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“... basta que a BELEZA more dentro dos olhos para que o mundo inteiro
seja transfigurado por eles” (Rubem Alves)
A beleza é uma experiência intrigante: ela vem sempre misturada com uma
pitada de tristeza.
Vinicius de Morais se referia à sua “vontade de chorar diante da beleza”.
Adélia Prado mostrou: “o que é bonito enche os olhos de lágrimas”.
Rafael Consinos-Asséns, poeta judeu-espanhol, pedia a Deus que
não houvesse tanta beleza.
Sentimos essa mistura de alegria e tristeza quando ouvimos Bach e Beethoven,
quando vemos Van Gogh e Salvador Dali.
A arte está cheia de alegria. Mas, ao lançar sua luz alegre sobre o mundo, a arte
torna visíveis todos os seus sofrimentos. A arte está cheia de tristeza.
O filósofo Ernest Bloch é quem nos explica esse fato. Ele disse que as obras de
arte “são uma estrela
que antecipa e um canto de alento no caminho que conduz o homem através das trevas”.
Nelas mora o “princípio da esperança”. Elas contém uma “antecipação da morada final do homem,
a pátria tanto do humanismo acabado quanto do naturalismo acabado”.
As artes, assim, contém um elemento de visão utópica. A beleza anuncia uma
possibilidade de felicidade que se abre diante dos homens.
Se a arte é, nas palavras de Bloch, “uma antecipação da morada final do homem – o Paraíso”,
conclui-se que a intenção da beleza é a transformação do mundo.
Cada obra de arte é uma oração pela volta do Paraíso.
Toda a BELEZA do mundo anuncia o Paraíso. Conclui-se que o Paraíso é bem
superior
a toda beleza da arte – porque o Paraíso é a arte tornada vida.
Beethoven teria alegremente trocado a beleza da “nona sinfonia” pela beleza de
um
universo embriagado pela alegria.
(Frei Betto)
Conhecemos poucas pessoas que foram convencidas pela verdade da ciência.
Entretanto, conhecemos muitas que foram mortalmente seduzidas pela beleza
da imagem.
A verdade fica guardada na cabeça. Mas a beleza afeta o corpo. Ela não é
científica. “A ciência pode clas-
sificar e nomear os órgãos de um sabiá, mas não pode medir seus encantos” (Manoel de
Barros).
Somos movidos pela BELEZA.
A beleza pode seduzir as pessoas a amar a natureza, a preservar a saúde, a se
alegrar com as artes...
É a visão de beleza que dá à pessoa perdida forças para lutar.
Texto bíblico: 1Cron. 16,7-36
Depois da oração: - fazer uma revisão, percebendo como foi e o que aconteceu
(descobertas, sentimentos,
intuições, dificuldades, apelos de Deus...)
- a revisão é um exercício de discernimento e nos ajuda a
perceber as forças que atuam
em nós durante a oração, e a distinguir o autêntico
do inautêntico no mais pro-
fundo daquilo que nos move.