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FÁRMACOS QUE ATUAM NO

SISTEMA NERVOSO
CENTRAL

ANTIPSICÓTICOS

Prof Msc Cláudio Moreira de Lima


‘ANTIPSICÓTICOS

Neurolépticos Antiesquizofrênicos

Tranqüilizante Maior
PSICOSE

Distúrbio psiquiátrico grave, de


origem funcional, na qual o
paciente apresenta alterações
do comportamento,
incapacidade de pensar
coerentemente e compreender a
realidade.
Paciente com Psicose apresenta uma ou +
das seguintes manifestações:

1) Perda encadeamento lógico do pensamento


2) Incapacidade de Julgamento
3) Percepção incorreta da realidade
4) Alucinações
5) Ilusões
6) Excitação extrema
7) Comportamento violento
PSICOSE
Proporciona

Alterações a nível do
COMPORTAMENTO
PENSAMENTO e da
AFETIVIDADE
SURTOS AGUDOS CRISES PSICÓTICAS
Principal causa: Esquizofrenia

Psicoses não são os distúrbios mentais mais


freqüentes, mas tem importante impacto
social – indivíduos perdem a capacidade de
interação social produtiva, passando a
necessitar de cuidados especializados e
contínuos.

Prevalência: varia de 0,3 a 5 % da população,


dependendo da população estudada.
Obs: Acomete paciente com idade de 15 e 35 anos
ESQUIZOFRENIA:

• estereotipo do "louco”
• esquizofrênico menospreza a
razão
• 1% da população é acometido
pela doença, geralmente iniciada
antes dos 25 anos
Hipóteses biológicas para
esquizofrenia

Bases genéticas
Associado a
fatores
ambientais
Bases neuroquímicas
Le
va

Fatores: culturais; sociais; psicológicos; exposição pré-natal a vírus .....


Alguns sintomas, embora não sejam específicos da
Esquizofrenia, são de grande valor para o
diagnóstico.

Seriam:
1- audição dos próprios pensamentos (sob a forma
de vozes)
2- alucinações auditivas que comentam o
comportamento do paciente
3- alucinações somáticas
4- sensação de ter os próprios pensamentos
controlados
5- irradiação destes pensamentos
6- sensação de ter as ações controladas e
influenciadas por alguma coisa do exterior.
• Paranóide: idéias de perseguição

• Hebefrênica: infantilidade e
desorganização das idéias

• Catatônica: alteração da postura


e dos movimentos
DELÍRIO

• Uma interpretação falsa da realidade percebida

ALUCINAÇÕES

• Mais comuns na Esquizofrenia são do tipo


auditivas (Sonorização do Pensamento), em
primeiro lugar e, em seguida, visuais.

SINTOMAS DE PRIMEIRA ORDEM


(De acordo com Schneider)
•Sonorização do pensamento
•Subtração do pensamento
•Irradiação do pensamento (ou difusão)
Sensação de ações controladas
• Mas sabe-se que há um forte
componente genético, uma vez
que a probabilidade de uma criança
filha de pais saudáveis vir a ser
esquizofrênica é de apenas 1%,
mas pula para 35% se ambos pai
e mãe sofrerem da doença.
• Alguns genes candidatos já
foram identificados, e ao menos
dois deles estão relacionados à
regulação de uma substância
química usada como transmissor
de sinais no cérebro:
DOPAMINA.
• Muitas das pessoas afetadas
carregam em seu DNA versões
modificadas desses genes que
acarretam um excesso de
dopamina na região frontal do
cérebro.
• Louis Wain, artista plástico europeu do início deste
século.
• Wain, desde jovem, costumava pintar retratos de
gatos para calendários, albuns, cartões-postais, etc.

• Aos 57 anos, sua vida e sua arte apresentavam


sintomas de psicose.

• Os retratos dos gatos que pintava, tomou uma


forma ameaçadora.
Uma Mente Brilhante

• Episódios da vida do
matemático americano
John Forbes Nash Jr.,
Transtorno
Delirante
Vida normal exceto pelo seu delírio:

‘MANIA DE PERSIGUIÇAO
‘CIÚMES
‘SOMÁTICO
‘EROTROMANIA
Transtorno
Esquizoafetivo

‘Não é esquizofrênico, embora


psicótico, com marcantes sinais de
transtornos afetivos
Transtorno Psicótico Agudo e
Transitório
‘ Início repentino e duração curta

