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INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO VALE DO ACARAÚ

Coordenação de Pós-Graduação
Curso de Especialização em Português e Literatura

Ana Gleice Pinto Vasconcelos

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO DO DISCENTE

ITAREMA – CE
2011
INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO VALE DO ACARAÚ
Coordenação de Pós-Graduação
Curso de Especialização em Português e Literatura

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO DO DISCENTE

Ana Gleice Pinto Vasconcelos

Artigo apresentado ao Instituto de Estudos e


Pesquisas do Vale da Acaraú- IVA, como
requisito para obtenção do titulo de Especialista
em Português e Literatura.

Orientadora: Profª. Ms. Carmem Alves

ITAREMA-CE
2011
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO DO DISCENTE

Artigo apresentado ao Curso de Especialização em Português e Literatura do


Programa de Pós-Graduação do Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do
Acaraú- IVA, para obtenção do titulo de Pós- Graduação em Português e Literatura.

Trabalho aprovado: ___/___/___

Orientador: ________________________________________
Profª. MS. Carmem Alves

Coordenadora: _______________________________________
Profª. Maria do Carmo Alves.

Coordenador (a) do Curso


_____________________________________________
Prof. .....................................................................
“A leitura é o meio mais prático e acessível de se adquirir o
conhecimento, todos podem ter contato com aprendizado,
basta ter a sensibilidade e vontade de aprender”.
(Gleice Vasconcelos)
Dedico esse trabalho em primeiro lugar a meus pais que
sempre me incentivaram na conclusão de meus estudos,
aos meus amigos, professores e a todos que contribuíram
diretamente e indiretamente em minha formação.
AGRADECIMENTOS

Á DEUS pelo dom da vida, pela fé e perseverança para enfrentar e vencer


os obstáculos encontrados durante o caminho percorrido.
Aos meus pais e familiares, pela orientação, dedicação e incentivo nessa
fase de minha formação e durante toda minha vida.
Aos meus amigos que colaboraram de forma ativa, incentivando e ajudando
nos momentos em que precisei.
Aos meus colegas de classe, pela dedicação, compreensão e pela presença
constante durante toda essa fase de formação.
Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para
realização deste trabalho e os que me incentivaram para a realização e conclusão
deste curso.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO DO DISCENTE

Ana Gleice Pinto Vasconcelos

RESUMO

O presente artigo sobre a importância da leitura no desenvolvimento cognitivo do


discente tem como objetivo principal, detectar os maiores problemas enfrentados
dentro do âmbito escolar, relacionado às dificuldades de aprendizado, que esta
diretamente ligada à leitura. Voltando-se para as dificuldades observadas dentro do
âmbito escolar, foi possível desenvolver um trabalho direcionado aos diversos
problemas enfrentados pelo educador para obter uma aprendizagem satisfatória,
dando-se uma maior ênfase às dificuldades de leitura e sua real importância ao
desenvolvimento cognitivo do educando. Assim foi feita uma abordagem teórica
sobre o tema proposto onde foram abordados diversos aspectos relevantes à
importância da leitura como um dos instrumentos fundamentais ao meio sócio-
educacional na vida de cada sujeito aprendente. A realização deste trabalho tem
como pressuposto a inter-relação entre leitura e aprendizagem e como objetivo a
utilização e valorização da leitura como meio indispensável à assimilação do
conhecimento, contribuindo de maneira indispensável no processo de ensino-
aprendizado do discente. Através do desenvolvimento deste constatou-se que a
leitura atua como fator primordial na construção do indivíduo, sendo peça
indispensável à formação do conhecimento.

Palavras-Chaves: Leitura, Aprendizagem, Conhecimento e Desenvolvimento


Cognitivo.
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo mostrar a contribuição da leitura no


