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A Autoprodução da Saúde / e da Doença

Síntese de uma literatura sobre Saúde EcoSocial. Quatro capítulos


sobre tema de Fritjof Capra in O Ponto de Mutação, e do seu livro
Sabedoria Incomun. De ILLICH, Ivan. 1971. A Expropriação da Saúde –
Nêmesis da Medicina, entre outros. -.

Introdução.

A minha condição de cientista social e a minha formação – não oficial


- em clínica psicológica levou-me a compreender um pouco de saúde. Meu
objeto de estudos e pesquisas ao longo de minha vida tem sido a
compreensão das energias que modelam e mudam nossa sociedade e
nosso meio ambiente natural. Como, de um lado, a saúde é parte desse
amplo conjunto e, de outro lado, esse conhecimento é útil para minha
própria ecologia interna, pensei e senti ser significativo expressar um
pouco do que compreendo ser a natureza da saúde e da doença.

"A constante busca que orientou o interesse de minha vida e


expressou-se como práxis pessoal e profissional em pesquisa, tem sido uma
procura de compreensão da vida social e das forças que modelam as
relações sociais e as mutações nas pessoas ( nos indivíduos/ ecologia
interna ), na sociedade ( ecologia social ) e na natureza ( ecologia física ).

Essa procura, um processo de vida e mutações progressivas,


conduziu-me em síntese a uma práxis de pesquisa transdisciplinar –
sistêmica, holística e ecológica - e concretiza-se pelo interesse na Teoria e
Prática do Desenvolvimento Sustentável. Esse processo repousa numa
ênfase que, é em sua essência última espiritual:

Enquanto pessoa essa espiritualidade concretiza-se na Yoga/


Meditação 33 anos de atividades, Vegetarianismo 22 anos em geral, 08
anos de terapias ocidentais individual/ grupal e anos de estudos
aprofundados em psicologia, psicanálise e psicologia social –;

Como ser social/ no ativismo social – atividades que resultam no


exílio na Europa/ Alemanha entre 1977 e 1979 –

E como ser ecológico – uma práxis mais teórica e a vida em


Ecovilas, que inicia/ desenvolve-se de modo consciente na Europa - 1977/79
tem alguns períodos de interrupções e concretizo agora como práxis mais
efetiva ( teoria + pratica) em período recente no Brasil e na Europa e que
terá continuidade com a instalação de uma Ecovila.

Essa trajetória exigiu o desenvolvimento de pesquisas em todas as


suas fases/ (tipos): teórica, metodológica, empírica e prática e a minha
contribuição correspondente, produção de conhecimento na forma de textos
e ensino em universidades e extensão, assessoria a ONGs., movimentos
sociais e ecológicos.
Significa enfim, que no processo de gênese e evolução das práticas e
teorias que orientaram minha vida e minha práxis “profissional” e exercia-a
em essência na criação e desenvolvimento de um instrumental de trabalho
e, de vida, sobretudo em ciências humanas, sociais e ecológicas.
Instrumentais que significam meios para compreensão/ explicação da vida
social contemporânea, têm resultado em pesquisas/ produção de
conhecimento.

Algumas das alegrias e contentamentos presentes – Felicidade - é ter


alcançado uma síntese conclusiva sobre meu objeto de estudos e pesquisas,
a sociedade contemporânea, minha visão sobre as crises sociais, ecológicas
e espirituais atuais e suas possíveis soluções alternativas e que são
expressas na minha pesquisa livro, em conclusão :

ECOVILAS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL : UMA


ALTERNATIVA ÀS CRISES SOCIAIS, ECOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS.
"

Parte desse trabalho é sobre saúde. O trabalho completo resultará em um


livro mais conclusivo sobre meus escritos. Essa parte de saúde, que ainda
esta em redação, foi escrita originalmente para um livro que escrevi para
meu filho: A Alegria e a Felicidade de Cassiano. Ocorreu que quando
meu filho ingressou na universidade entrou em depressão: dormia até meio
dia todos os dias. Daí escrevi para ele, sua mãe, sua terapeuta e para mim.
Neste livro que no futuro poderá ser reescrito para jovens, adolescentes e
pais, explico um pouco o que penso, sinto e ajo ser a natureza da saúde e
da doença.

Portanto, o texto a seguir, é uma adaptação, pode ter trechos que o leitor
ficará achando estranho, é só um manuscrito incompleto, porque afinal
sentei-me no computador e escrevi direto, do modo como as idéias
emergiam, consultando e reescrevendo o que já havia escrito antes para
outros objetivos, mas afinal meu interesse é um texto para os amigos.