‘ O paciente fica incapacitado de realizar suas


funções sociais e profissionais

‘ Perda de pessoa querida, do emprego, mudança de


cidade ou ambiente social, forte ferimento físico,
acidente com seqüelas; ou ainda eventos positivos
como o nascimento de um filho ou o casamento.
VIA DOPAMINÉRGICA SNC
VIAS DOPAMINÉRGICAS

córtex
frontal

CONTROLE MOTOR

EXTRAPIRAMIDAL
EFEITOS
COMPORTAMENTAIS
CONTROLE ENDÓCRINO
NEUROTRANSMISSAO DOPAMINÉRGICA

L-TIROSINA

TIROZINA HIDROXILASE

L-DOPA

LDOPA-DESCARBOXILASE

DOPAMINA
RECEPTORES: D1,D2,D3,D4,D5
DEGRADAÇÃO: MAO e COMT
NEUROTRANSMISSAO DOPAMINÉRGICA

RECEPTORES:
• D1: adenilato-ciclase ↑ AMPc
• D2: inibe a adenilato ciclase ↓ AMPc
CAUSAS DA
ESQUIZOFRENIA

•Combinação de hiperfunção da dopamina


•hipofunção dos glutamatos no sistema
neuronal
• Anormalidade dos receptores da
serotonina (5HT2) (pouco esclarecido)
•um balanço entre esses receptores com os
receptores dopamínicos (D2).
• Deficiência adrenérgica
• Redução da atividade da MAO
Tratamento das psicoses:

‘ Inicialmente, com contenção mecânica e uso de


sedativos potentes, inclusive com eletrochoque.

‘ Tratamento insulínico

9 Atualmente: Antipsicóticos.
Utilizados no tratamento da fase aguda, sendo
particularmente úteis em pacientes com crise
isolada, que eram antes socialmente ajustados.
DESCOBERTA

‘1952 - Delay e Deniker


- CLORPROMAZINA – cirurgias
indiferença emocional
‘Revolução farmacológica
MECANISMO DE AÇÃO DOS
ANTIPSICÓTICOS:
‘ Bloqueio dos receptores dopaminérgicos do
Sistema Nervoso Central:
1. Zona do Gatilho (medular) do centro do
vômito (Antiemese)
2. Via extrapiramidal → Parkinsonismo, Distonia
Aguda, Acatisia e Discinesia Tardia

3. Hipotálamo → Interferindo com a liberação do


Hormônio do Crescimento e aumento da
Prolactina (inibe)
TIPOS DE ANTIPSICÓTICOS

‘Os antipsicóticos podem ser


divididos em três grupos:

1. Antipsicóticos Incisivos
2. Antipsicóticos Sedativos
3. Antipsicóticos Atípicos e de
última geração
Antipsicóticos

Todos apresentam propriedades ATARAXIA

Indiferença a situações de estresse

Este efeito difere de sedação – não leva a sonolência


(mais sim calmo; desinteressado)

Estas características variam de acordo com o medicamento


ANTIPSICÓTICOS OU NEUROLÉPTICOS :

NEUROLÉPTICOS - ANTIPSICÓTICOS
INCISIVOS
‘ Uma melhor atuação naquilo que se chama
sintomas produtivos das psicoses (delírios e alucinações)
Æ remoção de delírios e alucinações.
‘ Baixa capacidade de sedação
FLUFENAZINA → Anatensol, Flufenan
HALOPERIDOL → Haldol, Haloperidol
PENFLURIDOL → Semap
PIMOZIDA → Orap
PIPOTIAZINA → Piportil, Piportil L4
ZUCLOPENTIXOL → Clopixol
NEUROLÉPTICOS -
ANTIPSICÓTICOS INCISIVOS

a) Tratamento de distúrbios psicóticos agudos e


crônicos
b) Esquizofrenia,
c) Fase maníaca do Transtorno Afetivo Bipolar,
d) Psicose Induzida por Substâncias,
e) Transtorno Delirante Persistente,
f) Nas fases piores e mais desadaptadas dos
transtornos Esquizóides, Paranóides e Obsessivo-
Compulsivos da personalidade.
NEUROLÉPTICOS -
ANTIPSICÓTICOS INCISIVOS

g) Problemas severos de comportamento


em crianças como Hiperatividade grave,
Autismo infantil
h) Alívio da psicopatologia da demência
senil
i) Dor neurogênica crônica.
ANTIPSICÓTICOS OU NEUROLÉPTICOS :

NEUROLÉPTICOS - ANTIPSICÓTICOS
SEDATIVOS
Principal efeito : sedação
Æ casos de agitação psico-motora
CLORPROMAZINA → Amplictil,
LEVOMEPROMAZINA → Levozine, Neozine
SULPIRIDA → Dogmatil, Equilid
TIORIDAZINA → Melleril
TRIFLUOPERAZINA → Stelazine
AMISULPRIDA → Socian 30
NEUROLÉPTICOS -
ANTIPSICÓTICOS SEDATIVOS

