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LEI DE EXECUÇÃO FISCAL (6.

830/80) - TÓPICOS
Professor: Rafael Santos de Barros e Silva Email: santbasi@yahoo.com.br

- Execução da D.A. tributária


e dos entes políticos (e suas autarquias/fundações
públicas)
não-tributária

- CPC aplica-se subsidiariamente.


- DA  qualquer valor cuja cobrança seja atribuída aos entes políticos ou suas autarquias.
- DA = principal + A.M. + juros + multa + outros encargos previstos em lei ou contrato.
- Inscrição na DA  é ato de controle;
 suspende a prescrição por 180 dias ou até a distribuição da execução
apenas para dívidas não tributárias (de acordo com a jurisprudência do
STJ)
 realizada pela Procuradoria
- Termo de inscrição(registro) e certidão (MME)
identificação/localização
valor/termo inicial dos juros/ A.M./ encargos
origem/fundamento legal
número de inscrição/data em que foi inscrito
CDA
−título executivo extrajudicial
−presunção ‘juris tantum’ de certeza e liquidez contra o devedor e contra terceiros.
− pode haver substituição/emenda até a decisão de primeira instância  devolução de
prazo para embargos.
−cancelamento até a decisão de primeira instância sem onus de sucumbência (ver Súmula
153/STJ).

EXECUÇÃO FISCAL

−competência exclusiva para seu julgamento – não sofre atração pelo juízo de execução
coletiva.
−Executado: devedor/ fiador/ espólio/ massa/ sucessores/ responsáveis tributários
−*Falência, concordata, liquidação, inventário, insolvência ou concurso de credores:
responsabilidade solidária se alienar ou der bem em garantia em detrimento de CT (art. 4º,
§ 1º, da LEF).
−Aplicação das regras de responsabilidade tributária/civil/comercial para D.A.T e D.A. Ñ.
T.
− Petição inicial (art. 6º): Enderçamento ao juiz competente, pedido e requerimento de
citação: não precisa pedir produção de provas.
− instruída com a CDA – pode ser um documento único
− valor da causa= dívida + encargos
− Despacho do Juiz importa ordem para  citação/ penhora/arresto/registro/avaliação.
−Prazos: 05 (cinco) dias para pagar ou garantir o juízo 30 (trinta) dias para opor embargos.

Citação

- Regra: correio com AR. A Fazenda Pública pode requer outra modalidade. Considera-se
realizada na data de entrega ou 10 dias após a recusa.
−Se a AR não voltar em 15 dias  Oficial de Justiça ou edital (única publicação).
−Se ausente do país a citação será por edital com prazo de sessenta dias.
−Despacho que ordena a citação interrompe a prescrição.

Garantia

−Depósito/ fiança/ nomeação ou indicação de bens a penhora (arts. 9º e 11).


−Bem imóvel  consentimento expresso do cônjuge (§ 1º do art. 9º).
−Depósito em dinheiro cessa juros e AM (§ 3º do art. 9º).
−Fiança  deve obedecer as regras do CMN
−Parcela incontroversa – paga e oferece garantia quanto ao restante.
−Penhora  qualquer bem exceto os absolutamente impenhoráveis (arts. 30 da LEF e 649
do CPC, exceto o inciso I).
−A totalidade de bens e rendas do sujeito passivo, espólio ou massa responde pelo
pagamento da D.A. Exceção: bens que a lei declara absolutamente impenhoráveis (art.
649, do CPC, exceto o inciso I).
−Inoponibilidade das cláusulas de inalienabilidade ou impenhorabilidade.

Ordem de Penhora
−Dinheiro, títulos com cotação, pedras e metais preciosos, imóveis, navios e aeronaves,
veículos, móveis ou semoventes e direitos e ações (art. 11 da Lei 6.830/80).
−Excepcionalmente  penhora de estabelecimento comercial, industrial e agrônomo.
 plantações
 Edifícios em construção

- Remoção de bens por depósito sempre que a FP requerer e em qualquer que fase do
processo. Jurisprudência exige que haja justificativa para o pedido de remoção feito pela
FP.

Intimação da Penhora

−Publicação na capital/ Correios na comarca do interior.


− Súmula 190/TFR
−Intimação do cônjuge – regra da citação.
−Será feita pessoalmente se no AR da citação não houver assinatura do executado ou de
seu representante.

Termo de Penhora

- Contem a avaliação dos bens indicados.


−Impugnação da avaliação antes do leilão  nova avaliação.
−Sem avaliação ou sem laudo em prazo de 15 dias juiz reavalia pessoa ou entidade a seu
critério.
−Penhora tem que ser registrada: cartório de imóveis, DETRAN, Junta Comercial, Cartório
de Imóveis.
−Em qualquer fase é possível a substituição de penhora por dinheiro ou fiança bancária (a
pedido do executado) ou por qualquer bem independentemente da ordem do art.11 (a
pedido da FP) – art. 15.
−Reforço da penhora (art. 15).

Embargos
- Necessidade prévia de garantir a execução (art. 16, § 1º).
do depósito
- Prazo 30 dias (art. 16) da juntada da prova da fiança
da intimação da penhora

−Toda a matéria de defesa deve ser alegada nos Embargos  testemunhas = até 3 (ou
6 a critério do juiz).
− Art. 16, § 3º: Não se admite reconvenção/compensação/exceções, salvo suspeição,
incompetência e impedimentos que serão argüidas como preliminar nos Embargos à
Execução. Jurisprudência admite exceção de pré-executividade e alegar
compensação.

Impugnação (art. 17)

−Prazo: 30 dias.
−Audiência: dispensável.
−Sem embargos: manifestação da FP sobre a garantia.

Ausência/ Rejeição dos Embargos

- Terceiro é intimado para remir o bem, se a garantia for real, ou pagar, se fidejussória.