A PRODUÇÃO DA SAÚDE E DA DOENÇA.

Minha compreensão do fenômeno da saúde e da doença e tem


origem na história de minha vida, descrita resumidamente melhor ao final
dessa reflexão ( No anexo n˚. 1), foi aperfeiçoada a partir de estudos e
pesquisas realizadas em trabalhos de estudiosos e pesquisadores de várias
correntes, mas, sobretudo no amplo grupo do Movimento do Potencial
Humano dos EUA e da Europa. Nesse momento escolho alguns pessoas que
melhor expressam as concepções dos melhores pesquisadores desse grupo
sobre a saúde de modo mais profundo tais como:

CAPRA, Fritjof. 1982. O Ponto de Mutação.-.

CAPRA, Fritjof. 1998. Sabedoria Incomum. São Paulo :


Praticamente todo o livro dedicado à saúde.
FERGUSON, Marilyn. 1980. A Conspiração Aquariana -
Transformações Sociais e Pessoais nos Anos 80. Tem capítulos sobre
saúde

ILLICH, Ivan. 1971. A Expropriação da Saúde – Nêmesis da Medicina


-. Todo o livro dedicado à saúde á uma profunda visão critica sobre a
saúde.

ILLICH, Ivan. 1973. A Convivencialidade.

GOLEMAN, Daniel. A Arte da meditação.

Simonton, Carl , Deepak Copra e outros.

Por exemplos Carl Simonton, um dos mais reconhecidos e


qualificados médicos, pesquisador da saúde, a partir de uma visão e prática
psicossomáticas em problemas de câncer nos EUA, concebe a doença ( e
não apenas o câncer ) como “solucionadora de problemas”.

Assim se expressa ele sobre o processo de adoecer.

“Devido ao condicionamento sócio - cultural as pessoas as


vezes acham impossível resolver problemas estressantes de maneira
saudável e, portanto, optam - consciente ou inconscientemente - por
ficarem doentes como uma saída, incluidas aí a depressão e outras
formas de doença mental.” In Capra (1988, 156; 1982 ) .

O “tratamento” alopático de doenças funciona apenas como obstrutor


de sintomas, sem procurar as origens mais profundas das enfermidades. Ao
agir desse modo e não procurar as origens da enfermidade apenas canaliza
o estresse e os sentimentos originais para outras doenças no próprio
indivíduo ou transfere como agressividade para patologias sociais. – A
criminalidade, as drogas, a sexualidade instintiva, o trabalho compulsivo, o
apetite desmedurado. In CAPRA. 1988. Sabedoria Incomum., bem como os
capítulos que tratam do conceito de saúde in O Ponto de Mutação,
sobretudo cap. X. Também ILLICH (1975) também desenvolve um conceito
similar.

Transcrevo abaixo trechos do dialogo de Carl Simonton e Fritjof


Capra, no livro Sabedoria Incomum. Esse trabalho foi publicado em 1988,
6 anos após a publicação de: “ O Ponto de Mutação ”. (1982), nele
Capra analisa como escreveu O Ponto de Mutação. É uma reflexão sobre
esse livro, portanto um trabalho epistemológico, (o conhecimento do
conhecimento, o conhecimento de como chegamos a conhecer algo) de
seu conhecimento naquele livro. Segundo Simonton,

“existem três maneiras não - saudáveis para se escapar de uma


situação estressante da vida :

“uma leva a doença física, outra leva a doença mental”... E


devemos também reconhecer um terceiro tipo de rota de escape”... “
a que leva a patologias sociais – comportamento violento, e
desregrado, crime, abuso de drogas, etc.”

“Mas você não chamaria isso de doença , chamaria ?” ...


“Chamaria, sim: acho que seria correto chamar a isso doença social.
O comportamento anti-social é uma reação comum diante de
situações difíceis e estressantes na vida, e deve ser levado em
consideração quando falamos de saúde. Se houver redução no
número de doenças, mas essa redução for compensada por um
aumento no número de crimes, na realidade nada foi feito para
melhorar a saúde da sociedade.”