‘ Os antipsicóticos sedativos
(neurolépticos) são indicados como:

a) Antipsicótico

b) Antiemético

c) Ansiolítico
ANTIPSICÓTICOS OU NEUROLÉPTICOS :

NEUROLÉPTICOS ANTIPSICÓTICOS
ATÍPICOS
‘ Não podem ser classificados de sedativos
ou incisivos tendo em vista a diversidade
de ação, ora cumprindo um objetivo,
ora outro.
‘ São os antipsicóticos recentemente
introduzidos no mercado
AMISULPRIDA Æ Socian
CLOZAPINA Æ Leponex
OLANZAPINA Æ Zyprexa
QUETIAPINA Æ Seroquel
RISPERIDONA Æ Risperdal, Zargus
ZUCLOPENTIXOL → Clopixol
NEUROLÉPTICOS ANTIPSICÓTICOS
ATÍPICOS

‘ CLOZAPINA: BLOQUEIO SELETIVO DOS RECEPTORES


DOPAMINÉRGICOS, TANTO D1 COMO D2, NO SISTEMA
LÍMBICO

‘ OLANZAPINA: DOPAMINÉRGICOS, SEROTONINÉRGICOS,


ADRENÉRGICOS E HISTAMÍNICOS

‘ RISPERIDONA: seu mecanismo de ação é desconhecido.


Bloqueio combinado dos receptores DOPAMINÉRGICOS D2
E DOS RECEPTORES SEROTONINÉRGICOS S2
(ANTAGONISTA DOPAMINÉRGICO-SEROTONINÉRGICO).
Bloqueio dos receptores alfa 2-adrenérgicos e
histaminérgicos H1.
INDICAÇÕES

Esquizofrenia e outras psicoses:

‘ SINTOMAS POSITIVOS : delírios,


alucinações, pensamento desordenado,
hostilidade e medo

‘ SINTOMAS NEGATIVOS : indiferença


afetiva, depressão emocional e social,
pobreza de linguagem são predominantes.
EFEITOS DOS ANTIPSICÓTICOS

1) ANTIPSICÓTICO (Esquizofrenia)
2) TRANQÜILIZANTE (Agitação Psicomotora)
3) ANTIEMÉTICO (zona medular)

não proporcionam melhora


acentuada da crítica, juízo,
memória, orientação
EFEITOS DOS ANTIPSICÓTICOS

‘ Associação de duas ou mais medicações


antipsicóticas clássicas não potencializa
efeito antipsicótico

TODOS OS ANTIPSICÓTICOS TEM A


MESMA EFICÁCIA DE AÇÃO EM
RELAÇÃO AO EFEITO ANTIPSICÓTICOS

Esperar no mínimo 8 semanas antes de


considerar que o paciente não respondeu ao
tratamento
FARMACOCINÉTICA

9 Os antipsicóticos são altamente lipofílicos, com boa


absorção por via oral.
9 Sofrem metabolização de primeira passagem.
9 Penetram facilmente o S.N.C. – acúmulo.
9 Eliminação por biotransformação hepática.
9 Meia vida longa, entre 20 e 40 horas : única tomada
diária
9 Antipsicóticos injetáveis de depósito, a eliminação
total do organismo demora até 6 a 8 meses
AÇÃO EM OUTROS
RECEPTORES

‘Bloqueio dos receptores alfa-


adrenérgicos e colinérgicos: Efeitos
adversos → Hipotensão, sonolência e
respostas muscarínicas

‘Bloqueio dos receptores de histamina e


serotonina → Sedação
EFEITOS ADVERSOS
ANTIPSICÓTICOS:
1) NEUROLÓGICOS
Síndromes extrapiramidais : bloqueio de receptores de
dopamina tipo D2 no estriado, via nigroestriatal, causa sintomas
extra-piramidais
Distônia (espamos muscular abrupto – cabeça e pescoço)
Melhoram c/suspensão e Acatisia (inquietaçlão)
uso de antiparkinsoniano Parkinsonismo (rigidez; tremor e marcha arrastada)
Síndr. neuroléptica maligna (grave
rigidez muscular; hipertemia; taquicardia; aumento pressaõ arterial; alteração de cosciência

Discinesia tardia (disturbio de movimento;


movimento Boca; lingua; estalar dedos; sugar)

Sedação : receptores H1
Diminuição do limiar convulsivante
DESEQUILIBRAM O SISTEMA DOPAMINA-
ACETILCOLINA-ADRENALINA

1) ANTICOLINÉRGICOS: bloqueio
* Visão borrada, boca seca, retenção urinária, constipação e delírio tóxico.
* Bloqueio central dos receptores colinérgicos causa alterações cognitivas,
distúrbios de memória, podendo chegar a confusão mental

2) CARDIOVASCULARES: bloqueio alfa-adrenérgico


Hipotensão, alterações ECG e arritmias.

