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Penal IV

AULA 20/10/09

Funcionário Público: É diferente a noção de funcionário público para os direitos


Administrativo e Penal. Para o primeiro seria aquele servidor vinculado ao ente estatal
sobre o regime estatutário, quando o Direito Administrativo quer se referir a servidores
em geral, utiliza geralmente a expressão agente público.
Em direito penal a noção de funcionário público foi alargada, como pode-se constatar
da análise do Art. 327, § 1º CP. No caput daquele artigo temos a noção de funcionário
propriamente dita, alcançando aqueles que ocupam o cargo, exercem emprego, ou
desempenham alguma função na administração publica. Neste último caso até mesmo
sem a correspondente contra prestação pecuniária. Ex: voluntário para combater uma
epidemia, ainda que não receba remuneração, será considerado funcionário público.
Quem ocupa cargo é o estatutário, e empregado é contrato CLT.
Cabe destacar ainda que o § 1° do Art. 327 trata-se de funcionário público por
equiparação. Os funcionários por equiparação estão vinculados a paraestatais, empresa
pública, sociedade de economia mista, ou vinculada a pessoa jurídica que esteja
exercendo uma atividade típica de estado, uma função típica da administração pública.

Obs.: os funcionários por equiparação só são considerados funcionários públicos,


quando só estiverem no pólo ativo da relação, ou seja, para fins de cometimento de
crimes. Quando estiverem no pólo passivo não são funcionários públicos. Ex.: gerente
da caixa pode cometer peculato, mas não pode ser vitima de desacato.
Por fim, o § 2° do Art. 327, estabelece uma causa de aumento de pena ( 1/3) para
aqueles funcionários que ocupam funções de direção, chefia e assessoramento.

ART. 312 – Peculato

A origem do peculato remonta a Roma antiga quando se o funcionário que se


apropriava de bens que fosse destinado a sacrifício. “De peculatos”, hoje o peculato
vem capitulado nos Arts. 312 a 313 do CP. No caput do 312 temos duas modalidades a
saber nº. 01 Apropriação e a 02 de desvio. Estas duas modalidades são denominadas
pela doutrina de Peculato Próprio.
No Peculato de Apropriação – O funcionário público tem a posse do dinheiro, valor ou
bem móvel, em razão das suas atribuições, quebra o dever de lealdade para com a
Administração Pública, passando a agir como se fosse dono. A conduta pode recair sob
dinheiro ( moeda corrente) valor, (qualquer titulo que pode-se transformar em dinheiro)
ou ainda qualquer bem móvel. Ex.: DVD, TV, Carro.....).
No Peculato Desvio – O funcionário da uma destinação diferente ao dinheiro, bem ou
valor em proveito próprio ou alheio. Ex.: tesoureiro que gasta o dinheiro praticou
Peculato de Apropriação; presidente de comissão de licitação que desvia um trator para
fazenda de sua esposa, prática Peculato de Desvio.

Obs.: Como sabemos o tesoureiro que gasta o dinheiro comete um Peculato de


Apropriação ainda que o devolva antes da prestação de contas. Já que os bens públicos
são indisponíveis.
- Não comete crime e sim infração funcional, o funcionário que se utiliza dos serviços
de outro funcionário. Ex.: levar o eletricista para executar serviço em sua casa.

- Não comete crime e sim infração funcional, o funcionário que usa o veiculo oficial
para fins particulares, desde que devolva nas mesmas condições, inclusive com o
combustível.
Pode haver peculato na utilização de energia elétrica. Ex.: gato da repartição para sua
casa.
Caracteriza o peculato o uso de serviço de telefonia.
Caracteriza o peculato a apropriação de energia genética. Ex.: o funcionário público que
retira o sémem de um cavalo da administração para vendê-lo.
O objeto jurídico no peculato é o regular funcionamento da Administração Pública, o
seu patrimônio em alguns casos patrimônio do particular logo em princípio salvo
realmente quando a conduta recaem sobre objetos de ínfimo valor haverá peculato, ou
seja, o princípio da bagatela não é de todo aplicável ao peculato. Deve-se ter em mente
que no crime em ela viola sempre o funcionário seu dever de lealdade para
administração.

AULA 27/10/09

Sujeito Ativo – No peculato apropriação, o func. Público é aquele que de tem a pose.

