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Resumo
Máximo duzentas e cinqüenta palavras. Não deve ser redigido na primeira pessoa e deverá conter o
foco temático, objetivo, método, resultados e conclusões do trabalho.
O presente trabalho teve por objetivo investigar se concepções errôneas e mitos a respeito da
superdotação/altas habilidades influenciam na percepção do professor sobre esse tipo de aluno. O
professor tem fundamental importância na identificação desse alunado. É ele que, através do contato
diário com o aluno, pode perceber sinais de um potencial superior e, assim, fazer uma primeira
identificação desse indivíduo. Contudo, o ambiente educacional típico não está preparado para
atender de forma adequada as necessidades desse aluno, sendo direcionado geralmente para o
aluno médio e abaixo da média, ficando os superdotados escondidos nas salas de aula comuns,
como se os seus talentos fossem invisíveis. Assim, esta dotação em potencial, se não for
desenvolvida, pelo ambiente e o meio escolar, ficará no estado de latência. Metodologia: Trata-se de
um estudo do tipo survey, realizado em março de 2010, junto a professores da rede Municipal e
Estadual de Assis – SP. A amostra, por conveniência, foi formada por 30 professores do 5º ano, da
rede Municipal, e 39 professores do 6º ano, da rede Estadual, Região de Assis – SP. Os participantes
têm idade média 41 (± 11) anos, 61 do sexo feminino, tendo, em média, 15 (± 9) anos de experiência
na Educação. Um questionário com 26 questões, anônimo e auto-aplicável, foi enviando aos
docentes, e os dados daqueles que enviaram o questionário, compõe-se a amostra aqui estudada.
Resultados: Questionados sobre se “somente com um teste de QI pode-se verificar se um aluno é
dotado ou não”, 24 (34.8%) professores não souberam opinar e 8 (11.6%) concordaram
completamente com a questão. Neste contexto, não se observou diferença estatisticamente
significante na opinião dos professores do 5º ano e do 6º ano. Na opinião dos professores, um aluno
“dotado” e talentoso seria: ou bagunceiro e tiraria notas excelentes (60.9); ou quieto na sala de aula e
tiraria notas excelentes (53.6%), ou bagunceiro e não gosta de tomar notas e escrever na aula
(20.3%). A maioria dos professores (91.3%) disse achar possível perceber algum aluno que seja
“dotado” no ambiente da sala de aula, contudo, 68.1% deles disseram não ter ainda percebido algum
aluno com essas características nas suas turmas. Um pouco mais que a metade dos docentes
(52.2%) disse que saberia trabalhar com um aluno “dotado” na sua classe regular. Contudo quando
questionados qual a metodologia que eles usariam com estes alunos, muitos disseram que a mesma
utilizada com o restante da turma. Conclusões: Verificou-se que a existência de conceitos errôneos
em relação ao aluno dotado/talentoso dificulta um olhar diferenciado do professor quanto aos
processos de ensino e de aprendizagem desse alunado. A Instituição Escolar ainda esta pautada na
linearidade da aprendizagem, sendo necessária uma estruturação de currículos e atividades que
atendam às características específicas desse aluno, o que inclui a capacitação/orientação do
docente.
Palavras-chave: Dotação e Talento. Identificação. Ambiente escolar.
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Introdução
No Brasil, a atenção às altas habilidades se deu [...] nos anos 1930, quando Leoni Kaseff
publica a Educação dos Supernormais. [ ] em 1942, Ulisses Pernambuco, já recomendava o início de
trabalho dirigido ao superdotado, tratando de sua identificação por meio de um teste usado pelo
exército americano na 1ª Guerra Mundial (CUPERTINO, 2008, p. 12). Contudo,
Corroborando com este fato, Guenther diz que “carências, falhas, inibição e dificuldades frente
ao processo de aprender, são eventos prontamente reconhecidos, e amplamente investigados em
Educação, formando o core da Educação Especial”. A autora continua dizendo que “[...] a mesma
intensidade e amplitude de interesse não se verifica em presença de sinais de facilidade,
profundidade, rapidez e eficiência em aprender” (GUENTHER, 2009, p. 299).
