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1.1 APRESENTAÇÃO
Este estudo foca a análise de uma empresa capixaba de médio porte que atende
principalmente o mercado internacional. O interesse central desta análise é
identificar os impactos gerados pela crise econômica mundial no cotidiano da
empresa em diferentes aspectos, tanto na parte financeira quanto no que tange
à sua relação com a comunidade em que está inserida e a política junto aos
funcionários. A busca será por identificar as dificuldades pelas quais a
organização passou e suas atitudes para enfrentar este m omento.
O Brasil, por ter muitas reservas cambiais e principalmente por sua economia
estar valorizada mundialmente, sentiu menos os impactos da crise que países
chamados de primeiro mundo como os Estados Unidos e o Reino Unido. Porém,
muitas empresas ainda assim foram afetadas com a recessão da economia
americana e, principalmente, com a valorização da moeda americana, é o caso
de Sadia e Aracruz Celulose, por exemplo.
Segundo o portal eletrônico Folha Online (2008), ligado ao jornal Folha de São
Paulo, pode ser assim analisada a crise que chegou às empresas exportadoras
brasileiras:
A estratégia que a empresa utilizará daqui para frente a fim de manter -se viva e
atuante no mercado deve refletir as dificuldades enfrentadas em decorrência da
crise, além de refletir aspectos culturais já enraizados na organização.
Dificuldades encontradas no passado devem ser discutidas e superadas e os
erros minimizados objetivando a continuidade das operações da organização em
seu mercado de atuação. Tratando de estratégia, cabe analisar o dinamismo do
que vem a ser estratégia, portanto,
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1.3 PROBLEMATIZAÇÃO
O Brasil possui uma das economias mais sólidas ent re os países americanos e,
talvez por isso, tenha encontrado um caminho mais próspero na retomada do
crescimento econômico. Embora a economia já esteja voltando a desenvolver -
se, os bons resultados da balança comercial do país não evidenciam as
dificuldades enfrentadas pelas organizações brasileiras para se erguerem
novamente após a forte crise que se instaurou.
Ainda que a atenção as descontinuid ades citadas entrem no plano inicial quando
os gestores formulam a estratégia que a organização deve seguir, eles devem
manter em foco que historicamente um período de crise é seguido por períodos
de elevada estabilidade e crescimento. Logo, a atenção dedi cada a identificar as
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descontinuidades, se não extremamente incutida nos gestores, acaba por
esvanecer. Segundo Mintzberg (2006, p. 136):
Infelizmente, essa forma de pensamento estratégico tende a atrofiar
durante longos períodos de estabilidade pelos quais passa a maioria
das organizações. Então o truque é administrar dentro de uma
determinada orientação estratégica durante a maior parte do tempo,
porém ainda sendo capaz de perceber as descontinuidades ocasionais
que são realmente importantes. A capacidade de fazer esse tipo de
mudança no pensamento é a essência do gerenciamento estratégico. E
está mais relacionado com visão e envolvimento do que com técnica
analítica.
Quando o mundo passa por uma crise como a recessão instaurada desde 2008,
não se vêem empresas isoladas lutando por sua sobrevivência, mas sim nações
unindo forças para superar as dificuldades. Assim fica menos complexo o
processo de reestruturação das estratégias competitivas das organizações.
Sabe-se que:
A competitividade de um país depende da capacidade de sua indústria
de inovar e melhorar. As empresas conquistam uma posição de
vantagem em relação aos melhores competidores do mundo em razão
das pressões e dos desafios. Elas se beneficiam da existência de rivais
internos poderosos, de uma base de fornecedores nacionais
agressivos e de clientes locais exigentes. (Porter, 1999, p. 167).
Estes são alguns problemas de pesquisa que este trabalho acadêmico pretende
responder. Focando na estrutura da empresa capixaba selecionada, este estudo
busca a compreensão dos efeitos da crise nas organizações.