Execução por carta (Súmula 46/STJ)

−Embargos oferecidos no juízo deprecado. Deprecado julga se os embargos versam


sobre ato seu.

Alienação antecipada de bens  depósito do produto da alienação (art. 21).

Arrematação (arts. 22 e 23)

- Precedida de edital único, resumido e gratuito.


- Edital - Leilão: entre um e outro haverá um prazo máximo de 30 e mínimo de 10
dias.
- Intimação de representante da FP, mesmo prazo do edital.
−Leilão global ou em lotes.
−Quem arremata paga comissão e despesas.

A FP pode realizar Adjudicação dos bens penhorados quando os embargos forem rejeitados
ou não apresentados (art. 24):

-Antes do leilão: adjudica pelo preço da avaliação.


- sem licitante: preço da avaliação,

- Após o leilão
- com licitante: pelo preço da melhor oferta com preferência, no prazo
de trinta dias .

* Se a avaliação ou a oferta for maior que a dívida, a adjudicação fica condicionada ao depósito da
diferença no prazo de trinta dias.

Cancelamento da CDA (art. 26)

- Até a decisão de primeira instância.


- Sem ônus para as partes, desde que não tenha havido oposição de exceção de pré-
executividade ou embargos à execução – jurisprudência do STJ.

Publicação de atos processuais (art. 27)

- Resumidamente ou reduzidos em um texto de diferentes processos deve conter.


- Número do processo, número da inscrição na DA, nome das partes e dos advogados.
- Na Execução fiscal, qualquer intimação do representante judicial da Fazenda
Pública é pessoal/vista dos autos. Se não houver procurador na comarca pode ser
por carta.

- Juiz, mediante requerimento das partes, pode determinar a reunião dos processos de
um mesmo devedor  reunião no juízo da primeira distribuição (art. 28).
- EF não é atraída por juízo universal de concurso de credores, nem está sujeita a
habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento (art. 29). É
uma prerrogativa da FP e não uma vedação.

Concurso de preferências entre PJ de D. Público (Súmula 563/STF) – art. 29, parágrafo único.

1.União e suas autarquias;


2.Estados, DF e territórios conjuntamente e pro rata;
3.Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

Nos processos de falência, recuperação judicial, liquidação, inventário, arrolamento,


concurso de credores: necessidade de quitação da D.A. ou concordância da FP para que possam ser
alienados bens (art. 31).

Trânsito em Julgado (§ 2º do art. 32 e art. 33)

- Depósito devolvido ou convertido em renda da FP.


- Comunicação à repartição competente para fins de averbação na DA sobre a decisão de
improcedência total ou parcial da execução.

Recursos

- Sentença na execução de valor até 50 ORTN (valor consolidado na data da distribuição) Cabe,
apenas, Embargos de declaração e infringentes (prazo de 10 dias, mesmo juízo, podem se
apresentados novos documentos, 10 dias para resposta e julgamento em 20 dias) – art. 34. NÃO
CABE APELAÇÃO.
- Nos processos de execução fiscal é dispensado revisor na apelação.

Normas Administrativas

- Compete à FP baixar normas sobre o recolhimento da DA em juízo ou fora dele e aprovar


modelos de documentos para arrecadação.
Responsabilização dos auxiliares da Justiça (art. 37)

- Responsabilidade civil, penal e administrativa do auxiliar de justiça que prejudicar a


execução. Ação, omissão culposa ou dolosa.

- 10 dias para OJ cumprir diligências.

Discussão judicial da DA (art. 38)

- O depósito só é efetivamente exigido para suspender a exigibilidade, mas não é requisito


para propor a ação anulatória. Súmula 247/TFR.
- Parágrafo único do art. 38  é constitucional.

Pagamento de custas e emolumentos pela FP e pagamento de despesas pela FP (art. 39).

Informativo n.º 352:

REsp 988570 / SP
RECURSO ESPECIAL
2007/0206262-8
Relator(a)
Ministro LUIZ FUX (1122)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
17/04/2008
Data da Publicação/Fonte
DJe 14.05.2008
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ADIANTAMENTO DO PAGAMENTO
DE
DESPESAS JUNTO AO CARTÓRIO DE REGISTRO DE PESSOAS JURÍDICAS
PELA
FAZENDA PÚBLICA. DESNECESSIDADE. ART. 39, DA LEI Nº 6.830/80. ART.
27, DO CPC. DIFERENÇAS ENTRE OS CONCEITOS DE CUSTAS E DESPESAS
PROCESSUAIS. PRECEDENTE DA C. PRIMEIRA SEÇÃO.
1. O Sistema Processual exonera a Fazenda Pública de arcar com
quaisquer despesas, pro domo sua, quando litiga em juízo,
suportando, apenas, as verbas decorrentes da sucumbência (artigos 27
e 1.212, parágrafo único, do CPC). Tratando-se de execução fiscal, é
textual a lei quanto à exoneração, consoante se colhe dos artigos 7º
e 39, da Lei nº 6.830/80. Enquanto não declarada inconstitucional a
lei, cumpre ao STJ velar pela sua aplicação.
2. É cediço em sede doutrinária que:"A União está isenta de custas,
selos, taxas e emolumentos na execução fiscal. Os processos de
execução fiscal para cobrança da dívida da União, ainda que em curso
perante a justiça dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Territórios, estão isentos de qualquer pagamento, seja ele qual for,
no que concerne a custas ou despesas judiciais.
Não paga a taxa judiciária, não paga selo nas petições ou papéis
juntos aos autos; não paga remuneração aos cartórios ou órgãos
auxiliares, tais como depositários, avaliadores, partidores, etc.
Não há exigência de taxa judiciária, de selos ou estampilhas ou
papel selado, de comissões, custas, emolumentos, dos serventuários,
preparo, etc. Invoque-se o art. 150, IV, a, da CF, que veda à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar imposto
sobre serviço uns dos outros, e interprete-se o art. 1.212,
parágrafo único, do CPC, amplamente. Não só os atos judiciais, nos
processos em que autora é a União, estão isentos desses pagamentos.
O privilégio e a isenção são recíprocos entre a União, Estados e
Municípios." (José da Silva Pacheco, in Comentários à Lei de
Execução Fiscal, Ed. Saraiva, 7ª ed., 2000, São Paulo)
3. Ressalte-se ainda que, de acordo com o disposto no parágrafo
único art. 39 da Lei 6.830/80, a Fazenda Pública, se vencida, é
obrigada a ressarcir a parte vencedora no que houver adiantado a
título de custas, o que se coaduna com o art. 27, do Código de
Processo Civil, não havendo, desta forma, riscos de se criarem
prejuízos à parte adversa com a concessão de tal benefício
isencional.
4. Mutatis mutandis a exoneração participa da mesma ratio essendi da
jurisprudência da Corte Especial que imputa a despesa extrajudicial
da elaboração de planilha do cálculo aquele que pretende executar a
Fazenda Pública.
5. A 1ª Turma, recentemente, decidiu questão análoga, verbis:
I - Os arts. 27 do CPC e 39 da Lei nº 6.830/80 não regulamentam uma
isenção à Fazenda, mas somente dispõem que esta fica dispensada de
efetuar o depósito antecipado de custas e emolumentos, devendo pagar
o montante a eles referente ao final da lide, acaso reste vencida.
II - In casu, portanto, a Fazenda fica dispensada de depositar
antecipadamente o valor relativo à expedição de certidão pelo
cartório de registro de pessoa jurídica, devendo, ao final do
trâmite processual, fazer tal pagamento, se vencida.
III - Recurso especial provido.
(REsp 988.482/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 23.10.2007, DJ 19.12.2007 p. 1185)
6. Recurso especial provido.