Segundo as autoras Monte e Santos (2004, p. 11), “uma possível explicação para este cenário
são os vários mitos sobre o superdotado, freqüentes em nossa sociedade, que constituem entrave à
provisão de condições favoráveis à sua educação”.
Tem-se ainda [...] “a concepção da superdotação como um fenômeno raro, acreditando-se que
poucas crianças e jovens poderiam ser considerados superdotados, em função da idéia de que estes
necessariamente apresentam habilidades excepcionalmente elevadas” (ALENCAR, 2003, p. 7).
“Superdotação tem sido, ainda, vista, erroneamente, como genialidade. Esses termos, entretanto, não
são sinônimos. O gênio seria aquele indivíduo reconhecido por ter dado uma contribuição original e
de grande valor para a sociedade (por exemplo, Einstein, Darwin, Picasso)” (MONTE e SANTOS,
2004, p. 12).
Segundo GUENTHER (2009, p. 300) “[...] o caos é agravado com instruções oficiais que
dificultam aprofundar e clarear conceitos, por usar indiscriminadamente uma “terminologia caseira”,
expressa em termos vagos como – “superdotação” – “altas habilidades” – “talentos” – em lugar dos
construtos conceituais”.
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Os documentos oficiais, que regem toda a Educação Especial brasileira, trazem estes termos
cunhados no senso comum. “O primeiro registro feito foi em 1929, quando a Reforma do Ensino
Primário, Profissional e Normal do Estado do Rio de Janeiro previu o atendimento educacional dos
super-normais” (DELOU, p. 1, grifo nosso)
Já o Plano Nacional de Educação, LEI No 10.172 de 2001, inclui o termo talento quando defini
que “educação especial se destina às pessoas com necessidades especiais no campo da
aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de
características como altas habilidades, superdotação ou talentos (BRASIL, 2001, p. 55. grifos
nossos).
Boa parte dos artigos científicos ainda utiliza o termo superdotação por seguir os documentos
legais. Contudo as terminologias dotação e talento vêm ganhando mais destaque na comunidade
científica.
Dotação designa posse e uso de notável capacidade natural, (aptidão) em pelo
menos um domínio de capacidade humana, entre pelo menos os 10% superiores no
grupo comparável. Talento designa alto desempenho e maestria em habilidades
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Um exemplo de que a existência de dois termos não significa a existência de dois conceitos
diferenciados, é visto em Pocinho (2009) quando diz que para Gagné [...] a sobredotação é uma
herança genética, enquanto os talentos são o produto de uma interação de predisposições naturais
com o ambiente, ou seja, com os contextos físicos e sociais que envolvem o indivíduo,
nomeadamente a família e a escola. O densenvolvimento de talentos é, em grande parte, influenciado
pela aprendizagem pela prática (POCINHO, 2009, p. 5, grifos nossos).
Objetivo
Investigar se concepções errôneas e mitos a respeito da superdotação/altas habilidades
influenciam na percepção do professor sobre esse tipo de aluno. Verificando ainda se há diferença na
percepção do “professor de turma” (5º ano) e do “professor de disciplina” (6º ano).
Métodos
Trata-se de um estudo do tipo survey, realizado em março de 2010, junto à professores da
rede Municipal e Estadual de Assis – SP.
Amostra
Trata-se de uma amostra, por conveniência, formada por 36 professores do 5º ano, da rede
Municipal, e 71 professores do 6º ano, da rede Estadual, de Assis – SP.
Os participantes têm idade média de 41 anos (dp = 11), 90 do sexo feminino, tendo, em
média, 15 (dp = 9) anos de serviço na Educação.
Um questionário de levantamento de opinião, com 26 questões, anônimo e auto-aplicável, foi
enviando aos docentes, pela Secretária Municipal da Educação (5º ano) e pela Diretoria de Ensino
Região de Assis (6º ano), solicitando que os mesmos, gentilmente, o respondessem e entregassem
em duas semanas.