Portanto, a concepção de saúde/ doença dos Simontos é ampla e


multidimensional, muito mais significativa do que a estreita perspectiva
médica, sobretudo a alopática, que esta aí, a, dominante. A concepção
alopática, a mais comum, é decorrente da concepção de ciência Cartesiana
- Newtoniana comum, a concepção que prevalece nas universidades no
planeta, seja medicina, em economia, em serviço social, em psicologia,
sociologia, etc. [1]

Os Simontons (Carl e sua mulher Stephanie) apresentaram sua


revolucionária abordagem `a terapia do câncer que ressalto com base
em Capra (1982, 1988, 1996) é compatível e generalizável ao
modelo geral de compreensão da saúde e das doenças, em vários
livros e muitos artigos científicos hoje reconhecidos no mundo inteiro. Se
bem que por serem muito inovadores e críticos os Simontons permanecem
como as demais minoras criativas à margem da aceitação pelas ciências
dos paradigmas dominantes – inclusive e/ou sobretudo de medicina, a
economia, o direito -.
“A estrutura conceitual e a terapia desenvolvidas pelo
oncologista de radiação Carl Simonton e pela psicoterapeuta
Sthephanie Matthews-Simonton são inteiramente compatíveis com as
concepções de saúde e doença que estamos examinando e têm
implicações profundas para muitas áreas da saúde e da cura.” Capra (
1982, 345).

Essas estrutura conceitual e terapia podem resumidamente serem


expressas do seguinte modo Capra (1981,347 a 350), transcrição literal:

“O quadro emergente do câncer [2] é compatível com o modelo


geral de doença sobre o qual estivemos discorrendo. Um estado de
desequilíbrio é gerado pelo stress prolongado, que é canalizado
através de uma determinada estrutura de personalidade, dando
origem à distúrbios específicos. As tensões cruciais parecem ser
aquelas que ameaçam algum papel ou alguma relação central de
identidade da pessoa, ou as que criam uma situação para a qual,
aparentemente, não há saída. “ ... “ Elas são passíveis de gerar
sentimento de desespero, impotência e desesperança, Em virtude
desses sentimentos uma doença grave e a até a morte podem tornar-
se conscientemente ou inconscientemente aceitável como solução
potencial.”

Os Simontons e outros investigadores desenvolveram um modelo


psicossomático de câncer que mostra como estados psicológicos e
físicos colaboram na instalação da doença. Embora muitos detalhes
desse processo precisem ser esclarecidos, tornou-se evidente que o
estresse emocional tem dois efeitos principais: inibe o sistema
imunológico do corpo e, ao mesmo tempo, acarreta deseqüilíbrios
hormonais que resultam num aumento da produção de células
anormais. Assim estão criadas as condições ótimas para o
crescimento do Câncer”. (da doença ). Capra (1981,347/48) .

No que se refere à configuração da personalidade, os estados


emocionais do indivíduo parecem ser o elemento crucial no
desenvolvimento de uma doença. A ligação entre enfermidade e
emoções vem sendo observada há centenas de anos, existindo hoje
provas substanciais do significado de estados emocionais específicos. Estes
são o resultado de uma biografia particular que parece ser característica
dos pacientes com câncer. Perfis psicológicos de tais pacientes foram
estabelecidos por numerosos pesquisadores, alguns dos quais são até
capazes de prever a incidência do câncer com notável precisão, com
base nesses perfis.

Lawrence LeShan estudou mais de quinhentos pacientes com câncer


e identificou os seguintes componentes significativos em suas biografias:

“sentimentos de isolamento, abandono e desespero durante a


juventude, quando relações interpessoais intensas parecem ser
difíceis ou perigosas; uma relação forte com uma pessoa ou grande
satisfação com um papel no início da vida adulta, tornando-se o
centro da vida do indivíduo; perda da relação ou do papel, resultante
em desespero; interiorização do desespero a ponto de os indivíduos
serem incapazes de deixar outras pessoas saberem quando eles se
sentem magoados, coléricos ou hostis. “

Esse padrão básico foi confirmado como típico de pacientes com


câncer por numerosos pesquisadores.

Para concluir o exame da assistência holística á saúde e apropriado do


câncer conhecido como a abordagem Simonton, considerado uma terapia
holística por excelência. O câncer é um fenômeno típico, uma doença
característica de nosso tempo, que ilustra, de maneira convincente, muitos
dos pontos destacados neste capítulo. O desequilíbrio e a fragmentação que
impregnam nossa cultura desempenham um papel importante no
desenvolvimento do câncer, impedindo ao mesmo tempo que os
pesquisadores médicos e os clínicos compreendam a doença ou a tratem
com êxito. A estrutura conceitual e a terapia desenvolvidas pelo
oncologista* de radiação Carl Simonton e pela psicoterapeuta Stephanie
Matthews-Simonton são inteiramente compatíveis com as concepções de
saúde e doença que estamos examinando, e têm implicações profundas
para muitas áreas de saúde e de cura 62.

