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Desafios da Educação a Distância: pressupostos para

reflexão
Ilaim Costa Jr1, Fernanda Campos1
1
Departamento de Ciência da Computação – Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF)
Campus Universitário – Martelos – ICE - DCC – 36.036-900 – Juiz de Fora – MG –
Brasil
{ilaim.costa;fernanda.campos}@ufjf.edu.br

Abstract. Distance education is growing in Brazil and demanding the


construction of models for all the process stages. Literature presents
methodologies that, although based on the practice, carry many doubts in its
application. This article proposes a set of seven challenges for the elaboration
and development stages for a distance education course. These challenges,
derived from the literature and the authors’ practice, intend to be a guide for
managers of distance education projects.

Resumo. A implantação de cursos superiores na modalidade a distância vem


crescendo no Brasil e exigindo dos gestores a construção de modelos que
envolvam todas as etapas do processo. A literatura apresenta metodologias
que, apesar de muitas vezes, baseadas na prática, carregam muitas incertezas
na sua aplicação. Este artigo aborda um conjunto de sete desafios
presentes nas etapas de elaboração e desenvolvimento de uma proposta de
um curso superior na modalidade à distância. Esses desafios, derivados da
literatura e da prática dos autores, pretendem servir de guia para gestores de
projetos de EAD.

1. Introdução
Na última década, muito se tem feito para a implantação, no Brasil, de cursos à
distância, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. O Ministério da
Educação - MEC, através da Secretaria de Educação a Distância - SEED, tem
incentivado, por meio de editais, muitas iniciativas que hoje ocorrem no Brasil. Apesar
de não existir uma fórmula pronta e acabada para o planejamento, implantação e gestão
de tais cursos muito se está fazendo. Cabe à comunidade, que participa ativamente desse
processo, discutir, acompanhar e avaliar o que vem sendo realizado.
A Educação à Distância representa uma grande oportunidade para a enorme
massa de excluídos dos processos tradicionais de ensino das universidades brasileiras,
em especial as públicas, bem como um desafio para educadores, gestores, pesquisadores
e todos aqueles que por esse processo venham a se interessar.
As iniciativas que o MEC vem desenvolvendo, em parceria com as
universidades públicas, têm por objetivo gerar inclusão, alunos que trabalham em tempo
integral, por meio de cursos de qualidade reconhecida e demanda comprovada. Nessas
iniciativas, a distribuição geográfica dos pólos, a formação de professores conteudistas e
gestores tem tido grande destaque.
Esse artigo está organizado da seguinte maneira. Na seção 2 é feita uma revisão
sobre propostas e pressupostos sobre o planejamento e implantação de projetos de
Educação a Distância. A seção 3 apresenta sete desafios para reflexão sobre projetos de
cursos na modalidade a distância, acompanhados de uma breve análise. A seção 4
apresenta algumas considerações finais.