Com os dados daqueles que enviaram o questionário, compõe-se a amostra aqui estuda.
Resultados e Discussão
Segundo os professores “talento” e “gênio” são as palavras mais ouvidas no meio social, na
mídia e no meio escolar, sendo que neste último também aparece a palavra “desempenho notável”
(Tabela 1).
Tabela 1: Indicação dos professores de palavras mais ouvidas no meio social, mídia e escolar. Assis,
2010.
Meio social Mídia Meio escolar
n (%) n (%) n (%)
Altas habilidades 54 (50.5) 34 (31.8) 45 (42.1)
Boa dotação 9 (8.4) 12 (11.2) 8 (7.5)
Capacidade elevada 55 (51.4) 47 (43.9) 48 (44.9)
Desempenho notável 63 (58.9) 61 (57.0) 57 (53.3)
Dotação 23 (21.5) 29 (27.1) 18 (16.8)
Superdotação 58 (54.2) 70 (65.4) 43 (40.2)
Talento 87 (81.3) 82 (76.6) 77 (72.0)
Gênio 81 (75.7) 85 (79.4) 57 (53.3)
Outra 5 (4.7) 2 (1.9) 4 (3.7)
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Note: cada professor podia escolher mais de uma alternativa em cada questão.
Tabela 2: Opinião dos professores em relação a aplicabilidade de alguns termos. Assis, 2010.
n (%)
É mais apropriado ao meio escolar.
Desempenho notável 52 (48.6%)
Altas habilidades 40 (37.4%)
Refere-se mais ao que a pessoa traz consigo ao nascer.
Talento 58 (54.2%)
É mais fácil de compreender.
Talento 36 (33.6%)
Desempenho notável 35 (32.7%)
Capacidade elevada 34 (31.8%)
É desenvolvido mais pelo ambiente.
Altas habilidades 47 (43.9%)
Desempenho notável 35 (32.7%)
Não é uma noção muito clara.
Boa dotação 36 (33.6%)
Desempenho notável 32 (29.9%)
Depende mais de ensino e treino.
Altas habilidades 51 (47.7%)
Desempenho notável 50 (46.7%)
É usado mais pela legislação e documentação oficial.
Superdotação 32 (29.9%)
Altas habilidades 31 (29.0%)
Leva mais a rotulação.
Superdotação 84 (78.5%)
É mais explorado pela mídia.
Superdotação 60 (56.1%)
Talento 47 (43.9%)
Traz geralmente mais rejeição.
Superdotação 61 (57.0%)
Note: cada professor podia escolher mais de um termo em cada afirmação.
“Não. Porque o aluno dotado aceita mal as aulas comuns, ficam entediados e
desinteressados”. (Docente do 5º ano)
“Não. Porque ficamos presos a conteúdos programados para aquela série que
lecionamos”. (Docentes do 5º ano)
“Não. Já temos dificuldades para fazer com que um aluno que tenha dificuldades
acompanhe a matéria, um dotado necessitaria de mais atenção e que as
explicações fossem mais dinâmicas e rápidas, diferente de um aluno convencional”.
(Docente do 6º ano)
“A metodologia dever ser igual, pois ele deve ser incluído junto aos demais. Na sala
há diferenças individuais que devem ser respeitadas”. (Docente do 6º ano).
Outros escreveram:
“Primeiro investigaria que área ele apresenta dotação e o quê e o quanto já conhece
do assunto, e então, prepararia atividades que instigassem ainda mais a vontade de
conhecimento/saber desse aluno” (docente do 6º ano).
“Porque a escola se preocupa sempre com o aluno que não se dedica e nunca o
contrário”. (Docente do 6º ano)
“Às vezes o próprio aluno tenta se comportar igual aos demais, para não sofrer
discriminação dos colegas (por exemplo, ser chamado de cdf)”. (Docente do 6º ano).