De forma mais clara, temos acórdão Resp 653006/MG:

Processo
REsp 653006 / MG
RECURSO ESPECIAL
2004/0057495-0
Relator(a)
Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO) (8135)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
17/06/2008
Data da Publicação/Fonte
DJe 05/08/2008
Ementa
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO
FISCAL.
CUSTAS. CARTA CITATÓRIA. POSTAGEM. PAGAMENTO PELA FAZENDA
PÚBLICA.
DESNECESSIDADE. CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. CONCEITOS
DIVERSOS.
1. A Primeira Seção desta Corte consolidou entendimento de que
a
Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos
Municípios está isenta de custas processuais nas execuções
fiscais,
independentemente do ajuizamento ocorrer na Justiça Estadual ou
Federal, q.v., verbi gratia: EREsp 463.192/RS, 1ª Seção, Rel.
Min.
Luiz Fux, DJ de 03/10/2005.
2. A citação postal é ato processual e, conforme entendimento
desta
Corte Superior, está contido no conceito de custas processuais,
não
se confundindo com despesas processuais, conceito este relativo
a
despesas referentes às atividades não abrangidas pelo cartório
judicial, como por exemplo a fixação de honorários periciais e
diligências efetuadas por Oficial de Justiça.
3. Recurso especial a que se dá provimento.

Suspensão do Processo e Prescrição Intercorrente (art. 40).

•Não achando bens penhoráveis;


•Suspende e abre vista para a FP;
•Decorrido um ano de suspensão juiz determina arquivamento;
•§ 3º imprescritibilidade;
•§ 4º  Lei 11.052/2004  cinco anos do arquivamento  prescrito
•Súmula 314/STJ.

Processo Administrativo (art. 41).

 Autos ficam na repartição  extraem-se cópias e certidões a requerimento das partes,


do juiz ou do MP.
 Pode ser exibido em juízo mediante requerimento do juiz.
SÚMULAS RELACIONADAS À EXECUÇÃO FISCAL

STF 565: A multa fiscal moratória constitui pena administrativa, não se incluindo no crédito
habilitado em falência.

563: O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187 do código
tributário nacional é compatível com o disposto no art. 9º, i, da constituição federal

STJ 279: É cabível execução por título extrajudicial contra a fazenda pública.
58: Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicilio do executado não
desloca a competência já fixada.
66: Compete a justiça federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho
de fiscalização profissional.
112: O deposito somente suspende a exigibilidade do credito
tributário se for integral e em dinheiro.
46: Na execução por carta, os embargos do devedor serão decididos no juízo
deprecante, salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou
alienação dos bens.
121: Na execução fiscal o devedor devera ser intimado, pessoalmente, do dia e hora
da realização do leilão.
- 189: É desnecessária a intervenção do Ministério Público nas execuções fiscais
- 153: A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o
exeqüente dos encargos da sucumbência.
314: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por
um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.
- 251: A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução
fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao
casal.
- 190: Na execução fiscal, processada perante a justiça estadual, cumpre a fazenda publica
antecipar o numerario destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de
justiça.
- 128: Na execução fiscal haverá segundo leilão, se no primeiro não houver lanço superior
a avaliação.