2. Planejamento e Implantação de Projetos de EAD


São inúmeros os problemas que as equipes responsáveis por criar e gerir cursos
totalmente à distância ou semipresenciais enfrentam ao longo dos processos de
planejamento e implantação. Segundo Perpetuo et alli (2004), pode-se deparar com
muitas dificuldades, de acordo com as atividades e objetivos a serem perseguidos, a
saber:
 desenvolver programas e projetos de Educação a Distância desde a fase de
planejamento, design didático, produção de material, gestão e implementação;
 manter e desenvolver a excelência acadêmica, criando oportunidades para o
crescimento de um trabalho a distância com as mesmas características de
qualidade encontradas nas práticas presenciais;
 promover e desenvolver cursos e eventos de Educação a Distância;
 estabelecer contatos, convênios e parcerias com empresas e outras instituições
objetivando a Educação a Distância.
É interessante observar que, por ser um processo complexo e em construção, é
desejável a existência de um método para o desenvolvimento das atividades. Para tanto,
observa-se em Perpetuo e alli (2004) uma metodologia cujos três aspectos são descritos
de forma sucinta a seguir.
O primeiro trata do fluxo de trabalho que inicia com a definição da
intencionalidade e funcionalidade do curso, no qual são identificadas as estratégias de
aprendizagem que serão implementadas. A seguir vêm as atividades, o desenvolvimento
e armazenamento de conteúdos, a implementação das interações e adaptação e por fim
os cursos disponíveis e os dados administrativos e acadêmicos.
O segundo cuida do trabalho com diferentes recursos mediadores, a saber:
material impresso, CD-ROM, vídeo, Web e videoconferência. Deve-se adotar a
tecnologia adequada a partir do contexto e do público alvo.
O terceiro aborda o gerenciamento do processo. O foco dá-se no balanceamento
das necessidades do escopo, tempo, custo, risco e qualidade; identificação e avaliação
das diferentes necessidades e expectativas do público alvo; levantamento dos requisitos
educacionais, de interface, de hardware; realização do planejamento; validação das
soluções propostas ao obter a aceitação do professor e/ou cliente e garantia da
implementação em tempo hábil.
De acordo com Kerckhove (2003), no que diz respeito ao planejamento, deve-se
priorizar arquiteturas pedagógicas, pois são, antes de tudo, estruturas de aprendizagem
realizadas a partir da confluência de diferentes componentes: abordagem pedagógica,
software, internet, inteligência artificial, educação à distância, concepção de tempo e
espaço. O caráter dessas arquiteturas é pensar a aprendizagem como um trabalho
artesanal, construído na vivência de experiências e na demanda de ação, interação e
meta-reflexão do sujeito sobre os fatos, os objetos e o meio ambiente.
Para que os objetivos expostos acima sejam atingidos, de acordo com Carvalho
et alli (2005), os professores são imprescindíveis para criarem e reinventarem as
arquiteturas pedagógicas, bem como apresentarem o arcabouço disciplinar fundamental
à proposição de novas didáticas e à orientação dos estudantes.
Ainda segundo Carvalho et alli (2005) tais arquiteturas configuram-se como re-
leituras de abordagens pedagógicas ao realizarem a intersecção entre projeto educativo e
o suporte que deve existir para a promoção da educação à distância. Essas arquiteturas
buscam traduzir em situações de aprendizagem propostas pedagógicas concebidas para a
mediação da aprendizagem, caracterizadas por deslocamento das concepções
hierárquicas e disciplinares de ensino, na direção de uma concepção do conhecimento
interdisciplinar e do modelo de formação de professores como rede de relações. Usar
tais arquiteturas pressupõe equilibrar componentes fundamentais: concepção pedagógica
forte, sistematização metodológica e suporte das Tecnologias de Informática e
Comunicação - TIC. A confluência dessas perspectivas é que permite aos estudantes
disporem de atividades cognitivamente instigantes e desenvolverem métodos de
trabalho interativos e construtivos.
Ainda que existam arquiteturas e projetos bem fundamentados para a
implantação de cursos à distância, do ponto de vista da operacionalização, muitas
dúvidas permeiam a mente daqueles que irão atuar como facilitadores do processo.
Questões que tratam da atribuição de notas, implementação de tarefas obrigatórias ou
não-obrigatórias, como avaliar de forma justa e satisfatória a qualidade e a quantidade
de participações são exemplos de questionamentos que se transformam, em muitos
casos, em problemas em aberto.
Pode-se observar que, juntamente com a revolução que as TIC vem
proporcionando à educação a distância, também se faz necessário à criação de novas
competências comunicativas e novas formas de avaliação da aquisição de
conhecimento.
No que diz respeito ao fator produção de conhecimento é de se esperar que o
mesmo possa vir a ser o resultado de um processo coletivo, baseado na interatividade.
Nessa perspectiva, a avaliação deverá ser guiada pela profundidade do conhecimento
adquirido, bem como pelas competências obtidas.
Os Referenciais de Qualidade de EAD propostos pelo MEC (www.mec.gov.br)
apresentam uma lista de itens, que devem ser considerados em um curso a distância, e
têm por objetivo orientar alunos, professores, técnicos e gestores de instituições de
ensino superior na elaboração de novos projetos, visando que seus processos e produtos
alcancem um alto nível de qualidade. Esses indicadores envolvem, fundamentalmente,
aspectos pedagógicos, recursos humanos e de infra-estrutura. Para que tudo possa ser
implementado de acordo com o proposto, devem estar integralmente expressos no
Projeto Político Pedagógico os seguintes tópicos principais:
 Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
 Sistemas de Comunicação;
 Material didático;
 Avaliação;
 Equipe multidisciplinar;
 Infra-estrutura de apoio;
 Gestão Acadêmico-Administrativa;
 Sustentabilidade financeira.
Nos Editais da Secretaria de Educação a Distância do MEC para o Sistema
Universidade Aberta do Brasil – UAB - encontram-se as diretrizes para a elaboração dos
projetos dos cursos à distância pelas Instituições. Os principais itens sugeridos incluem:
projeto pedagógico (com todos os componentes curriculares, respectivos ementários e
demais componentes pedagógicos do curso), quantitativo de vagas, cronograma de
aprovação interna e execução do curso, necessidades específicas dos pólos de apoio
presencial (infra-estrutura física e logística - laboratórios, bibliotecas, recursos
tecnológicos e outros), quantitativo de pólos e localidades preferenciais de abrangência,
descrição dos recursos humanos (corpo docente específico para educação à distância -
professor conteudista e coordenador, tutores presenciais, tutores a distância, professores
regentes e outros), detalhamento do orçamento e cronograma de desembolso (Campos et
alli, 2007).

