You are on page 1of 5

RADIAÇÕES

O termo refere-se usualmente a partículas e radiações eletromagnéticas que se propagam transferindo


energia:

Partículas:
A radiação em forma de partículas é caracterizada por sua carga, massa e velocidade. Pode ser carregada ou
neutra, leve ou pesada, lenta ou rápida. Partículas alfa, beta, prótons e nêutrons são exemplos de radiação
particulada.

Radiações Eletromagnéticas:
A radiação eletromagnética é constituída por campos elétricos e magnéticos oscilantes que se propagam. É
caracterizada pela amplitude, freqüência e comprimento de onda da oscilação.

A velocidade de propagação da radiação eletromagnética num dado meio é sempre constante, atingindo seu
valor máximo no vácuo (cerca de 300.000 km/s). Apesar de não possuir carga ou massa, carrega energia. A
radiação eletromagnética se propaga sob a forma de “pacotes” de energia chamados de fótons, sendo que a
energia de cada fóton dependerá do tipo de onda e pode ser calculada por:
h.c
E f = h. f Ef =
ou λ
Onde: Ef = energia do fóton (Joule)
h = constante de Planck (6,624x10-34 J.s)
c = velocidade da luz (300.000 km/s ou 3x108 m/s)
f = freqüência da onda (Hertz / Hz)
λ = comprimento de onda (metros)

Ondas de rádio, microondas, luz, raios-x e raios gama são exemplos de radiação eletromagnética e se
distribuem no espectro eletromagnético de acordo com a faixa de freqüência ou comprimento de onda que
possuem.

UNIDADES DE ENERGIA
A unidade padrão do Sistema Internacional (SI) para energia é o joule. No domínio atômico é utilizado o
elétron-volt (eV). Numericamente:
1 eV = 1,6 x 10-19 J

1
OS ÁTOMOS PODEM EMITIR RADIAÇÃO?
RADIOATIVIDADE

Um átomo é constituído por um núcleo cercado por um envoltório de elétrons. E este núcleo é composto por
prótons e nêutrons.
De acordo com as teorias modernas dizemos que a matéria é formada por elétrons, prótons e nêutrons. Sendo
que a diferença entre um elemento químico e outro é determinada pelo número de prótons que seu núcleo
possui.
Se dois átomos tiverem mesmo número de prótons mas diferente número de nêutrons, eles são do mesmo
elemento, mas não são a mesma coisa. Quando isto ocorre dizemos que são isótopos. Estes podem ser estáveis
ou instáveis.
Os núcleos dos isótopos instáveis estão em níveis energéticos excitados e podem dar origem à emissão
espontânea de radiação, passando então de um núcleo (pai) para outro (filho) em nível energético menos
excitado ou fundamental. A esse fenômeno dá-se o nome de decaimento radioativo. Os isótopos instáveis são
portanto radioativos e também conhecidos por radioisótopos.
O carbono por exemplo tem dois isótopos estáveis (C-12 e C-13) e diversos radioisótopos (C-11, C-14, C-15).
As duas principais maneiras de um núcleo se desintegrar é através da emissão de uma partícula alfa ( α ) ou de
uma partícula ( β ).
Exemplificando: o Cs-137 (césio) tem prótons+nêutrons = 137, isto é, tem 55 prótons e 82 nêutrons. Quando
ele emite uma partícula beta passa a ter prótons = 56 e nêutrons = 81 continuando com o mesmo número de
massa. Mas quem tem prótons = 56 é o elemento Ba-137. Diz-se então que o Cs-137 ao emitir uma partícula
beta decai para Ba-137 (bário).

2
Vejamos agora a partícula alfa.

Exemplificando: o U-238 92 prótons e 146 nêutrons, isto é, prótons+nêutrons= 238. Quando emitir uma
partícula alfa passará a ter prótons = 90 e massa = 234. O elemento que possui prótons = 90 é o Th-234. Diz-se
então que o U-238 ao emitir uma partícula alfa decai para Th-234 (tório).

Em muitos núcleos o decaimento através de partículas alfa e beta é seguido da emissão de energia em forma de
uma radiação eletromagnética chamada radiação gama ( λ ).Quanto à natureza esta radiação é do mesmo tipo
do raios X ou da luz. Comparando sua energia, no entanto, verifica-se que é muito maior do que a luz visível e
do que a dos raios X.

