Professional Documents
Culture Documents
INTRODUÇÃO
Quando surgiu durante o século pas- social. Já no século XVIII surgem, prin-
sado, a epidemiologia tinha um objetivo cipalmente na Inglaterra, relatórios sobre
eminentemente pragmático: fornecer sub- as más condições de vida e saúde da
sídios para as ações de saúde pública. massa trabalhadora 3,14 . Durante toda a
A revolução industrial fez surgir na Eu- primeira metade do século XIX são pu-
ropa, a começar pela Inglaterra, um blicados relatórios semelhantes. A incli-
contexto sanitário até então inusitado na nação política desses relatórios variava;
história ocidental: a concentração de no entanto, todos eram unânimes em
grandes massas nos centros urbanos, que apontar a indústria como o determinante
se expandiam rapidamente, trabalhando maior. É nessa época também que vão
e vivendo em condições precárias fez surgindo os movimentos reivindicatórios
surgir a Saúde Pública nos moldes que de cunho socialista6. A doença já co-
a conhecemos hoje13. meça a ser vista do ponto de vista mate-
Até então, a intervenção estatal na rialista-histórico2. A época é propícia
saúde havia se limitado, quase que exclu- para tal, uma vez que não havendo ain-
sivamente, às epidemias e à principal via da se desenvolvido a teoria microbiana,
de introdução destas, os portos. Eviden- não era tão fácil a interpretação positi-
temente que as condições de saúde da vista do processo saúde-doença.
população estavam longe do ideal, mas, A primeira metade do século XIX
salvo nas epidemias, não chegavam a assiste, na Inglaterra, à ascensão da bur-
constituir ameaça à ordem social. O no- guesia ao poder político, através de uma
vo contexto criado pela revolução indus- série de reformas políticas, delegando à
trial, além de agravar as condições de nobreza uma função meramente figurati-
habitação, criou fator de instabilidade va no aparato de Estado 5 . Paralelamente
* Apresentado na I Reunião sobre Metodologia de Investigação Científica em Saúde. Itaparica, se-
tembro de 1984.
** Do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Ciências Médicas da Univer-
sidade Estadual de Campinas (UNICAMP) — Caixa Postal 6019 — 13100 — Campinas, SP — Brasil.
Bolsista do CNPp.
a esta ascensão ao poder político, emerge avocaram a intervenção do Estado na re-
também a preocupação da burguesia com gulamentação das construções populares
as condições sanitárias da população, en- e no saneamento 12.
trevendo nestas um fator de tensão social À época, surgem também interpreta-
e de deterioração da força de trabalho. ções alternativas do processo saúde-doen-
ça, que viam nas contradições do capita-
O representante deste grupo foi, sem
lismo seu determinante maior. Cabe res-
dúvida, Chadwick, o autor da reforma sa-
saltar o trabalho de Engels 2 e os de Vir-
nitária implantada em meados do século chow 20, que apreenderam muito bem o
passado 12. Chadwick era ligado a Stuart
inter-relacionamento saúde-sociedade.
Mill e Bentham, e mantinha amplos con-
tatos com os líderes da burguesia liberal São duas visões antagônicas desse in-
da época, que contavam com um projeto ter-relacionamento: Chadwick vendo a
político bastante claro 8 e que passou a doença como resultante de inadequações
incluir uma reforma sanitária 12 . Ainda na estrutura urbana que poderiam ser
que não um profissional de saúde, Chad- corrigidas através de adequada legisla-
wick era político e administrador, e sua ção sanitária, e Engels como resultante da
obra e atuação refletem toda uma manei- contradição fundamental do capitalismo,
ra de pensar o processo saúde-doença. que só se corrigiria com a mudança do
Por sua orientação filosófica marcada- modo de produção vigente.
