You are on page 1of 11

AULA 03 - GERENCIAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO

Autora: Katia Trindade de Brito Souza

“Leva tempo para alguém ser bem sucedido porque o êxito não é mais do
que a recompensa natural pelo tempo gasto em fazer algo direito.”

(Joseph Ross)

Olá!

Pronto (a) para a nossa terceira aula? Pois bem, nesta continuaremos nossa reflexão sobre o

mundo do trabalho. Agora sob o olhar de quem vai gerenciar os profissionais que fazem parte da

organização: você!

Será o momento e a oportunidade de compreendermos a importância da força de trabalho, ou

seja, dos trabalhadores, em todos os níveis de atuação. Veremos como é necessária a

qualificação para garantir o bom desempenho e consequentemente a qualidade e a

produtividade. E o quanto a organização lucra ao valorizar os seus colaboradores, ao cuidar

para que estes estejam sempre bem.

Vamos, então, aprofundar os nossos conhecimentos sobre esse tema que tanto nos mobiliza,

porque trata dos nossos interesses, tanto como trabalhadores, quanto como gestores. Vamos

lá?

O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO


Imaginemos uma organização. Uma fábrica funcionando a todo vapor.
Fonte: Clipart do Word

Afinal, qual é a força que mantém esta fábrica em movimento? O maquinário e

equipamentos? A matéria-prima?

Evidente que você sabe a resposta. Estamos falando do maior bem que uma organização

possui: as pessoas!
Fonte: Clipart do Word

Esses sim são a força que desenvolve e dá vida ao trabalho.

Assim, podemos dizer que estamos falando agora dos trabalhadores. Os colaboradores de

uma empresa, aos quais muitas preferem chamar de PARCEIROS.

É algo assim, como o relato dessa história popular:

Conta-se que certo dia, um cientista muito preocupado com os problemas


do mundo passava horas em seu laboratório, tentando encontrar meios
resolvê-los, buscando soluções, experimentando saídas, inventando
coisas.

Certo dia, seu filho de sete anos foi ao seu laboratório para ajudá-lo. O
cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer o filho brincar em outro
lugar. Vendo que seria impossível removê-lo, procurou algo que pudesse
distrair a criança. De repente, viu o mapa do mundo. Pensou: encontrei a
saída. Recortou o mapa em vários pedaços e deu ao filho, junto com um
rolo de fita adesiva e disse-lhe:
- Você gosta de quebra-cabeça? Então eu vou lhe dar o mundo para você
consertar. Veja se você consegue.

Ele imaginou que o seu filho fosse levar horas e horas tentando montar o
quebra-cabeça, e então ele poderia se concentrar no seu trabalho. Mas
para seu espanto em pouco tempo o menino o chamou dizendo que havia
concluído. Ele não acreditou e pensou que fosse encontrar uma montagem
mal feita, típica de uma criança da sua idade.

Qual foi o espanto quando ele viu o mapa todo montado certinho. Sem
entender, perguntou ao filho como ele havia feito, já que ele não sabia
direito como era o mundo. Então o menino respondeu:

- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da
revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem.
Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não
consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a
consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o
homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo!

Conto Popular - Autor desconhecido

Fonte: http://www.betafm.com.br/comoconsertaromundo.htm

Assim como o mundo, as nossas organizações. Quanto mais se investe nas pessoas, mais as

empresas lucram com o resultado. Em geral, quem conserta ou desacerta uma empresa são as

pessoas que nela trabalham.

E quando falamos em investir não estamos falando apenas no sentido de oferecer

oportunidades de melhorias, embora isso seja fundamental, mas falamos também em contar

com cada um nas tomadas de decisões e nas ações que irão movimentar a organização. Ou

seja, envolver e contar com a participação dos profissionais no desenvolvimento da própria

empresa.

Na verdade, quando falamos em Gestão COM pessoas, conforme já vimos anteriormente,

estamos nos referindo a uma parceria. A organização abre espaço para que o seu trabalhador-

parceiro, participe do processo, não apenas como mero executor, mas como alguém que

contribui para o desenvolvimento da empresa.

É verdade que muitas vezes esse discurso não passa de uma tentativa de se adequar a uma

demanda do mercado. As empresas precisam se atualizar neste sentido e perceber as pessoas

que nela trabalham valorizando-as. Mas nem sempre isso é uma verdade. Fala-se em políticas
de humanização e valorização do ser, mas, na hora H, a prática difere muitas vezes até mesmo

da missão da companhia.