1.4 OBJETIVOS
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A partir do momento que a organização identifi ca os desafios a enfrentar, deve
moldar sua estrutura e sua estratégia para superá -los. O objetivo geral deste
estudo é, portanto:
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Fora o objetivo geral apresentado , que visa as estratégias adotadas pela
empresa tanto antes como após a crise, o presente estudo tem o anseio de
atingir objetivos específicos no que tange a organização pesquisada:
1.5 JUSTIFICATIVA
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O tema escolhido trás para a comunidade acadêmica a discussão a cerca das
novas práticas ³protecionistas´ adotadas pelas empresas no mercado, os riscos
delas decorrentes e apresenta as dificuldades que uma empresa de médio porte
enfrenta quando no auge de sua expansão a economia global mostra -se frágil.
Torna-se, portanto, muito rico desmembrar uma organização que passou pelos
mesmos embates de grandes empresas exportadoras e sacar dela uma
perspectiva do que foi e do que deve ser. Entender esta crise por dentro das
organizações e ter a possibilidade de criticar os feitos dentro da organização e
dela para com a sociedade apresenta-se como uma oportunidade complexa e
valiosa.
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Porter (1999) afirma que estratégia competitiva significa ser diferente. Significa
oferecer deliberadamente um conjunto de atividades diferentes para entregar um
× único de valor. Como a empresa se posiciona frente seus consumidores é
fator determinante para seu sucesso ou insucesso.
Estratégia é a criação de uma posição de valor e única, envolvendo um
conjunto de atividades diferentes. Se houvesse apenas uma posição
ideal, não haveria necessidade de estratégia. As empresas
enfrentariam um problema simples ± vencer a corrida para descobri-la
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e apropriar-se dela. A essência do posicionamento estratégico é
escolher as atividades que sejam diferentes das atividades dos rivais.
(Porter apud Mintzberg et al., 2006, p. 36).
Por tudo que foi apresentado, assim define Porter (apud Mintzberg, 2006, p. 39)
o conceito de estratégia:
Estratégia é criar ajuste entre as atividades de uma empresa. O
sucesso de uma estratégia depende de fazer bem várias coisas ± e
não apenas algumas ± e da integração entre elas. Se não houver
ajuste entre as atividades não há estratégia diferenciada e há pouca
sustentabilidade.
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A estratégia corporativa impacta a empresa de diferentes formas e tende a ser
refletida por longos períodos de tempo. Pode ser entendida como um modelo de
ação adotado pela organização objetivando atingir objetivos traçados.
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Empresas que optam pela reestruturação, não possuem papel secundário como
àquelas que realizam gestão de portfólio, mas atuam diretamente na ge stão da
organização adquirida. Segundo Porter, no caso da gestão baseada em
reestruturação, ³a matriz intervém, frequentemente substituindo a equipe
gerencial, mudando a estratégia ou difundindo na empresa novas tecnologias´.
(Porter, 1999, p. 148).
Empresas que agem desta forma buscam a melhoria dos resultados na nova
unidade de negócios ou, de forma mais ampla, no setor em que ela atua. Deste
modo, quando se investe numa empresa visando reestruturá -la, a matriz visa
desenvolver a atratividade da organiza ção em seu setor para gerar valor a seus
acionistas.
O problema mais comum que as empresas que optam por este modelo
estratégico enfrentam é quando chega o momento de se desfazer da
organização reestruturada. Segundo Porter, a armadilha se arma quando ³a inda
que a unidade transformada estivesse em melhor situação em outra empresa
com negócios afins, a reestruturadora insiste em mantê -la sob seu controle´
(Porter, 1999, p. 150). Quando isso acontece, a organização deixa de lado o
princípio da reestruturaçã o e adota, na verdade, a gestão de portfólio.
Quando bem implementado, o conceito de reestruturação é sensato,
pois passa pelos três testes da diversificação bem sucedida. O
reestruturador satisfaz o critério do custo de entrada, em razão dos
tipos de empresas adquiridas. Limita os ágios nas aquisições,
comprando empresas com problemas, ou com a imagem embaraçada,
ou ingressando em setores com potenciais não identificados e
inexplorados. A intervenção pela corporação corresponde exatamente
à exigência de melhorias. (Porter, 1999, p. 148).
