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A Energia Solar : Teoria e Aplicações.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A ENERGIA


SOLAR.

O QUE É A ENERGIA SOLAR?

A energia solar como o próprio nome já diz, é uma energia que vem do sol,
sendo irradiada continuamente por este astro. Para se ter uma idéia, em apenas um
segundo o sol produz mais energia (internamente) que toda energia usada pela
humanidade desde o começo dos tempos. Uma outra forma de se exprimir esta imensa
grandeza energética, basta dizer que a energia que a terra recebe por ano vinda do sol,
representa mais que 15000 vezes o consumo mundial anual de energéticos.
Este processo já ocorre a milhões de anos no núcleo do sol para a sua superfície
de onde é emanada em todas as direções, levando cerca de oito minutos para chegar ao
planeta terra, que está a quase 150 milhões de quilômetros de distância. A energia solar
viaja no espaço a velocidade da luz que é de 300.000 Km/s.
Apenas uma pequena parte da energia irradiada pelo sol no espaço chega até a
terra, correspondendo a uma parte em dois bilhões. Ainda assim, é uma quantidade
enorme que vale por exemplo com um único dia de insolação no Estados Unidos, por
toda energia consumida na América em um ano e meio.
De onde vem toda esta energia? Ela vem de dentro do próprio sol, que como
outras estrelas, é uma grande bola de gás feita basicamente de Hidrogênio e Hélio. O sol
gera energia em seu núcleo por um processo conhecido como fusão nuclear. Durante a
fusão, ocorrem temperaturas e pressões extremamente altas que fazem o átomo de
Hidrogênio ter seu núcleo fundido ou combinado. Quatro núcleos de Hidrogênio
fundem-se tornando um átomo de Hélio. Mas o peso atômico do Hélio é menor que os 4
núcleos combinados na sua formação, fazendo então que a matéria perdida seja emitida
para o espaço na forma de radiação.
Para onde vai toda esta energia? Ao redor de 15 por cento da energia emitida
pelo sol que chega a terra é refletida de volta para o espaço. Outros 30 por cento é
perdido na evaporação da água a qual sobe para a atmosfera produzindo chuva. A
energia solar é também absorvida pelas plantas, pela terra e oceanos. A energia restante,
para manter o equilíbrio energético do planeta, deve então ser emitida sob a forma de
radiação térmica. Considerando que a energia solar está disponível de forma
absolutamente gratuita, pergunta-se por que seu aproveitamento ainda é tão restrito? A
resposta é curta e esclarecedora. O problema é que a energia solar se apresenta sob a
forma disseminada e sua captação pelo menos para potências elevadas requer
instalações complexas e custosas.

A HISTÓRIA DA ENERGIA SOLAR.

