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Jordan Lopes – Treinamento e Desenvolvimento

ÓLEO LUBRIFICANTE

Pesquisa sobre utilização correta de óleos


lubrificantes, suas classificações e especificações

Este descritivo traz informações


sobre os corretos óleos para
uso em motores diesel, bem como
informações sobre especificações
de óleos lubrificantes.

Porto Alegre 16/07/2007


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Índice

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 ATIVIDADE DESENVOLVIDA.................................................................... 4
2.1 CLASSIFICAÇÃO................................................................................ 4
2.2 ENTIDADES MAIS CONHECIDAS ..................................................... 4
2.2.1 SAE - Society of Automotive Engineers. .................................. 4
2.2.2 API - American Petroleum Institute ........................................... 6
2.2.3 ACEA - Association des Constructeurs Européens de
l´Automobile. ............................................................................................. 9
2.2.4 JASO - Japanese Automobile Standars Organization........... 12
3 CONCLUSÃO ........................................................................................... 12
4 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 13
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um plano de pesquisa que busca o


esclarecimento de dúvidas sobre a utilização correta do óleo lubrificante, bem
como o entendimento de suas características e classificações técnicas, para
fins de uso adequado, conforme a solicitação nos manuais dos fabricantes dos
respectivos motores diesel utilizados pela Stemac. Para tanto é necessário
estudar as características técnicas dos óleos e comparar com os lubrificantes
recomendados pelos fabricantes dos motores .
O trabalho traz em si classificações que são utilizadas no processo de
identificação do óleo lubrificante que vai ser usado, assim como, a importância
da metodologia de se escolher o lubrificante correto.
Através da diversidade de lubrificantes utilizados no mercado, fez-se
necessário à realização de pesquisas no qual foi possível dar um tratamento
completo e objetivo aos temas presentes deste projeto, portanto, serão
apresentados neste documento os conteúdos mais relevantes e de uso mais
freqüente na utilização de óleos lubrificantes em motores diesel.
A pesquisa tem como objetivo documentar uma fonte de informação onde
possamos avaliar e determinar o tipo adequado de óleo lubrificante a ser usado
em tal motor, entender as várias classificações sendo as principais SAE e API,
e diferenciar os lubrificantes a fim de determinar qual vai ser utilizado conforme
especificação.
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2 ATIVIDADE DESENVOLVIDA

2.1 CLASSIFICAÇÃO

São siglas de entidades internacionais que são responsáveis pela


elaboração de uma série de normas (baseadas em testes específicos) para a
classificação dos lubrificantes, de acordo com seu uso. Desta forma, o
consumidor tem como identificar se o lubrificante atende às exigências de seu
equipamento, consultando seu manual.
Estas classificações definem índices de viscosidade, desempenhos,
testes de performance, diferenciam óleos lubrificantes para motores dois
tempos e motores quatro tempos, diferenciam óleos lubrificantes para os tipos
de motores: gasolina, diesel, álcool e gás, e qualificam os lubrificantes para
trabalhos e níveis de emissão.

2.2 ENTIDADES MAIS CONHECIDAS

2.2.1 SAE - Society of Automotive Engineers.

Define faixas de viscosidade dos óleos a 100°C, apresentando duas


escalas: uma de baixa temperatura (de 0W até 25W) e outra de alta
temperatura (de 20 a 60). A letra "W" significa "Winter" e ela faz parte do
primeiro número, como complemento para identificação. Quanto maior o
número, maior a viscosidade para o óleo suportar maiores temperaturas. Graus
menores suportam baixas temperaturas sem se solidificar ou prejudicar o
sistema de lubrificação.
Um óleo do tipo monograu (mono viscoso) só pode ser classificado em
um tipo escala (20W, 30, 40 ou 50).
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Óleos com índices de viscosidade maiores podem ser enquadrados em


dois intervalos de faixas de temperatura, por apresentar menor variação de
viscosidade em virtude da alteração da temperatura. Desta forma, um óleo
multigrau (multiviscoso) SAE 15W40, 20W50 se comporta tanto em baixa
temperatura, como um óleo 20W, como em alta temperatura, assim reduzindo
o desgaste na partida do motor ainda frio, e em alta temperatura se comporta
como um óleo SAE 40, tendo uma ampla faixa de utilização.

Exemplos de classificação SAE:

Óleo lubrificante monoviscoso especialmente desenvolvido para


motores a diesel
Classificação: AP I CF - SAE 50

Figura 1 Bralub SAE 50

Lubrificante multiviscoso para motores diesel operando


em condições de serviço pesado.
Classificação: API CG-4 - SAE 15W40.