Quando indagados sobre como se sentiriam caso soubessem que receberiam alunos
superdotados em sua classe, verificou-se opiniões diversas. Preocupada, ansiosa, receio,
insegurança, confusa são alguns exemplos das opiniões dadas.
“Ficaria preocupada, pois não sabemos como lidar com estes alunos, mas iria
procurar trabalhar da melhor maneira possível”. (Docente do 5º ano)
“Curiosa e apreensiva, pois requerem uma atenção especial e em sala lotada, isso é
impossível”. (Docente do 6º ano)
“Satisfeita – estes seriam o espelho para que a classe em si buscasse mais [...]”.
(Docente do 6º ano)
“Me sentiria privilegiada e entusiasmada, pela contribuição que esse aluno agregará
para nós”. (Docente do 6º ano)
“Normal, procuraria incluí-lo junto aos demais alunos da sala”. (Docente do 6º ano)
DISCUSSÃO
Todo o processo educativo da sociedade e voltado para atender a media da população, que
pela probabilidade, focando a capacidade: 70% da população tem capacidade media e com uma
variação de 10% abaixo e 10% acima, perfazendo uma faixa de 90% que são considerados normais.
Mas nos extremos da curva de Gauss, se localiza uma faixa de indivíduos considerados
excepcionais, num percentual de 3 a 5%,tanto para cima como para baixo. Do lado direito da curva
estão os de capacidade elevada, que são o objeto do nosso estudo.
Definindo capacidade como poder de aprender, gerada por uma motivação
interior, levando o individuo a querer saber e aprender. Este aprender ocorre por diversas vias, como
diz Comb (1977) e Guenther (2005): ensino – comunicação –imitação- vivência – observação –
experimentação – reflexão – formação de conexões – intuição... ou seja qualquer situação onde se
possa utilizar as configurações neuro-físico-mentais já formadas para o processo aprendizagem.
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No Brasil, existe um caos gerado pela terminologia e o conceito cientifico, para se designar pessoas
com capacidade elevadas. Vamos então recorrer ao dicionário e pesquisar a raiz etimológica das
palavras mais usadas para esta designação.
Pesquisa em dicionário:
Dotado – que recebeu dote; prendado [dote ( Do latim dos, dotis )] – Dote (dinheiro ou
propriedades, que alguém da, espontânea e gratuitamente a uma noiva ou a uns noivos,
para acréscimo dos bens destes . Figurado: merecimento; boas qualidades; prenda.
Dotação – Ato de dotar; renda destinada a manutenção de pessoa ou corporação.
Habilidade – (Do latim habilitas ) qualidade de quem e hábil; inteligência; capacidade,jeito, destreza;
conhecimento técnico. Hábil - do latim habil. que sabe executar, que faz bem; que faz alguma coisa
com perfeição, que tem maestria.
Talento –[Do grego τάλαντον (balança)] - Aptidão natural ou habilidade; inteligência; engenho.
1. engenho ; uma habilidade especial de fazer algo - eu não tenho talento nenhum para a musica
2. uma pessoa com talento - este cantor foi descoberto num show de talentos
3. antiga unidade de massa
4. antiga moeda (grega).
Para o inglês, a palavra Talent – só tem os 2 primeiros significados.
Para o espanhol; italiano; francês: também tem a conotação de antiga unidade de massa além das
duas primeiras.
Talentoso – que tem talento; inteligente.
Pelo que se nota a priori, e a imprecisão linguística, para se definir ou
caracterizar uma conceituação cientifica. O que e Inteligência, como um conceito cientifico? E o
domínio da capacidade humana de se expressar principalmente através da função cognitiva do
cérebro localizada no córtex, hemisfério esquerdo.( Guenther,
2010 )
A partir desta conceituação vemos que a capacidade humana, e um dote
genético, podemos então caracterizar como dotado quem a traz. Assim todos os seres humanos são
Dotados, porque trazem consigo sempre uma carga genética, que poderíamos classifica-la com mais
ou menos dotação, dependendo, do foco de estudo.