De momento, os Simonton vêm em seu trabalho como um estudo - piloto.


Eles selecionam seus pacientes com extremo cuidado, porque querem ver
até que ponto podem chegar com um reduzido número de indivíduos
altamente motivados para entender a distância básica do câncer. Quando
tiverem atingindo essa compreensão, aplicarão seus conhecimentos e
recursos a um maior número de pacientes. [3] Até agora, o tempo médio
de sobrevida de seus pacientes é o dobro do registrado nas
melhores instituições para tratamento do câncer e o triplo da média
nacional nos Estado Unidos.

Além disso, a qualidade de vida e os níveis de atividade desses homens e


mulheres, que foram todos considerados clinicamente incuráveis, são
absolutamente extraordinários.

A imagem popular do câncer foi condicionada pela visão


fragmentada do mundo em nossa cultura, pela abordagem
reducionista da nossa ciência e pelo exercício da medicina
orientando para o uso maciço de tecnologia e afirmo, para o
princípio que rege o mundo boa parte do mundo empresarial: o de
que ganhar dinheiro é mais importante do que os seres humanos, a
natureza, a democracia e quaisquer outros valores. O câncer e visto
como um forte e poderoso invasor que ataca o corpo á parte, de fora.
Parece não haver esperança de controlá-lo, e para a grande maioria das
pessoas o câncer é sinônimo de morte. O tratamento médico – radiação,
quimioterapia, cirurgia ou uma combinação dessas técnicas -- é drástico,
negativo e danifica ainda mais o corpo. Os médicos estão cada vez mais
propensos ao ver o câncer como um distúrbio sistêmico, uma doença que,
no inicio, é localizada, mas que tem a faculdade de se propagar e realmente
envolver o corpo inteiro, e em que o tumor original e apenas a ponta do
iceberg.”

A filosofia básica da abordagem Simonton afirma que o desenvolvimento do


câncer envolve um certo número de processos psicológicos e biológicos
interdependentes, que esses processos podem ser reconhecidos e
compreendidos, e que a seqüência de eventos que leva à doença pode ser
invertida de modo que o organismo se torne saudável novamente. Tal como
em qualquer terapia holística, o primeiro passo no sentido de se iniciar o
ciclo de cura consiste em conscientizar os pacientes do contexto mais
amplo de sua enfermidade. O estabelecimento do contexto do câncer (da
doença ) começa por se solicitar aos pacientes que identifiquem as
principais tensões que ocorreram em sua vida de seis a dezoito meses antes
do diagnóstico. A lista dessas tensões é, então usada como base para se
analisar a participação dos pacientes no desencadeamento de sua
enfermidade. O objetivo do conceito de participação do paciente não é
suscitar um sentimento de culpa, mas criar a base para a inversão do ciclo
de processos psicossomáticos que culminaram na doença. [4]

Enquanto os Simontons estão estabelecendo o contexto da enfermidade de


um paciente, eles também fortalecem sua crença na eficácia do tratamento
e na potência das defesas do corpo. [5] O desenvolvimento dessa
atitude positiva é crucial para todo o tratamento. Estudos
realizados demonstram que a resposta do paciente ao
tratamento dependente mais de sua atitude do que da
gravidade da doenças. Um vez gerados os sentimentos de
esperança e expectativa, o organismo traduz esses
sentimentos em processos biológicos, que começam a
restaurar o equilíbrio e a revitalizar o sistema imunológico,
utilizando os mesmos caminho que foram usados no
desenvolvimento da doença.[6] A produção da células cancerosas
(química das doenças) decrescem, enquanto o sistema imunológico se torna
mais forte e mais eficiente para lidar com elas. Enquanto ocorre esse
fortalecimento, a terapia física é usada em conjunto com a abordagem
psicóloga, a fim de ajudar o organismo a destruir as células malignas. [7]

Os Simontons vêem o câncer não como um problema meramente físico,


mas com um problema da pessoa como um todo. Assim a terapia por eles
adotada não se concentra exclusivamente na doença, mas se ocupa do ser
humano total. E uma abordagem transdimensional que envolve várias
estratégias de tratamento planejadas para iniciar e dar apoio ao processo
psicossomático de cura. No nível biológico, a finalidade é dupla: destruir
as células cancerosas e revitalizar o sistema imunológico. Além disso, usa-
se o exercício físico regular para reduzir a tensão, aliviar a depressão e
ajudar o paciente a manter um contato mais estreito com seu próprio corpo.
[8] A experiência mostrou que os pacientes com câncer são capazes de uma
atitude física muito maior do quer a maioria das pessoas supõe.