Figura 2 Ursa SAE 15W40


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2.2.2 API - American Petroleum Institute

Grupo que elaborou, em conjunto com a ASTM (American Society for


Testing and Materials), especificações que definem níveis de desempenho que
os óleos lubrificantes devem atender. A escolha do óleo lubrificante fica por
conta do consumidor que definira qual especificação é a melhor para seu
motor. Para carros de passeio, por exemplo, temos os níveis API SM, SL, SJ,
SH, SG, etc.. O "S" desta sigla significa Service Station, e a segunda letra
define o nível de desempenho do óleo. O primeiro nível foi o API SA, obsoleto
há muito tempo, consistindo em um óleo mineral puro, sem qualquer
aditivação. Com a evolução dos motores, os óleos sofreram modificações,
através da adição de aditivos, para atender às exigências dos fabricantes dos
motores no que se refere à proteção contra desgaste e corrosão, redução de
emissões e da formação de depósitos, etc.. Atualmente, o nível API SM é o
mais avançado. No caso de motores diesel, a classificação é API CI-4 e CH-4.
O "C" significa Commercial. A API classifica ainda óleos para motores dois
tempos e óleos para transmissão e engrenagens.

Exemplo de classificação API

Extra Vida Plus 15W40 - Repsol


Multiviscoso, SAE 15W40, indicado para motores Diesel de
quatro tempos, pesados, veículos de transporte de carga e
passeio.
API CI-4, ACEA E7, Aprovado MB, Allison C-4, Caterpillar, Mack
EO-M Plus, Cummins, Volvo, MAN,, Renaut, Scania e outros.

Figura 3 Óleo Repsol


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Descrição da Categoria

CA: motores diesel em serviços leves moderados, usando combustível de


baixo teor de enxofre (0,4%p.). (CLASSIFICAÇÃO OBSOLETA).
CB: motores diesel em serviços leves ou moderados, usando combustível com
alto teor de enxofre (1,0%p.). (CLASSIFICAÇÃO OBSOLETA).
CC: motores diesel em serviços moderados ou severos, usando combustível,
com aspiração normal.
CD: motores diesel em serviços pesados, usando qualquer combustível,
superalimentados e com tendência a depósitos.
CD-II: atende aos requisitos de desempenho CD, sendo recomendado para
motores diesel 2 tempos que operem em condições severas. Desenvolvido
para motores Detroit-Diesel que exigem teor máximo de cinzas de 1%p.
CE: serviço típico de motores diesel turbinados ou superalimentados, serviço
pesado, fabricados a partir de 1983 e operando em condições de baixa ou alta
velocidade e alta carga. O óleo desenvolvido para este serviço pode também
ser usado quando a recomendação for efetuada para atendimento das antigas
categorias do API.
CF: motores diesel em serviços pesados, forte proteção contra depósitos,
desgaste e corrosão. Recomendado para motores que operem com óleo diesel
com elevado teor de enxofre, maior que 0,5%p. Empregado onde há
recomendação de óleos API CD.
CF-2: atende às solicitações de serviço de motores diesel 2 tempos, no tocante
à proteção contra desgaste e depósitos. Esta categoria não necessariamente
atende aos níveis API CF e CF-4. Empregado onde há recomendação de óleos
API CD-II.
CF-4: supera o nível CE em controle de depósitos e consumo de óleo.
Recomendação preferencial da Caterpillar.
CG-4: designada para atender aos limites de emissões estabelecidos nos EUA
para 1995. Recomendada para os motores 4 tempos que operem com óleo
diesel em teores de enxofre menores que 0,5%p.
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CH-4: designada para uso nos motores de alta rotação 4 tempos, para atender
aos limites de emissões estabelecidos nos EUA para 1998. Formulada para
garantir a durabilidade dos motores em aplicações adversas, reduzir o
desgaste, possuir estabilidade à alta temperatura, dispersar a fuligem e
proteger as partes não ferrosas.
CI-4: introduzida em 2002 e formulada para atender aos níveis de emissões
estabelecidos nos EUA para até 2004. Formulada para garantir a durabilidade
dos motores que utilizam a recirculação dos gases de escape. Proporcionam
uma proteção anticorrosiva e do desgaste relacionado com a contaminação por
fuligem, dos depósitos no pistão e da oxidação do óleo. Pode ser usada em
substituição às categorias anteriores.

Figura 4: Desempenho
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Figura 5: Temperatura & Viscosidade

2.2.3 ACEA - Association des Constructeurs Européens de l´Automobile.

Classificação européia que associa os testes de lubrificantes a


classificação API, ensaios de motores europeus (Volkswagen, Peugeot,
Mercedes Benz, etc.). De outra maneira se entende que a ACEA, antiga CCMC
(Comité de Construtores de Automóveis do Mercado Comum), é a classificação
européia e a API é americana. Estas especificações foram implementadas em
1998, porém a CCMC foi extinta e surgiu então a ACEA que classificou seus
lubrificantes em três grupos A, B e C:

Para motores de veículos ligeiros a gasolina.


