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fungos, que inclui micro-organismos tais como as leveduras e bolores, bem como
os mais familiares cogumelos. Os fungos são classificados num reino separado das p
lantas, animais e bactérias. Uma grande diferença é o facto de as células dos fungos ter
em paredes celulares que contêm quitina, ao contrário das células vegetais, que contêm c
elulose. Estas e outras diferenças mostram que os fungos formam um só grupo de organ
ismos relacionados entre si, denominado Eumycota (fungos verdadeiros ou Eumycete
s), e que partilham um ancestral comum (um grupo monofilético). Este grupo de fung
os é distinto dos estruturalmente similares Myxomycetes (agora classificados em My
xogastria) e Oomycetes. A disciplina da biologia dedicada ao estudo dos fungos é a
micologia, muitas vezes vista como um ramo da botânica, mesmo apesar de os estudo
s genéticos terem mostrado que os fungos estão mais próximos dos animais do que das pl
antas.
Abundantes em todo mundo, a maioria dos fungos é inconspícua devido ao pequeno taman
ho das sua estruturas, e pelos seus modos de vida crípticos no solo, na matéria mort
a, e como simbiontes de plantas, animais, e outros fungos. Podem tornar-se notad
os quando frutificam, seja como cogumelos ou como bolores. Os fungos desempenham
um papel essencial na decomposição da matéria orgânica e têm papéis fundamentais nas troca
e ciclos de nutrientes. São desde há muito tempo utilizados como uma fonte direta d
e alimentação, como no caso dos cogumelos e trufas, como agentes levedantes no pão, e
na fermentação de vários produtos alimentares, como o vinho, a cerveja, e o molho de s
oja. Desde a década de 1940, os fungos são usados na produção de antibióticos, e, mais rec
entemente, várias enzimas produzidas por fungos são usadas industrialmente e em dete
rgentes. São também usados como agentes biológicos no controlo de ervas daninhas e pra
gas agrícolas. Muitas espécies produzem compostos bioativos chamados micotoxinas, co
mo alcaloides e policetídeos, que são tóxicos para animais e humanos. As estruturas fr
utíferas de algumas espécies contêm compostos psicotrópicos, que são consumidos recreativa
mente ou em cerimónias espirituais tradicionais. Os fungos podem decompor materiai
s artificiais e construções, e tornar-se patogénicos para animais e humanos. As perdas
nas colheitas devidas a doenças causadas por fungos ou à deterioração de alimentos pode
ter um impacto significativo no fornecimento de alimentos e nas economias locai
s.
O reino dos fungos abrange uma enorme diversidade de táxons, com ecologias, estratég
ias de ciclos de vida e morfologias variadas, que vão desde os quitrídios aquáticos un
icelulares aos grandes cogumelos. Contudo, pouco se sabe da verdadeira biodivers
idade do reino Fungi, que se estima incluir 1,5 milhões de espécies, com apenas cerc
a de 5% destas formalmente classificadas. Desde os trabalhos taxonómicos pioneiros
dos séculos XVII e XVIII efetuados por Lineu, Christiaan Hendrik Persoon, e Elias
Magnus Fries, os fungos são classificados segundo a sua morfologia (i.e. carateríst
icas como a cor do esporo ou caraterísticas microscópicas) ou segundo a sua fisiolog
ia. Os avanços na genética molecular abriram o caminho à inclusão da análise de ADN na tax
onomia, o que desafiou por vezes os antigos agrupamentos baseados na morfologia
e outros traços. Estudos filogenéticos publicados no último decénio têm ajudado a modifica
r a classificação do reino Fungi, o qual está dividido em um sub-reino, sete filos e d
ez subfilos.
Índice [esconder]
1 Etimologia
2 Características
3 Diversidade
4 Morfologia
4.1 Estruturas microscópicas
4.2 Estruturas macroscópicas
5 Crescimento e fisiologia
6 Reprodução
6.1 Reprodução assexuada
6.2 Reprodução sexuada
6.3 Dispersão de esporos
6.4 Outros processos sexuados
7 Evolução
8 Taxonomia
8.1 Grupos taxonómicos
8.2 Organismos semelhantes aos fungos
9 Ecologia
9.1 Simbiose
9.1.1 Com as plantas
9.1.2 Com algas e cianobactérias
9.1.3 Com os insetos
9.1.4 Como patógenos e parasitas
10 Uso humano
10.1 Antibióticos
10.2 Usos alimentares
10.3 Uso medicinal
10.4 Espécies comestíveis e venenosas
10.5 Controlo de pragas
10.6 Biorremediação
10.7 Organismos modelo
10.8 Outros
11 Micotoxinas
12 Micologia
12.1 História
13 Ver também
14 Notas de rodapé
15 Bibliografia
16 Ligações externas
Etimologia
Micr rafia de Penici ium spp. (1-hifa, 2-c nidióf r , 3-fiá ide, 4-c nídi s, 5-sept
s)
A mai ria d s fun s desenv ve-se c m hifas, que sã estruturas fi ament sas, ci
índricas, c m 2 a 10 µm de diâmetr e até vári s centímetr s de c mpriment . As hifas cres
em nas suas extremidades (ápices); n vas hifas f rmam-se tipicamente p r mei da e
merência de n vas extremidades a n da hifa existente num pr cess desinad “r
amificaçã ”, u casi na mente p r bifurcaçã de extremidades de uma hifa em cresciment ,
dand riem a duas hifas c m cresciment para e .[38] A c mbinaçã d cresciment
apica c m a ramificaçã /bifurcaçã c nduz a desenv viment de um micé i , uma rede inte
rc nectada de hifas.[19] As hifas p dem ser septadas u cen cíticas: as hifas sept
adas sã divididas em c mpartiment s separad s p r paredes transversais (paredes c
e u ares internas, chamadas sept s, que se f rmam perpendicu armente à parede ce u
ar, dand à hifa a sua f rma), cada c mpartiment c ntend um u mais núc e s; as h
ifas cen cíticas nã sã c mpartimentadas.[39] Os sept s têm p r s que permitem a passa
em de cit p asma, rane s, e p r vezes núc e s; um exemp é sept d ip r d s
fun s d fi Basidi myc ta.[40] As hifas cen cíticas sã essencia mente supercé u as
mu tinuc eadas.[41]
Muitas espécies desenv veram estruturas hifais especia izadas na abs rçã de nutrient
es d s h spedeir s viv s; d is exemp s sã s haustóri s nas espécies parasitas de p
antas da mai ria d s fi s de fun s, e s arbúscu s de vári s fun s mic rrízic s, q
ue penetram nas cé u as d h spedeir para c nsumir nutrientes.[42]
Emb ra s fun s sejam pist c ntes – um arupament de ranism s ev utivamente
aparentad s, caraterizad s em term s erais p r p ssuírem um únic f ae p steri r
– t d s s fi s, excet d s quitrídi s, perderam s seus f ae s p steri res.[4
3] Os fun s sã inc muns entre s eucari tas p r terem uma parede ce u ar que, aém
d s ican s (p.e. β-1,3-glicano) e outros componentes típicos, contém tam ém o iopolíme
ro quitina.[44]
Estruturas macroscópicas
Armillaria ostoyae.