mente positivista, Chadwick e seu grupo O paradigma dos estudos epidemiológi-
viam a determinação social da doença cos, até hoje citado como modelo, o tra-
não como fruto das contradições do ca- balho de John Snow 18 sobre as epide-
pitalismo. Consideravam-na como resul- mias de cólera em Londres em meados
tante de inadequações deste na estrutura- do século passado, é talvez o melhor
ção de seus centros urbanos e de suas exemplo dos fundamentos filosóficos da
fábricas — uma falta de visão por parte epidemiologia no seu nascedouro. Inega-
dos capitães de indústria, que poderia e velmente brilhante em sua análise, Snow
deveria ser corrigida através de uma in- lança mão da metodologia explicativa po-
tervenção estatal. Esta intervenção, con- sitivista, fortemente influenciado por
tudo, não deveria afetar o modo de pro- Stuart Mill. Ao analisar, separadamente,
dução vigente, deveria discipliná-lo de as características de tempo, lugar e pes-
modo a coibir seus efeitos nocivos sobre soa, isolando um a um os fatores inter-
as condições de saúde do proletariado. venientes, comparando as características
Permitiria assim a preservação do sistema, de locais e pessoas afetados pelas epide-
evitando a deterioração da capacidade re- mias de cólera, Snow inaugura o método
produtiva e produtiva da força de traba- epidemiológico, que nada mais é do que
lho. Interessante notar que a preocupa- a aplicação da lógica de Stuart Mill, ao
ção de Chadwick e de seu grupo com a estudo dos determinantes da ocorrência
saúde pública era tão grande que, con- e distribuição das doenças(*). Este pro-
trariando os princípios do liberalismo, cesso indutivo aplicado à epidemiologia
(*) Não constitui nenhuma novidade a constatação de que o referencial teórico da epidemio-
logia é o do positivismo. As condições históricas de seu surgimento explicam isso facil-
mente. MacMahon e Pugh, em seu texto clássico7 apenas repetiram o que Durkheim 1 havia
feito com referência à sociologia, muitos anos antes, sistematizando uma metodologia. A
semelhança entre os dois textos é interessante de se observar, ainda que não surpreenda,
uma vez que todos beberam da mesma fonte. Surpreendente, no entanto, é que a epide-
miologia tenha se restringido a um único referencial teórico, transformado em quase-dogma.
persiste até os dias de hoje, admitido ex- logia se limita agora à descrição do ciclo
plicitamente por MacMahon e Pugh, em das infecções, na elaboração de sua "his-
seu clássico texto de epidemiologia7. Que tória natural". Isto evidentemente veio
esse processo indutivo tenha sido adotado mascarar a natureza simultaneamente bio-
pelos fundadores da epidemiologia é per- lógica e social da doença, valorizando a
feitamente compreensível, dadas as con- primeira, em detrimento da última. Este
dições particulares do momento histórico. direcionamento veio reforçar a posição da
Surpreendente talvez, é que tenha sido lógica positivista, esvaziando, por aparen-
adotado, com exclusividade, até época temente inúteis e desnecessárias, reflexões
bem recente, a ponto de ser confundido sobre o processo explicativo em epide-
com a própria Epidemiologia, ao se afir- miologia. A microbiologia veio demons-
mar haver um "método epidemiológico" 7 trar a existência de uma ordem universal
e não um dado método explicativo usado na determinação das doenças, regida por
em epidemiologia (*). leis naturais. Os avanços teóricos em epi-
A razão desta restrição filosófica ocor- demiologia são agora aqueles relaciona-
rida na epidemiologia deve muito ao sur- dos com a compilação e análise dos da-
gimento da microbiologia no último quar- dos. A epidemiologia foi promovida a
tel do século passado. Até então, a Epi- "ciência"(**). O século XX assistiria à
demiologia não tinha uma teoria acaba- revolução quantitativa em epidemiologia.
da sobre a causação das doenças, tanto Ross 15, no início do século já iniciara a
que o movimento sanitário inglês era formulação dos primeiros modelos mate-
marcadamente anti-contagionista, afir- máticos. Durante os anos '20 e '30 este
mando serem as doenças fruto de am- aperfeiçoamento ganha corpo com os tra-
bientes insalubres 19. balhos de Frost e Reed 17.
Com o surgimento da microbiologia, Como os problemas que se apresenta-
passou-se a dispor de uma teoria com- vam se referiam quase que exclusivamen-
pleta sobre a determinação das doenças te às doenças infecciosas, a epidemiologia
— estas passaram para o domínio exclu- se firma como um ramo da microbiolo-
sivo da biologia. A função da epidemio- gia, empobrecendo os seus recursos ex-
(*) Cabe aqui uma discussão de se é a epidemiologia uma ciência ou meramente um método,
como parecem insinuar alguns autores. A nós parece claro que seja ela uma ciência, que tem
por objeto a doença, mas a doença enquanto manifestação coletiva. MacMahon 7 , ainda que
não se aprofunde no tema, afirma que a "Epidemiologia é o estudo da distribuição da
doença e dos determinantes de sua prevalência no homem". Se é o estudo, deixa de ser
apenas um método, pois este seria "a maneira de se estudar. . .". Além disso, se a epide-
miologia for acenas um método, é um método de que ciência? É tarefa dos epidemiologis-
tas, portanto, proceder a uma reflexão da epidemiologia enquanto ciência, de modo a am-
pliar o seu potencial explicativo. Infelizmente, a preocupação tem sido quase que exclu-
sivamente com os aspectos técnicos da coleta e processamento de dados, mas não dos fun-
damentos teóricos de sua análise. Fugir da responsabilidade de firmar a epidemiologia co-
mo ciência é condenar-nos a conviver com a doença e a combatê-la sem uma adequada
compreensão de sua verdadeira natureza.