Sujeito Passivo – É o Estado, e eventualmente o terceiro particular prejudicado.

Obs.: Como sabemos, a apropriação pode recair sobre o bem de um particular que estar
sob a custodia da Adm., quando isso acontece são dois os sujeitos passivos, o Estado e o
Particular.

PECULATO MALVERSAÇÃO

Quando a conduta cai sob o bem de um particular.

Elemento subjetivo – Dolo, de apropriar-se de dinheiro, bem, valor ou bem móvel ou


desvia-lo.
Consumação – Apartir do momento que o func. Passa agir como se fosse dono.

PECULATO FURTO

É catalogado pela doutrina como peculato impróprio, e vem previsto pelo Art. 312, § 1º
Nesta figura o func. Embora não tendo a posse do bem, o subtrai ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe
proporciona a qualidade de func. Público. Ex.: Delegado de policia por ter transito livre
nas secretarias ingressa em determinado órgão após se identificar como delegado e
subtrai um bem.
Funcionário público que voluntária e conscientemente concorre para que terceiro
subtraia um bem emprestando uma chave, deixando a porta aberta, haveria
necessariamente concurso de acertos.

Uma outra modalidade é o chamado de PECULATO CULPOSO que vêm


previsto no § 2º do Art. 312. com pena suave, detenção de 3 meses a um ano. Aqui a
participação culposa em crime doloso praticado por terceiro, haverá uma espécie de
concurso, respondendo o func. Pelo §2º, e o terceiro pelo § 1º ou pelo Art. 155, se esse
não for func. Público.
No peculato culposo o func. Concorre culposamente para o crime de outrem,
geralmente com negligência. Ex.: func. Público que negligentemente não tranca a porta
de sua repartição, permitindo que o terceiro execute a subtração.
Concluindo o §3º do Art. 312, traz duas situações interessantes e aplicáveis
exclusivamente ao peculato culposo, quais sejam: nº. 1 – se ocorrer reparação do dano
antes da sentença irrecorrível, extingue-se a punibilidade. Nº. 2 – se a reparação for
posterior a irrecorrível reduz a metade.
Obs.: existe a possibilidade de redução de pena para peculato doloso, nos casos de
arrependimento posterior. Art. 16 CP

PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM

Prever o Art. 313 – apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que no exercício do


cargo, recebeu por erro de outrem. Utilidade para maioria da doutrina é bem móvel.
Merece destaque que em momento algum pode o func. Induzir o terceiro a erro usando
a apropriação do bem sob pena de caracterizar-se em outro delito, em especial o de
estelionato.

OBJETO JURIDICO – é o regular func. Da administração pública eventualmente o


patrimônio público e o patrimônio privado.

SUJEITO ATIVO – func. Público


SUJEITO PASSIVO - o estado e eventualmente o particular
OBJETO MATERIAL – é a coisa que recai a conduta – dinheiro
OBJETO SUBJETIVO – dolo, intenção de apropriar-se
CONSUMAÇÃO - quando o func. Passa a agir como s fosse dono
TENTATIVA – é possível

313 – A -> Inserção de dados falsos em sistema de informações -> é o denominado


PECULATO ELETRÔNICO e foi introduzida no Art., com o intuito de combater os
crimes da previdência social, a pena é idêntica a do crime de peculato, reclusão de 2 a
12 anos e multa.
Prevê o Art. 313- A, inserir ou facilitar o func. Autorizado a inscrição de dados falsos
alterar ou excluir indevidamente dados corretos, nos sistemas informatizados ou bancos
de dados da administração pública, com o fim de obter vantagem pública para si ou para
outrem ou a causar dano. Alguns elementos do tipo precisam ser explicados:

Nº. 1 – inserir -> introduzir, incluir, movimento de dentro para fora


Nº. 2 – facilitar -> permitir que alguém introduza

Ex.: o func. Tem a senha de acesso, e ele mesmo introduz os dados falsos, caso ele
fornecesse a senha para que um terceiro inclui-se as informações a conduta seria de
facilitar.

Nº. 3 – alterar -> é modificar algo que já existe


Nº4 – excluir -> apagar, remover, eliminar.