TFR 34: Duplo Grau de Jurisdição - Aplicação - Sentença Contra União, Estados,
Municípios e Autarquias. O duplo grau de jurisdição (CPC, Art. 475, II) e aplicável
quando se trata de sentença proferida contra a União, o Estado e o Município, só
incidindo, em relação as Autarquias, quanto estas forem sucumbentes na execução da
dívida ativa (CPC, Art.475, III).
168: Encargo Devido nas Execuções Fiscais da União - Condenação do Devedor em
Honorários Advocatícios. O encargo de 20%, do Decreto-Lei 1.025, de 1969, e sempre
devido nas execuções fiscais da União e substitui, nos embargos, a condenação do devedor
em honorários advocatícios.
209: Execuções Fiscais da Fazenda Nacional - Cobrança Cumulativa de Juros de Mora e
Multa Moratória – Legitimidade. Nas execuções fiscais da fazenda nacional, e legitima a
cobrança cumulativa de juros de mora e multa moratória.
112: Execução Fiscal - Responsabilidade Pessoal do Sócio Gerente de Sociedade por
Quotas - Violação da Lei ou Excesso de Mandato – Meação. Em execução fiscal, a
responsabilidade pessoal do sócio gerente de sociedade por quotas, decorrente de violação
da Lei ou excesso de mandato, não atinge a meação de sua mulher.
44: Execução Fiscal - Anteriormente à Falência e Contra a Massa Falida - Penhora –
Procedimentos. Ajuizada a execução fiscal anteriormente à falência, com penhora
realizada antes desta, não ficam os bens penhorados sujeitos a arrecadação no Juízo
falimentar; proposta a execução fiscal contra a massa falida, a penhora far-se-á no rosto
dos autos do processo da quebra, citando-se o síndico.
40: Execução Fiscal da Fazenda Pública Federal - Comarca do Domicílio do Devedor –
Competência. A execução fiscal da Fazenda Pública federal será proposta perante o Juiz
de Direito da comarca do domicílio do devedor, desde que não seja ela sede de vara da
justiça federal.
189: Execução Fiscal - Mudança de Domicilio do Executado – Competência. Proposta a
execução fiscal, a posterior mudança de domicilio do executado não desloca a
competência já fixada.
244: Intervenção de Ente Federal em Concurso de Credores ou Preferência -
Deslocamento da Competência. A intervenção da União, suas Autarquias e Empresas
Públicas em concurso de credores ou de preferência não desloca a competência para a
Justiça Federal.
78: Ação no Prazo - Demora na Citação Inerente ao Mecanismo da Justiça - Argüição
de Prescrição. Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação,
por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da argüição de
prescrição.
210: Execução Fiscal - Citação Editalícia. Na execução fiscal, não sendo encontrado o
devedor, nem bens arrestáveis, é cabível a citação editalícia.
248: Prazo da Prescrição Interrompido pela Confissão e Parcelamento da Dívida Fiscal -
Cumprimento do Acordo Celebrado. O prazo da prescrição interrompido pela confissão e
parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia que o devedor deixa de cumprir o
acordo celebrado.
190: Intimação Pessoal da Penhora - Execução Fiscal - Publicação no Órgão Oficial. A
intimação pessoal da penhora ao executado torna dispensável a publicação de que trata o
Art. 12 da Lei das execuções fiscais.
99: Execuções Fiscais - Prévio Depósito - Despesas do Avaliador. A Fazenda Pública,
nas execuções fiscais, não esta sujeita a prévio depósito para custear despesas do
avaliador.
240: Intimação do Representante Judicial da Fazenda Pública - Embargos a Execução
Fiscal. A intimação do representante judicial da Fazenda Pública, nos embargos a
execução fiscal, será feita pessoalmente.
209: Execuções Fiscais da Fazenda Nacional - Cobrança Cumulativa de Juros de Mora e
Multa Moratória – Legitimidade. Nas execuções fiscais da fazenda nacional, e legitima a
cobrança cumulativa de juros de mora e multa moratória.
247: Ação Anulatória do Débito Fiscal – Depósito. Não constitui pressuposto da ação
anulatória do débito fiscal o depósito de que cuida o Art. 38 da Lei 6.830, de 1980.
154: Fazenda Pública - Execuções Fiscais - Depósito para Custear Despesas do Oficial
de Justiça. A Fazenda Pública, nas execuções fiscais, não esta sujeita a prévio depósito
para custear despesas do oficial de justiça.
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA

Possibilidade de argüir compensação como matéria de defesa nos embargos à execução

Processo
REsp 641650 / PR
RECURSO ESPECIAL
2004/0024580-7
Relator(a)
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI (1124)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
25/03/2008
Data da Publicação/Fonte
DJe 14.04.2008
Ementa
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ARGÜIÇÃO DE COMPENSAÇÃO COMO
MATÉRIA
DE DEFESA EM SEDE DE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL.
POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. VERIFICAÇÃO, NO CASO, DE ASPECTOS FÁTICOS-
PROBATÓRIOS
DA CAUSA. VEDAÇÃO IMPOSTA PELA SÚMULA 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE
JUSTIÇA. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.

Remoção de bens penhorados

REsp 603217 / SC
RECURSO ESPECIAL
2003/0195205-8
Relator(a)
Ministro CASTRO MEIRA (1125)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
11/09/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 26.09.2007 p. 200
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CPC. ARGÜIÇÃO GENÉRICA
SÚMULA 284/STF.
EXECUÇÃO FISCAL. REQUERIMENTO DE REMOÇÃO DE BENS
NOMEADOS À PENHORA.
NECESSIDADE DE JUSTIFICATIVAS. APRECIAÇÃO DO PEDIDO
PELO JUIZ. ART.
11, § 3º, DA LEI Nº 8.630/80. SÚMULA 7/STJ. ADESÃO AO REFIS.
IRRELEVÂNCIA PARA O CASO.
1. A adesão do contribuinte ao Refis não influi em eventual
discussão judicial a respeito do local onde devem ficar os bens que
garantem a dívida. Não há que se falar em renúncia ao direito no
qual se funda a ação ou em perda de objeto do recurso que visa
discutir tão-somente essa questão.
2. Esta Corte já proclamou, em diversas oportunidades, a
impossibilidade de conhecer-se do recurso especial pela alegada
violação do artigo 535 do CPC nos casos em que a argüição é
genérica, ante o disposto na Súmula 284 da Suprema Corte.
3. O art. 11, § 3º, da Lei nº 8.630/80 faculta ao credor o direito
de requerer a remoção de bens, desde que o faça justificadamente,
cabendo ao Juiz a análise do caso concreto, de modo que a execução
se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. Precedentes.
4. A remoção de bem encartada no art. 11, § 3º, da Lei nº 6.830/80
depende da aferição, caso a caso, da conveniência ou não do
deferimento do pedido. Exame dessa monta ensejaria o revolvimento do
suporte fático-probatório dos autos, vedado nesta instância especial
pela Súmula 7/STJ, de seguinte conteúdo: "A pretensão de simples
reexame de prova não enseja recurso especial".
5. Recurso especial não conhecido.