(**) Outra preocupação, que deriva daquela expressada na nota anterior, é se a epidemiologia é
uma ciência empírica, como se depreenderia da metodologia empregada. Isto merece uma re-
flexão mais profunda. Conquanto as manifestações da doença sejam inegavelmente biológicas,
merecedoras portanto de uma abordagem empírica, seus determinantes não o são, necessaria-
mente. Parece-nos pois que, ao estabelecer a epidemiologia como ciência empírica, derivada da
biologia, será o mesmo que restringir nossa capacidade de compreensão às manifestações do
objeto, relegando a um plano talvez inacessível por essa restrição metodológica, os determi-
nantes, ou boa parte deles, da ocorrência e distribuição das doenças.
plicativos, que se atrelam a um empiricis- zes uma mesma doença assume caracte-
mo arraigado. O processo indutivo teó- rísticas diferentes conforme o local e po-
rico deu lugar à demonstração de labo- pulação acometidos. Isto exigiu um aco-
ratório. modamento teórico. Foi a época do cres-
A segunda guerra mundial trouxe al- cimento das teorias "ecológico-geográfi-
gumas alterações importantes ao pano- cas" que buscavam na própria variabili-
rama da saúde pública a nível internacio- dade da natureza a explicação para a va-
nal, afetando, conseqüentemente, a epi- riabilidade das doenças, incorporando a
demiología. Estas alterações parecem, à variabilidade cultural das populações aco-
primeira vista, contraditórias. De um la- metidas. No primeiro caso foi este o fa-
do, vieram reforçar a fé na universali- tor da popularização da teoria dos focos
dade das doenças, principalmente graças naturais de Pavlovsky 10 e o surgimento,
aos avanços da biologia, no tocante à no- ou melhor, o ressurgimento da "geogra-
vas técnicas disponíveis para o controle fia médica", principalmente através dos
das doenças. Por outro lado, trouxeram trabalhos de May 9.
algumas questões que forçaram um aco- É interessante fazer aqui um parênteses
modamento teórico desta crença, através para refletir um pouco sobre as linhas
de um maior contato com o mundo sub- de análise epidemiológica em nosso meio.
desenvolvido, evidenciando características Talvez um dos que, no período pós-guer-
regionais de uma mesma doença. No pri- ra, melhor representaram as linhas "eco-
meiro caso, o surgimento de medidas de lógico-geográficas" em nosso meio foi
controle de um grande número de doen- Pessoa n, que produziu trabalhos impor-
ças infecciosas — drogas anti-microbia- tantes. Entretanto, pela ausência de um
nas, vacinas, inseticidas, para citar algu- recurso explicativo alternativo, estes não
mas —, e sua aplicação em diversas si- conseguiram se aprofundar no estudo das
tuações com grande sucesso, veio corro- relações doença-sociedade, uma preocu-
borar a interpretação de que as doenças pação bastante clara na quase totalidade
eram fenômenos biológicos que obede- de seus trabalhos (*).
ciam leis universais e poderiam ser con- A nova "geografia médica" incorpora-
troladas através de técnicas igualmente va à interpretação ecológica do processo
universais. Os sucessos da moderna tec- saúde-doença os estudos antropológicos
nologia de saúde pública durante e logo funcionalistas, que gozaram de grande po-
após a guerra — a diminuição da inci- pularidade no período anterior à II Guer-
dência das doenças sexualmente trans- ra Mundial. Esta incorporação vinha res-
missíveis, o controle da malária na Euro- ponder algumas inquietações surgidas pe-
pa e o controle de epidemias de tifo la constatação da variabilidade das doen-
exantemático — abriu a era dos paco- ças. Introduzia-se aqui um fator modula-
tes tecnológicos para o controle das doen- dor — a cultura, que modulava, mas não
ças. Note-se que estas medidas eram de contrariava, as leis universais que deve-
cunho estritamente biológico. No segun- riam reger a ocorrência e distribuição
do caso, o maior contato com o mundo das doenças. Esta interpretação ainda é
subdesenvolvido mostrou que muitas ve- bastante utilizada nos dias atuais, parti-
(*) Uma análise da obra de Pessoa u é exercício fascinante. Depreende-se que havia enorme preo-
cupação com os determinantes não-biológicos das doenças, mas que não puderam ser adequada-
mente apreendidos talvez pelo fato de o autor não dominar outros referenciais explicativos que
não os então em uso na epidemiología. Suas considerações acerca da geografia médica u são
um vivo testemunho dessa preocupação.
