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Material de Apoio – Professora Maria Amélia
porém, nem sempre garante bons resultados. "Ocorre até o contrário. Ao dar
importância somente ao que os estudantes já conhecem, muitas vezes os professores
acabam caindo na superficialidade, presos a interesses imediatos", alerta Danilo Gandin.
Segundo ele, como consequência, surge um currículo ditado pelas circunstâncias, que
destaca acontecimentos pontuais e não um roteiro de trabalho construído com base na
relação entre a proposta pedagógica e a realidade. "Essa questão só se resolve quando
a equipe de cada escola define os grandes horizontes políticos e pedagógicos de seu
trabalho e, confrontando esses grandes ideais com a realidade e com a prática,
descobre as necessidades de seus alunos", conclui.
Muitas vezes é difícil definir quanto tempo será gasto para desenvolver um
tema, uma atividade ou um projeto. Para não errar na medida, é fundamental ter em
mente três pontos: o que você quer ensinar, como cada um de seus alunos aprende e
como você irá acompanhar e avaliar o trabalho da garotada. "Se o tempo previsto der
errado, é porque pelo menos um desses três itens não foi observado", afirma Regina
Scarpa. Na prática, isso significa que você deve estabelecer, primeiramente, os objetivos
e os conteúdos (seja para uma aula ou para um projeto mais longo). Depois, pensar nas
atividades a serem desenvolvidas, baseando-se na maneira como seus alunos
aprendem. Então, considerar que é preciso tempo para avaliar, constantemente, a
produção da garotada e, dessa forma, saber se será necessário estender a abordagem
de um ou outro conteúdo, sobre o qual as crianças apresentaram dificuldades. "É
possível prever o tempo de um projeto, apesar dessas variações no meio do caminho",
diz Regina. Por isso, é importante planejar o encerramento com certa antecedência em
relação ao fim do bimestre ou do semestre. Se algum aluno não aprender, haverá uma
folga. "Não faz sentido o professor fazer a revisão dos textos ou ilustrar um trabalho no
lugar dos alunos porque o tempo acabou e é hora de concluir o projeto", diz Regina.
Receber uma criança com deficiência não deve ser motivo de angústia.
Cada vez mais a inclusão escolar tem sido discutida no meio educacional, e os
professores hoje conseguem encontrar, em parceria com os pais, a coordenação da
escola e os especialistas nas deficiências, caminhos seguros para trabalhar. "A escola
serve para ampliar os conhecimentos dos estudantes. Por isso, o primeiro passo é
procurar saber o que o aluno com deficiência já sabe e quais são as possibilidades que
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ele tem de aumentar esses conhecimentos", ressalta Maria Teresa Eglér Mantoan, da
Universidade Estadual de Campinas. Procure descobrir como tem sido a experiência da
criança, pesquisando seu histórico escolar e trocando informações com os pais e os
professores das séries anteriores.
Se ela estiver recebendo atendimento educacional especializado no
contraturno em alguma instituição, é importante conversar com os especialistas ao
longo de todo o ano para acompanhar seu desenvolvimento. Isso pode ajudar muito a
planejar as aulas, definir estratégias e escolher os melhores materiais o que é bom não
só para o aluno com deficiência, mas para a turma toda. Se sua escola já oferece esse
atendimento, a parceria com o professor especialista se dará de maneira ainda mais
efetiva, pois o contato é diário. No caso de haver uma criança cega, esse profissional
pode, por exemplo, ajudar você a elaborar materiais concretos para ensinar um
conteúdo de Matemática (como figuras geométricas feitas em relevo, com tinta plástica
ou sementes coladas no papel). "O professor deve receber essa criança como ele recebe
todas as outras. Ela é, acima de tudo, um aprendiz", afirma Maria Teresa.
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Estudar história local com a turma é uma prática muito comum e pode ser
uma experiência importante e enriquecedora desde que o resultado não se torne uma
mera coletânea de curiosidades, hábitos e causos sobre o lugar e seus moradores. Por
isso, ao pensar nos conteúdos que serão abordados durante o ano, é preciso levar em
conta as respostas para algumas perguntas que você deve fazer a si mesmo: posso com
isso contribuir para transformar minha região? Em que esse assunto ajudará meu aluno
em sua vida diária e no seu processo de formação como cidadão? Como fazer com que
ele tenha uma aprendizagem significativa? "Em cada contexto social, político e
geográfico as respostas são diferentes. Portanto, só o professor tem reais condições de
respondê-las e de formular as melhores propostas didáticas", diz o selecionador do
Prêmio Victor Civita Daniel Helene. "O importante é levar os alunos a enxergar a
realidade com um olhar crítico." No norte do Maranhão, por exemplo, algumas empresas
usam mão de obra infantil. Por que não estudar a história local para compreender essa
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problemática? Em alguns municípios de Rondônia, na fronteira com a Bolívia, muitos
estudantes discriminam os colegas vindos do país vizinho. Estudar a formação dessas
cidades é um caminho para combater o preconceito. Ações como essas, baseadas em
problemas que exigem solução imediata, tornam o ensino de História dinâmico.
Para que essa disciplina faça sentido desde a Educação Infantil, uma boa
sequência de conteúdos é fundamental. Caso contrário, conceitos como ordem,
hierarquia e proporção — importantes para a área — não serão assimilados pelas
crianças. Segundo Sueli Furlan, selecionadora do Prêmio Victor Civita, as primeiras
noções de Geografia são adquiridas ainda na pré-escola. Para que a criança aprenda
cartografia, por exemplo, deve-se partir do conhecimento prévio que cada uma delas
possui. "Para calcular uma distância, os alunos podem usar objetos de diferentes
tamanhos, passadas, o palmo ou um barbante", exemplifica. Dessa forma, ao chegar ao
1º ano, eles já adquiriram conhecimento sobre espacialidade e hierarquia. Daí em
diante, brincadeiras e jogos ajudam. No futebol, conhecer as posições dos jogadores faz
a turma assimilar noções de perto, longe, ao lado, fora, dentro e lateral direita e
esquerda. De 6º a 9º ano, é hora de usar os mapas como fonte de informação para o
estudo do mundo em que vivemos. Os alunos devem estudar como se produz a
cartografia, quais são suas fontes de informação e qual o papel das cores, dos números
e dos símbolos nos mapas.
17. Educação Infantil: o segredo é a autoconfiança do professor