Embargos não suspendem execução fiscal sem que haja argumentação idônea e garantia
integral da dívida

Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que


embargos à execução fiscal não podem ser recebidos com efeito
suspensivo sem que os argumentos do executado sejam robustos, e
que o valor da execução esteja integralmente garantido por penhora,
depósito ou fiança bancária. Isso porque, de acordo com a Turma, o
artigo 739-A, parágrafo primeiro, do Código de Processo Civil
(CPC) se aplica à Lei n. 6.830/80, que trata da cobrança judicial da
dívida ativa da Fazenda pública.
A decisão ocorreu no julgamento de um recurso especial em que a
empresa Tanytex Confecções Ltda pede a suspensão da execução
fiscal em curso contra ela. A defesa alega que o Tribunal Regional
da 4ª Região não poderia ter negado a suspensão com base no CPC,
uma vez que execução fiscal tem procedimento próprio definido
pela Lei n. 6.830/80. Argumenta ainda que não se podem aplicar
normas contidas na lei geral para questões de procedimento
específico.
O parágrafo primeiro do artigo 739-A do CPC determina que a
execução só pode ser suspensa mediante apresentação de garantia
integral do débito e relevante argumentação. Segundo os autos, o
valor executado é de R$ 214.741,64 e o bem penhorado foi avaliado
em R$ 184.980,00. Portanto, a penhora é insuficiente para permitir
que a execução seja suspensa.
A intenção da defesa é que seja aplicada a norma segundo a qual a
simples oposição de embargos suspende a execução fiscal
automaticamente. Era assim que ocorria antes das alterações
promovidas pela Lei n. 11.382/06.
O relator, ministro Herman Benjamim, ressaltou que o artigo 1º da
Lei n. 6.830/80 prevê a utilização subsidiária do CPC. Ele disse
estar convencido de que a teoria geral do processo de execução teve
sua concepção revista e atualizada e que as lacunas existentes nos
processos regidos por leis específicas são preenchidas com as
normas do CPC.
Acompanhando as considerações do ministro Herman Benjamim, a
Segunda Turma decidiu, por unanimidade, aplicar o artigo 739-A,
parágrafo primeiro, do CPC aos embargos à execução fiscal.
Processos: Resp 1024128

Fraude à execução fiscal

REsp 810170 / RS
Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À
EXECUÇÃO FISCAL. CITAÇÃO. ALIENAÇÃO DE BEM. PENHORA NÃO-
GRAVADA NO REGISTRO DE IMÓVEIS. INSUBSISTÊNCIA.
1. Não basta o ajuizamento do executivo fiscal e a citação válida do devedor para
configurar a fraude à execução quando o bem penhorado foi adquirido por terceiro. É
necessário que haja a gravação da constrição judicial no respectivo Cartório de Registro de
Imóveis para que a indisponibilidade do bem gere efeitos de eficácia erga omnes, o que
não ocorreu no caso dos autos. Precedentes.
2. Recurso especial não-provido.

Exceção de pré-executividade

REsp 1018779 / SP
Relatora Ministra ELIANA CALMON
Ementa: TRIBUTÁRIO E EXECUÇÃO FISCAL – MATÉRIA DE DEFESA – PRÉ-
EXECUTIVIDADE – ILEGITIMIDADE PASSIVA.– POSSIBILIDADE SOMENTE SE
DISPENSÁVEL A DILAÇÃO PROBATÓRIA.
1. Doutrinariamente, entende-se que só por embargos é possível defender-se o executado,
admitindo-se, entretanto, a exceção de pré-executividade.
2. Consiste a pré-executividade na possibilidade de, sem embargos ou penhora, argüir-se
na execução, por mera petição, as matérias de ordem pública ou as nulidades absolutas.
3. A tolerância doutrinária, em se tratando de execução fiscal, esbarra na necessidade de se
fazer prova de direito líquido e certo, exceto se a questão da ilegitimidade for líquida e
certa.
4. Aferir a necessidade ou não de dilação probatória, inviabilizadora da utilização da
exceção de pré-executividade, demanda o reexame do conteúdo fático probatório dos
autos, o que encontra óbice no constante na Súm. 7/STJ
5. Recurso especial não conhecido.

Intervenção do MP em processo de execução fiscal - desnecessidade

REsp 681500 / RS
Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Ementa: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO
FISCAL. INTERVENÇÃO DO MP. DESNECESSIDADE. CDA. REQUISITOS.
REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.
1. "É desnecessária a intervenção do Ministério Público nas execuções fiscais". Dicção da
Súmula 189/STJ.
2. A investigação acerca da falta dos requisitos formais da CDA, capaz de abalar a
presunção de certeza e liquidez de que goza o título, atrai o óbice sumular n. 7/STJ.
3. Não houve a demonstração da exata similitude fático-jurídica entre os acórdãos tidos
por divergentes e, tampouco o cotejo analítico entre eles, o que se afigura indispensável
para a admissão do apelo especial, conforme os ditames estabelecidos pelo § 2º do art. 255
do RISTJ e art. 541, parágrafo único, do CPC.
4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não-provido.

Penhora insuficiente – possibilidade de oferecer embargos

REsp 899457 / RS
Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA INSUFICIENTE.
ADMISSIBILIDADE DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO.
1. A jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de que, a despeito do valor do bem
penhorado, considera-se segurado o juízo, possibilitando, assim, a admissibilidade dos
embargos à execução, sob pena de ofensa ao princípio do contraditório.
2. Recurso especial não-conhecido.