Os micélios dos fungos podem tornar-se visíveis
a ol o nu, por exemplo, em várias supe
rfícies
e su stratos, tais como paredes úmidas e comida deteriorada, sendo vulgarme
nte c amados
olores. Os micélios desenvolvidos em meio de ágar sólido em placas de Pe
tri de la oratório são usualmente designados colónias. Estas colónias podem apresentar f
ormas e cores de crescimento (devido aos esporos ou a pigmentação) que podem ser usa
das como caraterísticas de diagnóstico na identificação de espécies ou grupos.[45] Algumas
colónias individuais de fungos podem atingir dimensões e idades extraordinárias, como
éo caso de uma colónia clonal de Armillaria ostoyae, que se estende por mais de 90
0 a, com uma idade estimada em cerca de 9 000 anos.[46]
O apotécio – uma estrutura especializada importante nareprodução sexuada de Ascomycetes
– é um corpo frutífero em forma de taça que contém o iménio, uma camada de tecido contend
as células portadoras de esporos.[47] Os corpos frutíferos dos asidiomicetes e de
alguns
ascomicetes podem, por vezes, atingir grandes dimensões, e muitos são em con
ecidos como cogumelos.
Crescimento e fisiologia
O crescimento
dos fungos como ifas em su stratos sólidos ou como células singulares
em am ientes aquáticos, está adaptado para a extração eficiente de nutrientes, pois est
as formas de
crescimento têm uma razão entre a área superficial e o
volume astante al
ta.[48] As ifas estão especificamente adaptadas ao crescimento so re superfícies sóli
das e à invasão de su stratos e tecidos.[49] Podem exercer grandes forças mecânicas pene
trativas; por exemplo, o patógeno vegetal Magnaport e grisea forma uma estrutura c
amada apressório que evoluiu de forma a perfurar tecidos vegetais.[50] A pressão ge
radapelo apressório, dirigida contra a epiderme da planta, pode exceder os 8 MPa
(80
ar).[50] O fungo filamentoso Paecilomyces lilacinus, usa uma estrutura seme
l ante para penetrar os ovos de nemátodos.[51]
Bolor co rindo umpêssego em decomposição. As imagens foram o tidas a intervalos de ap
roximadamente 12 oras ao longo de seis dias.
A pressão mecânica exercida pelo apressório é gerada a partir de processos fisiológicos qu
e aumentam o turgor intracelular ao produzirem osmólitos como o glicerol.[52] Adap
tações
morfológicas como estas são complementadas por enzimas idrolíticas segregadas para
o am iente para a digestão
de grandes moléculas orgânicas – como polissacarídeos, proteína
, lípidos, e outros su stratos orgânicos – em moléculas menores que podem então ser a sorv
idas como nutrientes.[53][54][55] A vasta maioria dos fungos filamentosos cresce
de um modo polar – i.e., por extensão numa direção – por alongamento no ápice da ifa.[56]
Formas alternativas de crescimento dos fungos incluem a extensão
intercalar (i.e.
por expansão longitudinal de compartimentos ifais que estão a aixo do ápice), como é o
caso em alguns fungos endófitos,[57] ou o crescimento por expansão do volume durante
o desenvolvimento dos estipes dos cogumelos e doutros grandes órgãos.[58] O crescim
ento dos fungos como estruturas multicelulares consistindo de células somáticas e re
produtoras – uma característica que evoluiu de modo independente nos animais e plant
as[59] - tem várias funções, incluindo o desenvolvimento
de corpos frutíferos para a dis
seminação dos esporos sexuais (ver acima) e de iofilmes para a colonização de su strato
s e comunicação intercelular.[60]
Tradicionalmente, os fungos
são considerados eterotróficos, organismosque dependem
exclusivamente do car ono fixado por outros organismos para o seu meta olismo.
Os fungos desenvolveram um grau elevado
de versatilidade meta ólica, o que l es pe
rmite utilizar uma variedade de su stratos orgânicos para o seu crescimento, inclu
indo compostos simples como nitrato, amónia, acetato, ou etanol.[61][62] Demonstro
u-se para algumas espécies que o pigmento melanina pode ter um papel na extração de en
ergia da radiação ionizante, como a radiação gama; porém, esta forma de crescimento radiot
rófico foi descrita apenas em algumas poucas espécies, os efeitos nasvelocidades de
crescimento
são pequenos, e os processos iofísicos e ioquímicos su jacentes são desco
n ecidos.[28] Os autores
especulam que este processo pode ter semel ança com a fix
ação do dióxido de car ono via luz visível, mas utilizando radiação ionizante como a fonte
e energia.[63]
Reprodução
Polyporus squamosus
A reprodução dos fungos é complexa, refletindo as diferenças de modos de vida e da const
ituição genética existentes neste reino.[64] Estima-se que um terço de todos os fungos p
ode reproduzir-se usando mais
do que um modo de propagação; por exemplo, a reprodução po
de ocorrer em dois estágios em diferenciados
no ciclo de vida de uma espécie, o tel
eomorfo e o anamorfo.[65] As condições am ientais desencadeiam estados de desenvolvi
mento geneticamente determinados que conduzem à criação de estruturas especializadas p
ara a reprodução sexuada ou assexuada. Estas estruturas auxiliam a reprodução ao dispers
arem eficientemente esporos ou propágulos contendo esporos.
