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ILUSTRE RITO DA CAVALARIA, À MODA BRASILEIRA E COM BATATAS

No Brasil encontramos uma feliz diferença para com a Ordem DeMolay do restante
do mundo, trata-se do já conhecido IRCB, Ilustre Rito da Cavalaria Brasileira. Isto é na
verdade a Ordem da Cavalaria estruturada de forma mais ampla tanto em graus, quando
em temáticas abordadas e o devido sistema de estudo.
Conseguimos uma ampla linhagem de “graus” na Ordem DeMolay, rituais
belíssimos, filosofia singular e especial proximidade com os ritos maçônicos. Nossa
Ordem da Cavalaria assumiu corpo a semelhança do Rito de York, enquanto os graus
internamente são legitimamente filhos do Rito Escocês. É necessário fazer uma grande
ressalva quanto a denominação popular de “novos graus” que foi dada as Ordens de
cavalaria introduzidas em nossa estrutura. Estes “graus” que na Ordem da Cavalaria
denominamos “Ordens” a exemplo das antigas ordens de cavalaria da idade média, não
são novos, na verdade foram escritos na mesma época em que a Ordem da Cavalaria foi
instituída.
Na década de 1950 vários rituais foram escritos por demolays estadunidenses,
alguns foram divulgados e usados nos corpos. Alguns deles projetados para a Ordem da
Cavalaria, eles surgiram especialmente no estado de Ohio. Quando nosso irmão, tio e
amigo Alexander Paschoal King Jr; conhecido carinhosamente como “Pat” assumiu o
posto de MCE e conduziu um longo trabalho de fortalecimento da instituição. No total
existem em torno de 26 graus escritos para a Ordem DeMolay, sendo vários deles
praticados com relativo apreço e sucesso em alguns estados. Nos EUA estes “graus” são
organizados e usados conforme a vontade individual de cada convento, não havendo uma
organização nacional. Vale lembrar que a Ordem da Cavalaria no geral praticamente
morreu no solo daquela nação e é pouquíssimo utilizada no resto mundo, exceto por aqui.
Nós organizamos o IRCB na seguinte forma: Ordem de Cavaleiro, conforme
preconizado pelo próprio fundador FSL; Ordem de Cavaleiro da Capela; Ordem de
Cavaleiro da Cruz de Salém, Ordem de Cavaleiro Ex-Templário, Ordem do Tableau,
Ordem de Cavaleiro da Tríade, Ordem de Cavaleiro do Ébano, Ordem de Cavaleiro de
Anon, Ordem de Cavaleiro da Cadência, Ordem de Comendador da Cavalaria, Ordem da
Grã-Cruz da Cavalaria e Ordem de Cavaleiro do Manto Prateado. A Ordem de Cavaleiro é
a porta de entrada para a Ordem da Cavalaria e sofreu poucas alterações sendo
praticado livremente pelos conventos. Até a Ordem do Cavaleiro da Tríade é o que foi
chamado de série histórica e de fato lida muito neste sentido. Em seguida temos a série
filosófica que engloba as demais ordens até a Ordem de Cavaleiro da Cadência. As três
últimas formam a série honorífica, não sendo concedida fora das indicações.
Assim obtivemos uma Ordem da Cavalaria à moda brasileira, unificada
nacionalmente o que nos colocou mais uma vez a frente do mundo demolay. Mas não
somente fizemos isso. Quando o IRCB foi implantado houveram alterações que
infelizmente deturparam muitas de suas características originais. À Ordem de Ex-
Templário foram adicionados sinal e palavra de reconhecimento, que originalmente
inexistem; esta é uma ordem alegórica limitada. A Ordem do Tableau foi tristemente
reduzido a um mini monólogo de apenas 5 minutos, quando na verdade é uma bela re-
experimentação da lição central de toda a Ordem DeMolay, teve sua essência perdida e
lançada a função de simples acessório.
A Ordem de Cavaleiro da Tríade, conhecida originalmente como “Tableau do Texas”
teve sua tradução muito bem aventurada, podemos dizer pela felicidade da amplitude
fonética e gramatical de nossa língua portuguesa. Nossa Ordem do Ébano foi suspensa
sem necessidade e sua nova versão não correspondeu as expectativas e muito menos
aos anúncios que tentaram justificar a sua privação para com os cavaleiros do Brasil. A
Ordem de Cavaleiro de Anon praticado atualmente é uma verdadeira vergonha ao estudo
e aplicação do ritual, esta sendo transmitido com emblema inexistente e brasão montado
de forma errada; foi separado da Ordem de Cavaleiro do Ébano e criou-se ai um vácuo
nada benéfico ao processo de desenvolvimento do pensamento crítico que desejamos
propiciar aos nossos membros. A Ordem de Cavaleiro da Cadência a pouco surgiu e já foi
transformada em objeto de política e teve sua conceituação mística pouco a pouco
esquecida; aquela que deveria ser a coroação da caminhada esta sendo desprovida de
seus detalhes íntimos que lhe conferem tamanha especialidade.
E para deixar a todos mui felizes, podemos esperar um pouquinho pois até hoje
não temos estes rituais plenamente disponíveis, mesmo depois de anos de trabalho, e
ainda teremos de ver a todos eles serem lançados em breve mais uma vez alterados de
forma arbitrária. Só me resta chamar o garçom e dizer: “Moço, tem batatas no meu feijão”!

Matheus R. B. C. De Noronha
Sênior DeMolay – CID 40942
– Publicado em:http://demolaypelatangente.blogspot.com/

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