3. Educação à distância: desafios da gestão


Segundo Campos et alli (2007) a Educação a Distância tem identidade própria, não é
uma concepção supletiva do ensino presencial e não há um único modelo de curso
superior. Os projetos podem apresentar modelos e combinações de recursos
diferenciados, dependendo das condições de cada cenário.
A participação das Instituições de Ensino Superior e da própria SEED no
sistema UAB envolve desafios que, mesmo os consórcios e projetos consolidados ainda
buscam construir as soluções. Vários desses desafios estão concentrados na
dimensão nomeada de gestão. A gestão de projetos de EAD exige um modelo
diferenciado, que representa um desafio para gestores, professores, tutores e alunos.
As etapas a serem cumpridas no processo de elaboração e desenvolvimento de
uma proposta de um curso superior na modalidade à distância carregam muitos desafios.
Os principais desafios derivados de um estudo cuidadoso e da prática dos autores podem
ser divididos em dois eixos principais: projeto e implantação. Por projeto entende-se a
fase de elaboração da proposta e a fase de implantação se caracteriza pelo efetivo início
e desenvolvimento da proposta. A figura 1 apresenta as principais dimensões desses
desafios.
PÓLOS
PROJETO
PEDAGÓGICO IFES

DESAFIOS

ORÇAMENTO
RECURSOS
CRONOGRAMA
HUMANOS

MATERIAL RECURSOS
DIDÁTICO TECNOLÓGICOS

Figura 1 – Desafios da gestão em EAD.

Sob a perspectiva das fases de elaboração de projeto e de implantação de um


curso na modalidade à distância faz-se, a seguir, uma análise dos desafios propostos:

PROJETO PEDAGÓGICO
PROJETO IMPLANTAÇÃO
Nessa etapa a definição da abordagem Muitos projetos, na hora da implantação, não adotam a
pedagógica a ser adotada, a seleção de abordagem pedagógica planejada, em geral, por
estratégias que serão usadas durante a oferta causas relacionadas com: inadequação do calendário,
do curso e os modelos de avaliação ausência de preparo dos professores e tutores para
representam os grandes desafios. Nesse entender os preceitos educacionais e material didático
momento, definir como serão as avaliações não coerente com a proposta. A questão da avaliação
do aluno, do curso e da instituição pode dos alunos, também merece destaque, pois a falta de
parecer um processo imaturo, pois em muitos preparação dos professores tem levado à aplicação de
casos a adoção modelos existentes e avaliações tradicionais onde prevalece a cobrança de
consolidados não é feita. O planejamento dos conteúdos. Os encontros presenciais, por falta de
encontros presencias deve ser integrado ao planejamento e de recursos, muitas vezes são
projeto pedagógico do curso, e não voltados somente para a realização de provas e não
representar apenas uma exigência de projeto. atividades interativas e de socialização dos alunos. A
Pensar no acolhimento e no entendimento do autonomia pedagógica dos professores nas suas
perfil do aluno representa fatores disciplinas ou módulos, aliada ao desconhecimento do
diferenciadores na elaboração da proposta. projeto pedagógico global, tem permitido a adoção de
procedimentos muito diversificados nas diversas
disciplinas, causando desorientação dos alunos. A
falta de procedimentos para recuperação e retorno dos
alunos constitui-se num desafio para evitar a evasão.