Mintzberg (et al., 2000, p. 17) aborda o conceito de estratégia dizendo que e le
não pode ser considerado nem simples, nem fácil: ³ao contrário, afirmamos que
a estratégia [...] requer uma série de definições, cinco em particular´.
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(artimanha)
Esta escola é defendida até os dias atuais por muitos estudiosos, dentre eles
Michael Porter, Mintzberg e Lampel observam que:
Mintzberg e Lampel ainda colocam que ³outro ramo mais novo dessa escola
adotou uma visão mais subjetiva´ (Mintzberg e Lampel, 2006, p. 40). Segundo
esta nova visão a cognição pode ser utilizada para construir estratégias como
interpretações criativas, indo além do conceito de estratégia que mapeia a
realidade de uma forma mais ou menos objetiva, porém distorcida.
Como o nome dado a ela, esta escola acredita que o aprendizado é fundamental
para a formulação da estratégia. Acredita no ³faça´ e em tentar continuamente
até atingir o objetivo almejado. Se desenvolveu de tal modo que desafiou as
escolas prescritivas.
poder vê a organização como uma entidade que usa seu poder sobre
os outros e entre seus parceiros de alianças [...] para negociar
estratégias ³coletivas´ de seu interesse. (Mintzberg e Lampel, 2006, p.
40).
A penúltima escola tratada pelo autor é a Escola Ambiental que diz que a
formulação da estratégia é um processo reativo.
Esta escola diz que as organizações reagem ao ambiente. ³Nessa categoria
incluímos a chamada µteoria de contingência¶ que considera as respostas
esperadas das organizações que enfrentam determinadas condições ambientais
[...] que impõem limites severos às escolhas estratégicas´. (Mintzberg e Lampel,
2006, p. 41).
Para instaurar esse sentimento de mudança, a inser ção de novas posturas deve
ser feita aos poucos, de modo que não assuste aos envolvidos no processo e
nem crie posições contrárias às novas idéias, o que criaria bloqueios para sua
implantação eficiente. Logo, construir dentro da organização uma consciênci a
pró mudança, coletando informações de todos os lados e estimulando essa
reestruturação no íntimo dos atores organizacionais é determinante para o
sucesso ou fracasso do projeto.
A fim de construir confiança em toda organização da necessidade da mudança,
gestores e gerentes em geral buscam, segundo Quinn (2006), estimular ações
simbólicas altamente visíveis na empresa a fim de atingirem o maior número de
pessoas possível. Esses símbolos podem ser representados por líderes
informais no seio das organizaçõe s que angariam confiança e estimulam
comprometimento.
Quinn (2006) defende a transição natural do período pré para o pós mudança,
sem deixar marcas severas na organização. Ele vê o incrementalismo lógico
como ³uma técnica gerencial objetiva, efetiva e ativa para melhorar e integrar os
aspectos analíticos e comportamentais da formação da estratégia´ (Quinn, 2006,
p. 165). Adaptando a estratégia às necessidades da organização sem alterações
drásticas no cotidiano organizacional e com apoio e cooperação dos funcionários
facilita na implementação das mudanças propostas.
Os processos de mudança estratégica nas grandes organizações bem
administradas raramente lembram os sistemas racionais-analíticos
descritos na literatura. Ao contrário, os processos de mudança
estratégica normalmente são fragmentados, evolucionários e intuitivos.
A estratégia real desenvolve-se à medida que decisões internas e fatos
externos fluem juntos para criar um novo consenso para ação,
amplamente compartilhado. (Quinn, 2006, p. 165).
A crise, que funciona como pano de fundo para a concepção deste estudo, veio
mostrar a necessidade de organizações se estruturarem e capacitarem para
mudanças rápidas em seus cenários econômicos. Esta crise ganhou proporções
como jamais antes visto e serviu para mostrar que os mercados estão
definitivamente interligados e mutuamente dependentes.