Quanto a palavra HABILIDOSO ou TALENTOSO, se considerarmos as raízes
das palavras e seus significados, o mais logico seria a utilização da palavra HABILIDOSO. Mas, as
palavras habilidade, que nos da a ideia de desenvolvimento relacionado a parte motora ou agilidade
de pensamento, algo que possa ser treinável, ensinável e talento poderemos relacionar a uma
habilidade inata que e desenvolvida. O grande problema de ter uma definição adequada e a língua
portuguesa, com muito sinônimos e vários significados que nela existem, dependendo da
contextualização.
Estas ambiguidades deveriam ser abolidos pelo meio cientifico da área de psicologia como,
adotar uma denominação e um único significado para aquela área do conhecimento, evitaria assim
estas polemicas.
Como quando perguntaram a Schrodinger, porque não escrevia na linguagem
não-matemática a relação intrínseca da noção ‘antes e depois’ com ‘causalidade e efeito’, já que no
esquema matemático, não era tão complicada. Ele respondeu, “A linguagem cotidiana e prejudicial,
pois esta de tal forma imbuída da noção de tempo - não se pode usar um verbo sem utiliza-lo em
alguma conjugação”. Nossas percepções sensoriais declaradamente constituem nosso único
conhecimento sobre as coisas. O mundo objetivo continua sendo uma hipótese, apesar de natural.
Quando, pela lógica, chegamos aos conceitos, estes podem ser analógicos ou analíticos. Nos
conceitos analógicos ha uma relação de correspondência que se da por meio de comparações entre
universos de significação diferente. Já nos conceitos analíticos, são usados instrumentos de análise
que registram aspectos inteligíveis de realidade, seus atributos e características.
Temos, pois, o mundo exterior, que percebemos, analisamos e interpretamos e chegamos,
então, aos conceitos. Podemos resumir isto da seguinte forma:
Mundo exterior
↓
Percepção + memoria + inteligência + linguagem
↓
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Interpretações
↓
Conceitos
Por que citamos a lógica? Porque todo o modo de vida, os valores, ou seja o ‘habitus’, como
diz Pierre Bourdieu, são permeados por uma filosofia de ver o mundo, e consequentemente a lógica
que a permeia. Assim todo a construção social, foi assentada num pensamento dual, de exclusão.
Uma lógica que tem três axiomas: o primeiro de identidade, o segundo o da contradição e o terceiro,
chamado, o terceiro excluído.
Toda a nossa sociedade, esta embasada a principio na logica aristotélica e depois na
hegeliana, que apenas diferencia da primeira, não nos axiomas, mas na ideia de Mundo e na
dinâmica das proposições. Enquanto que em Aristóteles, o mundo e estático, para Hegel ele passa a
ser dinâmico, portanto Tese- Antítese – Síntese. Assim, seguindo esta lógica, tudo que não e normal
e excluído, portanto temos uma grande massa da população mundial, e do Brasil, que não foge a
regra: de excluídos.
Mas com o movimento de inclusão mundial, articulado pela UNESCO, a partir de Jomtien,
Tailândia em 1990, pretende-se modificar este ‘habitus’. E o Brasil, comprometeu-se com esta
mudança. Entretanto, necessita-se perceber que a Dotação, não segue um padrão estabelecido, para
seu surgimento, numa determinada etnia, região ou sociedade, como sendo um fator biológico e
determinada pelo acaso e a necessidade.
Ao contrario, do Talento, que envolve os estímulos proporcionados pelo ambiente, pela
valoração social. Apesar disto a deficiência no atendimento aos dotados e talentosos no Brasil vai
além do despreparo dos professores para lidar com esse tipo de aluno. A situação parece esta
começando a reverter com a inclusão dos dotados e talentosos, chamados de “superdotados”, nas
prioridades da politica do governo federal para a educação. Com o objetivo de oferecer um espaço
extraclasse capaz de proporcionar o desenvolvimento dos talentos dos alunos com altas habilidades.