Reprodução assexuada
A reprodução assexuada por meio de esporos vegetativos (conídios) ou através
da fragment
ação do micélio é comum; ela mantém populações clonais adaptadas a um nic o ecológico espec
permite uma dispersão mais rápida do que a reprodução sexuada.[66] Os fungi imperfecti
(fungos que não apresentam estágio sexuado) ou Deuteromycota, incluem todas as espécie
s que não possuem um ciclo sexual o servável.[67]
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada com meiose existe em todos os filos de fungos, exceto Glomeromy
cota.[68]
Difere em muitos aspetos da reprodução sexuada de animais e plantas. Exist
em tam ém diferenças entre grupos de fungos, as quais podem ser usadas para discrimi
nar espécies em função de diferenças morfológicas nas estruturas sexuais e das estratégias
e reprodução.[69][70]Experiências de acasalamento entre isolados de fungos podem iden
tificar espécies com ase no conceito iológico de espécie.[70] Os principais agrupame
ntos de fungos foram inicialmente delineados com ase na morfologia das suas est
ruturas
sexuais e esporos; por exemplo, as estruturas portadoras de esporos, asc
os e asídios, podem ser usadas na identificação de ascomicetes e asidiomicetes, resp
etivamente. Algumas espécies permitem o acasalamento apenas entre indivíduos de tipo
reprodutor oposto, enquanto noutras podem acasalar e reproduzir-se sexuadamente
com qualquer outro
indivíduo ou com eles mesmos. As primeiras dizem-se eterotálica
s e as segundas omotálicas.[71]
A maioria dos fungos tem um estágio aploide e um estágio diploide nos seus ciclos
d
e vida. Nos fungos
de reprodução sexuada, os indivíduos compatíveis podem com inar-se fu
ndindo as suas ifas numa rede interconetada; este processo,
anastomose, é requeri
do para o início do ciclo sexual. Os ascomicetes
e os asidiomicetes passam por um
estágio dicariótico, no qual os núcleos erdados dos dois pais não se com inam imediata
mente após a fusão celular, antes permanecendo separados nas células ifais (ver eter
ocariose).[72]
Ascos de Morc ella elata com 8 esporos, vistos com microscópio de contraste de fas
e
Nos ascomicetes, as ifas dicarióticas do iménio (a camada de tecido portador de es
poros) formam um ganc o caraterístico no septo
ifal. Durante a divisão celular, a f
ormação
do ganc o assegura
a correta distri uição dos núcleos recém-divididos nos compartim
ntos ifais apical e asal. Forma-se então um asco, no qual ocorre cariogamia (fusão
dos núcleos). Os ascos estão contidos num ascocarpo, ou corpo frutífero. A cariogamia
nos ascos é imediatamente seguida de meiose e pela produção de ascósporos. Após a dispersã
, os ascósporos podem germinar
e formar um novo micélio aploide.[73]
A reprodução sexuada dos asidiomicetes é semel ante à dos ascomicetes. Hifas aploides
compatíveis fundem-se
para dar origem a um micélio dicariótico. Porém, a fase dicariótica é
mais extensa nos asidiomicetes, estando muitas vezes presente tam ém no micélio em
crescimento vegetativo.
Uma estrutura anatómica
especializada, c amada fí ula, forma
-se em cada septo ifal. Tal como com o ganc o estruturalmente similar dos ascom
icetes, a fí ula dos asidiomicetes é requerida para a transferência controlada de núcle
os durante a divisão celular, para manterum estágio dicarióticocom dois núcleos geneti
camente diferentes em cada compartimento
ifal.[74]
Forma-seum asidiocarpo, no
qual estruturas em forma de astão c amadas asídios geram asidiósporos aploides após
cariogamia e meiose.[75] Os asidiocarpos mais vulgarmente con ecidos são os cogu
melos, mas tam ém podem assumir outras formas (ver secção Morfologia).
Nos Glomeromycetes (antes Zygomycetes), as ifas aploides de dois indivíduos fund
em-se, formando um gametângio, uma estrutura celular especializada que se torna um
a célula produtora de gâmetas férteis. O gametângio evolui para um zigósporo, um esporo co
m parede espessa formado
pela união de gâmetas. Quando o zigósporo germina, sofre meio
se, gerando novas ifas aploides, as quais podem então formar esporangiósporos asse
xuados. Estes esporangiósporos
permitem ao fungo dispersar-se rapidamente e germin
ar como micélios aploides geneticamente idênticos.[76]
Dispersão de esporos
Tanto os esporos assexuados como os sexuados (esporangiósporos) são frequentemente d
ispersos por ejeção forçada desde as suas estruturas reprodutoras. Esta ejeção garante a s
aída dos esporos das estruturas reprodutoras em como a deslocação através do ar por gra
ndes distâncias.
