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Conteúdos complementares

Bem, para você que veio nos visitar no nosso site, vamos continuar falando sobre CIDADANIA.Você sabia
que o termo cidadão vem da Antigüidade, mais precisamente de Roma e seu significado é “aquele que
gozava do direito de cidade”? Vamos, então, exercer nosso direito de cidadãos e aprender um pouco mais?
Vejamos como se deu a evolução dos partidos no Brasil.

1- A revolução político-partidária do Brasil


Dois primeiros partidos políticos criados no Brasil lutaram ao longo do II Reinado pelo exercício do
poder. Eram eles o Partido Liberal (Luzias) e Partido Conservador (Saquaremas). Apesar de não existirem
divergências ideológicas irreconciliáveis entre eles, a disputa entre esses partidos pode ser entendida ao
analisarmos suas origens.
Os partidos políticos – Conservador e Liberal – tinham pequenas diferenças entre si, representando, na
verdade, os mesmos interesses, em virtude da estrutura e da formação social brasileira (agrária, exportadora,
dominantemente escravista); ocuparam em rodízio o governo, determinado pelos interesses da classe dirigente
através do Imperador, que podia até fundi-los num só ministério.
Repare que a identidade dos dois partidos foi estabelecida à medida que a lavoura de café permitia aos
proprietários do Sudeste impor sua ordem ou unitarismo e o autoritarismo a todo o país, vencendo as últimas
resistências regionais que se faziam em nome da liberdade. Apesar dessa identidade, o Conservador manteve a
hegemonia, ocupando muitas vezes o ministério.
O grupo que viria a formar o Partido Liberal consolidou-se na época
da Regência, quando o Império vivia uma experiência de descentralização
Fonte: www.psg.com

política e administrativa, concretizada no Código do Processo e no Ato


Adicional, que dava maiores poderes às províncias.
Lembre-se de que, com o afastamento do regente Feijó e o início
da política “regressista”, aqueles que continuaram apoiando o Ato
Adicional formaram o núcleo dos “progressistas”, embrião do Partido
Liberal, que seria fundado em 1842.
A trajetória do Partido Liberal no II Reinado foi marcada pelas
crises internas como a de 1862, quando uma ala do partido ligou-se ao
setor mais progressista do Partido Conservador para formar a “Liga
Progressista”, que duraria até 1868. Percebeu como no fundo “eles” eram
Com a morte de D. Pedro II, muito parecidos?
em 1934, formou-se uma nova
corretente política, chamada Em 1869, os “progressistas” uniram-se aos “históricos”, permitindo a
de facção “moderada”. união dos grupos liberais. Mas, logo em seguida, setores mais radicais
saíram do partido para formar, em 1870, o Partido Republicano.


O Partido Conservador surgiu durante a Regência, entre os “regressistas” que derrubaram Feijó e o
substituíram por Araújo Lima. As rebeliões regenciais reforçaram, entre a elite política, a convicção de que as
concessões liberais haviam trazido conseqüências funestas. Uma facção “moderada” com os remanescentes do
Partido “Restaurador” (extinto com a morte de D. Pedro I, em 1834) formou essa nova corrente política, cujo
principal objetivo era a eliminação da legislação liberal e a volta da centralização política e administrativa.
Vale ressaltar que a maior parte deles estava vinculada às poderosas oligarquias enriquecidas pelo café,
sendo o município fluminense de Saquarema o local onde os chefes do partido possuíam terras, responsável
pelo termo “saquarema” atribuído aos conservadores no início do Segundo Reinado, entenderam?
O Partido Conservador permaneceria ativo até o final do Segundo Reinado, apesar de flutuações em sua
composição – como no momento da formação da Liga Progressista, em 1862, unindo conservadores e liberais
–, em prol da defesa da unidade nacional, da ordem e do poder discricionário do imperador.

Vejamos agora no quadro abaixo como funcionava a vida partidária brasileira ao longo
do período monárquico:

Mas, como nem tudo dura para sempre, com o advento da República, o Brasil intercalou períodos em que
os partidos tinham caráter estadual (Primeira República –1889/1930) ou simplesmente inexistiam (Era Vargas
– 1930/1945).
Somente com a redemocratização do pós-guerra os partidos voltaram a se organizar em caráter nacional.
Lembre-se, meu amigo, de que esse período foi marcado por uma situação externa complexa, a chamada
Guerra Fria. lembra dela? Vale a pena recordar.

A conjuntura política internacional apresenta algumas mudanças decorrentes da derrota do eixo totalitário e da nova composição
de forças. Os Estados Unidos e a União Soviética representam as duas maiores potências políticas divergentes; porém, as duas
superpotências são impedidas de realizar um confronto direto, devido ao desenvolvimento científico, que colocou à disposição das
forças militares armamentos poderosos como a bomba atômica. Com isto, se transferiram para o plano econômico, político e cultural
os conflitos que se sucederam no pós-guerra e que recebem o nome de Guerra Fria.