desenvolvimento cognitivo do discente, enfatizando a importância deste veículo para
o desenvolvimento da aprendizagem e o crescimento intelectual. O indivíduo deve
se inserir no mundo letrado para se tornar um cidadão participativo e cultural.
A leitura é um meio de conhecimento e compreensão presente em uma
realidade social que ultrapassa a ideia de simplesmente codificar símbolos gráficos.
É necessário, portanto que o indivíduo se torne um leitor compreensivo, que não
apenas decodifique símbolos, mas que compreenda o que foi lido. O termo leitura
destaca-se por sua enorme importância, provocando diversas discussões em
relação ao aprimoramento desta habilidade que estar envolvida com as diversas
áreas do conhecimento. É importante que o indivíduo adquira o domínio das
habilidades de leitura e escrita em seus primeiros anos de estudo, pois só desta
forma poderá se destacar em seu processo educacional.
Percebe-se, conforme os autores estudados dentre os quais podem ser
citados Kato (1995), Kleiman (1989), Fourcambert (1994) e Gadotti (2000), que
existe um número considerável de trabalhos elaborados na perspectiva de subsidiar
os educadores quanto o ensino de leitura. Contudo, observa-se conforme os autores
aqui citados que as dificuldades de leitura estão diretamente ligadas ao mau
desempenho na prática educativa, pois são muitos os discentes que não dominam
esta habilidade.
Diante da necessidade educacional da prática de leitura deve existir uma
preocupação maior em relação à educação oferecida pelas escolas, principalmente
durante os primeiros anos educacionais, que é onde o aluno constrói seu alicerce, o
qual deve ser rígido para que não haja barreiras na assimilação dos conhecimentos.
O processo de ensino e aprendizagem precisa ser composto por diversos pontos
indispensáveis, como é o caso de se ter profissionais responsáveis e comprometidos
com a missão de forma cidadãos críticos e que estejam preparados para o mercado
profissional.
Ao se observar o processo educacional percebe-se as falhas em relação à
alfabetização dos alunos que acabam por não adquirirem os requisitos necessários
à compreensão dos fatos a serem estudados. A partir das pesquisas realizadas,
tornou-se possível identificar vários problemas dentro do âmbito educacional, sendo
estes os principais causadores do mau rendimento escolar da maioria dos discentes.
As observações e pesquisas realizadas dão assim subsídios para
desenvolver uma análise conceitual a respeito da leitura e sua contribuição ao
desenvolvimento cognitivo do discente, que necessita das habilidades de leitura e
escrita para se destacar na vida escolar e adquirir os conhecimentos necessários a
um melhor rendimento educacional, social e psicológico.
Por fim, nas considerações finais, enfocou-se o interesse pelo tema,
apresentando conclusões que comprovam o tema em questão, ou seja, a grande
contribuição e importância da leitura no desenvolvimento cognitivo do discente.
Assim, espera-se que este estudo sirva de contribuição, principalmente, para
os profissionais da educação, onde estes devem priorizar o ensino da leitura, para
que o educando use esta habilidade e se aperfeiçoe em sua prática, pois somente
as pessoas que dominam e possuem o hábito de ler conseguem ter facilidade no
desenvolvimento da aprendizagem e assimilação do conhecimento.
CAPITULO I - A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO DISCENTE

1.1 A importância da leitura no desenvolvimento cognitivo do discente

A leitura atua com diferentes funções relacionadas ao desenvolvimento do


cognoscitivo, afetivo e o ativo do indivíduo, ou seja, os três aspectos que contribuem
na realização pessoal, podendo desta forma, destacar a importância de textos que
estimulam a criatividade e a estética, como os poemas, poesias, romances e obras
literárias. A leitura é a única atividade que ao mesmo tempo constitui forma de
instrução e manejo de outras disciplinas do currículo escolar. Antes a educação
escolar básica possuía como uma das suas principais metas a aprendizagem da
leitura, atualmente dar-se ênfase a ler para aprender, onde o ato de ler é utilizado
como instrumento para a aquisição de conhecimentos em outras disciplinas.
O êxito escolar relaciona-se de forma clara com a eficácia de um aluno que
domine a leitura, onde o leitor rápido e preciso possui um instrumento de valor
incalculável para penetrar no amplo universo do conhecimento que se encontra
dentro dos livros, já o leitor deficiente sofre e passa por diversas dificuldades, pois
ler de maneira tão lenta que não consegue processar diretamente o conhecimento, o
recebendo precariamente através do que escuta, tendo como conseqüência o
fracasso nas disciplinas que necessitam de leitura, este fracasso aumenta na
medida em que o aluno passa de ano, aumentando assim a sua necessidade de
leitura no processo de aquisição do conhecimento.
As disciplinas do currículo escolar como, matemática, física, História,
Geografia etc. e as demais que requeiram o uso de livros se relacionam às
habilidades de leitura, os educandos que não possuem esta habilidade sofrem as
conseqüências, pois não conseguem êxito na vida escolar. É indispensável que o
aluno se esforce para adquirir habilidades no reconhecimento de palavras, o que é
fundamental também no desenvolvimento da escrita. De acordo com o pensamento
de Ferreiro (2000, p. 42),
A leitura e a escrita tem sido tradicionalmente consideradas como objeto
de uma instrução sistemática, como algo que deva ser ensinado e cuja
aprendizagem suporia o exercício de uma serie de habilidades
especificas.