cularmente para tentar explicar o fracas- o processo explicativo, durante mais de
sso de medidas de controle de diferentes cem anos. O atrelamento da epidemiolo-
doenças transmissíveis. Paralelamente, gia à biologia durante o século passado
processa-se uma nova "revolução quanti- fez com que a epidemiologia obscureces-
tativa" em epidemiologia, com a intro- se sua natureza social, atendo-se a mé-
dução dos novos meios para o processa- todos explicativos rigidamente biológi-
mento de dados, havendo maior interesse cos. Dentro desta ótica positivista, a de-
por modelos matemáticos. Esta revolu- terminação da doença é sempre bioló-
ção quantitativa se verifica de maneira gica, cabendo à sociedade apenas papel
mais intensa nos estudos sobre a epide- de modulador do processo de distribuição
miologia das doenças não-infecciosas. A e da intensidade. A trajetória intelectual
constatação de que, nos países industria- vivida pela epidemiologia é semelhante à
lizados as doenças degenerativas substi- vivida pela geografia, ainda que longe de
tuiam as transmissíveis como o principal apresentar a mesma riqueza. A aparente
problema de saúde pública, impôs um dicotomia entre o social e o natural tem
problema teórico à epidemiologia. Acos-
sido o objeto de preocupação dos geó-
tumada que estava ao simplismo da mo-
grafos há vários anos 4,16 . Dentro da in-
nocausalidade das doenças infecciosas,
terpretação positivista que dominava a
cabia agora desenvolver um modelo pa-
geografia até meados deste século, a de-
ra as doenças degenerativas dentro da
terminação dos fenômenos caía ao lado
metodologia explicativa vigente.
do natural, tal como se verifica na Epi-
A solução foi a teoria da multicausa- demiologia. Mais recentemente, têm sido
lidade, na verdade uma expansão da mo- aplicados em geografia, métodos inter-
nocausalidade. As investigações necessi- pretativos materialista-históricos16. O
tavam agora de um aperfeiçoamento me- mesmo tem ocorrido na epidemiologia,
todológico. No entanto, mais uma vez o apenas que há muito menos tempo e sem
aperfeiçoamento foi na coleta e análise ainda a maturidade alcançada na geogra-
de dados, buscando metodologias que fia. O determinante da introdução de no-
substituíssem a facilidade da constatação vos processos explicativos deveu-se, sem
laboratorial. O resultado é conhecido de dúvida, ao insucesso do controle de di-
todos. Mas não houve uma alteração nos versas doenças. Estas, apesar de conta-
fundamentos filosóficos da epidemiologia, rem com procedimentos de controle bio-
o processo explicativo ainda era exata- lógicamente corretos, não alcançavam o
mente o mesmo empregado por John sucesso desejado, fazendo surgir a neces-
Snow, a diferença é que agora fora trans- sidade de explicações alternativas do pro-
formado em um quase-dogma(*). cesso saúde-doença, que permitisse com-
Vimos, no breve relato da evolução da preender as razões do insucesso. Talvez
epidemiologia, que é surpreendente a au- devido à pobreza filosófica da epidemio-
sência de uma maior preocupação sobre logia por vários anos, estas interpretações
(*) A aceitação da multicausalidade não pode ser considerada como um avanço teórico, mas sim
como uma acomodação à teoria da unicausalidade, vigente na epidemiologia das doenças
transmissíveis. Na análise da multicausalidade e da "rede de causalidade", tal como é feita
por MacMahon e Pugh, há o reconhecimento de que não se chegará à determinação última
das doenças 7, uma atitude, aliás, bastante anti-científica. Somos de opinião, já expressa em
nota anterior, que este reconhecimento é determinado pela incapacidade de uma abordagem
"exclusivamente" empírica para explicar os determinantes não-biológicos das doenças.
alternativas não têm sido vistas dentro epidemiologia e o plano em que sua apli-
de uma ótica adequada. Muitas vezes cação é mais proveitosa.