Lembre-se que tais condutas serão gratificadas pelo func. Ou por terceiros com sua
colaboração sempre com o intuito de obtenção de vantagem devida ou para causar dano.
Em conclusão estas movimentações ilícitas nos sistemas de informações ou bancos de
dados da Adm. Pública com a inserção, modificação ou exclusão de dados é que
caracteriza o peculato eletrônico.

OBJETO JURIDICO – regular func. Da adm. Pública


Patrimônio público ou do particular
SUJEITO ATIVO – somente o func. Autorizado
SUJEITO PASSIVO – o estado, e eventualmente terceiro prejudicado.
OBJETO MATERIAL – os sistemas de informação ou banco de dados
ELEMENTO SUBJETIVO – dolo
CONSUMAÇÃO – coma realização de uma das condutas do tipo
TENTATIVA – é possível, mas difícil de identificar.

313 – B - Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informação

O Art. 313 –B - prevê o seguinte crime: modificar ou alterar, o funcionário o sistema


de informação ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente. A pena é detenção de 3 meses a dois anos e multa, sendo aumentada de 1/3
até a metade se a conduta provoca dano. Ao contrario do delito anterior não
existe.............. a intenção de se locupletar, de auferir algum beneficio o objetivo se
restringe na modificação ou na alteração do sistema ou ao programa de informática.

Modificar – é uma alteração radical, onde se imprime um modo totalmente diferente ao


anterior.
Alterar – seria uma modificação menos radical, desorganizando o sistema.

Sistema de Informação – é o conjunto de elementos materiais agrupados e estruturados


visando ao fornecimento de dados ou instruções sobre algo
Programa de Informática – é o software que permite ao computador ter utilidade
servindo a uma finalidade qualquer.

OBJETO JURIDICO – é o regular func. Da adm. Pública em especial os seus sistemas


de informação ou programa
SUJEITO ATIVO – func. Público
SUJEITO PASSIVO – Estado
OBJETO MATERIAL – sistema de informática / programa de informática
ELEMENTO SUBJETIVO – dolo / intenção de modificar
CONSUMAÇÃO – modificação / alteração
TENTATIVA – possível, difícil identificação.

ART. 314 - Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Conteúdo: extraviar livro oficial ou qualquer documento de que tem a guarda em razão
do cargo, sonegalo ou inutiliza-lo total ou parcialmente. São 3 as condutas puníveis.
1– Extraviar -> fazer desaparecer
Sonegar -> deixar de apresentar quando solicitado
Inutilizar -> tornar imprestável

No primeiro momento podemos perceber que o momento consumativo das três condutas
é diferente. Na 1º e 3º temos um crime instantâneo, e na 2º permanente.
Ex. funcionário de almoxarifado que joga um livro de registro no rio (extraviar)
- Presidente de comissão disciplinar que quando solicitado não apresenta documento a
autoridades superior (sonegar)
- Derramar intencionalmente tinta na prova de candidato a concurso público (inutilizar)

Livro Oficial -> é aquele previsto em leis e regulamentos e destinados a conter


informações de interesse da administração. Ex. livro de protocolo, escrituração.

Documento -> É qualquer instrumento, papel, arquivo. Ex. prova de concurso, autos de
processo adm. Disciplinar.

OBJETO JURIDICO: regular funcionário da adm. Pública em especial os seus registros,


informações.
SUJEITO ATIVO: func. Público que tem a guarda do livro ou documento. Se for outro
func, art. 337, se for advogado art. 356
SUJEITO PASSIVO: estado, eventualmente o particular prejudicado.
OBJETO MATERIAL: livro oficial ou documento
ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, é a intenção de praticar uma das condutas.
CONSUMAÇÃO: na 1º e na 3º no momento da conduta, e na 2º conduta temos um
crime permanente.
TENTATIVA: em tese é possível, mas difícil comprovação.

ART. 315 - Emprego irregular de verbas e rendas públicas

- “Da ás verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei” . a


pena é de detenção de 1 a 3 meses ou multa.

De logo, devemos destacar o motivo de uma pena tão pequena. A verba ou renda é
aplicada na própria adm. De forma inequívoca. Não existe intenção de loclupletamento,
de enriquecimento ilícito. Ex. verba para construir um hospital é utilizada para construir
uma escola; verba para comprar material de consumo, é utilizada para comprar material
permanente.
Verba é todo e qualquer recurso do estado catalogado através de dotação orçamentária
para cobrir despesas especifica. Renda é qualquer dinheiro que entra para os cofres
públicos, com uma finalidade determinada.