A principal técnica de fortalecimento do sistema imunológico é um método


de relaxamento [9] e de formação de imagens mentais que os Simontons
desenvolveram quando perceberam o importante papel das imagens visuais
e da linguagem simbólica no biofeedback. [10] A técnica Simonton consiste
na prática regular de relaxamento e visualização,[11] durante a qual o
câncer e a ação do sistema imunológico são descritos na própria linguagem
simbólica do paciente. Comprovou-se que essas técnicas são um
instrumento extremamente eficiente para fortalecer o sistema imunológico,
freqüentemente resultando em reduções espetaculares ou na
eliminação de tumores malignos. Além disso, o método de visualização
é também uma excelente maneira de os pacientes se comunicarem com
seu inconsciente. Os Simontons vêm trabalhando estreitamente com as
imagens mentais de seus pacientes e aprenderam que elas dizem muito
mais acerca dos sentimentos dos pacientes do que quaisquer explicações
racionais.

Embora a técnica de visualização desempenhe um papel central na terapia


Simonton, é importante enfatizar que a visualização e a terapia física
não são suficientes, por si sós, para curar pacientes com câncer. Segundo
os Simontons, a doença física é uma manifestação dos processos
psicossomáticos subjacentes, que podem ser gerados por vários problemas
psicológicos e sociais. Enquanto esses problemas não forem resolvidos o
paciente não ficará bom, ainda que o câncer (que a enfermidade) possa
temporariamente desaparecer. A fim de ajudarem os pacientes a resolver
os problemas que estão na raiz de sua enfermidade, os Simontons fizeram
uso do aconselhamento psicológico e da psicoterapia, elementos
essenciais de sua abordagem. A terapia tem usualmente lugar em
sessões de grupo, nas quais os pacientes encontram apoio e
encorajamento mútuos. Concentra-se nos problemas emocionais, mais
não o separaram dos padrões mais amplos da vida dos pacientes;
assim, inclui geralmente aspectos sociais, culturais, filosóficos e
espirituais.

Para a maioria dos pacientes com câncer, o impasse criado pela


acumulação de eventos estressantes só pode ser superado se eles
mudarem parte de seu sistema de crenças. A terapia Simonton mostra-lhes
que sua situação parece irremediável apenas porque eles a interpretam de
uma forma que limita suas respostas. Os pacientes são encorajados a
explorar interpretação e respostas alternativas a fim de encontrarem um
modo saudável de resolver a situação estressante. Assim, a terapia envolve
um exame continuo do sistema de crenças e da visão de mundo dos
pacientes, uma mudança de vida.

Anexo 1
Meu conhecimento, significa de onde provém essas idéias aqui
expressas pode ser resumido do seguinte modo. Passei por vários
processos psicoterápicos. Por exemplo, em um deles realizei-o em
cerca de oito anos submetendo-me a tratamentos com três
terapeutas distintos em períodos diferentes, experiências de
pesquisas empíricas e períodos a partir do quais sempre procurei
aprofundar-me em minhas pesquisas também de modo teórico,
metodológico e prático nos temas a ele relacionados. No Rio de
Janeiro há uma escola, a Lacaniana que nesses casos como o meu,
que existem múltiplos, é possível a pessoa submeter-me a uma série
de provas e então se aprovado poder-se clinicar. Não é de meu
interesse nesse momento. Além desse tipo de práxis psicoterápica
mais ocidental, minha praxis de psicoterapia alia-se à minha práxis
da psicologia oriental, que hoje a psicologia transpessoal em boa
parte incorporou: meditação, yoga, vegetariamismo, massagens -do-
in, yuvérdica- de Tai - Chi-Chu’an, Ai - Ki- Do - .