Neste grupo estabeleceram-se níveis de qualidade:
A2: Categoria de óleos de motor convencionais e óleos de motor de fácil
circulação.
A3: Categoria de óleos de motor convencionais e óleos de motor de fácil
circulação com utilização mais severa do que A2. Supera ACEA A2 no
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respeitante ao Noack (perdas por evaporação), limpeza dos pistões e


estabilidade à oxidação.
A5: Categoria de óleos de motor convencionais e óleos de motor de fácil
circulação. Corresponde ao ACEA A3, com inferior viscosidade. Num motor de
teste tem de ser comprovada uma economia de combustível > a 2,5%, em
comparação com um óleo 15W40 de referência.

Para motores diesel ligeiros.


B1: Categoria de óleos de motor com economia de combustível (“Fuel
economy”), de extrema baixa viscosidade (Corresponde a A1).
B2: Categoria de óleos de motor convencionais e óleos de motor de fácil
circulação.

B3: Categoria de óleos de motor convencionais e óleos de motor de fácil


circulação. Supera ACEA B2 no aspecto ao desgaste, limpeza dos pistões e
estabilidade da viscosidade.
B4: Nova categoria para motores Diesel com injeção direta (TDI).
B5: Corresponde a ACEA B4, com inferior viscosidade. Num motor de teste
tem de ser comprovada uma economia de combustível > a 2,5%, em
comparação com um óleo 15W40 de referência.
C1: Novo desde 10/2004 para veículos ligeiros diesel com filtros de partículas
Diesel. Teor de cinzas sulfatadas máx. 0,5%.
C2: Novo desde 10/2004 para veículos ligeiros diesel com filtros de partículas
diesel. Teor de cinzas sulfatadas máx. 0,8%. Comporta a marca Peugeot.
C3: Novo desde 10/2004 para veículos ligeiros Diesel com filtros de partículas
Diesel. Teor de cinzas sulfatadas máx. 0,8%. (DaimlerChrysler e BMW).

Motores a Diesel – Veículos Pesados


E1: Obsoleto.
E2: Corresponde á Mercedes Benz 228.1.
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E3: Obsoleto desde 10/2004.


E4: Baseado na MB 228,5. Nenhum teste de motor OM 364 A, mas sim Mack
T8 & T8E. Para intervalos de troca de óleo estendidos, indicado para motores
Euro III.
E5: Obsoleto desde 10/2004.
E6: Para motores com/sem filtros de partículas diesel e motores com
catalisadores NOX; aconselhado para motores com filtros de partículas em
combinação com combustível isento de enxofre; Teor de cinzas sulfatadas <
1% (peso).
E7: Para motores sem filtros de partículas diesel da maioria dos motores com
catalisadores NOX; Teor de cinzas sulfatadas < 2% (peso).

Exemplo de nomeclatura

API CI-4/SL ACEA A3/B4/E7

Figura 6 Identificação do óleo


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2.2.4 JASO - Japanese Automobile Standars Organization.

Define especificações para a classificação de lubrificantes para motores


de dois tempos (FA, FB e FC,em ordem crescente de desempenho) e quatro
tempos (MA,MA1,MA2 e MB). Também define uma especificação que descreve
três níveis de qualidade para lubrificantes com baixos níveis de cinzas para
motores dois tempos refrigerados à água.

3 CONCLUSÃO

Conforme a pesquisa, a marca do óleo lubrificante não é o fator


determinante para o uso do óleo lubrificante e sim a classificação do produto.
As classificações mais utilizadas no mercado brasileiro são: SAE, para a
comparação de viscosidade e API para o pacote de aditivos e propriedades do
óleo lubrificante.
É importante que todos que, de uma certa maneira, trabalham com óleos
lubrificantes saibam perceber a diferença entre os lubrificantes. Assim
podemos escolher o melhor óleo lubrificante para o motor.
Conclui-se que o óleo lubrificante SAE 15W40 (multiviscoso) pode ser
usado em todos os estados da região sul. Conforme orientação técnica da
Petrobrás (ORIENTAÇÃO TÉCNICA [REF:10270438235]) o grau de
viscosidade SAE 20W/50 seria o mais usual, considerando o clima tropical,
assim o mesmo atende todos requisitos exigidos pelos fabricantes dos
motores, levando em conta as diferentes temperaturas entre os estados e as
regiões brasileiras. Esta informação pode ser comparada na figura 5:
Temperatura & Viscosidade.
Com referencia a classificação API, deve ser usada a CH-4 ou CI-4, assim
atendendo todos os fabricantes de motores. Uma outra classificação, como por
exemplo a CG não atenderia alguns fabricantes.
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4 REFERÊNCIAS

• Fontes de pesquisa na Internet:


- www.br.com.br
- www.wikipedia.org
- www.lubrificantes.net
- www.castrol.com
- www.fuchs.com.br
- www.mobilub.pt/lube.pdf
- www.repsol.com
• Conhecimentos específicos.
• Fontes internas de trabalhos já realizados pela empresa Stemac.

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