Mais do que nunca em grande evidência na mídia e nos centros de pesquisas


especializados no mundo, a energia solar dentro do campo das energias renováveis
juntamente com a eólica e biomassa, apresenta um potencial bastante expressivo em sua
utilização de forma intensiva.
A utilização prática da energia solar remonta aos primórdios da humanidade
quando se utilizava o sol para secar peles e alimentos. A humanidade está ligada a
energia solar por séculos. A partir de achados históricos de arqueólogos comprova-se
que, já no século 7 A.C se utilizava simples lentes de vidro para concentrar a luz do sol
e desta forma queimar pequenos pedaços de madeira e assim obter fogo.
Na Grécia antiga já se fazia uso de conhecimentos da arquitetura passiva visando
melhorar o aquecimento natural das residências e assim economizar lenha e carvão.
Outros exemplos existem ao longo do processo evolutivo, mas dispositivos ativos datam
ao século XVII quando foi testado o primeiro coletor solar (Horácio de Saussure, Suíço,
1767), atingindo temperaturas superior ao ponto de ebulição da água (101ºC).
A aplicação da energia solar para produção de energia mecânica, se realizou no
período posterior da Revolução industrial, e em meados do século passado vários
motores solares foram desenvolvidos por Augusto Mouchot (Francês, atuação entre
1864/1878). A mesma época outros pesquisadores na Europa como também nos Estados
Unidos realizaram experiências no campo solar basicamente em aquecimento d’água e
motorização.
Um importante desenvolvimento foi obtido pelo invento de Greeley Abbot,
astrofísico americano em 1936, de uma caldeira solar. A indústria começou nos inícios
dos anos 20 alcançando seu auge até as vésperas da II Guerra Mundial. Este
crescimento veio declinando até meados dos anos 50 quando o baixo custo do gás
natural do petróleo o tornou principal meio de aquecimento dos lares Norte-americanos.
O mundo permaneceu indiferente sobre as possibilidades da energia solar até a crise do
petróleo dos anos 70. Hoje em dia pessoas usam a energia solar para aquecimento
interno, de água e para gerar eletricidade para as mais diversas finalidades.
Quanto a geração de eletricidade pelo efeito Fotovoltaico, ou seja a
transformação da luz em energia elétrica, é conhecido desde 1839 em experiências
realizadas por Bequerel, teve uma evolução lenta e somente em 1941 é fabricada a
primeira fotocélula de silício monocristalino, sendo aperfeiçoada ao longo do tempo.
Neste momento, não havia demanda por tal tecnologia que gerava pouca quantidade de
energia e era muita cara.
No final da década de 50, quando se iniciaram os programas espaciais, marcam
uma nova aplicação da energia solar que praticamente não encontra concorrentes, e
também onde altos custos dos painéis Fotovoltáicos não impediam sua utilização.
Assim sendo, a partir dos anos 60 em diante as naves e satélites espaciais
proporcionaram um desenvolvimento da tecnologia FV, melhorando-a quanto ao
rendimento, forma de fabricação e menores custos. Sem dúvida, tecnologicamente, a
partir dos programas espaciais americano e russo, houve uma melhora significativa na
qualidade das células, seu peso e outros avanços foram obtidos, mas ainda a um custo
extremamente elevado, quando comparado com outras fontes energéticas disponíveis.
No entanto, para o fim espacial o custo não era relevante, e sim a possibilidade de
geração de energia elétrica no espaço para alimentar todos os equipamentos elétricos de
uma nave ou satélite.
Um outro importante marco dentro da análise das fontes energéticas mundiais, a
crise do petróleo em 1973, quando repentinamente foram majorados os preços do
petróleo, além de ser feito um boicote temporário. O mundo percebeu que os
combustíveis fósseis eram finitos, e sujeito a grandes perturbações. Houve desde então
um despertar do mundo para as limitações impostas pelas fontes tradicionais de energia
e a necessidade de se buscar fontes alternativas aquelas já existentes. Vale salientar que
houve grandes variações nos preços do petróleo, repercutindo sempre sobre a pesquisa e
utilização de outras fontes de energia, como a energia solar. No entanto, hoje em dia
após longa maturação, a energia solar se firma respaldada por todo o potencial que
representa e pela tecnologia para o seu aproveitamento já existente e disponível, com
custos cada vez mais competitivos quando comparados as fontes convencionais.
Ressalta-se, que quando da crise do petróleo, todas as outras fontes de energia foram
elevadas em sua importância (hidráulica, nuclear, eólica, álcool, metanol, etc).
Espera-se que a energia solar não mais altere períodos de auge e falta de
interesse, como se comportou até os anos 80 e 90, e se afirme com os resultados
alcançados nos inúmeros projetos já instalados em todo mundo, como uma energia
plenamente viável e eficiente. No Brasil, arrojado programa está em curso o
PRODEEM (Programa de Desenvolvimento Energético para Estados e Municípios),
atendendo com energia solar comunidades isoladas, especialmente no Nordeste.
Algumas milhares de localidades no Brasil tem sistema fotovoltaico, quer para fins
energético de iluminação ou mesmo para bombeamento de água em comunidades
isoladas.

PROCESSOS DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR.

O sol fornece energia que pode ser aproveitada basicamente por 3 tipos de
processos que seriam: Térmico, Fotovoltáico e Químico. No processo Térmico temos o
aproveitamento em baixa, média e alta temperatura. No processo Fotovoltáico parte do
princípio que determinados materiais são sensíveis a luz, transformando-a em
eletricidade. Finalmente no processo fotoquímico é o que ocorre na natureza com a
maioria dos vegetais, a Fotossíntese. Os dois primeiros processos citados serão
detalhados na sequência. Quanto a Fotossíntese, é importante destacar que é a base da
cadeia alimentar dos seres vivos, sendo portanto elemento primário no estudo da
energia da Biomassa, que também é uma fonte renovável de energia com grandes
perspectivas de aplicação em grande escala.