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Cabe relatar que, durante todo o estudo, a empresa será denominada Empresa
X, a fim de manter sigilo quanto às informações aqui apresentadas, por se tratar
de dados gerências que fazem parte da sua estratégia. Em respeito ao desejo
da mesma, assim, não será revelada a sua identidade.
Isto posto, é certo que a investigação quan titativa possui como objetivo maior, a
garantia do resultado, para que se evite distorções das análises e das
interpretações das informações colhidas. Com efeito, pode -se destacar que o
estudo quantitativo procura seguir com rigor um plano previamente est abelecido
com o intuito de traduzir o estudo em números para analisá -los.
Para este trabalho ambos os métodos foram escolhidos, por considerar que
atende a diversas características desta pesquisa, como o fato de se tratar de um
estudo de natureza exploratória, que segundo Vergara (2004, p. 47.) ³é rea lizado
em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado´, no que
tange a desvendar nuances da crise financeira no âmbito de uma organização.
Com efeito, a pesquisa exploratória é bastante utilizada, já que serve como início
de coleta de dados dos trabalhos científicos, pois uma de suas finalidades é
justamente o aprimoramento de idéias ou a descoberta de hipóteses para o
estudo.
Foram aplicados questionários aos funcionários da organização juntamente com
realização de entrevistas com os três sócios diretores da empresa.
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Um dos critérios utilizados na seleção da empresa em estudo foi o porte. Deu -se
preferência na escolha para empresa de médio porte, levando -se em conta que
possui uma estrutura ampla, o que permite realizar um recorte da realidade mais
abrangente posto que envolve maior número de pessoas em sua estrutura
ligadas direta e indiretamente às suas operações e resultados.
A empresa escolhida para fins de estudo, assim sendo, de acordo com o quadro
acima, é considerada uma média empresa, constituída por 154 funcionários
diretos.
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O critério de localização visou selecionar uma empresa que esteja próxima à sua
fonte de matéria prima, a empresa localiza -se próximo ao maior porto de pesca
do estado do Espírito Santo, e de eficaz estrutura de apoio, a empresa conta
com posto de abastecimento para sua frota de caminhões próximo a sua matriz
e frigoríficos de armazenagem de seus produtos num ponto estratégico próximo
ao porto da cidade. Para tal, foi selecionada uma empresa situada no sul do
estado do Espírito Santo, na localidade de Itaipava, com base de apoio no centro
do pólo pesqueiro que está a 2 Km da sede da empresa.
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Vergara (2004, p.54) ressalta que ³a observação pode ser simples, sendo o
pesquisador um espectador não interativo, bem como participante, onde o
pesquisador se engaja na vida do grupo ou situação´.
Vergara (2004) diz que existem dois tipos de amostra, a probabilística e a não
probabilística. A amostra probabilística é baseada em procedimentos
estatísticos, nos quais os elementos possuem a mesma chance de serem
escolhidos, pois são numerados aleatoriamente.
Vergara (2004, p. 51) enuncia a amostra por acessibilidade como ³[...] lo nge de
qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de
acesso a eles.´ Enquanto que as amostras por tipicidade, também chamadas de
intencionais, são ³[...] constituídas pela seleção de elementos que o pesquisador
considere representativos da população-alvo, o que requer profundo
conhecimento dessa população.´
Vergara (2004, p.53) define a amostra por tipicidade como aquela ³constituída
pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da
população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população´.
Esta pesquisa utilizou a amostra por tipicidade pelo fato de envolver as pessoas
que estavam na empresa durante todo o período de crise até o momento
presente, possibilitando conhecimento da gestão e as mudanças ocorridas ao
longo deste período.
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Sócio 1
Sócio 2
Sócio 3
Assim, a cada uma das respostas foram ligados procedimentos referentes aos
objetivos da pesquisa, com a tentativa de sistematização. Quis -se com esta ação
exprimir certa objetividade e homogeneização aos critérios de análise a fim de
auferir se ações adotadas pela empresa estão claras e se a comunicação da
estratégia está sendo feita.