Assim sendo, leitura e escrita estão correlacionadas, onde raramente os


bons leitores terão deficiência na escrita. Nota-se desta forma que estes são dois
fatores que estão inseridos em um único processo educacional, pois estas
habilidades são adquiridas no começo da vida escolar e indispensável ao progresso
educacional e social.
O hábito de ler tende a formar pessoas abertas e determinadas a vencer no
futuro, sendo estas capazes de aceitar as tecnologias e inovações que surgem no
decorrer dos anos, pois são estes responsáveis por um maior desenvolvimento
social, onde somente as pessoas abertas ao conhecimento contribuem eficazmente
ao progresso e melhoria da sociedade. Segundo Curto, Morillo e Teixidó (2000, p.
68),

Uma aprendizagem significativa é aquela que se incorpora a um


pensamento e o modifica para melhorá-lo. Deve estar de acordo com o
pensamento infantil que se quer melhorar e com o que queremos
ensinar.

Observa-se que as habilidades de leitura e escrita são fundamentais a uma


melhor aprendizagem, que deve ocorrer de forma a tornar o indivíduo capaz de
construir pensamentos atuais. Nota-se assim a importância da leitura no
desenvolvimento cognitivo e social do indivíduo.
Ler é a maneira mais apropriada para assimilar o conhecimento, pois quem
ler tem liberdade para escolher o lugar, o tempo e o tipo de leitura que acha
conveniente, escolhendo o tipo de texto de acordo com seus interesses, gostos e
necessidades pessoais, assim o leitor pode apropriar a prática a seu próprio ritmo,
com flexibilidade e sua velocidade aos objetivos propostos. Pode-se notar
visivelmente a grande dificuldade enfrentada pelas instituições de ensino em relação
às dificuldades dos discentes na aprendizagem de leitura, principalmente quando
estes chegam ao ensino médio sem o domínio da mesma, o que se torna um grave
problema para os que pretendem ingressar em uma universidade. Segundo
Sánchez, (1995, p.113),

(...) todo indivíduo é perfeitamente capaz quanto ás habilidades básicas de


leitura , fracassando, no entanto, ao aplicá-las em certas situações. A maior
parte dos textos escolares exigem um esforço em busca do significado pelo
simples motivo de que a informação é nova e esse significado global deve
ser extraído do texto, não pode ser produzido de maneira imediata.

Desta forma, cada aprendente, ou seja, leitor deve acreditar em sua


capacidade, procurando superar as dificuldades encontradas no processo de
aprendizagem, principalmente na habilidade de leitura que tem fundamental
importância aos demais conhecimento.
O hábito pela leitura decresce visivelmente, principalmente em relação a
textos literários e científicos, são vários os agentes que contribuem de forma
negativa ao desenvolvimento da leitura, este problema afeta diversas pessoas com
graves conseqüências futuras. São várias as hipóteses dos meios que venham a
contribuir para a decadência da leitura como é o caso do aparecimento dos meios de
comunicação de massa baseados na imagem e na linguagem oral, como radio,
televisão, telefone, cinema e outros e o aparecimento de novos meios de registro de
informações, como, discos magnéticos manejados por computadores, fitas e outros.
Não se pode achar que futuramente a leitura se reduzirá a uma necessidade apenas
escolar, sem maiores significações, pois ela é a maneira mais apropriada para a
aquisição do conhecimento e sem ela seria difícil a expansão social e a luta por dias
melhores, onde todo cidadão teria direito a viver dignamente e adquirir a
aprendizagem através da educação.