O fungo nin o-de-pássaro Cyat us stercoreus
Mecanismos fisiológicos emecânicos
especializados, em como as estruturas superfici
ais dos esporos (como as idrofo inas), permitem a ejeção eficiente do esporo.[77] P
or exemplo, a estrutura das células portadoras
de esporos de algumas espécies de asc
omicetes é tal, que a acumulação de su stâncias que afetam o volume celular e o equilí rio
de fluidos, permite a descarga explosiva dos esporos no ar.[78] A descarga forçad
a de esporos individuais, designados « alistósporos», envolve a formaçãode uma pequena go
ta de água (gota de Buller), que por contacto com o esporo leva à sua li ertação com uma
aceleração inicial superior a 10 000g;[79] o resultado é o esporo ser ejetado a 0,01 –
0,02
cm, distância suficiente para que caia através das lamelas, ou poros, para o ar
a aixo.[80] Outros fungos,
como os do género Lycoperdon, dependem de mecanismos a
lternativos
para a li ertação dos esporos, como forças mecânicas exteriores. O fungo nin
o-de-pássaro usa a força das gotas de água em queda para li ertar osesporos dos corp
os frutíferos em forma de taça.[81] Outra estratégia é o servada em P allaceae, um grupo
de fungos com cores vivas e odor pútrido, que atraem insetos para dispersarem os
seus esporos.[82]
Outros processos sexuados
Além da reprodução sexuada normal com meiose, certos fungos, como os dos géneros Penicil
lium e Aspergillus, podem trocarmaterial genético por processos parassexuais, ini
ciados pela anastomose entre as ifas e plasmogamia das células dos fungos.[83] A
frequência e importância relativa dos eventos parassexuais
não são claras, e podem ser m
enores que as dos outros processos sexuados. Sa e-se que tem umpapel na i ridi
zação intra-específica.[84] e é provavelmente requerida para a i ridização entre espécies,
qual foi associada com os principais eventos na evolução dos fungos.[85]
Evolução
Em contraste com os dados con ecidos so re a istória evolutiva das plantas e anim
ais, o registofóssil antigodos fungos é muito escasso. Entre os fatores que provav
elmente contri uem para a su -representação das espécies de fungos no registo fóssil inc
luem-se a natureza
dos esporocarpos, que são tecidos moles, carnosos, e facilmente
degradáveis, em como as dimensões microscópicas da maioria das estruturas fúngicas, as
quais não são, portanto,muito evidentes. Os fósseis de fungos são difíceis de distinguir
daqueles de outros micró ios, e são mais facilmente identificáveis quando se assemel
am a fungos atualmente existentes.[86] Muitas vezes recuperadas de um ospedeiro
vegetal ou animal permineralizado, estas amostras são tipicamente estudadas usand
o preparações em lâmina delgada que podem ser examinadas com o microscópio ótico ou por mi
croscópio eletrónico de transmissão.[87] Os fósseis de compressão são estudados por dissolu
a matriz circundante
com ácido e usando os meios de microscopia já indicados para ex
aminar os detal es da sua superfície.[88]
Os mais antigos
fósseis que apresentam
caraterísticas típicas dos fungos datam do éon Pr
oterozoico, á cerca de 1 430 mil ões de anos; estes organismos ênticos multicelulare
s possuíam estruturas filamentosas com septos, e eram capazes de anastomose.[89] E
studos mais recentes (2009), estimam o aparecimento
de organismos fúngicos á aproxi
madamente 760 – 1060 mil ões de anos com ase em comparações das taxa de evolução em grupos
aparentados.[90] Durante grande parte da era paleozoica ( á 542 – 251 milões de anos)
, os fungos parecem ter sido aquáticos e consistiriam de organismos semel antes ao
s atuais quitrídios, com esporos flagelados. [91] A adaptação evolutiva a um modo de v
ida terrestre necessitou uma diversificação das estratégias ecológicas para a o tenção de n
trientes, incluindo o parasitismo, o sapro ismo, e o desenvolvimento de relações mut
ualistas como as micorrizas e a liquenização.[92] Estudosrecentes (2009) sugerem qu
e o estado ecológico ancestral dos Ascomycota era o sapro ismo e que eventos indep
endentes de liquenização ocorreram múltiplas vezes.[93]
Os fungos colonizaram a terra provavelmente durante o Câm rico ( á 542 – 488 mil ões de
anos), muito antes das plantas terrestres.[94] Hifas fossilizadas e esporos recu
perados do Ordovícico de Wisconsin (460 mil ões de anos) assemel am-se a Glomerales
atuais, e existiram numa altura em que a floraterrestre provavelmente consistia
apenas de plantas avasculares semel antes às riófitas.[95] Prototaxites, que era p
rovavelmente um fungo ou um líquen, terá sido o organismo mais alto do final do Silúri
co.Os fósseis de fungos
apenas se tornamcomuns e incontroversos
no início do Devónic
o ( á 416 – 359 mil ões de anos), sendo a undantes no c erte de R ynie, so retudo Zygo
mycota e C ytridiomycota.[94][96][97] Por esta mesma altura, á cerca de 400 mil ões
de anos, os Ascomycota e os Basidiomycota divergiram,[98] e todas as classes de
fungos modernos estavam presentes no final do Car ónico (Pennsylvaniano, á 318 – 299
mil ões de anos).[99]
Fósseis semel
antes a líquenes
foram encontrados na formação Dous antuo no sul da C ina,
datados de á 635 a 551 mil ões de anos.[100] Os líquenes eram um componente dos prim
eiros ecossistemas terrestres, e a idade estimada do mais antigo fóssil de líquen te
rrestre é 400 milões de anos;[101] esta data corresponde à idade do mais antigo espor
ocarpo fóssil con ecido, uma espécie de Paleopyrenomycites encontrada no c erte de R
ynie.[102]