OBJETO JURIDICO: regular func. Da adm. Pública, em especial correto emprego das
verbas e das rendas
SUJEITO ATIVO: func. Público, o gestor
SUJEITO PASSIVO: estado
OBJETO MATERIAL: verbas ou rendas
ELEMENTO SUBJETIVO: dolo
CONSUMAÇÃO: com uma das condutas prevista no tipo, é crime formal
TENTATIVA: é possível em tese

AULA 03/11/09

ART. 316 - CONCUSSÃO

Exigir para si ou para outrem direta ou indiretamente ainda que fora da função ou antes
de assumi-la mais em razão dela vantagem indevida. Pena de reclusão 2 a oito anos,
multa.
Concurssão deriva do verbo conclutare, que significa sacudir a arvore para cair os
frutos. Alguns doutrinadores afirmam trata-se o delito sob o comando de uma extorsão
praticada pelo funcionário público em razão das suas funções. Não obstante devemos
destacar de logo que na extorção ( art. 138) existe violência ou grave ameaça, sendo que
na concurssão existe apenas o “ meto publçicare potestastis”. Ou seja, o medo que
determinadas funções acarretam no administrado. Na concussão a exigência não vem
acompanhada de violência ou grave ameaça, utiliza-se o agente do medo que a sua
função impõe e acarreta. Ex. policial rodoviário que exige dinheiro para liberar um
automóvel.

Exigir é obrigar, impor podendo vir travestido de uma solicitação. Ex. diretor de um
hospital se ajoelha aos pés de alguém solicitando R$ 2.000.00 para conseguir uma vaga
na UTI. Neste caso trata-se de exigência pois se amanha a vitima não consegue o
dinheiro ficara submetida a um grave prejuízo. Na concussão a exigência poderá ser
para si ou para outrem.
Pode ser feita direta ou por interposta pessoal oralmente ou escrita, não sendo
necessário que no momento da conduta esteja o funcionário com pleno exercício das
suas funções, embora a exigência deva ser feita em razão dela. Ex. funcionário que
estava de férias ou de licença medica, mas que faz exigência em razão da sua função.

Obs. Em que pese o que foi dito até aqui para a pratica da concussão deve ter sido o
agente pelo menos nomeado, sob pena de responder por 2 crimes: estorção e usurpação
de função pública.

OBEJETO JURIDICO: regular funcionário da adm. Pública


SUJEITO ATIVO: somente o func. Público, devendo pelo menos ser nomeado. Obs. O
particular pode responder pelo crime em tela por ser func. Público embora a condição
pessoal elementar do delito é o que prever o art. 30 CP, isto poderá acontecer quando o
particular funciona como elo de ligação entre o concussionario e a vitima.
SUJEITO PASSIVO: o estado, eventualmente o particular.
OBJETO MATERIAL: é a vantagem indevida
ELEMENTO SUBJETIVO: dolo é a intenção de fazer a exigência que se sabe que é
indevida.
CONSUMAÇÃO: formal -> consuma-se com a exigência caracterizando o recebimento
da vantagem, o mero exauri mento.
TENTATIVA: possível, se a exigência for por escrito

§ 1º - EXECESSO DE EXAÇÃO
No excesso de exação o funcionário público exige tributo ou contribuição social que
sabe ou deveria saber indevido ou quando devido emprega na cobrança meio vexatório
ou gravoso que a lei não autoriza, a pena é de reclusão, de 3 a 8 anos e multa. O excesso
de exação, é o excesso na cobrança cabendo destacar que o montante auferido é
revertido para a própria administração não havendo intenção do funcionário de se
locupletar. Ex. funcionário da prefeitura que exige o pagamento de IPTU, que já foi
quitado, ou faz dirigindo uma Kombi importando o auto falante, meio vexatório é
humilhante.
Gravoso é o que impõe o ônus desnecessário. Ex. deste ultimo caso: funcionário exige
que a vitima desloque para a capital, quando o tributo poderia ser recolhido na sua
origem.