1.2 Conceito de leitura

A leitura é um ato de percepção, tradução, decifração e compreensão.


Percepção de signos visuais, tradução do código visual para o código lingüístico,
decifração porque envolve signos e compreensão, pois se relaciona com o
conhecimento prévio de cada indivíduo.
Ler é a forma mais apropriada para se adquirir o conhecimento, através da
leitura há uma interação entre o mundo exterior e interior, existindo um envolvimento
no qual se desenvolve a aprendizagem. O indivíduo necessita de diversas
aquisições para se realizar socialmente e profissionalmente, todos buscam o
crescimento intelectual, já na infância o ser humano com o desenvolvimento da
linguagem passa a descobrir e despertar para um mundo da imaginação fantasia,
onde as criações são varias, este mundo pode ser apropriado a o da leitura, pois já
durante a infância a criança deve adquirir o hábito de ler, podendo construir uma
consciência crítica, onde o conhecimento seja permanente e não temporário.De
acordo com Vygotsky (1989, p. 103),

Não se ensina as crianças por meio de memorização. A criança necessita


de novos conceitos e palavras para entender o significado do que se
aprende. Assim o aprendizado da leitura é muito mais que adquirir ou
desenvolver determinada habilidade. É construir o sentido do que se
aprende.

Segundo Vygotsky a criança não deve memorizar os conteúdos, pois com o


passar do tempo ela ira esquecer, ela deve adquirir o conhecimento, pois quando o
indivíduo se apropria do que aprendeu, se torna resistente a assimilação do
conhecimento.
Com quatro anos de escolarização, o individuo deve apresentar-se como um
bom leitor, estando preparado para enfrentar os conteúdos escolares que estão
contidos no processo educacional de leitura. Segundo Ângela, “os mecanismos
observáveis do leitor proficiente são um reflexo de estratégias de ordem superior e
são essas estratégias que caracterizam o bom leitor”. (Kleimam, 1989, p.14)
O leitor deve processar na memória o que está lendo, reconhecendo as
palavras já absorvidas para analisar o material e formular imagens relacionadas aos
conhecimentos prévios. A leitura pode assim ser considerado um processo onde há
interação, pois os conhecimentos se interagem em todos os momentos ate que
exista uma compreensão.
É necessário, por tanto, que a leitura seja uma das principais metas a serem
conquistados pela escola, que os alunos sejam leitores proficientes, existindo uma
interação entre o autor do texto e o sujeito leitor, sendo feita à realização das
analises de cada educando. Segundo Weisz (2003),

(...) relata alguns pontos que devemos observar no processo ensino


aprendizagem e destaca-se alguns entre ele como considerar o histórico de
cada aluno individualmente, considerando-se que se ajude a quem mais
precisa e que o auto-conceito do aluno influi no seu aprendizado, que
aprender a estimula a sua auto-estima portanto deve esta motivado para
desenvolver a aprendizagem.
De acordo com Weisz a aprendizagem é influenciada por uma série de
fatores, onde o professor como mediador do conhecimento deve estar atento a sua
clientela investigando o histórico de cada um, a fim de ajudar os que possuem
maiores dificuldades. O educador possui importante papel na vida escolar do aluno,
ele é responsável pelo processo de ensino e aprendizado, onde a leitura deve estar
inserida de forma prioritária, pois o hábito de ler propicia ao indivíduo a construção
do conhecimento e a compreensão de texto que possibilitam a aprendizagem.
Segundo Gonzalez (1997): A aprendizagem é um processo oculto e não uma lição
ostensiva, não podendo ser observado se processada, não somente depois que se
realiza pelos resultados apresentados. Não é um comportamento que pode ocorrer
em fases inter-relacionadas. Somente pode ser demonstrada por alterações de
comportamento e para que se processe, deve se dar à oportunidade para sua
aquisição.
A aprendizagem não pode ser observada diretamente, torna-se difícil à
identificação dos problemas relacionados à capacidade do ser humano de aprender,
sendo que os problemas estão em diversos pontos, como os métodos utilizados
para a aquisição do aprendizado principalmente de leitura, onde a escola deve
propor ao aluno leituras prazerosas, que o estimulem na transformação do
pensamento. De acordo com Foucambert, “a leitura aparece também como um
instrumento de conquista e poder por outros autores, antes de meio de lazer ou
evasão”.( Fourcambert, 1994, p.121)
A leitura deve ser inserida em todas as camadas sociais sem distinção de
cor, raça ou classe social, seu acesso possibilita ao individuo um contato maior com
o mundo intelectual. O livro deve torna-se para o discente um instrumento de grande
valor que o possibilite maior segurança na aquisição do conhecimento intelectual e
cultural, estimulando o exercício e prática da habilidade de leitura na construção da
cidadania.
A leitura deve ser algo prazeroso, para isto, é necessário que o indivíduo sinta
vontade de ler e não seja obrigado a ler, são vários os métodos que a escola deve
adotar para um melhor rendimento do aluno e melhor aprendizagem e aperfeiçoação
da leitura. É necessário que o indivíduo tenha consciência que não está dentro de
sala para aprender gratuitamente, que este deve usar a linguagem para algo. O
educando deve ser motivado a entrar em contato direto com os livros e dessa forma,
aperfeiçoa-se na habilidade de leitura. Segundo Lener, profa-m2vet3, 2001:
Ler é adentrar outros mundos possíveis. É questionar a realidade para
compreendê-la melhor, é distanciar-se do texto e assumir uma postura
crítica frente ao que de fato se diz e ao que se quer dizer, é assumir a
cidadania no mundo da cultura escrita.