MEIA VIDA (T)

A meia vida é o tempo necessário para que a metade dos átomos radioativos de uma amostra decaiam. Por
exemplo, para cada intervalo de tempo de trinta anos o número de átomos radioativos do elemento Cs 137 será
a metade. Suponha que em um tempo inicial se tenha N o átomos radioativos de Cs 137, passados 30 anos terão
No/2 átomos radioativos, passados mais trinta anos teremos a metade N o /4, passados mais trinta anos teremos
a metade No0/8 átomos radioativos e assim por diante.

RADIOISÓTOPO MEIA-VIDA (T) (anos)


Cs 137 30
U 238 4,5x109
U 235 7,1x108
Co 60 5,26
Th 232 1,39x1010
Th 234 24
K 40 1,26x109
I 131 8 (dias)
Hg 197 65

RADIOATIVIDADE NA NATUREZA

3
Os átomos radioativos (aproximadamente 70 tipos) fazem parte de nosso meio ambiente, estão nos alimentos e
nos seres vivos!

NA CROSTA TERRESTRE

A crosta terrestre é constituída basicamente por granito, basalto e por uma camada, o solo, formada por
materiais procedentes da erosão de rochas próximas.
Os elementos radioativos que contribuem em maior parte para sua radioatividade são o U (urânio), o Th (tório)
e o K-40 (potássio-40).
O Brasil possui minas de urânio e tório localizadas principalmente em Poços de Caldas, Minas Gerais. Em
Guarapari, Espírito Santo, existem as chamadas areias monazíticas que contém fosfatos de tório.

NA ATMOSFERA

Da interação dos raios cósmicos com os componentes da atmosfera originam-se vários elementos radioativos
dentre os quais destacam-se: H-3 (trítio), C-14 e Be-7.
O C-14 existe na atmosfera sob a forma de CO2 e interage com os organismos vivos incorporando-se às
moléculas que formam a matéria viva, existindo um equilíbrio entre o C-14 da atmosfera e o existente na
matéria viva. O C-14 é um emissor beta.

NA HIDROSFERA

A concentração de elementos radioativos presentes nos diversos tipos de água dependerá dos processos que as
originam e dos locais de onde provém. A água carregará materiais radioativos que estão no solo.

EM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A tabela apresenta doses típicas de radiação encontradas em diversos materiais.

Urânio Tório Potássio


Material
ppm mBq/g (pCi/g) ppm mBq/g (pCi/g) ppm mBq/g (pCi/g)
Granito 4.7 63 (1.7) 2 8 (0.22) 4.0 1184 (32)
Areia 0.45 6 (0.2) 1.7 7 (0.19) 1.4 414 (11.2)
Cimento 3.4 46 (1.2) 5.1 21 (0.57) 0.8 237 (6.4)
Concreto 0.8 11 (0.3) 2.1 8.5 (0.23) 1.3 385 (10.4)
Madeira - - - - 11.3 3330 (90)
Tijolo 8.2 111 (3) 10.8 44 (1.2) 2.3 666 (18)

NO CORPO HUMANO

Os elementos radioativos existentes no nosso ambiente e portando nos alimentos, que acabam fazendo parte do
nosso corpo são:

Massa Total de Nuclídeo Atividade Total do Nuclídeo Ingestão


Nuclide
no Corpo no Corpo Diária

Urânio 90 µg 30 pCi (1.1 Bq) 1.9 µg

4
Tório 30 µg 3 pCi (0.11 Bq) 3 µg

Potássio40 17 mg 120 nCi (4.4 kBq) 0.39 mg

Rádio 31 pg 30 pCi (1.1 Bq) 2.3 pg

Carbono14 95 µg 0.4 µCi (15 kBq) 1.8 µg

Trítio 0.06 pg 0.6 nCi (23 Bq) 0.003 pg

Polônio 0.2 pg 1 nCi (37 Bq) ~0.6 µg

Outra via de entrada de material radioativo é a respiração. O ar contém gases e pó radioativo. Por exemplo, o
radônio pode fundir-se ao sangue através dos alvéolos pulmonares: o pó radioativo se deposita ao longo do
aparelho respiratório sendo carregado por mucosas até o aparelho digestivo donde é levado até a circulação.

NOS ALIMENTOS

A radioatividade dos alimentos varia devido ao local de procedência e ao processo de elaboração, pois tanto o
solo, a água e aditivos utilizados, contém elementos radioativos que são passados para os alimentos de acordo
com suas concentrações. Alguns exemplos:

40 226
K Ra
Alimento
pCi/kg pCi/kg

Banana 3,520 1

Cenoura 3,400 0.6-2

Batata 3,400 1-2.5

Cerveja 390 ---

Carne vermelha 3,000 0.5

Feijão 4,640 2-5

Água --- 0-0.17

You might also like