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Racismo o que é?

Crença segundo a qual as capacidades humanas são determinadas


pela raça ou origem étnica, muitas vezes expressa na forma de uma
afirmação de superioridade de uma raça ou grupo sobre os outros.

Pode manifestar-se como descriminação, violência ou abuso verbal.

O racismo surge na cultura ocidental, ligada a certas concepções


sobre a natureza humana que fundamentaram a sua descriminação,
tendo em vista a sua exploração.

Nascimento do racismo!
As primeiras concepções racistas modernas surgem em Espanha, em
meados do século XV, em torno da questão dos Judeus e dos
Muçulmanos.

Até então os teólogos católicos limitavam-se aqui a exigir a conversão


ao cristianismo dos crentes destas regiões para que pudessem ser
tolerados.

Contudo, rapidamente colocam a questão da "limpieza de sangre"


(limpeza de sangue).

Não basta converte-los, "limpando-lhes a alma", era necessário


limpar-lhes também o sangue. Só que acabam por chegar à conclusão
que este uma vez infectado por uma destas religiões, permaneceria
impuro para sempre. A religião determina a raça e vice-versa. No
século XVI esta concepção é estendida aos Índios e Negros. Nenhuma
conversão ou cruzamento destas raças, afirma o espanhol Frei
Prudêncio de Sandoval, é capaz de limpar a sua natureza inferior e
impura. A única cura possível, nestes casos, é o extermínio. Entre
Sandoval e Adolfo Hitler existe uma linha de continuidade de ideias e
práticas racistas (J.H.Jerushalmi).

Ainda no século XVI, como refere Hannah Arendet surgirá na França


uma outra concepção racista que será retomada por outros ideologos
racistas mais recentes. François Hotman sustenta então que existia
na França duas raças diferentes: a dos Nobres e a do Povo. A primeira
de origem Germânica, era a raça dos fortes e conquistadores. A
segunda a dos vencidos e antigos escravos. Trata-se de uma
argumentação que procura sustentar em termos rácicos o poder e a
supremacia da Nobreza em toda a Europa.

A questão da violência em que assentava a escravatura, será um dos


principais argumentos utilizados entre os séculos XVI e XVIII para a
condenar.

Racismo e direitos Humanos!


Declaração dos Direitos do Homem, elaborada no século XVIII,
consagra a ideia da igualdade de todos os seres Humano,
independentemente da sua raça, religião, nacionalidade, idade ou
sexo. Diversos países desde então integraram estes princípios nas
suas constituições, mas a verdade é que não retardaram em adoptar
medidas restritivas à sua aplicação. A França, que simbolizou esta
mesma Declaração, não tardou logo em 1804, em decretar a
reintrodução da escravatura nas colónias e ao longo de todo o século
XIX em proteger o tráfico clandestino dos negreiros.

Embora teoricamente todos os Homens fossem considerados iguais,


desta igualdade foram excluídos os negros, os índios e todas as
"raças" consideradas "selvagens", "incivilizadas", "primitivas", etc.

A razão que apresentavam era a seguinte: Estes possuíam hábitos de


vida e uma cultura que os impossibilitava assumirem plenamente a
condição de Homens (cidadãos). Daí que nas respectivas colónias a
população fosse hierarquizada em função da sua aproximação ao
ideal de Homem (cidadão) acima definido. O melhor exemplo desta
situação é dado pelo E.U.A: apenas nos anos 60 do século XX,
acabaram em todos os seus Estados as excepções legais à igualdade
de direitos entre negros e brancos, o que não impediu que as
desigualdades de tratamento tivessem continuado.

"A discriminação entre seres Humanos com base em raça, cor ou


origem étnica é uma ofensa à dignidade humana e será condenada
como uma negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, com
uma violação dos Direitos Humanos e liberdades fundamentais
proclamadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, como
um obstáculo para relações amigáveis e pacíficas entre as Nações, e
como um fato capaz de perturbar a paz e a segurança entre os
povos." Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação racial, ONU, 1963.

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