O conhecimento de onde provém as idéias aqui expressas foi iniciado


com a história de minha vida, minha visão inicialmente ingênua, mais
inconsciente e mais intuítiva da vida. A partir de um momento de
reflexão mais profundo, de crise que vivi ao deixar o curso de
engenharia, em 1973, pelo de economia, uma ótima opção na minha
vida, fiz minha iniciação ao yoga - uma visão filosófica, em 1973/74,
influenciado pelas leituras e práticas da yoga, nesses anos, inicio
também alguma pratica de alimentação consciente, continuo em
múltiplos outros cursos de yoga em anos posteriores, com freqüência
procurando compreender as visões e inclinações filosóficas das
diversas escolas e ramos da yoga, onde sempre dei mais atenção
inicial a Hatha yoga (yoga do corpo, física ), yoga da vida e a Raja
Yoga (meditação, yoga mental, da psiquê) e estudo da filosofia
yogue. Ainda nos anos 74/75 fiz minha primeira tentativa de
psicoterapia (1 ano aprox.). Em 1979, retorno a alimentação
naturalista, vegetariana, filosófica (consciente). Alimentação com
base em conceitos filosóficos, científicos, éticos e estéticos que
também, embora intermitente praxizo até hoje, significa 28 anos.
Praxis que tiveram seqüência em aprox. 6 anos de psicoterapia em
grupo e individualmente, reafirmo com busca consciente sobre as
distintas escolas da terapia, da psicoterapia e da psicanálise, uma vez
que desde cedo percebi que todas tem visão ou visões filosóficas
( conscientes ou não). Conhecimento que foi aliada à cursos teóricos
e práticos de Do-in e outras massagens, Tai - Chi-Chu’an, Ai - Ki- Do,
somadas à utilização da medicina alternativa – homeopatia,
acunpuntura, fitoterapia, Medicina Chinesa, Yuvérdica -. Múltiplas
práxis que pesquisei de modo teórico, metodológico, empírico e
prático, significa que não apenas estudei mas pratiquei e pratico, uso
- as no meu organismo e parte delas trabalho teoricamente nos meus
cursos de modo mais ou menos intermitente nestes anos todos,
significa desde início dos anos 1980. Conjunto de conhecimento que
quase sempre procurei testar, sempre que possível em convivência
pessoal, com os sábios de nosso tempo, pessoas que pude ter
acesso, nas culturas que pude vivenciar, significa na busca de
felicidade em que sempre consistiu a minha vida. Além disso houve/
há sempre minha procura de integrar esses conhecimentos à outros
de economia, sociologia, ecologia, política, História, entre outros e
sobretudo prática [12]profissional de minha vida á minha práxis. [13]

Literatura.

BATISTA, Saulo Xavier. 2008 a. Elaborações de Projetos para Captações


de Recursos : Doações da Solidariedade para Soluções de Problemas Sociais
e Ecológicos . João Pessoa/ Manaus/ Berlim: Pesquisa / Livro em
Desenvolvimento.

______ . 2008 b. Ecovilas e Desenvolvimento Sustentável. João Pessoa/


Manaus/ Berlin: Pesquisa/ Livro em Desenvolvimento.

______ . 2005. Programa Estratégico para Instalação da Ecovila Felicidade --.


Universidade Livre Berlim/ Instituto latino Americano. Berlim.

______ . 2008. Programa Estratégico de Captação de Recursos para


Instalação da Ecovila Felicidade. Ecovila Felicidade. João Pessoa.

______ . 2003. Elaborações de Projetos de Pesquisa. -Uma Visão


Transdisciplinar: Sistêmica, Holística e Ecológica - Pesquisa/ Livro Inédito.

______ . 2002. Juventude, Universidade e Mercados de Trabalho. Pesquisa/


Livro Inédito.

CAPRA, Fritjof. 2002. As Conexões Ocultas – Ciência Para Uma Vida


Sustentável – São Paulo: Cultrix Amana-Key.

______ . 1996. A Teia da Vida. - Uma Nova Compreensão Científica dos


Sistemas Vivos.- São Paulo : Editora Cultrix / Amana-Key.
______ . 1982. O Ponto de Mutação.- A Ciência, a Sociedade e a Cultura
Emergentes. Editora Cultrix : São Paulo .

______ . 1998. Sabedoria Incomum. São Paulo : Editora Cultrix.

______ . 1999. Pertencendo ao Universo - São Paulo : Editora Cultrix.

FERGUSON, Marilyn. 1980. A Conspiração Aquariana - Transformações


Sociais e Pessoais nos Anos 80. São Paulo : Ed. Record. Tem capítulos
sobre saúde

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de Janeiro : Ed. Nova Fronteira.