Intimação do procurador da FP em execução fiscal

REsp 746713 / MG
Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. FAZENDA PÚBLICA
ESTADUAL. INTIMAÇÃO PESSOAL. ART. 25. DA LEI Nº 6.830/80, E ART. 38 DA
LC 73/93. PRECEDENTES.
1. A intimação por carta registrada atende aos ditames do art. 25 da Lei nº 6.830/80, se
feita a procurador da Fazenda Nacional fora da sede do Juízo. Porém, no casos dos autos,
trata-se de intimação dirigida a procurador na sede do juízo em que tramita a execução
fiscal.
2. Com efeito, a orientação desta Corte é pacífica no sentido de que, na execução fiscal,
qualquer intimação dirigida a representante da Fazenda Pública, em tese, deve ser feita
pessoalmente, não sendo válida, pois, a efetuada exclusivamente por publicação no órgão
oficial ou por carta, ainda que registrada com aviso de recebimento.
3. Recurso especial provido.

AgRg no AgRg no REsp 981807 / PR


Relator Ministro HUMBERTO MARTINS
Ementa: PROCESSUAL CIVIL – ART. 25 DA LEF – INTIMAÇÃO PESSOAL DA
FAZENDA PÚBLICA SEDIADA FORA DA COMARCA.
1. Em execução fiscal, se o representante da Fazenda Pública tem escritório fora da
comarca, sua intimação será feita nos termos do art. 237, II, do CPC, mediante carta
registrada, equivalendo à intimação preconizada pelo art. 25 da Lei n. 6.830/80.
Agravo regimental improvido.

Execução Fiscal e Falência do devedor

AgRg no REsp 761912 / SP


Relator Ministra ELIANA CALMON
Ementa: PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA – MASSA
FALIDA – AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO RECURSAL GENÉRICO –
PREFERÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – PACIFICAÇÃO DE
ENTENDIMENTO (REsp 118.148/RS e EREsp 444.964/RS).
1. Inviável julgamento de recurso especial pela alínea "a" cuja análise não se tornou
possível devido à ausência de pressuposto recursal genérico.
2. A Corte Especial, no REsp 118.148/RS, e, posteriormente, a Primeira Seção, no EREsp
444.964/RS, pacificaram entendimento de que a preferência do crédito trabalhista há de
subsistir quer a execução fiscal tenha sido aparelhada antes, quer depois da decretação da
falência.
3. Mesmo já aparelhada a execução fiscal com penhora, uma vez decretada a falência da
empresa executada, sem embargo do prosseguimento da execução singular, o produto da
alienação deve ser remetido ao juízo falimentar, para que ali seja entregue aos credores,
observada a ordem de preferência legal.
3. Agravo regimental provido em parte.

Sentença em execução de até 50 OTN – recurso: embargos infringentes

REsp 729183 / SP
Relatora Ministra ELIANA CALMON
Ementa: PROCESSO CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – ALÇADA – EMBARGOS
INFRINGENTES OU APELAÇÃO – ART. 34 DA LEI 6.830/80
1. Para efeito de alçada, o valor a ser considerado não é o dado à causa e sim o
quantitativo de débito principal, devidamente atualizado, acrescido dos consectários
legais, à época do ajuizamento da execução (art. 34, § 1º, da LEF).
2. Segundo jurisprudência firme nos Tribunais, a OTN, após extinta, foi substituída pelos
índices oficiais que se seguiram, inclusive pela Ufesp, índice estabelecido no Estado de
São Paulo e devidamente acolhido pela legislação federal.
3. Valor do débito, quando do início da execução que, devidamente atualizado,
ultrapassava o valor de 50 (cinqüenta) Ufesps, muito superior à alçada.
4. Recurso especial conhecido e provido.

Suspensão da prescrição com a inscrição do crédito na DA: Regra aplicável apenas para
créditos de natureza não-tributária

EREsp 657536 / RJ
Relatora Ministra ELIANA CALMON
Ementa: TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – PRESCRIÇÃO – ART. 2º, § 3º, DA
LEI 6.830/80 (SUSPENSÃO POR 180 DIAS) – NORMA APLICÁVEL SOMENTE ÀS
DÍVIDAS NÃO TRIBUTÁRIAS.
1. A norma contida no art. 2º, § 3º da Lei 6.830/80, segundo a qual a inscrição em dívida
ativa suspende a prescrição por 180 (cento e oitenta) dias ou até a distribuição da execução
fiscal, se anterior àquele prazo, aplica-se tão-somente às dívidas de natureza não-
tributárias, porque a prescrição das dívidas tributárias regula-se por lei complementar, no
caso o art. 174 do CTN.
2. Embargos de divergência não providos.

REsp 932736 / PR
Relatora Ministra ELIANA CALMON
Ementa: TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE – PRESCRIÇÃO - INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA -
SUSPENSÃO - DESPACHO DE CITAÇÃO NA EXECUÇÃO FISCAL -
INTERRUPÇÃO: INOCORRÊNCIA – PREVALÊNCIA DAS NORMAS PREVISTAS
NO CTN.
1.Cabível a exceção de pré-executividade como instrumento à disposição do executado
para alegar a prescrição da pretensão tributária quando prescindível dilação probatória.
2. A prescrição da pretensão tributária somente se interrompe ou suspende nas hipóteses
elencadas no CTN.
3. Recurso especial não provido.

Multa eleitoral - Competência

CC 23132 / TO
Relator Ministro GARCIA VIEIRA
Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - JUÍZO ELEITORAL - CÓDIGO ELEITORAL -
COMPETÊNCIA.
A Lei nº 4.737 de 15 de julho de 1965, recepcionada pela Constituição Federal determina
que a cobrança de "qualquer multa, salvo no caso das condenações criminais, será feita por
ação executiva na forma prevista para a cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública,
correndo a ação perante os Juízos Eleitorais".
Conflito conhecido e declarado competente o MM. Juízo de Direito da 29ª Zona Eleitoral
do Estado de Tocantins.