Segundo o autor o indivíduo deve conhecer e entrar em contato direto com o


que está lendo, assumindo uma postura crítica se tornando um cidadão participativo
e ativo dentro da sociedade.
A leitura deve ser estimulada e evidenciada no contexto escolar por todos os
professores, pois esta prática não deve ser considerada importante apenas na
disciplina de língua portuguesa, mas em todo o currículo escolar.

1.3 Tipos de leitura

A leitura possui função primordial no desenvolvimento cognitivo do indivíduo,


sendo indispensável um investimento em seu aprendizado, onde se torna necessário
que o aluno tenha vontade de aprender. De acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Fundamental (1998, p.93): “Essa disponibilidade exige ousadia
para se colocar problemas, buscar soluções e experimentar novos caminhos”.Os
alunos precisam ser estimulados a aprender por tal motivo são realizados estudos
que desenvolvem esta pratica, onde a leitura passa a ser vista como uma produção
mediada pelo texto em seu processo de significação e de construção do
conhecimento. Segundo MEC (1996. P. 1996),

Trata-se de uma concepção que envolve o indivíduo, enquanto ser


psicológico, que desenvolve suas habilidades cognitivas, e ser social,
inserido em determinadas práticas histórico-sociais de leitura.

A prática da leitura disponibiliza ao individuo uma concepção que envolve


sua função de construir um leitor critico capaz de se posicionar diante de fatos e
usar esta habilidade para compreender o mundo. A leitura se desenvolve através de
diversos processos, segundo Mary Kato (1993, p. 60),

(...) o tipo de processo utilizado depende a meu ver, de várias condições: a)


do grau de maturidade do sujeito como leitor;b) do nível de complexidade do
texto;c)do objetivo da leitura;d) do grau de conhecimento prévio do assunto
tratado;d) do estilo individual do leitor, entre outros.