______ . 1972. Sociedade Sem Escolas. Rio de Janeiro : Vozes .

______ . 1973. A Convivencialidade. Lisboa : Publicações Europa - América.

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Paulo : Sumus Editorial.

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Editora SENAC / São Paulo .

WEIL, Piere. 2002. A Mudança de Sentido e o Sentido da Mudança. – Rio de


Janeiro: Record :

WEISSKOPF , Walter. 1971. Alienation and Economics.. Duton: New York


[1]Fazer ciência em acordo com o paradigma dominante é seguir as
práxis dos pais da ciência moderna: René Descartes e Isaac Newton.
Consiste em fazer análise, significa seguir o Reducionismo típico, a
práxis mais comum da ciência moderna. A crença em que todos os
aspectos dos fenômenos complexos podem ser compreendidos se
reduzidos às suas partes constituintes. A partir de então se emprega
a análise. O que consiste em decompor um pensamento ou um
problema estudado em suas partes componentes, dispo - las em
ordem lógica, estudar as partes principais e daí tirar conclusões
generalizando-as para o todo. É o “moderno” pensamento científico;
é na verdade o próprio método científico. A excessiva ênfase dada à
análise por nossas ciências conduziu à fragmentação característica do
nosso pensamento em geral e das nossas disciplinas acadêmicas.
Capra (1982,55) . Ler capítulo II de Capra (1982).

Análise. S. f. 1. Ato ou efeito de analisar. 2. Decomposição de


um todo em suas partes constituintes: 3. Exame de cada parte de um
todo, tendo em vista conhecer sua natureza, suas proporções, suas
funções, suas relações, etc.: 4. P. ext. O resultado da análise (1 a 3):
5. Estudo pormenorizado; exame, crítica: 6. Filos. Determinação dos
elementos que se organizam em uma totalidade, dada ou a construir,
material ou ideal. [Cf. análise cartesiana.] .

Análise cartesiana. Filos. 1. Regra de método que consiste em dividir


cada problema em quantas partes seja necessário para melhor
resolvê-lo. [Cf. análise (6).]. A. Elet.

[2] Até o final do texto, onde houver a palavra câncer, eu Saulo,


acrescento doença entre parêntesis, já que o meu objetivo ao trazer
esse conhecimento é apresentar um modelo geral de como se
adoece e como se cura, que penso, ajo, sinto será útil para
compreender a saúde/ doença. Esse modelo, como expresso, tem
uma estrutura conceitual e terapia que são compatíveis com as
concepções de doença e saúde em geral , cuja tratamento tem uma
concepção holística.

[3] O se realiza hoje. Este texto é de 1982. Nota minha.

[4] Os negritos e sublinhamentos de toda essa citação sintética, não


literal, foram adicionados por mim. O objetivo aqui é enfatizar
aspectos que acho mais relevantes, sempre procurando dar mais
consciência – já que de algum modo intuitivo às pessoas percebem
sua responsabilidade nesse processo de produção de doença
realizado em contextos familiares - a todos nós - de como se produz
saúde e doença para, desse modo podermos contribuir na produção
do processo de restabelecimento. O que inclui em contribuir para
melhorar o paradigma de compreensão e vivencia de familiares mais
próximos envolvidos na vida da pessoa que esta enferma.

[5]O que no meu caso é uma decorrência da minha consciência


desses processos. Daí porque meu interesse em passar esse
conhecimento e essas informações para amigos e familiares. Para
que o conhecimento ajude a dar a crença na eficácia dos tratamentos
Holísticos da saúde.

[6] No caso, a química natural do organismo para curar a


enfermidade. Lembrem de Daniel Goleman :

“Era uma tarde de agosto insuportavelmente sufocante, na cidade


de Nova Iorque, um daqueles dias calorentos, que deixam as pessoas
mal-humoradas e desconfortáveis. Eu voltava para um hotel, e, ao
entrar num ônibus na avenida Madison, fiquei surpreso com o
motorista, um negro de meia-idade e largo sorriso, que me acolheu
com um amistoso "Oi! Como vai?" saudação feita a todos os outros
que entraram no ônibus, enquanto serpenteávamos pelo denso
tráfico do centro da cidade. Cada passageiro se surpreendia tanto
quanto eu, mas, presos ao péssimo clima do dia, poucos Ihe
retribuíam o cumprimento.