A participação do Estado, ocupando o espaço destinado à burguesia no setor de investimentos de capital, na
verdade, criou uma relação de dependência, que o setor privado estava interessado em quebrar, retomando o
processo de integração com o capital internacional, que sempre caracterizou o sistema capitalista no Brasil.
No plano internacional, os governos de direita e autoritários
recebiam total apoio por parte dos Estados Unidos, sendo
que esta sustentação era dada apenas aos países que não
Fonte: www.cafehistoria.ning.com

pretendessem alterar o quadro das relações econômicas e


financeiras em benefício norte-americano. Porém, o crescimento
da União Soviética modificou bastante o quadro da política
latino-americana, levando o Brasil a ter que tomar uma decisão,
definindo a sua posição entre o capitalismo e o socialismo.
Decisão dificil, não? Principalmente porque a participação do
Brasil na guerra acabou provocando significativas mudanças
internas. A guerra provocou o sentimento nacionalista, usado
como catalisador capaz de atenuar os problemas internos do
país, e uma aceleração das mudanças econômicas nos setores
agrícolas (policultura) e industriais, com o desenvolvimento da
indústria de bens de consumo (substituição de importações)
e na própria indústria pesada, com a criação da Companhia
Siderúrgica Nacional e a instalação da Usina de Volta Redonda
com financiamento norte-americano, fato que solidificou a
posição de aliança dos EUA com o Brasil.
GetúlioVargas, antes de ser deposto, A declaração de guerra teve conseqüências ainda mais sérias.
indicou o nome do General Dutra
Afinal, o Brasil estava lutando efetivamente ao lado dos Aliados
para ser o seu sucessor.
contra o nazifascismo, sendo um país ideologicamente próximo
desta ideologia. Criava-se uma contradição séria. Ao admitir o
estado de guerra com o Eixo, Getúlio Vargas estava assinando
sua própria destruição. O fim da guerra corresponde ao fim do Estado Novo.
Getúlio ainda tentou nova manobra concedendo anistia política e legalizando o PCB. As oposições cresciam
na imprensa e, principalmente, externamente. Mesmo o apoio dos sindicatos exigindo a manutenção de Vargas
foi inócuo; a UDN exigia a realização imediata das eleições. Finalmente, em outubro de 1945, Getúlio Vargas
era deposto, embora tecnicamente tenha renunciado à Presidência da República, cedendo a todas as pressões.
Fecha-se, assim, a fase conhecida como Estado Novo, aberta e encerrada com golpes políticos.
Visando construir suas bases políticas, Vargas havia ampliado as alianças, buscando uma maior aproximação
com o Partido Comunista, que, por seu lado, buscou se organizar efetivando o apoio a Getúlio Vargas, no sentido
de participar da redemocratização e ao mesmo tempo evitar maiores confrontos que poderiam desgastar mais
ainda o partido.
A partir dessa nova composição política e contando com o “Queremismo”, passou a ser fácil o lançamento
da campanha pela “Constituinte com Getúlio”.
O plano das forças que apoiavam Vargas foi interrompido pela intervenção das forças armadas, que receberam
o imediato apoio dos setores que defendiam a iniciativa privada, bem como dos setores internacionais que não
concordavam com a política de Getúlio Vargas.
A queda do Estado Novo foi, portanto, o efeito da convergência de determinantes internos aos quais se
conjugaram as pressões internacionais.
Antes de ser deposto, Vargas havia indicado o nome do General Dutra para a sua sucessão. Este deixou o
ministério da Guerra em 1945, quando então se candidatou à presidência da República pelo PSD (Partido Social
Democrático), e foi apoiado pelo getulismo do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) recém-formado.


Veja o quadro abaixo, onde estão listados os principais partidos políticos do Brasil
nesta etapa:

Partido Composição Programa

A União Democrática Nacional


O programa da UDN estava nos
foi fundada em 1945, tendo seu
quadros do liberalismo burguês de
principal suporte na pequena e
UDN recuperação dos direitos e liberdades
média burguesia, sendo que a parte
vigentes nos sistemas políticos
dominante se concentra no setor
dominantes na área do capitalismo.
urbano.

O Partido Social Democrático O seu programa defendia a democracia


congregava os grandes proprietários formal, que aceitava as diferenças
PSD rurais, sendo que em Minas reunia sociais como uma característica
um grande número de elementos da natural da sociedade. Definia-se como
burguesia urbana. um partido de centro.