O mais antigo fóssil com caraterísticas microscópicas semel antes aos atua
is asidiomicetes é Palaeoancistrus, encontrado permineralizado
com um feto do Pen
nsylvaniano.[103] Raros no registo fóssil são os Homo asidiomycetes (um táxon aproxima
damente equivalente àsespécies produtoras de cogumelos de Agaricomycetes). Dois espéc
imes preservados em âm ar constituem
evidência de que os
mais antigos fungos produto
res de cogumelos que se con ecem(a espécie
extinta Arc aeomarasmius legletti) sur
giram durante o Cretáceo Médio, á 90 mil õesde anos.[104][105]
Algum tempo após a extinção permo-triássica ( á 251 mil
ões de anos), ocorreu um pico de a
ndância de fungos (originalmente entendido como uma a undância extraordinária de espor
os de fungos nos sedimentos), sugerindo que os fungos eram a forma de vida domin
ante deste período, representando quase 100% do registo fóssil disponível para o mesmo
.[106] Contudo, a proporção relativa de esporos fúngicos relativamente aos esporos for
mados por espécies de algas, é difícil de avaliar,[107] o pico não apareceu em todo o mu
ndo,[108][109] e em muitos locais não diminuiu no limite permo-triássico.[110]
Taxonomia
Uni onta
Amoe ozoa
Opist o onta
Animalia
C oanozoa
Nucleariida
Fungi[37]
Microsporidia
C ytridiomycota
Neocallimastigomycota
Blastocladiomycota
Zoopagomycotina
Kic xellomycotina
Entomop t oromycotina
Mucoromycotina
Glomeromycota
Di arya
Ascomycota
Basidiomycota
Em ora tradicionalmente incluídos em muitos programas e manuais de otânica, pensa-s
e agora que os fungos estão mais próximos dos animais do que das plantas e são colocad
os juntamente com os animais no grupo monofilético dos opistocontes.[111] Análises f
eitas usando a filogenética molecular suportam a origem monofilética dos fungos.[37]
A taxonomia dos fungos encontra-se
num estado de fluxo constante, especialmente
devido a pesquisas recentes aseadas em comparações de ADN (ácido desoxirri onucleico
). Estas análises filogenéticas atuais revogam frequentemente
classificações aseadas em
métodos
mais antigos e menos
discriminatórios, aseados em traços morfológicos e concei
tos iológicos de espécie, o tidos de acasalamentos experimentais.[112]
Não existe um sistema único de aceitação geral para os níveis taxonómicos mais elevados e o
orrem frequentes mudanças de nomes em todos os patamares acima de espécie. Existem a
ctualmente esforços entre os investigadores para esta elecer e encorajar o uso de
uma nomenclatura
unificada e mais consistente.[37][113] As espécies de fungos pode
m tam ém ter múltiplos nomes científicos dependendo do seu ciclo de vida e modo de rep
rodução (sexuada ou assexuada). Os sítios da internet como Index Fungorum e ITIS lista
m nomes atuais das espécies de fungos (com referências cruzadas para os sinónimos
mais
antigos). A classificação do reino Fungi de 2007 é o resultado de um tra al o de inve
stigação cola orativa
em grande
escala envolvendo dezenas de micologistas e outrosc
ientistas que tra al am so re a taxonomia dos fungos.[37] Esta classificação recon e
ce sete filos, dois dos quais - Ascomycota e Basidiomycota – estão contidos num ramo
que representa o su -reino Di arya. O cladograma à direita representa os principa
is táxons de fungos e a sua relação com os organismos opistocontes e unicontes. Os com
primentos dos ramos desta árvore não são proporcionais às distâncias evolutivas.
Grupos
taxonómicos
er página anexa: Ordens dos fungos
Os
filos principais
(por vezes c amados divisões) dos fungos foram classificados s
o retudo com ase nas características das suas estruturas reprodutoras. Correnteme
nte, são propostos sete filos: Microsporidia, C ytridiomycota, Blastocladiomycota,
Neocallimastigomycota, Glomeromycota, Ascomycota, e Basidiomycota.[37]
Micorriza
ar uscular vista ao microscópio. Células corticais da raiz de lin o conten
do ar úsculos emparel ados.
A análise filogenética demonstrou que os Microsporidia, parasitas unicelulares de an
imais e protistas,são fungos endo ióticos altamente derivados (vivem nos tecidos de
outra espécie) e astante recentes.[91][114] Um estudo de 2006 conclui que os Mic
rosporidia constituem um grupo irmão dos fungos verdadeiros,
isto é, cada um deles é o
parente evolutivo mais próximo do outro.[115] Hi ett e colegas sugerem que esta
análise não colide com a sua classificação de Fungi, e em ora Microsporidia ten a sido e
levado ao estatuto de filo, recon ece-se que é necessária análise suplementar para cla
rificar
as relações evolutivas no seiodeste grupo.[37]
Os C ytridiomycota são vulgarmente con ecidos como quitrídios e têm uma distri uição mundi
al. Produzem zoósporos capazes de movimento ativo através de fases aquosas, com um úni
co flagelo, o que levou os taxonomistas antigos a classificá-los como protistas.
A
s filogenias moleculares, inferidas de sequências de ARN ri ossómico em ri ossomas,
sugerem que os quitrídios são um grupo asal divergente dos outros filos de fungos,
consistindo de quatro clados principais com evidências sugestivas de parafilia ou
possivelmente polifilia.[91]
Os Blastocladiomycota eram antes considerados um clado taxonómico dos C ytridiomyc
ota. Contudo, dados moleculares recentes e caraterísticas ultraestruturais,
coloca
m-nos como um clado irmão de Zygomycota, Glomeromycota, e Di arya (Ascomycota e Ba
sidiomycota). São saprófitas, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição, e são par
tas de todos os grupos eucariotas.