À medida que o ônibus se arrastava pelo quadriculado traçado


da cidade, porém, foi-se dando uma lenta, ou melhor, uma mágica
transformação. O motorista monologava continuamente para nós um
animado comentário sobre o cenário que passava à nossa volta: havia
uma liquidação sensacional naquela loja, uma exposição maravilhosa
naquele museu, já souberam do novo filme que acabou de estrear
naquele cinema logo mais adiante na quadra? O prazer dele com a
riqueza de possibilidades que a cidade oferecia era contagiante.
Quando as pessoas desciam do ônibus, já se haviam livrado da
concha de mau humor com que tinham entrado, e, quando o
motorista Ihes dirigia um sonoro "Até logo, tenha um ótimo dia!",
todas Ihe davam uma resposta sorridente.

A lembrança desse encontro me acompanha há quase vinte anos.


Quando viajei naquele ônibus da avenida Madison, acabara de
concluir meu doutorado em psicologia mas pouca atenção se
dedicava na psicologia da época a exatamente como podia se dar
uma tal transforrnação A ciência psicológica pouco ou nada conhecia
dos mecanismos da emocão E, no entanto, ao imaginar a propagação
do vírus de bem-estar que deve ter-se alastrado pela cidade
começando pelos passageiros de seu ônibus, vi que aquele motorista
era uma espécie de pacificador urbano, uma espécie de feiticeiro, em
seu poder de transmutar a soturna irritabilidade que fervilhava nos
passageiros, amolecer e abrir um pouco seus corações.

[7] No caso, o processo tem componentes físicos, mas esse processo


vai gerar mais uma química ( sobretudo as endorfinas ) que atuará
levantando a depressão. Ver por exemplo o livro : Com a Cabeça
Cheia de Amor .

Como decorrência desse conhecimento vem sempre minha ênfase


[8]
em que quem esta enfermo realize programas regulares de esportes
suaves: caminhadas, natação, yoga, o que for possível.

[9] As melhores técnicas e métodos para relaxamento são a yoga e a


meditação. Sempre converso, dou livros e centivo a que pessoas
enfermas pratiquem esse conhecimento milenar . Inclusive a yoga e a
meditação ( essa uma forma de yoga ) é muito mais potente numa
perspectiva de impactos psicossomáticos do que as ginásticas e
esportes ocidentais. Um livro significativo sobre meditação é o do
Daniel Goleman – A Arte da Meditação. O Goleman é mais conhecido
por seu livro: A Inteligência Emocional. Na verdade antes desse livro
ele fez mestrado e doutorado e teve uma longa experiência em
meditação, doze anos, que lhe permitiram aclarar a mente e então
produziu a Inteligência Emocional.

[10] Não conheço esses processos de biofeedback.

[11] Relaxamento e visualização que podem ser conseguidos também


sobretudo com a Meditação e o Yoga.

[12] Prática é a tomada de posição explícita, de conteúdo político


diante da realidade”. Demo, (1987,26) e Pesquisa prática é aquela
que se realiza por meio de ações no mundo social através do teste
prático de possíveis idéias ou posições teóricas.

[13] Práxis . União da teoria com a prática.

No marxismo significa a ação objetiva que, superando e


concretizando a crítica social meramente teórica, permite ao ser
humano construir a si mesmo e o seu mundo, de forma livre e
autônoma, nos âmbitos cultural, político e econômico; 2 ação de
aplicar, usar, exercitar uma teoria, arte, ciência ou ofício; 4 parte do
conhecimento voltada para as relações sociais e as reflexões políticas,
econômicas e morais; Etimologia gr. prâksis,eós 'ação, o fato de agir,
execução, realização; empresa, condução de um caso (de guerra, de
política); comércio, negócio; intriga; maneira de agir, conduta,
maneira de ser; resultado de uma ação, conseqüência'; ver prax(i)- ;
Sinônimos prática; ver sinonímia de ação. Antônimos ver antonímia
de ação ■ substantivo feminino . Rubrica: filosofia. no aristotelismo,
conjunto de atividades humanas autotélicas, cuja manifestação mais
representativa é a política, e caracterizadas esp. por sua natureza
concreta, em oposição à reflexão teórica; 1.2 Derivação: por
extensão de sentido. Rubrica: filosofia. Houaiss:
http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=pr%E1x
%EDs&x=5&y=5&stype=k (26/09/07).

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