A autora deixa claro sua concepção da existência de diversos tipos de


processos com relação a leitura e de que estes são dependentes de vários aspectos
que envolvem o individuo e o texto a ser lido. Na teoria estruturalista, há uma visão
de leitura, de sua forma oral, da palavra e decodificação sonora e escrita, já na
teoria lingüística gerativista. Observa-se o contexto sentencial, onde a palavra
insere-se o contexto lingüístico.
Nos processos utilizados para a leitura pode-se observar que existe uma
relação entre eles, onde compete à relação entre a maturidade do leitor, que deve
ser capaz de estabelecer metas para alcançar seus objetivos, o texto lido deve
conter um conteúdo acessível ao leitor sem complexidades, pois um texto com
palavras complicadas e desconhecidas dificultará a compreensão do leitor que
raramente entenderá o contexto do texto, por tal motivo o leitor deve ter uma
predição sobre o assunto estudado. É necessário que cada individuo possua um
estilo pessoal, o que o ajudará na assimilação do conhecimento.
O leitor pode ter a liberdade para escolher o tipo de texto que se adequar a
sua realidade, na formulação de um trabalho o leitor deve separar todo o material
necessário: livros, documentários, artigos e outros. Com o material separado deve-
se seguir a seguinte seqüência, obedecendo três passos:
1) Leitura Seletiva - O leitor só deve iniciar a leitura quando estiver certo de seu
propósito. O objetivo desta é identificar com maior atenção às obras que possuem
informações indispensáveis, importantes ou úteis para o trabalho. Existindo a
possibilidade de algumas informações serem mais importantes que outras, onde as
secundárias serão descartadas. Esta leitura deve se realizar com rapidez,
determinação, firmeza e perfeição sendo um procedimento tipo pré-leitura.
2) Leitura Crítica-Analítica - Seu principal objetivo deve ser a compreensão do
texto lido. É de fundamental importância que o individuo volte por total sua atenção
para o que esta lendo, priorizando seu principal objetivo. Sendo necessário que se
siga a seguinte seqüência: ler palavras e textos; entender o texto; captar a
mensagem e o objetivo do texto; pôr em evidência a idéia principal e ser capaz de
destacar suas palavras chaves; analisar suas idéias, argumentações e preposições
do texto; criticar e analisar o conteúdo do texto de modo a evidenciar os seus pontos
positivos e negativos. Ao analisar as idéias, argumentações e preposições do texto
deve-se verificar a pertinência, coerência, consistência, completude, realizando a
correção das idéias contraditórias do texto, que deve ser lido, entendido, analisado e
criticado.
3) Leitura Interpretativa - Depois de entendida e analisada, deve-se estabelecer
relações entre todas as partes, elementos, propostas, idéias do texto. Sendo
indispensável que se confrontem idéias e se confirmem posicionamentos, fazendo
articulações entre o texto, realidade e a visão de mundo do leitor. É importante que o
leitor tente extrair o significado do texto para a atual realidade da sociedade e
resignando o conteúdo do texto dando a ele o valor que merece. Interpretar é ter a
capacidade de desvendar o que estar escrito dentro das entre linhas dos textos,
compreendendo o mundo em geral. Segundo Kato, “o leitor mais competente é
aquele que faz mais adivinhações acertadas e que o leitor imaturo é aquele que faz
uma leitura linear com pouca predição”. (Kato,1995 p.53)
Diante do pensamento do autor foi possível observar, que a compreensão
não se encontra pronta, mas em funcionamento constante e pode ser ativada,
ganhando relevância a memória, a percepção, o raciocínio e a linguagem,
reconhecendo que a leitura é um processo que começa no momento em que o
cérebro recebe informações visuais e termina quando essa informação é relacionada
aos conhecimentos prévios havendo a compreensão e interpretação dos textos
lidos.

1.4 Analfabetismo funcional

Anteriormente era considerado alfabetizado o indivíduo que possuísse as


habilidades de ler e escrever enunciados simples. Com passar dos anos a UNESCO
sugeriu a adoção de alfabetismo funcional, se enquadrando neste padrão as
pessoas que fossem capazes de utilizar a leitura e escrita como meio de interação
social e para a aquisição do conhecimento.
Analfabeto funcional é a pessoa que somente decodifica palavras e não
consegue interpretar textos, pode-se também definir como analfabeto funcional
pessoas maiores de quinze anos e que possuam escolaridade inferior a quatro anos
de estudo, existindo ainda indivíduos que possuem nível superior mais que passam
por estas dificuldades. A expansão das tecnologias e a modernização fazem com
que o indivíduo tenha uma participação cada vez maior na sociedade e na política, a
questão não é mais de saber se as pessoas sabem ler ou escrever, mas também o
que elas são capazes de fazer com essas habilidades. Segundo Freire (1996, p.8):

(...) a leitura da palavra é sempre precedida da leitura de mundo. E aprender


a ler e escrever é antes der mais nada, aprender a ler o mundo,
compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras,
mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. Ademais, a
aprendizagem da leitura e a alfabetização são atos de educação e
educação é um ato fundamentalmente político.