O Partido Trabalhista Brasileiro tinha 1. Defendiam a preservação do


seu núcleo central no Rio Grande aumento do Estatuto Trabalhista,
do Sul e aglutinou três correntes o livre debate parlamentar e, no
principais: plano econômico, um nacionalismo
1. Construiu o conjunto dos que limitado.
buscavam conferir ao partido um 2. Procuravam estabelecer o controle
discurso ideológico singular. dos sindicatos; eram os chamados
2. A outra corrente era a que se pelegos.
PTB ligava aos sindicatos oficiais cujas 3.Procuravam satisfazer o proletariado
chefias se haviam formado durante através de reivindicações salariais.
o Estado Novo.
3. A outra corrente não possuía
muita profundidade em termos
doutrinários, mas era imediatista e
objetiva no manejo de recrutar o
proletariado.


2- As constituições
Como podemos construir a noção de valores e da ética em nosso País?
Jean Piaget já alertava para a necessidade de uma educação moral por meio da construção de valores
pelas interações entre alunos e destes com as várias esferas da realidade.

Não podemos deixar de reconhecer que a história da cidadania no Brasil está intimamente ligada ao estudo histórico da evolução
constitucional do País.

A evolução aponta a atual Carta Constitucional como instrumento de cidadania e respeito às diferenças,
mas ainda carece de amplitude e regulamentação e, sobretudo, de respeito. Somos um País que não precisa
de mais leis. Precisamos apenas que aquelas que existem sejam respeitadas e cumpridas, que você, cidadão,
saiba exatamente o que a palavra cidadania significa. Quando vemos que a massa era escrava no Império e que
muitos direitos já foram conquistados, não devemos achar que tudo já foi feito, ou que o encaminhamento das
questões sociais seja o suficiente para criar um sentimento de conforto na consciência pequeno-burguesa
que está cristalizada no inconsciente coletivo das nossas forças de transformação.
Somente a consolidação participativa e crítica de uma abordagem mais profunda e histórica deste tema
pode proporcionar uma ação consistente e perene na conquista diária de uma qualidade de vida que a lei já
nos garante, mas que nós mesmos nem sabemos disto.
Ainda somos surpreendidos quando recebemos correio eletrônico ou lemos nos jornais que certos
procedimentos de empresas públicas ou privadas ferem nossos direitos; que taxas e cobranças são indevidas;
que prestadoras e bancos abusam na cobrança de serviços ou que burlam a lei na questão do atendimento ao
cliente, ou seja, a nós. Imaginar que, se a classe média é atingida por isto, tendo a escolaridade, a informação
e o senso crítico mais aguçados, o que não pensar da massa excluída da escola ou mesmo da informação?
Para isso, é de fundamental importância que conheçamos as leis e a respeitemos, pois só assim seremos
dignos de ser cidadãos.

(Fonte: www.portal.in.gov.br)


Vamos então conhecer um pouco das constituições brasileiras? Observe esse quadro
abaixo.

Que tal copiá-lo e salvá-lo no seu CPU? Esse quadro ainda lhe pode ser muito útil na prova do ENEM.

AS CARTAS E SUAs REGIME ORGANIZAÇÃO REGIME SISTEMA FORMAS de


CARACTERÍSTICAs POLÍTICO DO ESPAÇO ELEITORAL PARTIDÁRIO GOVERNO

1824 Eleições
Monarquia
Primeira Constituição Unitarismo Censitárias em Bipartidarismo Monarquia
Absoluta
do Estado Brasileiro dois graus

1891
Democracia Eleições Pluripartidarismo
1ª Constituição Federalismo Republicana
Liberal Diretas Estadual
Republicana

Eleições
1934 Democracia Diretas e Bipartidarismo
Federalismo Republicana
Carta de Transição Liberal Representação Nacional
Classista

1937 Na Carta, Republicana


Não existem
Ditadura Federalismo; na Não há partidos com tendências
Constituição “Polaca” eleições
prática, Unitarismo. ao Totalitarismo

1946
Democracia Eleições Pluripartidarismo
Modelo Liberal do Federalismo Republicana
Liberal Diretas Nacional
Pós-Guerra

Na Constituição,
1967 Eleições
Democracia Pluripartidarismo;
Federalismo Diretas e Republicana
Estado Autoritário Tutelada na prática,
Indiretas
Bipartidarismo.

Emenda nº 1 de Democracia
1969 Tutelada Eleições
(Incorporação Federalismo Diretas e Bipartidarismo Republicana
Substitui em grande dos Atos Indiretas
parte a Carta de 1967 Institucionais)

1988 Eleições
Democracia Pluripartidarismo
Federalismo Diretas em Republicana
Constituição Cidadã Liberal Nacional
todos os níveis

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