PÓLOS DE APOIO PRESENCIAL


PROJETO IMPLANTAÇÃO
Numa primeira etapa as IFES identificam as A localização dos pólos, em geral distante das
necessidades de infra-estrutura e de instituições, a pouca infra-estrutura dos mesmos em
recursos humanos para os seus cursos termos tecnológicos, físicos e de recursos humanos e
serem ofertados em um pólo. A consolidação o pouco comprometimento dos governantes (federais,
da seleção desse parceiro, a necessidade de estaduais, municipais) com o projeto e a liberação dos
identificar as demandas regionais pelos recursos previamente agendados representam
cursos e as características específicas de desafios para os gestores dos cursos à distância.
cada curso, se apresentam como desafios
para os gestores.
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
PROJETO IMPLANTAÇÃO
Em muitas instituições o preconceito pela O atraso na implantação por dificuldades na
modalidade de oferta de cursos à distância e aprovação nas diferentes instâncias internas ou
questões relacionadas ao mercado de governamentais, o pouco comprometimento dos
trabalho se destacam como pontos de dirigentes, as dificuldades dos alunos nos
discussão e controvérsias internas. Em procedimentos burocráticos da instituição (na maioria
termos de projeto a sua aprovação nos das vezes não preparada para assumir essa
diferentes colegiados e o comprometimento modalidade de ensino) e o tratamento inadequado do
dos dirigentes é um desafio. dinheiro público, constituem os grandes desafios
dentro das instituições.

RECURSOS HUMANOS
PROJETO IMPLANTAÇÃO
Convidar, selecionar e obter Na maioria das IFES, principalmente na fase de
comprometimento de professores, tutores, implantação de cursos novos, existem poucos
gestores e pessoal de apoio é um grande recursos humanos capacitados e muitos não são
desafio. O fato de, na maioria das IFES, a comprometidos com o projeto. Os cursos de
EAD ser considerada uma atividade paralela capacitação são, algumas vezes, muito experimentais
e remunerada, por um lado motiva a e pouco valorizados pelos participantes. Os cursistas,
participação, mas por outro torna o ciclo “só muitas vezes, tem pouco domínio das diferentes
faço se pagar para fazer”, algo difícil de ser mídias necessárias para a elaboração do material
gerenciado. A capacitação e seleção dos didático e uso das plataformas de EAD. Os
atores é uma etapa que exige um bom professores tendem a reproduzir o modelo presencial,
planejamento, pois cronogramas e custos e desconhecem o aluno dos cursos na modalidade à
disponibilidade dos participantes nem distância e não adotam formas adequadas de
sempre correspondem ao que foi definido. avaliação. Os tutores muitas vezes estão
Conciliar e motivar os diferentes interesses e despreparados para a função, sem domínio das
atividades da equipe é um grande desafio. plataformas e sem conhecimento claro do seu papel
(conteudistas ou orientadores educacionais) e assim
não garantem a mediação e interlocução necessárias.
Há muita discrepância na atuação de diferentes
tutores numa mesma turma e muitas vezes as
seleções apresentam dificuldades em preencher as
vagas com pessoas com o perfil previsto. Os gestores
têm dificuldades em adotar modelos de gestão que
comportem os desafios da EAD. Em termos dos
alunos, o grande desafio é conter ou minimizar a
evasão. Os alunos, como em sua maioria estão em
serviço, têm pouca disponibilidade de tempo para os
estudos, não dominam as tecnologias e, muitas vezes,
os pólos não preparam e não oferecem meios para
que eles tenham acesso às mídias e à Internet.

RECURSOS TECNOLOGICOS
PROJETO IMPLANTAÇÃO
A comunicação e interação entre os atores do Há dificuldades, por parte dos núcleos responsáveis
projeto de EAD é requisito importante para o pela EAD nas IFES, no domínio dos recursos
sucesso do projeto. O desafio é selecionar a tecnológicos, por exemplo, manter atualizadas e no ar
plataforma de EAD e outros recursos como as plataformas e fazer uso de recursos de
videoconferência, adquirir equipamentos, ter comunicação de um para muitos como as
local apropriado, prever funcionamento e videoconferências. Em termos de uso de ferramentas
qualificar os recursos humanos. Esse é um de comunicação, os fóruns, por causa da demora nas
desafio para os gestores. respostas dos tutores, e chats, por falta de
objetividade, representam reclamações constantes
dos alunos.
MATERIAL DIDÁTICO
PROJETO IMPLANTAÇÃO
A seleção, planejamento, escrita e Há dificuldades na seleção e elaboração do material
desenvolvimento do material didático é um didático, na seleção das equipes multidisciplinares e o
grande desafio na etapa de planejamento, uso de diferentes mídias. Esses fatores se agravam
pois em geral não se tem definido o conteúdo pelo prazo, muitas vezes curto, pelos recursos
e nem as mídias que irão ser integradas, escassos e o pouco comprometimento dos grupos.
dificultando a previsão orçamentária, o
cronograma e os recursos humanos que
deverão compor as equipes de conteudistas
e de apoio técnico.