são rotuladas de "epidemiologia social",
como se houvesse um privilegiamento do Deve-se deixar bem clara também a
social. Isto se dá apenas na aparência. O distinção entre avanços no processo de
que ocorre é uma nova interpretação do coleta e compilação de dados e avanços
social e de sua participação no proces- no processo de interpretação destes. Até
so saúde-doença. A diferença não é quan- recentemente, a primeira instância tem
titativa, mas sim qualitativa. O social sido interpretada como um aperfeiçoa-
sempre foi considerado nas interpretações mento teórico, e pouca ou nenhuma aten-
de cunho positivista, apenas que de ma- ção tem sido dada à segunda. Já é tempo
neira diferente. de se por de lado a atitude de "neutrali-
dade científica" e explicitar-se claramen-
O que deve ficar claro, é que a Epide- te a fundamentação filosófica dos estudos
miologia é uma só — o estudo dos de- epidemiológicos, mormente aqueles que
terminantes da ocorrência e distribuição se propõem a análises mais amplas do
das doenças — os processos explicativos processo saúde-doença. A epidemiologia
empregados é que variam, e devem variar, é ainda uma ciência imatura, do ponto
uma vez que não se pode admitir uma de vista filosófico, o que torna desejável
ciência com um referencial teórico único uma intensificação do debate metodoló-
e absoluto. Necessita-se também uma gico analisando as diferentes abordagens
análise ampla dos diferentes métodos ex- interpretativas e as soluções que estas
plicativos passíveis de serem utilizados em podem apresentar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
l . DURKHEIM, E. Les regles de la méthode da explicação sociológica. 2.a ed. São
sociologique. Paris, Les Presses Univer- Paulo, Companhia Editora Nacional,
sitaires de France, 1895. Apud FER- 1972. p. 71 (rodapé).
NANDES, F. Fundamentos empíricos
2. ENGELS, F. Os resultados. In: Engels, F. 11. PESSOA, S.B. Ensaios médico-sociais. São
A situação da classe trabalhadora em Paulo, CEBES/HUCITEC, 1978.
Inglaterra. Porto, Edições Afrontamento,
1975. p. 135-77. 12. RINGEN, K. Edwin Chadwick, the mar-
ket ideology and sanitary reform: on
3. FERGUSON, T. Public health in Britain the nature of the nineteenth century pu-
in the climate of the nineteenth centu- blic health movement. Int. J. Hlth Serv.,
ry, Pop. Stud., 17:213-24, 1963. 9:107-20, 1970.
4. HARTSHORNE, R. Propósitos a natureza 13. ROSEN, G. Economic and social policy in
da geografia. São Paulo, EDUSP/HU- the development of public health: an
CITEC, 1978. assay in interpretation. J. Hist. Med.,
8:406-30, 1953,
5. LANGER, W.L. Liberalism: theory and
practice. 2. The Victorian compromise. 14. ROSEN, G. Industrialism and the sani-
In: Langer, W.L. Political and social tary movement (1830-1875), In: Rosen,
Upheaval: 1832-1852. New York, Har- G. A history of public health. New
per & Row Pub., 1969. p. 56-71. York, MD Publications, 1958. p. 192-
293.
6. MACKENZIE, N. Uma nova visão da
sociedade. In: Mackenzie, N. Breve his- 15. ROSS, R. Some a priori pathometric equa-
tória do socialismo. Rio de Janeiro, tions. Brit. med. J., 1:546-7, 1915.
Zahar Editores, 1967. p. 9-16.
16. SANTOS, M. Por uma geografia nova. São
7. MACMAHON, B. & PUGH, T.F. Princí- Paulo, EDUSP/HUCITEC, 1978.
pios y métodos de la epidemiología. Mé-
xico, La Prensa Médica Mexicana, 1975. 17. SARTWELL, P.E. Memoir on the Reed-
Frost epidemic theory. Amer. J.
8. MACPHERSON, C.B. A democracia libe- Epidem., 103:138-40, 1976.
ral: origens e evolução. Rio de Janeiro,
Zahar Editores, 1978. cap. II, III. 18. SNOW, J. Sobre a maneira de transmissão
do cólera. Rio de Janeiro, USAID, 1967.
9. MAY, J.M. History, definitions and pro-
blems of medical geography: a general 19. TESH, S. Political ideology and public
review. Soc. Sci. Med., 12:211-9, 1978. health in the nineteenth century. Int. J.
[Apresentado originalmente como: "Re- Hlth Serv., 12:321-42, 1982.
port to the Commission on Medical Geo- 20. WAITZKIN, H. The social origins of ill-
graphy of the International Geographi- ness: a neglected history. Int. J. Hlth
cal Union, 1952"]. Serv., 11:77-103, 1981.
10. PAVLOVSKY, E.N. Natural nidality of
transmissible diseases. Moscow, Peace Recebido para publicação em 31/01/1985
Publishers, s,d. Aprovado para publicação em 21/05/1985