O autor deixa claro em suas palavras que o leitor deve está inserido em uma
sociedade, não decodificando apenas símbolos, mas tenho uma visão ampla de
mundo, pois a educação é diretamente um ato político que engloba uma sociedade
no todo, onde esta deve está preparada para se posicionar de forma ativa em favor
de seus direitos. Por tal motivo o indivíduo deve aprender a interpretar o mundo e as
palavras e não apenas decodificá-las.
O problema do analfabetismo funcional não afeta somente as escolas mais
também o campo profissional que passa por dificuldades por admitir pessoas que
são consideradas analfabetas funcionais, este problema silencioso e perverso vem
sendo também motivo de preocupação na vida social, onde não se trata de pessoas
que nunca foram à escola, pois elas sabem ler, escrever e contar, mas não
conseguem compreender a palavra escrita.
O problema é tão grave que somente no Brasil os analfabetos funcionais
somam 75% da população economicamente ativa, no mundo todo há entre 800 e
900 milhões de pessoas que sofrem este problema. Estes indivíduos não possuem a
habilidade de leitura compreensiva, escrita e cálculos, somente decodificam as
palavras sem interpretar e compreender o que lêem, este fato torna-se obstáculo na
vida escolar, social e econômica do individuo. São diversas as causas que
influenciam no analfabetismo funcional, como é o caso da escolaridade dos pais,
pois quando o indivíduo possui familiares com um nível de estudo apropriado terão
possibilidades maiores de se destacar na vida escolar. No Brasil principalmente nas
regiões norte e nordeste o número de analfabeto é bem maior que nas demais
regiões, principalmente em São Paulo que possui sua população formada por
migrantes, pessoas que saem de sua cidade natal em busca de emprego, visando
dias melhores.
Para que o analfabetismo funcional se erradique se torna necessário que
sejam tomadas diversas decisões, partindo primeiro para educação que sofre uma
enorme crise que contribui ativamente para o aumento do numero de analfabetos, as
diversas causas partem da má qualidade de ensino oferecida à população, o mau
processo de formação de professores, os ambientes inadequados para o ensino
aprendizagem dos discentes e a desvalorização dos profissionais da educação.

1.5 Formação inicial de professores alfabetizadores

A aprendizagem escolar deve ser uma experiência intelectualmente


estimulante para o discente, onde o professor possui papel primordial e
indispensável, por tal motivo é necessário que o formador de opiniões seja um
profissional capacitado com boa cultura e domínio dos conteúdos a serem
ensinados, possuindo assim total eficácia em sua elaboração.
O professor atua como mediador do conhecimento e é peça fundamental a
formação do indivíduo, possuindo importante papel no aprendizado de cada aluno,
principalmente quando estes possuem a missão de alfabetizar, ou seja, ensinar a
criança habilidades indispensáveis ao seu crescimento dentro do processo escolar,
como é o caso do ensino de leitura onde o educador atua de maneira decisiva a
aquisição desta prática. Segundo Magnani (1989, p.39):

É preciso além de ensinar a ler, desenvolver o “gosto” durante todo o


processo da aprendizagem escolar. A saída mais coerente para o
professor pode ser buscada numa práxis compartilhada que lhe ofereça
segurança e permita uma interferência crítica.

De acordo com Magnani o professor possui um papel incalculável e


fundamental, tanto no ensino de leitura como na formação de cidadãos críticos e que
sua missão não se resume apenas a ensinar a ler e escrever, mas motivar o
indivíduo na busca pelo aprendizado, pois a escola deve ser considerada o segundo
lar da criança e é nela que são adquiridos os subsídios necessários ao
conhecimento.
A criança ao iniciar sua trajetória escolar sente-se insegura por estar em um
ambiente diferente do qual é acostumado viver, a pré-escola é a fase em que ela
desenvolve sua coordenação motora e possui contato direto com outras crianças,
tendo novas experiências e sendo estimulada na absolvição do conhecimento. O
individuo passar a aprender a base inicial durante sua alfabetização que deve ser
uma das fases mais priorizadas e importantes do aprendizado, é indispensável que
o professor alfabetizador seja um profissional capacitado e com uma grande
bagagem de conhecimentos, pois este é responsável por intervenções que ocorrem
no processo de ensino aprendizagem do educando.
A alfabetização é a fase em que a criança desenvolve dois pontos
fundamentais ao aprendizado que é a leitura e a escrita, sendo perceptível assim
que os educadores identificam dois tipos de alfabetização: a que é definida como
construtivista, enfatizando o uso social da língua escrita e o respeito ao
conhecimento e ao processo de aprendizagem do aluno; e a tradicional
compreendendo procedimentos da língua escrita e oral no desenvolvimento da
leitura e escrita.
O assunto sobre leitura se desenvolve em meio a criticas severas em
relação ao sistema de educação e ensino de alfabetização e letramento, onde se
percebe que este processo dura a vida inteira e que o professor como mediador do
conhecimento deve conter estruturas sólidas sobre o conhecimento para suprir as
necessidades educacionais do aluno. O prazer pela leitura deve permanecer mesmo
fora do ambiente escolar, pois o individuo necessita de conhecimentos permanentes
que devem ser reforçados e melhorados de acordo com as necessidades que iram
surgir no decorrer da vida. Segundo Einstein (1995),