(Utilizo a denominação legal). Além de propiciar a Aceleração total ou parcial encurtando o tempo
escolar.
Esta dotação em potencial, se não for desenvolvida, pelo ambiente e o meio escolar, ficará no
estado de latência, o que ira diferenciar do Talentoso, que seria esta capacidade inata desenvolvida e
lapidada. Poderíamos comparar com a queda d’agua natural, e a queda d’agua utilizada para mover
as turbinas de uma hidroelétrica. A energia potencial e semelhante, mas a maior diferença esta em
sua utilização e aproveitamento. Exemplo as Cataratas do Iguaçu e a Usina de Itaipu.
Quando se une dotação e talento, temos realmente a ação de alguém que fara a diferença no
meio social, assim Gagne(1995,2004) aponta para quatro amplos domínios de dotação:
1- Inteligência e capacidade intelectual;
2- Criatividade e pensamento criador;
3- Capacidade sócio-afetiva;
4- Habilidades sensório-motoras.
Gagne (2008), denomina capacidade e seus domínios, inteligência, Criatividade, Socio-
afetivo, Sensório-motor. Porque para ele inteligência é uma ação intelectual ou seja uma função
cognitiva, que ativa um determinado campo da estrutura cerebral.
Outra problemática e a questão da INTELIGENCIA, pela ótica de Sternberg, “a inteligência
não é algo que com o qual você nasce: você a desenvolve. Pais e professores podem ajudar as
crianças a desenvolver sua inteligência, proporcionando-lhes experiências que as incentivem a
pensar de maneira analítica, criativa e prática. Já Lino de Macedo (2006), afirma que em síntese,
somos todos inteligentes (porque devemos sê-lo em algum nível), todos temos de ser inteligentes.
Como compreende-la em seu modo necessário? Porque na vida social dependemos de um eterno
fluxo entre o dar, o receber e o retribuir (Marcel Mauss) e isto e diretamente influenciado pelas
escolhas diárias, mesmo que não tenhamos consciência delas e irão determinar um tipo de
consequência. Para Lino de Macedo, então a inteligência e uma função que caracteriza nossa
condição geral ou particular de, como seres vivos, fazermos escolhas que a determine ou possibilitem
sua conservação e, mais que isso, sua transformação.
Para Piaget, por exemplo, são postas em estruturas qualitativamente diferentes (sensório-
motor; simbólico pré-operatório; operatório concreto e formal ou hipotético dedutivo).
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Como foi dito anteriormente que vivemos, pensamos e escolhemos dentro de uma construção
social, embasada por um pensamento lógico, podemos dizer então neste contexto que inteligência
também se refere a lógica não apenas como disciplina ou linguagem cientifica. Piaget se referia a
lógica e a matemática, como construções humanas e necessárias, elas não estão na experiência,
ainda que só se possam abstrair ou generalizar a partir delas. O ambiente impede ou favorece as
escolhas e coordena as perspectivas.
Segundo Gardner (2001), à medida que uma capacidade é valorizada por uma cultura, ela
passa a contar como uma inteligência; porém na ausência deste endosso cultural ou de campo, a
capacidade não seria considerada uma inteligência, e a inteligência ou inteligências são sempre uma
interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem em dada
cultura.
Outros autores quantificam, por meio de testes, as formas e as variedades de inteligência e a
imaginam como algo predeterminado e insensível a experiência. Outros ainda pensam a inteligência
como um outro nome para as nossas necessidades e possibilidades de aprender, sujeitas as
contingencias que determinam nossas experiências, cujo contexto favorece ou perturba seu
desenvolvimento em uma direção ou outra.
A princípio Gardner subestimou o componente genético ou biológico que leva a formação da
inteligência geral ou genérica com a qual as pessoas nascem dotadas, mas ainda não se tem ideia
formada sobre essa inteligência. Para não haver confusão ele fala de uma inteligência geral se dividi
em inteligências múltiplas, que por sua vez também se subdividem em muitas outras, que ele chamou
de subinteligências. Nas suas pesquisas dentro do Projeto Zero da Universidade de Havard, aponta
três características que diferenciam as crianças “superdotadas”, ou seja dotadas e talentosas, são a
precocidade, a insistência em fazer as coisas a seu modo e o que chamam de ‘fúria por dominar’.