Ao contrário dos seus parentes mais próximos, os
quitrídios, que apresentam so retudo meiose zigótica, os lastocladiomicetes apresen
tam meiose espórica.[91]
Os Neocallimastigomycota estavam antes colocados no filo C ytridomycota. Os mem
ros deste pequenofilo
são organismos anaeró icos, vivendo no sistema digestivo de g
randes mamíferos er ívoros e possivelmente
em outros am ientes terrestres e aquáticos
. Não têm mitocôndrias mas contêm idrogenossomas de origem mitocondrial. Como os quitrídi
os, os neocallimastigomicetes formam zoósporos que são posteriormente uniflagelados
ou poliflagelados.[37]
Os mem rosde Glomeromycota formam micorrizas ar usculares, uma forma de sim ios
e na qual ifas fúngicas invadem células das raízes de plantas e am as as espécies enef
iciam do aumento resultante no fornecimento de nutrientes. Todas as espécies con e
cidas de Glomeromycota reproduzem-se assexuadamente.[68] A associação simiótica entre
Glomeromycota e as plantas é antiga, existindo provas da sua existência á 400 mil ões
de anos.[116] Anteriormente parte de Zygomycota,
Glomeromycota foi elevado ao es
tatuto de filo em 2001 e actualmente su stitui o filo Zygomycota.[117] Fungos an
tes classificados
em Zygomycota estão agora a ser reclassificados
em Glomeromycota
, ou nos su filos
incertae sedis Mucoromycotina, Kic xellomycotina,
Zoopagomycot
ina e Entomop t oromycotina.[37] Alguns exemplos
em con ecidos de fungos anteri
ormente incluídos em Zygomycota
incluem o olor preto do pão (R izopus stolonifer),
e espécies do género Pilo olus, capazes de ejectar esporos a vários metros de altura a
través do
ar.[118] Entre os géneros medicamente relevantes incluem-se Mucor, R izomu
cor, e R izopus.
Os filamentos escuros são ifas dofungo endofítico
Neotyp odium coenop ialum nos es
paçosintercelulares do tecido da ain a da fol a de Festuca arundinacea
A sim iose micorrízica é antiga, datando
de á pelo menos 400 mil ões de anos.[116] Freq
uentemente, esta relação aumenta aa sorção de compostos inorgânicos pela planta, tais com
o nitrato e fosfato, de solos com aixas concentrações destesnutrientes imprescindíve
is para as plantas.[127][136] Os parceiros fúngicos podem tam ém mediar a transferênci
a de car
oidratos e outros nutrientes entre plantas. Tais comunidades micorrízicas
são c amadas «redes micorrízicas comuns».[137] Um caso especial de micorriza é a mico- et
erotrofia, em que uma planta parasita o fungo, o tendo todos os seus nutrientes
do seu fungo sim ionte.[138]Algumas espécies de fungos vivem nos tecidos no inter
ior das raízes, caules e fol as, sendo então designados
endófitos.[139] Tal como nas m
icorrizas, a colonização endofítica por fungos pode
eneficiar os dois sim iontes; por
exemplo,
os endófitos de ervas fornecem
ao seu ospedeiro resistência aumentada
aos
er ívoros e a outras pressões am ientais, rece endo em troca alimento e a rigo.[14
0]
Com algas e ciano actérias
O líquen Lo aria pulmonaria, uma sim iose de espécies de fungos, algas e ciano actéria
s.
Os líquenes são formados por uma relação sim iótica entre algasou ciano actérias (designad
s na terminologia dos líquenes
como "foto iontes") e fungos (so retudo várias espécies
de ascomicetes e alguns asidiomicetes), na qual células foto iontes individuais
encontram-se disseminadas num tecido formado pelo fungo.[141] Os líquenes ocorrem
em todos os ecossistemas e em todos os continentes,
e desempen am um papel-c ave
na formaçãodo solo e na iniciação da sucessão iológica,[142] sendo as formas de vida dom
nantes em am ientes extremos, incluindo as regiões desérticas polares, alpinas e sem
iáridas.[143] São capazes de crescer em superfícies inóspitas, incluindo solos e roc as
nus, cascas de árvores,
madeira, conc as, cracas e fol as.[144] Como no caso das m
icorrizas, o foto ionte fornece açúcares e outros car oidratos através da fotossíntese,
enquanto o fungo fornece minerais e água. As funções de am os os organismos sim ióticos
estão tão intimamente relacionadas que eles funcionam quase como um só organismo; na m
aioria dos casos o organismo resultante difere muito dos componentes individuais
. A linquenização é um modo comum de nutrição; cerca de 20% dos fungos – entre 17 500 e 20
00 espécies –são liquenizados.[145]
Entre as caraterísticas comuns à maioria dos líquenes
ncluem-se a o tenção de car ono orgânico por fotossíntese, crescimento lento, taman o re
duzido, vida longa,estruturas
reprodutoras vegetativas de longa duração (sazonais),
nutrição mineral o tida so retudo de fontes aéreas,
e maior tolerância à dessecação que a
maioria dos organismo fotossintéticos no mesmo a itat.[146]
Com os insetos
Muitos insetos têm relações mutualistas com fungos. ários grupos de formigas cultivam f
ungos da ordem
Agaricales como fonte de alimento primária, enquanto algumas espécies
de carunc os cultivam várias espécies de fungos nas cascas das árvores que infestam.[
147] De igual modo, as fêmeas de várias espécies de vespas-da-madeira (género Sirex) inj
etam os seus ovos juntamente com os esporos de um fungo decompositor de madeira
(Amylostereum areolatum) no al urno de pin eiros; o crescimento do fungo fornece
as condições nutricionais ideais para o desenvolvimento das larvas da vespa.[148] S
a e-se que tam ém as térmitas
da
savana africana cultivam fungos,[149] e leveduras d
os géneros Candida e Lac ancea a itam no trato gastrointestinal
de uma grande
var
iedade de insetos,
incluindo
Neuroptera, escaravel
os, e aratas; não se sa e se e
stes fungos o têm algum enefício dos seus ospedeiros.[150]
Como patógenos e parasitas
O patógeno vegetalAecidium magellanicum causa uma ferrugem, vista aqui num ar ust
o de Ber eris no C ile.