ORÇAMENTO E CRONOGRAMA
PROJETO IMPLANTAÇÃO
A especificação das planilhas é uma etapa Os recursos financeiros muitas vezes são
trabalhosa e nem sempre pessoas insuficientes, há ausência de cronograma de
especializadas estão disponíveis para desembolso e muitas vezes não se consegue fazer a
auxiliar. O desconhecimento de itens como aplicação desses recursos de forma adequada e a
definição da localização dos pólos, distância tempo.
aos pólos, infra-estrutura no local, pessoal
que comporá a equipe de gestão do curso,
quantidade de material a ser desenvolvido e
impresso, são alguns dos itens que
colaboram para tornar o preenchimento das
planilhas orçamentárias um desafio.

4. Considerações Finais
A implantação de uma modalidade de Educação a Distância, apoiada pelas tecnologias
da informação e da comunicação, em um mundo globalizado, ainda precisa, tanto de
questionamentos quanto de propostas inovadoras, sobretudo aquelas que estejam mais
voltadas para desenhar o novo perfil do professor, em um processo de ensino-
aprendizado que evolui a partir de rápidas transformações e de forma constante. Como
já foi dito, um modelo pedagógico de EAD para o ensino superior deve colocar os
professores como sujeitos de todo o processo de ensino-aprendizagem, promovendo
assim a sua atuação nos departamentos já existentes na IES (particularmente as
públicas) como germinadores de uma nova cultura. Sem essa transformação cultural não
haverá no Brasil uma expansão do ensino superior com a qualidade desejável. Somente
com novas posturas acadêmicas, a EAD poderá contribuir para que sejam viáveis os
novos paradigmas de inclusão, diferenças, solidariedade e acessibilidade que tanto se
discute em educação.
A oferta de cursos superiores na modalidade a distância vem sendo incentivada
no Brasil por meio de editais da Universidade Aberta do Brasil. Dessa forma percebe-se
a expansão dessa modalidade não só em cursos ofertados pelas instituições privadas,
mas também, pelas públicas.
Entretanto, em cenários em que, a prática muitas vezes acompanhada da teoria,
isso é, a equipe se capacita ao mesmo tempo em que implanta os modelos propostos
parecem carregar muitos desafios.
Um conjunto de sete desafios foi identificado pelos autores nas fases de projeto e
implantação de cursos superiores na modalidade à distância. Mais do que instigar a
reflexão esses desafios pretendem ser, futuramente, incorporados num modelo de gestão
para cursos à distância.

5. Referências

Campos, F., Costa, R, Santos, N. (2007) “Fundamentos da educação à distância, mídias


e ambientes virtuais.” Editar Editora. Juiz de Fora.
Carvalho, M.J.S., Nevado, R.A., Menezes, C.S., (2005) “Arquiteturas Pedagógicas para
Educação a Distância: Concepções e Suporte Telemático”. In: XVI Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação.
Kerckhove, D. (2003) “A Arquitetura da Inteligência: interfaces do corpo, da mente e do
mundo”. In: Arte e vida noséculo XXI – tecnologia, ciência e criatividade, Editado
por D. Domingues. São Paulo: Editora UNESP, p. 15-26.
Maximo, L.F., (2004) “Avaliação on-line: elementos para a construção”, In: XV
Simpósio Brasileiro de Informática na Educação.
Perpetuo, C., Roque, G.O.Bo, Coutinho, L., Araújo, R., Campos, G.H.B. (2004)”
Gestão do Processo de Desenvolvimento de Cursos a Distância Baseados na Web”,
In: XV Simpósio Brasileiro de Informática na Educação.

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