Outras vezes ainda, a “valorização” não passa de uma estratégia para envolver o profissional

e extrair muito mais dele. É o caso das empresas que oferecem certos benefícios que na

verdade favorecem muito mais a própria empresa. Um caso típico é a disponibilidade de

celulares. O empregado tem a oportunidade de usar um percentual em seu próprio benefício, e

em contrapartida, torna-se 24 horas disponível para a empresa. Quando há uma medida no uso

desse recurso, é algo também vantajoso para o empregado. Mas isso não ocorre quando este

não tem o seu descanso.

Essa crítica serve para que também o gestor tenha em mente o que de fato está encarando

como valorização da sua equipe, e o que é parte da necessidade da organização. Não confundir

é importante, porque as pessoas estão atentas, e pensar que as coisas não serão percebidas é

subestimá-las e por em risco toda uma estratégia que de fato existe de valorização.

Por isso é importante ficar atento a determinadas questões antes de adotar certas ações.

Desse modo, cabe ao gestor tomar ciência das políticas, da filosofia e da missão da empresa,

e buscar coerência em suas ações.

Quando a empresa coloca em foco o ser humano, seja ele o cliente interno ou externo, ele, o

gestor deve atentar para isso, para que haja coerência entre suas ações e o pensamento

organizacional.

Sendo assim, é importante para a organização ter em seu quadro de pessoas profissionais

antenados a essa necessidade. Pessoas que correspondam ao perfil esperado, de acordo com a

filosofia, com as políticas e a missão da companhia.

E como fazer isso? Como saber quem serão os profissionais que se adequarão ao perfil

traçado pela empresa?

A IDENTIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS


Fonte: clipart do Word

Uma das tarefas mais importantes de uma empresa e que faz parte da responsabilidade da

gestão de pessoas, é identificar a pessoa certa para o lugar certo.

Tarefa muitas vezes difícil e complexa, afinal, como ter a certeza de que será este ou aquele

profissional que se encaixará às necessidades da empresa? Como ter certeza de que ele não

causará problema ou ainda que vá se desenvolver junto com a organização?

Na verdade, já discutimos isso na disciplina Gestão com Pessoas I. Certeza não há. O que há

é uma busca, pautada no uso de diversas ferramentas que nos darão uma possibilidade de

selecionar profissionais com uma mínima margem de erro. É uma probabilidade.

Alguns cuidados devem ser adotados para fazer a escolha desse profissional. Antes de tudo,

é preciso conhecer a Filosofia da empresa. Podemos dizer que a Filosofia de uma empresa é

composta pela sua Visão, pela sua Missão e por seus Valores.

A Visão de uma empresa é o seu objetivo, o que lhe faz movimentar, buscar e desenvolver

soluções para o seu negócio. A Missão é o modo como a empresa se prepara e reage frente ao

desafio de encantar os clientes com seus produtos e/ou serviços. E os Valores são

representados pelos seus fundamentos éticos, os quais refletem suas crenças, sua cultura.

Por que conhecer a Filosofia? Porque somente assim poderemos identificar pessoas que

melhor se ajustem ao que a organização espera e deseja alcançar.


Então, ao selecionar pessoas para trabalhar em uma organização, além das habilidades

técnicas requeridas pelo trabalho, é importante investigar as suas habilidades pessoais, suas

características de comportamento, inclusive seus valores.

Essa atitude já é “meio caminho andado” para a próxima ação da empresa: a de valorizar e

qualificar o seu pessoal.

QUALIFICAÇÃO E DESEMPENHO: EM BUSCA DA QUALIDADE E DA PRODUTIVIDADE

Fonte: clipart do Word

Uma das formas de perceber o grau de interesse da empresa pela sua equipe de

profissionais, é o seu investimento na valorização e na qualificação do desempenho das

pessoas.

Essa atitude, por parte da empresa, pode favorecer o bom desempenho dos empregados, ao

tempo em que garante a qualidade na sua prestação de serviços. E uma vez tendo realizado

uma seleção mais adequada às necessidades da empresa, o trabalho seguinte torna-se mais

ameno.

Como já dissemos, há algum tempo, as empresas têm criado um novo perfil de trabalhador:

aquele que sabe viver bem e também é capaz de acompanhar os constantes avanços

tecnológicos, além de estar sempre pronto para o desafio de enfrentar situações complexas,

novas e inesperadas. Para isso, ela também investe na formação e atualização de seus

colaboradores. Para que ele corresponda a essas necessidades.


Investir na formação e no desenvolvimento das pessoas é uma forma de valorizar os

profissionais da empresa. Existem empresas, por exemplo, que além de incentivarem seus

profissionais a estudarem, colaboram com bolsas (parciais ou totais) em cursos, inclusive de

graduação e pós-graduação.