Muitos fungos são parasitas de plantas, animais (incluindo umanos), e doutros fun
gos. Entre os patógenos importantes de muitas plantas cultivadas que causam danos
e prejuízos
à agricultura e silvicultura incluem-se o fungo da rusone do arroz, Mag
naport e oryzae,[151] patógenos
de árvores que causam a grafiose do ulmeiro, tais co
mo Op iostoma ulmi e Op iostoma
novo-ulmi,[152] e Cryp onectria parasitica respo
nsável pelo cancro do castan
eiro,[153] e patógenos vegetais dos géneros Fusarium, Ust
ilago, Alternaria, e Coc lio olus.[133] Alguns fungos carnívoros, como Paecilomyce
s lilacinus, são predadores de nemátodos, que capturam
usando um conjunto de estrutu
ras especializadas como anéis constritores oumal as adesivas.[154]
Alguns fungos podem causar doenças graves em umanos, várias delas fatais se não trata
das. Entre
estas incluem-se aspergiloses, candidíases, coccidioidomicose,
criptoco
cose, istoplasmose, micetomas, e paracoccidioidomicose. Tam ém as pessoas com imu
nodeficiências são particularmente suscetíveis a doenças causadas por géneros como Aspergi
llus, Candida, Cryptococcus,[134][155][156]
Histoplasma,[157]
e Pneumocystis.[15
8] Outros fungos podem atacar os ol os, un as, ca elo, e especialmente a pele, o
s c amados fungos dermatófitos e queratinófitos, causando infecções locais como dermatof
itose e pé-de-atleta.[159] Os esporos dos fungos são tam ém uma causa de alergias, e f
ungos de diferentes grupos taxonómicos podem provocar reações alérgicas.[160]
Uso umano
Células de Sacc aromyces cerevisiae vistas com microscopia de contraste de interfe
rênciadiferencial.
O uso umano dos fungos
na preparação
e conservação de alimentos e com outros fins, é exte
nso e tem uma longa istória. A apan a e o cultivo de cogumelos são grandes indústrias
em muitos países. O estudo dos usos istóricos e impacto sociológico dos fungos é con e
cido como etnomicologia. Por causa da capacidade deste grupo para produzir uma e
norme variedade de produtos naturais com atividades antimicro ianas ou outras, m
uitas espécies são á muito usadas, ou estão em estudo, para a produção de anti ióticos, vi
inas, e drogas anticancerígenas e redutoras do colesterol. Mais recentemente, fora
m desenvolvidos métodos de engen aria genética para fungos,[161] permitindo a engen
aria meta ólica de espécies de fungos. Por exemplo, modificações genéticas de espécies de l
veduras[162]— que são fáceis de cultivar com taxas de crescimento elevadas em grandes
vasos de fermentação—a riu novos camin os à produção farmacêutica e são potencialmente mais
ientes do que a produção pelos organismos-fonte originais.[163]
Anti ióticos
er artigo principal: Anti iótico
Muitas espécies produzem meta olitos que são fontes importantes de drogas farmacolog
icamente activas. Particularmente importantes são os anti ióticos, incluindo as peni
cilinas, um grupo estruturalmente relacionado de anti ióticos etalactâmicos sinteti
zados a partir de pequenos péptidos. Apesar de as penicilinas de ocorrência natural
como a penicilina
G (produzida por Penicillium c rysogenum) terem um espectro de
atividade iológica relativamente estreito, uma grande variedade de outras penici
linas podem ser produzidas por modificação química das penicilinas naturais. As penici
linas modernas são compostos semissintéticos, o tidos inicialmente de culturas de fe
rmentação, mas em seguida estruturalmente alterados para o tenção de propriedades desejáve
is específicas.[164] Entre outros anti ióticos produzidos por fungos incluem-se: gri
seofulvina de Penicillium griseofulvin usada no tratamento de infecções da pele, ca
elo e un as, causadas por dermatófitos;[165] ciclosporina, usada como imunossupres
sor em cirurgia de transplantação;
e o ácido fusídico, usado para ajudar no controlo de
infecção pela actéria Stap ylococcus aureus resistente à meticilina.[166] Ouso em larg
a escala destes anti ióticos no tratamento de doenças acterianas, como a tu erculos
e, sífilis, lepra, e muitas outras, começou no início do século XX e continua a desempen
ar um papel principal na quimioterapia anti acteriana.
Na natureza, os anti iótic
os de origem fúngica ou acteriana, parecem desempen ar um duplo papel: em concent
rações
elevadas agem como defesa química contra a competição de outros micro-organismos em
am ientes ricos em espécies, como a rizosfera, e em aixas concentrações funcionam co
mo moléculas de deteção de quórum para sinalização intra ou interespecífica.[167]
Usos alimentares
A levedura de padeiro ou Sacc aromyces cerevisiae, um fungo unicelular, é usado pa
ra
fazer pão e outros
produtos à ase de trigo.[168]
Espécies de leveduras do género Sac
c aromyces
são tam ém usadas na produção de e idas alcoólicas por fermentação.[169]
O olo
oyu oji (Aspergillus oryzae) é um ingrediente essencial na preparação de s oyu (mol
o de soja), saqué, e miso,[170] enquanto espécies de R izopus são usadas para fazer te
mpe .[171] ários destes fungos são espécies domesticadas que foram selecionadas segun
do a sua capacidade de fermentar alimentos sem produzirem micotoxinas (ver a aix
o) prejudiciais, as quais são produzidas pelos muito aparentados Aspergillus.[172]
Quorn, um su stituto de carne, é feito a partir de Fusarium venenatum.[173]
Uso medicinal
er artigo principal: Cogumelos medicinais
Cordyceps sinensis
Ganoderma lucidum
Certos cogumelos são utilizados com fins terapêuticos em medicinas tradicionais, com
o acontece na
medicina tradicional
c inesa. Entre os cogumelos medicinais
notáveis
, e com uma istória de uso em documentada, incluem-se Agaricus lazei,[174][175]
Ganoderma lucidum,[176] e Cordyceps sinensis.[177] As pesquisas identificaram
c
ompostos produzidos por estes e outros fungos, os quais têm efeitos iológicos ini i
dores contra vírus[178][179] e células cancerosas.[174][180]
Meta olitos específicos,
como polissacarídeo-K, ergotamina e anti ióticos
etalactâmicos, são usados de modo roti
neiro em medicina clínica. O cogumelo s iita e é uma fonte de lentinano, uma droga c
línica aprovada para utilização em vários países, incluindo o Japão, em tratamentos oncológ
s.[181][182] Na Europa e no Japão, o polissacarídeo-K, um químico o tido de Trametes v
ersicolor, é um adjuvante aprovado em terapia oncológica.[183]
Espécies comestíveis e venenosas
Amanita p alloides é responsável pela maioria das mortes por envenenamentos por cogu
melos que ocorrem em todo o mundo.