3.6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Algo que foi em demasia observado e que cabe como limitação a este estudo foi
a baixa adesão dos funcionários à pesquisa proposta. Somente 49 funcionários
devolveram os questionários respondidos, sendo que, 12 deles ainda não se
enquadravam no público estimado para a pesquisa, com mais de um ano na
empresa, vivenciando as rotinas empresariais no período da crise.
Ainda é importante mencionar que a entrevista com o sócio 3 não foi gravada,
por indisposição deste frente ao método, tendo sido suas respostas anotadas
simplesmente, o que limitou a percepção intrínseca de sua fala.
Por fim, cabe pontuar o curto espaço de tempo para a realização desta
pesquisa. O pesquisador contou um período de quatro meses para formular o
problema de pesquisa e desenvolvê -lo de forma satisfatória.
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Para uma organização ter êxito, deve adequar sua gestão as mudanças
constantes que ocorrem no mercado ao decorrer do tempo. O problema é que
muitas organizações somente identificam que algo deve ser modificado quando
se deparam com situações que vão além da compreensão de seus gestores.
A debilidade mais crítica dessas empresas, no enta nto, talvez seja o fato de que
a maioria delas ainda não abordou como devia os princípios da estratégia.
Segundo Michael Porter (1986), boa parte do êxito de uma empresa está em
suas próprias mãos.
A Empresa X não possui organograma definido, sabe -se que sua estrutura conta
com três sócios diretores, além de gerentes de setor e funcionários que
desempenham funções gerais, não existindo hierarquia estabelecida, de modo
que reivindicações e questionamentos não são feitos junto aos superiores
imediatos, sendo levados aos sócios diretores que acumulam todas as decisões
a serem tomadas na empresa.
A empresa foi fundada em maio de 1995, pelos mesmos sócios diretores que
comandam a empresa atualmente, sendo que apenas o sócio 1 possui formação
universitária, concluída recentemente, enquanto o s ócio 2 conta com nível médio
de escolaridade e curso técnico de contabilidade e o sócio 3 possui escolaridade
concluída em nível fundamental.
O que se viu a partir da coleta dos dados foi uma conv ergência no entendimento
do que estava sendo proposto e grau elevado de compatibilidade de respostas,
o que mostra que mesmo os funcionários menos esclarecidos, no que tange
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A razão para este problema pode ser identificado na fala do sócio 1, quando
perguntado sobre os problemas identificados em decorrência da crise
econômica, ele disse:
São vários problemas encontrados. Entre eles uma desorganização
geral no que tange o quadro de funcionários com uma equipe
despreparada, pequena equipe de vendedores, a empresa compra
muito e vende pouco. A empresa não consegue desovar esse produto.
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Isso é uma coisa que estamos sabendo de você. Temos que nos
reunir, conversar com os chefes de setor e adequar as suas atividades
para contornar isso. Devemos preparar melhor esse chefe, devemos
mostrar pra ele como deve ser desenvolvido o trabalho, melhorar,
realizar capacitação.
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Pela análise do quadro acima temos que 75% dos funcionários não têm
conhecimento de planos da empresa para o futuro, não tem conhecimento das
práticas a serem adotadas pela empresa no mercado. O interessante é a visão
do funcionário referente a pergunta seguinte.
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FONTE: Elaboração própria.
A maior parte das decisões é tomada por mim, só quando é uma coisa
grande é que isso é ampliado para todos os diretores e também para
as áreas de competência da empresa. Não existe um sincronismo com
relação à estratégia. São setores diferentes, atuamos de forma
diferente e temos conhecimentos limitados do trabalho de cada um.
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Não empresa não comunica nada e os
funcionários também não se importam
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Sim a empresa possui um canal
aberto, mas os funcionários não opinam
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Sim a empresa possui um canal aberto e
os funcionários opinam
Já o sócio 2 foi menos otimista e em sua fala reflete o resultado obtido com a
aplicação dos questionários.
É pouca, bem pouca. Eu nem tenho conhecimento referente a isso. As
reuniões, conversas que temos, são mais com os chefes de sessões,
mas creio que seja bem deficiente.