Essa é uma prática que favorece a empresa também, mas que, indubitavelmente, vai

impactar bastante na vida do próprio colaborador porque conhecimento é pessoal e se leva

todos os lugares e para a vida toda.

Algumas empresas, inclusive, adotam o sistema de formação direcionada para os seus

próprios objetivos. Ao tempo em que forma, atualiza e desenvolve, prepara para o alcance dos

seus resultados, contribuindo para os processos de mudanças e inovações, para o aumento da

eficácia e ao mesmo tempo promovendo a sinergia das equipes.

Fonte: Clipart do Word

Por outro lado, sabemos que valorizar as pessoas de uma organização está muito além disso.

Perpassa pelo cuidado, respeito, tanto pelo profissional, como pela pessoa. Não há como

separar isso. É o ser humano, a pessoa, que mais adiante se torna um profissional, será melhor

ou não, dependendo também do que ele é como pessoa.

Então, conclui-se que o ser humano está à frente do profissional.


Fonte: Clipart do Word

Quando a pessoa não está bem, consequentemente o profissional padece. Desse modo,

valorizar o profissional é valorizar a pessoa humana.

Um bom modo de facilitar esse processo é avaliar o clima da organização. Assim, o ideal é

realizar uma pesquisa de Clima Organizacional, que é uma ferramenta usada para medir e

avaliar o grau de satisfação dos colaboradores da empresa. Com o auxílio de especialistas na

área de comportamento e relacionamento social, a direção da empresa desenvolve o processo,

podendo estabelecer um padrão ideal de satisfação de seus colaboradores.

Podem ser considerados aspectos como: motivação, relacionamentos interpessoais,

aspirações pessoais, expectativas funcionais, horário de trabalho, volume de serviços, qualidade

de vida, adequação da remuneração, interesses, e outros dados que podem ser coletados, de

acordo com o objetivo traçado pela organização.

Então, pesquisas internas são realizadas, nas quais os colaboradores, independentemente do

cargo, da função e do nível hierárquico, por meio de questionários com respostas predefinidas,

respondem e indicam o seu grau de satisfação.

Essa ferramenta quando bem utilizada, oportuniza a empresa desenvolver ações para

minimizar alguns problemas de relacionamento, de motivação, de bem-estar, favorecendo o

clima dentro da organização, e conseqüentemente, ampliando a possibilidade de um bom

desempenho, com qualidade, resultando na produtividade.


Entretanto, essa ferramenta só é válida quando é usada de modo adequado, ou seja,

imparcial e isenta de tendências pessoais. E quando é aplicada periodicamente, favorece a

tomada de decisões, para melhorar o clima da organização.

O mais importante nesse processo é a empresa ficar ciente do que se passa com seus

parceiros. Qual o grau de satisfação de cada um no trabalho? Quais as possíveis ações que

possam favorecer o desempenho e a produtividade? Quais as expectativas das pessoas e como

atendê-las?

Valorizando a sua força de trabalho e ampliando os canais de comunicação, inclusive para

saber o que fazer como melhorar, a empresa poderá estimular o interesse em seus

colaboradores, resultando na qualidade e na produtividade nos produtos e serviços.

SÍNTESE
Nessa aula estudamos a importância do gerenciamento da força do trabalho. Vimos que

existem diversas medidas que as empresas podem adotar nesse sentido, no intuito de

reconhecer os seus valores humanos e, ao mesmo tempo, renovar com estes o compromisso de

colaboração e parceria. Vimos que a empresa pode e deve investir na qualificação dos seus

colaboradores, inclusive para favorecer o seu desempenho na busca pela qualidade e pela

produtividade.

Na aula seguinte buscaremos compreender como se dão as relações internas

organizacionais, especialmente quando surgem os conflitos. Veremos que a mediação muitas

vezes é necessária, e que muitas vezes é esse papel cabe aos sindicatos.

Então, até lá!.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


E você, como se sente em relação à empresa em que trabalha? E mesmo que não esteja

trabalhando no momento, o que o faria se envolver e dedicar maior tempo a uma organização?

Como você pretende, como gestor, atuar em relação a esses aspectos? Quais seus planos

nesse sentido?

LEITURAS INDICADAS
SORIO, Washington. Clima Organizacional. Disponível em http://www.guiarh.com.br/x28.htm,

Acesso em 30 out. 2008.

SITES INDICADOS
http://www.gestaoerh.com.br/site/visitante/artigos/comp_096.php

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L. C. G. Gestão de Pessoas: estratégias e Integração Organizacional. São Paulo:


Atlas, 2006.

You might also like