Não sujeição à habilitação em concurso de credores – prerrogativa da Fazenda Pública

REsp 988468 / RS
RECURSO ESPECIAL
2007/0224191-9
Relator(a)
Ministro CASTRO MEIRA (1125)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
13/11/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 29.11.2007 p. 273
Ementa
RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. INSS. JUSTIÇA
ESTADUAL. PAGAMENTO ANTECIPADO DE CUSTAS. DISPENSA.
CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA. FALÊNCIA. HABILITAÇÃO. CASO CONCRETO.
POSSIBILIDADE.
1. O INSS não está isento das custas devidas perante a Justiça
estadual, mas só deverá pagá-las ao final da demanda, se vencido.
Precedentes: REsp 897.042/PI, Rel. Min. Felix Fischer, DJ 14.05.2007
e REsp 249.991/RS, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJ 02.12.2002.
2. Os arts. 187 e 29 da Lei 6.830/80 não representam um óbice à
habilitação de créditos tributários no concurso de credores da
falência. Asseguram, na verdade, uma prerrogativa do ente público,
que pode optar pelo rito da execução fiscal ou pela habilitação do
crédito no concurso de credores da falência.
3. Escolhendo um rito, ocorre a renúncia da utilização do outro, não
se admitindo uma garantia dúplice. Precedente: REsp 185.838/SP, Rel.
Min. Franciulli Netto, DJ 12.11.2001.
4. O fato de permitir-se a habilitação do crédito tributário em
processo de falência não significa admitir o requerimento de quebra
por parte da Fazenda Pública.
5. No caso, trata-se de contribuição previdenciária cujo pagamento
foi determinado em sentença trabalhista. Diante dessa circunstância,
seria desarrazoado exigir-se que a autarquia previdenciária
realizasse a inscrição do título executivo judicial na dívida ativa,
extraísse a competente CDA e promovesse a execução fiscal para
cobrar um valor que já teria a chancela do Poder Judiciário a
respeito de sua liquidez e certeza.
6. Precedente: REsp 967.626/RS, desta relatoria.
7. Recurso especial provido.

Substituição da CDA – Faculdade da FP

REsp 538766 / RS
RECURSO ESPECIAL
2003/0096257-8
Relator(a)
Ministro CASTRO MEIRA (1125)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
22/04/2008
Data da Publicação/Fonte
DJe 08.05.2008
Ementa
RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. APELO
DEFICIENTE.
SÚMULA 284/STF. EXECUÇÃO FISCAL. CDA. SUBSTITUIÇÃO.
DETERMINAÇÃO
PELO MAGISTRADO. IMPOSSIBILIDADE. LIMITE TEMPORAL.
PROLAÇÃO DA
SENTENÇA.
1. O Tribunal a quo entendeu que o crédito principal cobrado na
execução fiscal – referente à desconsideração dos valores de IPI
apropriados pelo contribuinte na aquisição de insumos – era
indevido, mas persistiria a cobrança do valor referente à correção
monetária que teria sido aplicada pelo contribuinte nesses créditos
escriturais. Determinou que a Fazenda retificasse o valor da dívida
e substituísse a CDA nos termos do § 8º do art. 2º da LEF.
2. O contribuinte alega que teria havido julgamento extra petita
quando o Tribunal se pronunciou sobre a correção monetária dos
créditos apropriados. Aduz que essa parcela não teria sido alvo do
lançamento tributário nem teria sido impugnada na apelação
interposta pela Fazenda.
3. Verificar se a parcela de correção monetária foi alvo do auto de
infração lavrado contra o recorrente é tarefa de impossível
implementação nesta seara recursal (Súmula 7/STJ).
4. Apesar dessa circunstância, afasta-se a ocorrência de julgamento
extra petita pelo mesmo fundamento do acórdão recorrido, qual seja,
embora o ponto não tenha sido alvo de insurgência do Fisco na
apelação interposta, pode ser analisado pelo Tribunal Regional no
âmbito do reexame necessário (Súmula 325/STJ).
5. A determinação contida no acórdão para que a Fazenda Nacional
retifique o valor da dívida e substitua a CDA deve ser afastada ao
menos por três razões.
6. A possibilidade de descontar-se o valor indevido e prosseguir na
execução só pode ocorrer quando não houver necessidade de
substituição do título.
7. A norma inserta no § 8º do art. 2º representa uma faculdade da
Fazenda Pública para emendar ou substituir o título executivo
extrajudicial. Por ter essa natureza, a identificação de sua
necessidade e a realização do ato estão a cargo exclusivamente do
Fisco, não cabendo ao Judiciário fazer às vezes do credor.
8. A lei é expressa ao impor como limite temporal ao exercício dessa
faculdade a prolação da decisão de primeira instância, assim, não
seria possível, em sede de apelação, a substituição ou emenda da
CDA.
9. Deve-se dar provimento ao recurso do contribuinte para extinguir
a execução fiscal, ante a impossibilidade da substituição do título
exeqüendo.
10. Recurso especial do contribuinte provido. Recurso especial da
Fazenda Nacional prejudicado.

Cancelamento da CDA após a citação – condenação aos ônus da sucumbência

REsp 689705 / RN
Relator Ministro CASTRO MEIRA
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. VERBA HONORÁRIA.
ARTIGO 26 DA LEI Nº 6.830/80. SÚMULA 153/STJ.
1. Em executivo fiscal, sendo cancelada a inscrição da dívida ativa e já tendo ocorrido a
citação do devedor, mesmo sem resposta, a extinção do feito implica na condenação da
Fazenda Pública ao pagamento dos ônus sucumbenciais. Precedentes.
2. Ante a existência de embargos da executada, são devidos os honorários advocatícios de
sucumbência.
3. Recurso especial improvido.