3) ENDÓCRINOS: alterações na concentração de prolactina → eixo


hipotálamo-hipófise (via hipotálamo-hipofisária) – BLOQUEIO D2
ganho de peso, disfunção sexual (redução de testosterona – impotência); galactorria
(ação prolactina sobre o tec. mamário); anorgasmia (mulher)
4) OCULARES:
Depósito de pigmentos no cristalino, córnea e retina

5) HEMATOLÓGICOS:
Leucopenia e agranulocitose.

6) HEPÁTICOS: Icterícia colestática.

7) CUTÂNEOS:
alergia em 5 a 10%,

8) GÁSTRICO:
boca seca, amargor, aftas, dificuldade para mastigar pela
diminuição da secreção de saliva.
REAÇÃO DISTÔNICA AGUDA:

9 2,5 % dos casos, pp/ jovens.


9 Manifestação extrapiramidal mais precoce (maioria nos
primeiros 5 dias Tto)
9 Espasmos musculares: movimentos bizarros da musculatura do
pescoço e cabeça (caretas, protrusão língua, torções pescoço,
movimentos da mandíbula, disartria, crises oculogíricas (olhar
fixo para cima por minutos ou horas, doloroso, pp/ por espasmo
da musculatura externa ocular).
9 Conduta: anticolinérgicos (Akineton) e anti histamínicos
ACATISIA
9 Impulso subjetivo de se manter em constante
movimento (incapaz de permanecer sentado).
9 Ocorre entre 2a e 3a DIA de tratamento.
9 Conduta: Reduzir a dose do antipsicótico
9 Uso de beta-bloqueadores (Propranolol®).
9 Benzodiazepínicos, como o
clonazepam (Rivotril®) ou diazepam -
RELAXANTE
PARKINSONISMO
medicamentoso
9 Manifestação + freqüente (15%-25% casos)
9 Tremor de extremidades, hipertonia
e rigidez muscular, hipercinesia e
fácies inexpressiva
9 Desaparecimento de tais problemas
após 3 meses de utilização dos
neurolépticos
9 Infreqüente com a tioridazina
9+ freqüente com os piperazínicos e
butirofenonas.
9 Antiparkisonianos e antihistamínicos
DISCINESIA TARDIA:

9 Após uso crônico de antipsicóticos


9 Movimentos voluntários estereotipo de
gravidade variável (leves a incapacitantes),
exacerbados por tensão emocional e que
desaparecem durante o sono.
9 Predomínio musculatura facial. Primeira
manifestação: tremor língua.
9 Acentuada movimentação da língua
(protrusão, enrolamento e impulsão=
caçar moscas). Prejudica respiração e
deglutição.
9 Acometimento de membros.
9 Mais acometidos: > 60 anos e mulheres.
9 Sem tratamento eficaz.
9 Prevenção: Uso correto de antipsicóticos
(< tempo e < dose possível)
9 Benzodiazepínicos e vitamina E
SÍNDROME NEUROLÉPTICA
MALIGNA:
‘ Forma raríssima de toxicidade provocada pelo
antipsicótico
‘ Bloqueio das vias mesolímbica e mesofrontal e via
hipotálamo-hipofisária
‘ Rigidez muscular / Hipertemia (38,3°C a 42°C) /
‘ Disfunção autonômica: ocorre instabilidade
autonômica, com respostas alternadas simpáticas
(taquicardia, hipertensão) e parassimpáticas
(bradicardia, incontinência fecal e urinária).
‘ RISCO DE VIDA - 20 a 30% dos casos
Nome Químico Dosagem Nome comercial

FENOTIAZINAS
Clorpromazina 300-1000 Amplictil, Clorpromazina

Levomepromazina 100-600 Levozine, Neozine


Tioridazina 150-600 Melleril

Flufenazina 2-20 Anatensol, Flufenam


Propericiazina 5-20 Stelazine

Pipotiazina 10-20 Piportil

Trifluoperazina 2-30
DIBENZODIAZEPINAS
Clozapina 300-450
TIOXANTENOS
Tiotixeno 5-30 Navane
Zuclopentixol 10-75 Clopixol

BUTIROFENONAS
Haloperidol 2-30 Haldo, Haloperidol

Difenilbutilpiperidina
Pimozide 2-6 Orap

Penfluridol 20-40 Semap

BENZIZOXALÓLICOS
Risperidona 2-8 Risperdal
Risperidom
BENZOMIDAS Zargus
Sulpiride 400-1000 Dogmatil, Equilid

Amilsulpride 100-800 Sociam


TIENOBENZODIAZEPINAS
Olanzapina 5-20 Zyprexa

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