Guenther (2010) deixa bem claro que nem sempre a precocidade em tenra idade significa dotação e
talento.
Pelo que podemos inferir o termo inteligência apresenta enorme complexidade. Ha quem
pense (Izquierdo, 2003) que o termo não da mais conta dessa complexidade, para Piaget (1936) é
desastroso fragmenta-la, para Gardner (1994), uma fragmentação sacrificando tragicamente sua
unidade, para não falar das confusões conceituais (Marques e Becker, 1999) de Goleman (1995), que
tenta, fundir não só capacidades cognitivas e emocionais, mas também as motoras ou voluntarias no
termo “inteligência emocional”.
Visando atender estas crianças, principalmente as carentes, por serem discriminadas
socialmente, o CEDET foi criado para mostrar a necessidade de se investir neste potencial porque
são recursos humanos que estão sendo desperdiçado em detrimento de nosso próprio
desenvolvimento como Nação, produtora de tecnologia, que determina se é ou não desenvolvida.
CONCLUSÕES
O processo de inclusão requer uma mudança de valores e de atitude por parte de toda a
sociedade e, como todo processo que envolve mudanças, se dá de forma lenta. Amaro e Macedo
(2001) apontam que a lógica de exclusão tem permeado a prática educacional, mas deve-se supor
que, uma vez iniciada uma prática voltada para a “reflexão, construção dinâmica do conhecimento e
mobilização de esquemas e recursos, será mais fácil de enfrentarmos os desafios colocados para a
busca de uma Educação e Sociedade mais justa, humana, solidária e cooperativa” (Macedo, 1001, p.
11).
A inclusão requer, também, uma preparação para lidar com a diversidade. É necessário que a
escola reflita e “crie” novas formas de ensinar, na qual todos os alunos possam participar sendo
importante lembrar que inclusão não implica igualdade e, sim, eqüidade. “Inclusão não quer
absolutamente dizer que somos todos iguais. Inclusão celebra, sim, nossa diversidade e diferenças
com respeito e gratidão” (Forest & Pearpoint, 1997, p. 138). Mantoan (1997) aborda ainda duas
outras características que considera como sendo importantes para a concretização do projeto de
inclusão. A importância da disponibilidade interna de cada professor para lidar com o aluno diferente
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BIBLIOGRAFIA
DEMO, P.
Referências
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Nova Fronteira, 1997.
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DELOU, C.M.C. Políticas públicas para a educação de superdotados no Brasil. Disponível em:
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PÉREZ, S.G.P.B. A identificação das altas habilidades sob uma perspectiva multidimensional.
Revista Educação Especial, v. 22, n. 35, p. 299-328, set./dez. 2009.
Crosstab
DOCENTE
5 ANO 6 ANO Total
Q20 SIM Count 33 60 93
% within DOCENTE 91,7% 84,5% 86,9%
NÃO Count 3 11 14
% within DOCENTE 8,3% 15,5% 13,1%
Total Count 36 71 107
% within DOCENTE 100,0% 100,0% 100,0%
Crosstab
DOCENTE
5 ANO 6 ANO Total
Q21 SIM Count 9 23 32
% within DOCENTE 25,0% 32,4% 29,9%
NÃO Count 27 48 75
% within DOCENTE 75,0% 67,6% 70,1%
Total Count 36 71 107
% within DOCENTE 100,0% 100,0% 100,0%
Crosstab
DOCENTE
5 ANO 6 ANO Total
Q22 SIM Count 18 34 52
% within DOCENTE 50,0% 49,3% 49,5%
NÃO Count 18 35 53
% within DOCENTE 50,0% 50,7% 50,5%
Total Count 36 69 105
% within DOCENTE 100,0% 100,0% 100,0%
15