REsp 1026615 / RJ
Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI
Ementa: RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO EM
DÍVIDA ATIVA APÓS CITAÇÃO E DEFESA DO EXECUTADO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO.
1. É entendimento sedimentado o de não haver omissão no acórdão que, com
fundamentação suficiente, ainda que não exatamente a invocada pelas partes, decide de
modo integral a controvérsia posta.
2. É pacífica a jurisprudência deste Tribunal no sentido de que, havendo extinção da
execução fiscal em virtude de pedido de desistência do exeqüente, efetivado após a citação
do executado, são devidos os honorários advocatícios. Precedentes: AgRg no REsp
907176/RJ, 1ª T., Min. Francisco Falcão, DJ de 07.05.2007; AgRg no REsp 763037/MG,
2ª T., Min. Humberto Martins, DJ de 23.04.2007; REsp 785921/MG, 2ª T., Min. Castro
Meira, DJ de 27.02.2007.
3. Recurso especial a que se nega provimento.

Execução de multa penal

Processo
CAt 107 / PB
CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES
2000/0116211-0
Relator(a)
Ministro FELIX FISCHER (1109)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
13/11/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 19.12.2002 p. 327
LEXSTJ vol. 161 p. 227
Ementa
CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES. PENAL. EXECUÇÃO DE MULTA
PENAL. ART. 51 DO
CP. LEGITIMIDADE.
I – A nova redação do art. 51 do CP não apenas proibiu a conversão
da pena de multa em detenção, no caso de inadimplemento,
considerando-a dívida de valor, mas também determinou a aplicação da
legislação pertinente à dívida ativa da Fazenda Pública.
Precedentes. Não havendo o pagamento espontâneo, caberá à Fazenda
Pública execução da multa, o que, todavia, não lhe retira o caráter
punitivo.
II – Todavia, in casu, o conflito instaurou-se entre o Juiz de
Direito e a Procuradoria da Fazenda Nacional, órgão que não tem
atribuição para promover execução fiscal para cobrança de multa
penal, da alçada da Procuradoria da Fazenda do Estado. Precedente:
(CAT 105/PB, Relatora Ministra ELIANA CALMON, DJ DE 05.03.2001).
Conflito não conhecido.

CC 29545 / RJ
CONFLITO DE COMPETENCIA
2000/0040988-0
Relator(a)
Ministro FERNANDO GONÇALVES (1107)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
08/11/2000
Data da Publicação/Fonte
DJ 27.11.2000 p. 124
Ementa
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. MULTA IMPOSTA EM PROCESSO
CRIMINAL (CÓDIGO
PENAL - ART. 51) LEI 9.268/96. COBRANÇA. FAZENDA PÚBLICA.
1 - Desde o advento da Lei nº 9.268/96, compete ao Estado, através
de seus procuradores, cobrar multa correspondente a pena de multa
imposta em processo criminal (CP art. 51).
2 - Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo de
Direito da 4ª Vara Criminal de Niterói/RJ, o suscitado.

CC 29520 / RJ
CONFLITO DE COMPETENCIA
2000/0040427-6
Relator(a)
Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA (1106)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
25/10/2000
Data da Publicação/Fonte
DJ 27.11.2000 p. 124
Ementa
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZOS FEDERAL E ESTADUAL.
CRIMINAL. PENA
DE MULTA (ART. 51 CP). LEI Nº 9.268/96. EXECUÇÃO.
Transitada em julgado a sentença penal condenatória, compete ao juiz
da execução penal intimar o condenado para efetuar o pagamento da
pena pecuniária, devendo comunicar à Fazenda Pública para que
proceda à execução fiscal (art. 51, CP), no juízo competente.
Precedente da Primeira Seção.
Conflito conhecido, declarando-se a competência do juízo comum
estadual, o suscitado.

Execução de multa eleitoral

CC 23132 / TO
CONFLITO DE COMPETENCIA
1998/0061799-0
Relator(a)
Ministro GARCIA VIEIRA (1082)
Órgão Julgador
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
28/04/1999
Data da Publicação/Fonte
DJ 07.06.1999 p. 38
LEXSTJ vol. 123 p. 41
Ementa
EXECUÇÃO FISCAL - JUÍZO ELEITORAL - CÓDIGO ELEITORAL -
COMPETÊNCIA.
A Lei nº 4.737 de 15 de julho de 1965, recepcionada pela
Constituição Federal determina que a cobrança de "qualquer multa,
salvo no caso das condenações criminais, será feita por ação
executiva na forma prevista para a cobrança da dívida ativa da
Fazenda Pública, correndo a ação perante os Juízos Eleitorais".
Conflito conhecido e declarado competente o MM. Juízo de Direito da
29ª Zona Eleitoral do Estado de Tocantins.

Andamentos Inteiro Teor Número do


Processo Tipo do Processo
AG-5764 5764 AAG -
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO
Tipo do Documento Nº Decisão Município -
UF Origem Data
1-ACÓRDÃO 5764 BRAGANÇA
PAULISTA - SP 25/08/2005
Relator(a) CARLOS EDUARDO CAPUTO BASTOS Relator(a)
designado(a)
Publicação DJ - Diário de Justiça, Volume 1, Data 30/09/2005, Página 123
Ementa Agravo regimental. Agravo de instrumento. Legitimidade.
Procuradoria da Fazenda Nacional. Execução fiscal. Multa eleitoral. Dívida
ativa não tributária.
Agravo improvido.
Catálogo EL0146 : MATÉRIA PROCESSUAL - CABIMENTO -
RECURSO ESPECIAL
EL0181 : MATÉRIA PROCESSUAL - LEGITIMIDADE
Indexação Legitimidade, ação judicial, execução fiscal, Procuradoria da
Fazenda Nacional, cobrança judicial, multa eleitoral, caracterização, dívida
ativa.

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