vasos sanguíneos.
Indicação Feridas limpas com exsudação de leve a moderada.
Contra-Indicações - Feridas altamente exsudativas.
- Feridas infectadas.
Aplicação - Cobrir o leito da ferida com o curativo de colagenio.
- Fechar a lesão com curativo secundário (pode-se associar o
curativo não-aderente e posteriormente o absorvente, como a
gaze).
- Pode ser cortado Ao realizar a troca do curativo será
observado o desaparecimento do mesmo do leito da ferida,
pois o mesmo foi degradado.
Periodicidade de - Cobertura secundária - sempre que estiver saturada.
Uso (Troca) - Curativo de alginato com colagenio - entre 2 a 4 dias,
dependendo da quantidade de exsudado.
Nome Curativo Não-aderente Estéril
Grupo Coberturas que protegem a superfície da ferida.
Composição Tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de
retrodatem, solúvel em água, não aderente e transparente.
Apresentação Placa.
Geometria Rectangular.
Dimensão Aproximadamente 8 x 20 cm.
Acções - Não aderência à ferida.
- Permite o livre fluxo de exsudados para a cobertura
secundária.
Indicações Curativo primário:
- Lesões superficiais de queimaduras.
- Lesões superficiais de úlceras.
- Áreas doadoras de enxerto.
- Áreas receptoras de enxerto.

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- Lacerações
- Incisões cirúrgicas.
- Feridas limpas em uso de carvão activado com prata, para
evitar a aderência do mesmo ao leito da ferida.
Contra-Indicações - Feridas altamente exsudativas.
- Feridas infectadas.
Aplicação - Cobrir o leito da ferida com o curativo não-aderente
(primário).
- Fechar a lesão com curativo secundário.
Periodicidade de Trocar o curativo de contacto sempre que apresentar aderência
Uso (Troca) à lesão (36/36 hs) ou de acordo com a saturação do curativo
secundário.
Nome Espuma
Grupo Coberturas que absorvem a humidade da ferida.
Composição - Camada de material polimérico (parte espumosa do
curativo), que se expande levemente à medida que absorve o
exsudado.
- Pode apresentar camada adicional que potencializa a
absorção (falso tecido altamente absorvente e hidrogel com
alta capacidade de absorção).
- Camada adesiva (adere à pele integra)
- Camada externa de película de poliuretano (permeável às
trocas gasosas e impermeável à água e bactérias).
Apresentação Placa.
Geometria Quadrangular.
Dimensão Aproximadamente 15 x 15 cm.
Acções - Flexível.
- Absorvente (altamente absorvente quando dispõe de camada
extra para absorção de fluidos).
- Mantém a temperatura em torno de 37º.
- Estimula a angiogênese, por gerar uma hipoxia no leito da
lesão (característica dos curativos oclusivos).
Indicações - Feridas com baixa a moderada exsudação, sem tecido
desvitalizado.
- Quando com camada extra-absorvente, possui elevado poder
de absorção.
Contra-Indicações - Feridas que apresentem sinais de infecção ou exsudação.
- Se o curativo for com ilha de absorção, este não pode ser
cortado.
Aplicação - Fazer a limpeza da ferida conforme técnica universal.

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- Secar a pele peri-ferida.


- Retirar o papel de revestimento interno.
- Fixar o curativo abrangendo a lesão e pelo menos 3 cm da
pele circunjacente.
Remoção Eleve a borda do curativo e puxe-o cuidadosamente.
Periodicidade de - De 7 em 7 dias, se as bordas estiverem íntegras.
Uso (Troca) - Se no decorrer deste período houver extravasamento de
fluidos, este deve ser trocado em período inferior a 7 dias.
Nome Filme Transparente
Grupo Coberturas que protegem a pele íntegra.
Composição Placas muito finas de um polímero (usualmente poliuretano),
recobertas em uma face com um adesivo (geralmente
acrílico).
Apresentação Placa.
Geometria Rectangular / Oval.
Dimensão Aproximadamente 10 x 15 cm.
Acções - Permitem visibilidade da área sob o curativo.
- São bons curativos secundários.
- Adaptam-se aos contornos anatómicos.
- Permitem a transferência de vapor de humidade.
- São impermeáveis à entrada de agentes externos como água
e bactérias.

Indicações - Pele Íntegra.


- Áreas de proeminências ósseas na prevenção de úlceras de
pressão.
- Em local de inserção de cateteres, se não houver
sangramento.
- Feridas que estejam cicatrizando por primeira intenção, sem
exsudação.
Contra-Indicações Feridas que apresentem qualquer grau de exsudação.
Aplicação Sistema de aplicação em abas:
- Limpe e seque a pele.
- Abra o centro do papel de revestimento, a fim de expor a
superfície do curativo.
- Aplique a parte central sobre a área desejada.
- Puxe as abas, uma por vez, ao mesmo tempo em que aplica
o curativo.
- Não estique o curativo ao posicioná-lo. A parte central deve

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ser removida e o curativo firmado pelos dois papéis


remanescentes.