OBJETO JURIDICO: é o regular funcionário da adm. Pública inclusive no que


concerne a cobrança de tributos.
SUJEITO ATIVO: o funcionário encarregado de exigir o tributo
SUJEITO PASSIVO: o estado, e o particular prejudicado
OBJETO MATERIAL: é o tributo ou contribuição social
ELEMENTO SUBJETIVO: dolo direto (que sabe) ou eventual (que deveria saber)
CONSUMAÇÃO: com a pratica de uma das condutas definidas no tipo
FIGURA QUALIFICADA: no excesso de exação a figura qualificada vem prevista no
§2º. E ocorre quando após o excesso o funcionário desvia em proveito próprio ou de
outrem o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos, ao contraio do §
anterior aparece a intenção de se locupletar.

Obs. Inexplicavelmente a figura qualificada tem a sua pena mínima inferior a da figura
simples provocando algumas incoerências, por exemplo, a figura qualificada é
afiançável e a figura simples é inafiançável. No mais todas as considerações que
fizemos sobre a figura simples, apenas uma ressalva na figura qualificada só existe dolo
direto.

ART. 317 - CORRUPÇÃO PASSIVA

Na corrupção passiva puni-se o servidor que mercadeja com os atos de oficio, tornando-
se um verdadeiro comerciante. Solicitando ou recebendo vantagens para executar atos
funcionais. Em alguns casos o que era para ser feito de graça é cobrado, isso é o que
chamamos de mercadejar.
Solicitar ou receber para si ou para outrem direta ou indiretamente ainda que fora da
função, ou antes, de assumi-la mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem. Pena de reclusão de 2 a 12 anos e multa.
Ao contrario da concussão não existe exigência tão pouco o “metu publicare postestatis”
existe mercancia no serviço público, mercancia nos atos, o servidor solicita ou recebe
vantagem indevida praticando em razão disto algum ato relacionado a suas funções. Ex.
oficial de justiça solicita dinheiro para entregar mandado mais rapidamente, ou recebe o
dinheiro que foi ofertado pelo particular. Aqui uma obs. Se faz necessário – a corrupção
passiva não é delito bilateral o que importa dizer que pode haver corrupção passiva sem
corrupção ativa, sob tudo quando a conduta do funcionário é solicitar, que pode não
merecer a equiescência do particular.
Outra conduta incriminada diz respeito a aceitar o funcionário promessa de vantagem
devendo esta ter conteúdo patrimonial. Ex. da um parecer em troca de futura nomeação
de cargo comissionário.
Obs. Como acontece na concussão para caracterização da corrupção passiva deve o
funcionário pelo menos estar nomeado, podendo a solicitação ser direta ou indireta e ser
realizada fora da função, ou antes, de assumi-la, mas sempre em razão dela.

Figura qualificada – vem prevista no § 1º do art. 317, devendo a pena aumentada em


1/3 sem conseqüência da vantagem ou da promessa o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de oficio, ou o pratica infligindo dever funcional. Ex. oficial de
justiça que recebe dinheiro para demorar de cumprir o mandado.

Figura privilegiada – vem prevista no §2º do art. 317, sendo a pena bem menor,
detenção de 3 meses a um ano ou multa, pensou o legislador em punir de forma mais
branda o funcionário pusilânime (fraco de caráter) embora tenha beneficiado também os
carreiristas que são aqueles que fazem qualquer coisa para agradar os seus superiores ou
terceiros detentores de poder. A figura privilegiada ocorre quando o funcionário pratica
ou deixa de praticar ou retarda atos de oficio com inflação de dever funcional sedendo a
pedido ou influência de outrem. Ex. delegado de policia do interior que deixa de autuar
o flagrante a pedido do prefeito.

Aula 10/09

O art. 318 prevê o crime de facilitação de contrabando e descaminho.


(Facilitar é tornar mais fácil, é remover obstáculo, fazer vista grossa.)
Só pode cometer esse crime o funcionário responsável pela administração.
Ex: auditor fiscal, agente aduaneiro, policial federal.
O contrabando se caracteriza pela importação de mercadoria proibida.
No descaminho a mercadoria não é proibida, mas não se recolhe impostos.
Com esta tipificação objetiva-se evitar a entrada de mercadorias proibidas no país, bem
como a sonegação fiscal.
Sujeito passivo: é o Estado
Objeto material é a mercadoria proibida ou que não foi taxada.
Elemento subjetivo: é sempre o dolo.
Consumação: se dá com a ação facilitadora, ainda que a mercadoria não mentre no país.

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