You are on page 1of 34

Propagação Vegetativa

Reprodução assexuada ou somática: baseada exclusivamente na mitose.


Propagação vegetativa ou assexuada

Multiplicação de uma planta sem a participação


dos órgãos sexuais, a constituição genética é
mantida inalterada nas plantas resultantes.
Entretanto, se a forma de propagação for sexual
ocorrerá recombinação gênica, acarretando
variação genotípica entre as plantas
descendentes.
Como é possível propagar
assexuadamente?
Totipotencialidade

Princípio biológico (Haberlandt, 1902)


enunciou que cada célula vegetal possuía o
potencial genético para reproduzir um
organismo inteiro.
• Para que a reprodução aconteça é necessário que as
células do propágulo se diferenciem, regenerando cada
um dos tecidos da planta adulta (organogênese),
geralmente iniciando pelas raízes. Esta característica é
inerente aos embriões das sementes.

• Contudo, células adultas, já diferenciadas, às vezes não


conseguem mais regenerar células de outros tecidos.
Neste caso é necessário rejuvenescer a planta, órgão,
ou tecido a ser utilizado na propagação (poda e a cultura
de tecidos in vitro).
A reprodução assexuada possui diversas
vantagens

- Manter a qualidade genética superior da


“planta-mãe” propagada;
- Alta produtividade, rápido crescimento,
uniformidade;
- Independe da produção de sementes;
- Mais resistentes às pragas e doenças e aos
extremos ambientais (secas, geadas, ventos,
etc).
Macropropagação
1.1 Borbulhia
1. Enxertia 1.2 Encostia
1.3 Garfagem

2. Mergulhia
3.1 Macroestaca
(ramo, broto, folha ou raiz)
• macrojardim clonal
3. Estaquia
3.2 Miniestaca
• minijardim clonal

Micropropagação
Utiliza segmentos, chamados de explantes, de plantas no início de seu
desenvolvimento ou de tecidos meristemáticos de plantas adultas.
1. Enxertia
Unir um fragmento ou orgão de uma
planta (cavaleiro) à uma segunda planta
com sistema radicular completo (cavalo)
sobre o qual a primeira é implantada,
tornando-as um único indivíduo.
Vantagens da Enxertia
• Assegura as características da planta que se
quer multiplicar;
• Maior resistência às enfermidades e pragas;
• Propicia floração e frutificação mais precoses;
• Assegura a criação de novas variedades;
• Influi na qualidade dos frutos;
• Torna possível a fixação de híbridos;
• Pode reunir em um só indivíduo, ambos os
sexos das plantas dióicas;
• Transformar plantas estéreis em produtivas,
inoculando ramos ou gemas frutíferas.
Desvantagens da Enxertia
• Possibilidade de transmissão de viroses;
• Pequena longevidade da planta;
• Alto risco de rejeição em algumas
espécies;
• Poucos estudos sobre as características
de espécies florestais.
Enxertia na área florestal

• Formação de pomares de produção


de sementes melhoradas;
• Pesquisa;
• Melhoramento genético.
FATORES QUE INFLUENCIAM O PEGAMENTO
DE ENXERTOS

Compatibilidade entre as plantas – Somente plantas com


certo grau de congenialidade são suscetíveis à enxertia.

Contato e Afinidade – Há necessidade das zonas cambiais


do cavalo e cavaleiro ficarem em contato íntimo para
facilitar a translocação da seiva, até que se consolide a
união;

Época – A época ideal depende da espécie e do tipo de


enxerto que vai ser efetuado;

Processo de enxertia (encostia, borbulhia ou garfagem) –


Deve ser compatível com as plantas envolvidas;
Sanidade – O cavalo e o cavaleiro devem ser sadios;

Condições climáticas – Os extremos ambientais


prejudicam a enxertia; a temperatura ideal é torno de 20-
25ºC;

Estado fisiológico adequado – Tecidos jovens e de idêntico


grau de maturação são mais fáceis de enxertar;

Idade e tamanho dos porta-enxertos – Quanto maior o


porta-enxerto, mais brotações emite e estas causam
dormência no enxerto, por isso o porte do cavalo e
cavaleiro devem ser semelhantes;

Solo – O pegamento é maior em solos férteis e frescos.


Tipos de Enxertia
1.1 Borbulhia
• Uma gema é destacada do ramo com
certa porção de casca;
• É praticada em plantas jovens em que as
gemas podem ser enxertadas em ramos
que tenham 0,5 a 2,5cm de diâmetro.
• Borbulhia em T normal e invertido,
borbulhia em janela, bolbulhia em escudo
e bobulhia anelar.
1.2 Encostia
VC
eP
film
ou
q ue
sti
Ma
1.3 Garfagem
• Caracteriza-se por empregar um
segmento do caule ou galho formando um
garfo entre o enxerto.
• Pode ser por fenda, fenda dupla, fenda
incrustada, fenda lateral, meia-fenda,
fenda a cavalo, inglês simples e inglês
complicado.
2. Mergulhia
• Mergulha um ramo (flexível e do ano) de uma planta no
solo até enraizar, quando então é separado da planta
mãe, transformando-se em uma muda.

• É o método de propagação vegetativa que apresenta a


mais alta porcentagem de enraizamento, embora seja
de baixo rendimento.