A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das


suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de
menos adquire a preguiça de pensar.

O processo de formação do professor alfabetizador se inclui na adaptação do


mesmo em praticas e habilidades indispensáveis ao crescimento intelectual humano,
o educador deve estar preparado para se reciclar usando sempre métodos que
estimulem o aprendizado do discente, o professor inicial carrega grande
responsabilidade em relação às habilidades de leitura e escrita adquiridas durante o
processo educacional, as mesmas são subsídios indispensáveis ao aluno.
1.6 Metodologia

Foram realizadas pesquisas bibliográficas . Utilizando como subsídios as


pesquisas feitas por autores renomados como: Ângela Kleisman, Paulo Freire, Mary
Kato e outros que possuem uma visão ampla e crítica a respeito do tema abordado.
As pesquisas realizadas se voltaram para o tema proposto de modo a comprovar a
hipótese questionada.

1.7 Análises dos resultados

A partir das pesquisas realizadas foi possível constatar o quanto a


habilidade de leitura é indispensável à aquisição do conhecimento, tendo assim
confirmado a hipótese sugerida. Ler é a maneira mais apropriada para adquirir o
conhecimento, desta forma somente os bons leitores, ou seja, os indivíduos que
dominam esta habilidade terão êxito ao longo da vida escolar. Desta forma, foi
possível observar durante as pesquisas realizadas que todo individuo que domina a
prática de leitura está altamente capacitado a aquisição do conhecimento, de
maneira rápida e produtiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos sobre a importância da leitura no desenvolvimento cognitivo do


discente serviram de base a este artigo, percebendo-se a grande importância de
discuti e por em prática esse tema que possui uma dimensão imensa e que é
indispensável à aquisição do conhecimento.
Ficou mais que evidente a responsabilidade que a escola, inevitavelmente,
deve assumir no ensino de leitura, pois o educando adquiri dentro do âmbito escolar
todo o conhecimento necessário ao desenvolvimento cognitivo, intelectual e social.
O educador deve proporcionar ao aluno o gosto pela leitura e desenvolver com ele
todas as habilidades necessárias ao conhecimento.
Este proporcionou pesquisador um aperfeiçoamento na prática educativa. O
tema foi identificado durante as observações realizadas, onde através da prática é
possível adquirir uma visão crítica sobre a verdadeira realidade da educação,
constatando as dificuldades enfrentadas dentro do ambiente escolar na assimilação
do conhecimento, muitas delas são causadas pela grande dificuldade de leitura da
maioria dos discentes, o que contribui para o fracasso escolar de alguns alunos.
O hábito de leitura não é comum entre a maioria dos indivíduos, fato que
contribui para sua decadência ocasionando sérios problemas na aprendizagem em
geral. Comprovando-se que o instrumento que possui maior intermédio entre o
indivíduo e o conhecimento chama-se leitura e que somente através desta é
possível uma maior assimilação dos conhecimentos necessários ao crescimento e
desenvolvimento intelectual, pessoal, profissional e social.
Ao concluir um trabalho desta dimensão percebe-se que poderia se falar
mais, pois a leitura é um tema amplo e abrangente que deve ser explorado de forma
a serem desenvolvidas técnicas que facilitem sua aprendizagem, portanto, é um
desafio para o educador conscientizar os alunos para que estes busquem o
conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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