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Não, agride o
ambiente, mas Não, agride o
é ativa na ambiente e não
comunidade é ativa na
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O sócio 3 considerou que o que a empresa fez de errado foi inchar, ao invés de
crescer. Ela elevou seu n ível produtivo, ampliou sua estrutura, mas não viu
reflexo disso no seu lucro.
Quando perguntado à respeito das lições que a empresa tirou de todo o período
de turbulência que passou, o sócio 1 foi comedido:
Não diria lições, eu diria que... nós apanhamos muito e ainda estamos.
Vivemos por muito tempo num mar de rosas. A empresa não cresceu,
ela inchou e estamos pagando um preço alto por isso. Temos
problemas de ordem financeira, jurídica, contábil, enfim, problemas
para todos os lados gerados por uma gestão ineficiente, essa é a
grande verdade.
Por fim, perguntamos aos sócios da empresa qual a expectativa deles para a
empresa nos próximos 5 anos. O sócio 2 foi otimista e viu um futuro promissor
para a organização, ele disse que ³a expectativa é ampliar a produção da
empresa. Desinchar e ampliar sua produção, para crescer´.
Portanto, a visão estratégica dos gestores deve ser trabalhada e caso a empresa
consiga se reestruturar, corrigir os problemas identificados, que revelaram -se em
grande parte de conhecimento dos sócios, e ca pacitar seus profissionais,
trabalhando de forma ordenada e estabelecendo metas e objetivos, tende a
sobreviver e prosperar nesse mercado que parece ganhar força à medida que os
efeitos da crise vão sendo minimizados e a economia volta a se desenvolver.
Cabe ainda propor que sejam realizados estudos que tratem a estratégia como
prática e não como fórmula de bolo ou algo que pode ser copiado de um lugar e
implementado em outro sem medir as implicações e impactos na estrutura
organizacional. Estudos como os realizados por Bourdie u e descritos em obras
como Razões Práticas (2005) e As Estruturas Sociais da Economia (2006), além
de estudos como o de Ansoff (1990) com a obra Estratégia Empresarial e os de
Whittington (2006) com O Que é Estratégia?. Estes autores tratam da visão de
estratégia como algo que acontece e que muitas vezes foge das diretrizes que
são imaginadas quando se concebe estratégia.
Além disso, este estudo sugere ainda que sejam desenvolvidos outros trabalhos
que busquem compreender as estratégia que vêm sendo propostas pelas
empresas para sobreviver nesse período do pós crise . Pesquisas em outros
setores da economia, visando traçar o perfil das organizações que se mantém
líderes e fortalecidas em seus mercados em conjunto com a análise de suas
práticas estratégicas.
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3 . 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
MINTZBERG, Henry ... [et al.].. 5O Q !
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. Tradução Nivaldo Montingelli Jr. Porto Alegre:
Bookman, 2000
QUESTIONÁRIO
Este questionário tem a intenção de identificar as impressões dos funcionários a
respeito da empresa. De forma alguma as informações aqui prestadas serão
divulgadas ou os respondentes identificados. O ANONIMATO daquele que
responde a pesquisa está garantid o e pode inclusive auxiliar a melhorar a
empresa, portanto, não coloque nome ou qualquer outra informação que não
seja referente às perguntas realizadas. Por favor, leia atentamente cada questão
e dê a resposta que considere correta. Apenas uma questão dev e ser marcada.
Muito obrigado.
10. Você teria vontade de ocupar outra função na empresa? Se sim, qual?
( ) Sim. ( ) Não. Qual?
____________________________________________
11. Você considera que o trabalho que desenvolve faz diferença para a
empresa?
( ) Sim. ( ) Não. Por quê?
____________________________________________
13. Você considera que a empresa ouve o que os funcionários têm a dizer? E
os funcionários, têm vontade de contribuir para a melhoria da empresa?
( ) Sim. A empresa possui um canal aberto de comunicação com os funcionários
e os trabalhadores se importam em dar sugestões ou propor melhorias.
( ) Sim. A empresa está sempre se comunicando com os funcionários, mas os
trabalhadores não se importam em dar sugestões ou propor melhorias.