• A mergulhia tanto pode ser realizada curvando-se o


ramo até o solo, como pelo envolvimento de um ramo
com solo, sendo neste caso denominada de alporquia
ou mergulhia aérea.
Tipos de mergulhia
• Mergulhia simples
• Mergulhia invertida
Mergulhia simples

• Mergulhia contínua
Na mergulhia contínua, um longo ramo é enterrado, sendo deixada
somente a ponta para fora. Depois, o ramo enraizado pode ser cortado em
várias mudas como se fossem estacas pré-enraizadas.
Antes da mergulhia
• Desfolha e anelamento, incisões ou torções na parte
que ficará enterrada. Após ser enterrado, o ramo é
mantido preso ao solo por um tutor ou forquilha.

Depois da mergulhia
• Os ramos-mergulhos enraízam e devem ser separados
da planta matriz (desmame). O desmame gradual tem
por finalidade a redução lenta da alimentação da nova
planta, de modo a forçá-la a nutrir-se de sua próprias
raízes.
Mergulhia aérea (Alporquia)
• Pouco usado na silvicultura,
apenas em casos de espécies
que não produzem sementes ou
não se propagam
vegetativamente por outra
técnica.

• Seleciona-se ramos de um ano


com 1 a 3 cm de diâmetro,
eliminando-se as brotações
laterais em cerca de 15-30 cm
antes da gema terminal. Faz um
anelamento da casca com 3 a 5
cm de largura a cerca de 25 cm
da ponta, cobrindo a área
anelada com solo ou outro meio
de cultura, cobrindo com saco
plástico.
3. Estaquia
• Tenras e pequenas (herbáceas), até as lenhosas de
grandes dimensões (lenhosas).

• Estacas herbáceas são obtidas de ramos apicais


recentes, ou de lançamentos de cepas. Devem ser
colhidas pela manhã, enquanto estão túrgidas e com
níveis elevados de substâncias que induzem o
enraizamento como o ácido abscísico e o etileno.

• Estacas lenhosas são obtidas de ramos mais grossos,


com idade entre 8 e 15 meses.
Estacas mais comuns
Fatores que afetam o
enraizamento
Fatores Internos :

Fatores ambientais:
 Espécie
 Planta-mãe  Umidade
 Explante  Temperatura
 Estado fisiológico  Luminosidade
 Hormônios e  Meio de crescimento
fitoreguladores  Sanidade
 Água  pH
Estaquia: Jardim clonal
1) Seleção clonal;
2) Produção de brotos;
3) Preparação de estacas;
4) Preparação de recipientes e substrato;
5) Preparação do indutor de enraizamento e plantio;
6) Enraizamento em casa de vegetação;
7) Aclimatização e rustificação das mudas;
8) Expedição de mudas.
3.2 Miniestaquia

• É uma técnica recente que vem sendo utilizada


com sucesso na maximização do processo de
propagação clonal em Eucalyptus, a qual surgiu
a partir do aprimoramento da estaquia, visando
contornar as dificuldades de enraizamento de
alguns clones;

• A técnica da miniestaquia consiste na utilização


de brotações de plantas propagadas pelo
método de estaquia convencional como fontes
de propágulos vegetativos.
• Formação dos minijardins

• Plantio de mudas em minijardins: matrizes


selecionadas de diversas maneiras, mas
geralmente são provenientes de estacas
(herbáceas) coletadas de cepas de
árvores abatidas com cerca de 3 anos de
idade;
• Faz-se a poda do ápice da
brotação da estaca enraizada
(muda com aproximadamente 60
dias de idade), e em intervalos de
10 a 25 dias (variáveis em função
da época do ano, do clone/espécie,
das condições nutricionais, entre
outras) novas brotações são
emitidas. As brotações são
coletadas e postas para enraizar.

• Assim, a parte basal da brotação


da estaca podada constitui uma
minicepa, que fornecerá as
brotações (miniestacas) para a
formação das futuras mudas;

• O conjunto das minicepas forma


um jardim miniclonal.
Vantagens:
• Redução da área necessária para formação do
jardim miniclonal por localizar-se em bandejas
no próprio viveiro;

• Redução dos custos com transporte e coleta


das brotações, maior eficiência das atividades
de manejo no jardim miniclonal (irrigação,
nutrição, manutenções e controle de pragas e
doenças);

• Maior qualidade, velocidade e percentual de


enraizamento das miniestacas e enraizamento.
• Na Aracruz a minicepa mais produtiva alcança
uma média de 10 miniestacas por mês;

• A nutrição do jardim clonal é realizada através


de fertirrigação, considerando a característica
inerte do substrato;

• A freqüência varia com a época do ano sendo


no inverno realizadas duas fertirrigações ao dia
e duas a três irrigações na semana.
• O processo de colheita das miniestacas é realizado com
as mesmas minicepas por até 03 anos. As matrizes ou
minicepas são podadas para formarem uma estrutura de
taça, o que possibilita um maior número de pontos de
coleta das miniestacas.

• É utilizada uma pequena tesoura que realiza o corte da


miniestaca e também a redução da área foliar (evita a
perda excessiva de água).

• Na condução da minicepa realiza-se a remoção dos


galhos mais próximos ao substrato por serem mais finos
e tenros, uma vez que sofrem sombreamento dos
demais, tal conduta é justificada pela verificação de
morte dos mesmos por danos mecânicos no momento
do plantio.
• A aclimatização é baseada na
transferência das mudas dos locais onde
foram produzidas, neste caso em casa de
vegetação para condições naturais. Nesta
fase é oferecida uma menor quantidade
de água, maior quantidade de sol e
adubação nitrogenada.
• Na rustificação é aumentada a incidência
de sol, diminuída ainda mais a quantidade
de água, e a adubação é sem N,
aumentando as quantidades de Ca, K e
Mg.

You might also like