Sistema de aplicação em moldura:


- Limpe e seque a pele.
- Abra o centro do papel de revestimento a fim de expor a
superfície do curativo.
- Aplique a parte central sobre a área desejada.
- Remova a margem enquanto aplica o curativo.
Remoção Eleve a borda do curativo e estique-o horizontalmente em
direcção oposta à área em que está aderido.

Periodicidade de - De 7 em 7 dias.
Uso (Troca) - Se ao 7º dia o curativo estiver íntegro, a permanência poderá
ser prolongada.
- Em local de inserção de cateter é recomendado a troca pelo
menos uma vez por semana.
Nome Hidrocolóide
Grupo Coberturas que mantém a humidade da ferida.
Composição - Camada Externa: polímeros de poliuretano, semi-permeável
(permeável à transferência de vapor e impermeável a agentes
externos como água e bactérias).
- Camada Interna: Carboximetilcelulose, Gelatina e Pectina ou
ambas, formando um gel amarelado, viscoso e de odor
acentuado.
Apresentação Placa.
Geometria Rectangular / Oval / Formato Especial para região sacral.
Dimensão Aproximadamente 10x10 cm ou 15x15 cm.
Acções - Flexível.
- Altamente aderente.
- Absorve pequenas quantidades de fluidos.
- Pode estimular o desbridamento autolítico.
- Proporciona alívio da dor
- Mantém a temperatura em torno de 37º.
- Estimula a angiogênese, por gerar uma hipoxia no leito da
lesão (característica dos curativos oclusivos).
Indicações Feridas com baixa exsudação, com ou sem tecido desvitalizado.
Contra-Indicações - Presença de hipersensibilidade aos componentes.
- Feridas que apresentem sinais de infecção ou exsudação de
moderada a intensa.
Aplicação - Limpe e seque a pele peri-ferida.

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1ºSemestre T2 2010 Pá gina 49
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- Retire o papel de revestimento interno.


- Fixe o curativo abrangendo a lesão e pelo menos 3 cm da pele
circunjacente.
- Pode ser cortado conforme necessidade.
Remoção Eleve a borda do curativo e puxe-o cuidadosamente.
Periodicidade de - De 7 em 7 dias se as bordas estiverem íntegras.
Uso (Troca) - Se no decorrer deste período houver extravasamento de
fluidos ou se for observado a formação de uma bolha
esbranquiçada no curativo, este deve ser trocado em período
inferior a 7 dias.
Nome Hidrogel
Grupo Coberturas que acrescentam humidade à ferida.
Composição - Predominantemente - água.
- Pequena quantidade de polímeros.
- Pode conter alginato de cálcio.
Apresentação Gel.
Geometria Amorfo.
Dimensão Tubo de 25 a 30 gramas.
Acções - Oferece a melhor e mais rápida maneira de acrescentar
humidade a uma ferida para promoção do desbridamento
autolítico.
- Se o objectivo for apenas a manutenção da humidade no leito
da ferida, uma gaze impregnada com hidrogel amorfo poderá
auxiliar na manutenção de uma hidratação adequada.
Indicações - Desbridamento autolítico em feridas necróticas.
- Manutenção da humidade no leito da ferida.
Contra-Indicações - Feridas altamente exsudativas.
- Aplicação de quantidades elevadas em lesões com exsudação
de leve a moderada, podendo ocasionar maceração tecidual.
Aplicação - Aplique o hidrogel de forma que não ultrapasse as bordas da
lesão.
- Associar sempre a coberturas secundárias oclusivas ou gaze.
Periodicidade de - Necrose: no máximo a cada 72hs.
Uso (Troca) - Manutenção da humidade: 24/24 hs.
Nome Sulfadiazina de Prata
Grupo Creme antimicrobiano tópico.
Composição Sulfadiazina de prata a 1%, hidrofílica.
Apresentação Creme.

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Geometria Amorfo.
Dimensão Pote.
Acções O íon prata causa precipitação de proteínas e age
directamente na membrana citoplasmática da célula
bacteriana, exercendo acções bactericidas (imediata) e
bacteriostática (residual), pela liberação de pequenas
quantidades de prata iónica.
Indicações - Feridas que não evoluem com coberturas oclusivas.
- Áreas onde as coberturas não estão indicadas como
úlcera de pressão sacral em pacientes incontinentes.

Contra- Presença de hipersensibilidade aos componentes.


Indicações
Aplicação - Distribuir o creme de forma asséptica na gaze (usando
uma espátula de madeira estéril).
- Colocar em contacto com a lesão.
- Cobrir com curativo secundário.
Remoção Retirar o excesso de pomada remanescente a cada troca de
curativo
Periodicidade de De 12/12 horas ou quando a cobertura secundária estiver
Uso (Troca) saturada

Conclusão:

Realizei esta pesquisa bibliográfica de modo a aumentar o meu conhecimento teórico


nesta área.

Bibliografia Consultada:

NURSING CAREER RESOURCES; Tipos de Penso/Tratamento de Feridas; Consult.


25/04/09, 12h:30m; Disponível em:

http://oncare.blogspot.com/search/label/Feridas%20fonte%3A%20http%3A%2F
%2Fwww.tratamentodeferidas.com.br

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