( ) Não. A empresa não comunica nada aos funcionários, mas os funcionários
têm vontade de falar com a empresa dando sugestões ou propondo melhorias.
( ) Não. A empresa não se comunica com os funcionários e os trabalhadores
também não se importam em dar sugestões ou propor melhorias na empresa.
________________________________________________________________
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________________________________________________________________
________________________________________________________________
E EM RELAÇÃO A CAPACITAÇÃO??
O que se planeja o que se deseja é departamentar a empresa, para cada um ter
possibilidade de mostrar seu potencial e resultado da sua gestão. Sou a favor da
descentralização da diretoria, ou até mesmo da dispensa da diretoria, porque se
não estamos capazes de resolver os problemas da empresa, porque continuar,
melhor utilizar capital capacitado. Não existe programa de capacitação.
7. Quais as lições que esta organização tira de tudo pelo que passou nos últimos
dois anos?
- Não diria lições, eu diria que... nós apanhamos muito e ainda estamos.
Vivemos por muito tempo num mar de rosas. A empresa não cresceu, ela inchou
e estamos pagando um preço alto por isso. Temos problemas de ordem
financeira, jurídica, contábil, en fim, problemas para todos os lados gerados por
uma gestão ineficiente, essa é a grande verdade. Se eu fosse montar uma nova
empresa faria tudo diferente, mas não dá mais tempo. Eu não aconselho
ninguém a montar uma empresa com a visão de crescer, mas que vá dando um
passo certo de cada vez porque crescemos muito, mas não garantimos
nenhuma estabilidade, já que temos problemas de gestão.
11. O senhor acredita que a empresa tem uma proposta de valor diferente da de
seus concorrentes? O que ela tem de diferente e que é percebido pelos clientes?
- certamente. A empresa tem credibilidade. Seu grande diferencial está ligado a
garantia da compra de produtos. Os grandes compradores saem do mercado
quando o mercado está em baixa. Mas a empresa tem a política de continuar
comprando, mantendo fidelidade com seu fornecedor. O mercado tem muita
informalidade, então muitas empresas simplesmente vêem que o mercado não
está bom e não compram. A empresa entra comprando mesmo sabendo que
terá produção ociosa, é uma coisa que talvez deva ser revisto. Outra coisa é seu
mix de produtos. Produzimos a três anos a picanha de Meca, não existe plano
de marketing, mas esse produto tem se divulgado pelo boca a boca.
12. Como o senhor vê a possibilidade de adquirir novos negócios, seja aquisição
de empresas concorrentes, seja em novas frentes de mercado?
- Já pensei em incorporar uma outra empresa do ramo pesqueiro que me foi
oferecida, porém, por não ter mão de obra qualificada abdiquei disso. Hoje, tudo
que eu puder reinvestir eu quero reinvestir na estrutura da minha empresa. Eu
diria ainda, que enquanto eu não conseguir reestruturar a minha empresa eu não
poderia pensar em lidar com outros negócios, mas depois de conseguir
restabelecer a saúde do meu negócio é uma prática a ser pensada.
13. Como imagina sua empresa no longo prazo?
- Sinceramente? Eu acho que na posição que a empresa se encontra hoje, se
ela não for reinventada, reestr uturada ela não vai estar. Depende de um choque
de gestão na empresa. Ela tem que cair e levantar. Setores tem de ser
reformulados, tudo funciona, mas não existe uma direção, não temos um norte,
não temos uma estratégia, uma ³receita de bolo´. Muita coisa tem de ser
modificada.
QUESTÕES ENTREVISTA
SÓCIO 2
QUESTÕES ENTREVISTA
SÓCIO 3
-/ $ -/ X
Vista externa da indústria de beneficiamento. Área do refeitório, cozinha e laboratório de
análises químicas.
-/ -/ D
Área interna de uma sala do escritório na Algumas embarcações usadas para pesca.
indústria de beneficiamento.
-/ F -/ E
Vista frontal do escritório administrativo. A loja de produtos para pesca da empresa.