Os cogumelos comestíveis são exemplos em con ecidos de fungos. Muitos são cultivados
comercialmente, masoutros têm de ser col idos no estado selvagem. Agaricus
ispor
us, vendidos como c ampignon
enquanto pequenos e como cogumelos Porto ello quand
o maiores, é uma espécie astante consumida, usada em saladas, sopas e outros pratos
. Muitos fungos asiáticos são cultivados comercialmente e são cada vez mais populares
no Ocidente. Estão frequentemente
disponíveis frescos em mercearias e mercados, incl
uindo o cogumelo-de-pal
a ( olvariella volvacea),
cogumelo-ostra (Pleurotus ostr
eatus), s iita e (Lentinula edodes), e eno ita e (Flammulina
spp.).[184]
Há muitas outras espécies de cogumelos que são col idas noestado silvestre, quer para
consumo pessoal quer para venda comercial. Exemplos:sanc a, Morc ella, cantare
los, trufas,
trom etas-negras,
e cepe-de- ordéus (tam ém con ecido como cogumelo por
cini, oleto ou tortul o) têm um preço elevado no mercado. São muitas vezes usados em
pratos gourmet.[185]
Certos tipos de queijos requerem a inoculação dos coal os do leite com espécies de fun
gos que fornecem um sa or e textura únicos ao queijo. Entre eles contam-se os quei
jos azuis como o Roquefort ou o Stilton, inoculados com Penicillium roqueforti.[
186] Os olores usados na produção de queijo não são tóxicos e portanto são seguros para co
sumo umano; contudo, pode ocorrer acumulação de micotoxinas (aflatoxinas, roquefort
ina C, patulina, ou outras) devido ao crescimento de outros fungos durante o pro
cesso de maturação e armazenamento do queijo.[187]
Gafan otos mortos por Beauveria assiana
Em agricultura, os fungos podem ser úteis se competirem ativamente com micro-organ
ismos patogénicos como actérias e outros fungos, pelos nutrientes e espaço, segundo o
princípio da exclusão competitiva,[195] ou se forem parasitas desses patógenos. Por e
xemplo, certas espécies podem ser usadas para eliminar ou suprimir o crescimento d
e patógenos vegetais, como insetos,
pulgões, ervas danin as, nemátodos, e outros fungo
s causadores de doenças em col eitas importantes.[196] Isto gerou um forte interes
se nas aplicações práticas que utilizam fungos como controlo
iológico destas pragas agríc
olas. Fungos entomopatogénicos podem ser usados como iopesticidas, pois matam ati
vamente os insetos.[197]Exemplos de fungos usados como inseticidas iológicos são B
eauveria assiana, Metar izium anisopliae, Hirsutella spp, Paecilomyces spp, e
erticillium lecanii.[198][199]
Os fungos endofíticos de ervas do género Neotyp odium
,
como N. coenop
ialum, produzem alcalóides que são tóxicos para
vários er ívoros inverte
rados e verte rados. Estes alcaloides protegem as ervas da er ivoria, mas vários
alcaloides endofíticos podem envenenar animais de pasto, como gado ovino e ovel
as.[200]
A infecção de cultivares de ervas de pastagem e forragens com endófitos de Ne
otyp odium é uma a ordagem em uso em programas de criação de ervas; as estirpes fúngicas
são selecionadas por produzirem apenas alcaloides que aumentam a resistência a er ív
oros como os insetos, mas que não são tóxicos para o gado.[201]
Biorremediação
er artigo principal: Micorremediação
Alguns fungos, em particular a podridão- ranca, podem degradar
inseticidas, er ic
idas, pentaclorofenol, creosoto,
alcatrão de ul a, e com ustíveis pesados, transfor
mando-os em dióxido
de car ono, água, e elementos ásicos.[202] Demonstrou-se que á fun
gos capazes de iomineralizar óxidos de urânio, sugerindo que podem ter aplicação na io
rremediação de sítios poluídos radioactivamente.[203][204][205]
Organismos modelo
Algumas desco ertas fulcrais da iologia foram feitas por investigadores que usa
vam fungos como organismos modelo, isto é, fungos que crescem
e reproduzem-se sexu
adamente de forma rápida em la oratório.Por exemplo, a ipótese um gene-uma enzima fo
i formulada por cientistas
que usaram o olor do pão Neurospora crassa para testar
as suas teorias ioquímicas.[206] Outros fungos modelo importantes,
Aspergillus
n
idulans e as leveduras,
Saccaromyces cerevisiae e Sc izosacc aromyces pom e,
têm c
ada um uma longa istória de uso na investigação de questões da genética e iologia celula
r dos eucariotas, como a regulação do ciclo celular, estrutura da cromatina, e regul
ação dos genes.
Outros modelos fúngicos surgiram mais recentemente, direccionados para
questões iológicas específicas relevantes paraa medicina, fitopatologia e usos indu
striais;
entre os exemplos incluem-seCandida al icans, um fungo dimórfico, e patóge
no umano oportunista,[207] Magnaport e grisea, um patógeno vegetal,[208] e Pic ia
pastoris, uma levedura amplamente usada na expressão de proteínas eucariotas.[209]
Outros
Os fungos são muito utilizados na produção industrial de produtos químicos como os ácidos
cítrico, glucónico,
láctico e málico,[210] anti ióticos, e até de gangas deslavadas.[211] O
fungos
são tam ém fontes de enzimas industriais, como as lipases usadas em detergen
tes iológicos,[212] amilases,[213] celulases,[214] invertases, proteases e xilana
ses.[215] Algumas
espécies, mais particularmente cogumelos do género Psilocy e (colo
quialmente c amados cogumelos mágicos), são ingeridos pelas suas propriedades psicadél
icas, tanto recreativamente como religiosamente.
Micotoxinas