COLETORES TERMOSOLAR.

O aquecimento com energia solar não é tão fácil como poderíamos pensar.
Receber a luz do sol e dela obter trabalho, tem suas dificuldades pois a energia que aqui
chega é de forma espalhada por sobre toda a terra. Além disso a energia solar que será
aproveitada dependerá sempre de muitos fatores climatológicos da área, onde se
incluem a hora do dia, a estação do ano, a latitude do local e se o céu está limpo ou
nublado.
Um coletor solar é uma das maneiras se obter calor do sol. Por exemplo um
carro fechado em um dia limpo, funciona como um coletor. A luz do sol passa através
dos vidros do carro e é absorvida pelo seu interior, no estofamento, painel, piso, etc. A
luz é então transformada em calor. Os vidros do carro funcionarão como um isolante
não deixando o calor sair (este é o princípio da estufa). Podemos dizer portanto que o
coletor termosolar faz três coisas:
• Permite a luz do sol passar através do vidro (ou plástico).
• Absorve a luz e a transforma em calor.
• Fica com o calor "preso" em seu interior (armadilha térmica).

AQUECIMENTO SOLAR PARA ÁGUA.

No Brasil o aquecimento solar de água é uma das grandes formas de aplicação.


Existiriam dois tipos de consumidores : o doméstico (interno e piscinas) e o industrial
(curtume, calor de processo, lavagem de vasilhames...). O aquecimento de água é um
dos grandes consumidores de energia dentro das diversas finalidades da mesma. Há uma
demanda considerável de energia elétrica devido a sua utilização em chuveiros elétricos
que faz com que em determinados horários faça uma grande diferença no sistema de
geração e distribuição, tendo portanto um grande campo para disseminação do
aquecimento solar doméstico desde que haja incentivos.
O aquecimento solar da água se faz da mesma forma que para o aquecimento
ativo de interiores. Um coletor solar é montado no telhado ou no chão devidamente
orientado e livre. Tem a mesma forma do descrito anteriormente, onde os raios solares
penetram em seu interior convertendo em calor. Uma bomba faz circular a água dentro
de uma tubulação inserida no interior do coletor onde a mesma pode ser aproveitada(A
água pode ser substituída por um fluido térmico).
Existem diversos tipos de coletores solares, estando divididos em dois tipos:
Planos e com concentração. O coletor solar plano é o sistema mais simples e de fácil
construção, consistindo de caixa de alumínio com tampa de vidro e fundo negro plano.
Esta camada de cobertura negra pode utilizar o que chamamos de superfície seletiva
especial de forma a maximizar a absorção da energia na faixa do infravermelho e
minimizar sua emissão, aumentando o aproveitamento da energia térmica. Em outras
palavras, são materiais especiais com alta absortância e baixa emissividade. Conforme
observa-se, no coletor plano não há processos de intensificação dos raios solares.
Nos sistemas de coletores solares com concentração, como o próprio nome já
diz, se terá uma ampliação da quantidade de raios que alcançarão o absorvedor, que é o
elemento receptor de energia. Este absorvedor por sua vez pode também apresentar-se
sob diversos formatos como cilíndrico (o mais comum), em forma de aleta, plano no
fundo do coletor, entre outros. Os módulos concentradores apresentam diversos
aspectos, normalmente derivado da forma de um parabolóide. Os mais conhecidos são
em forma de calha e perfil parabólico simples ou composto. O absorvedor pode ter sua
estrutura externa recoberta com uma camada seletiva ou não. Utilizando-se
concentradores se conseguirá atingir temperaturas em muito superior a conseguida por
coletores planos, sendo portanto de uso recomendável para certas aplicações industriais
onde se busque temperaturas mais elevadas.
Hoje em dia apenas nos Estados Unidos mais de 1,5 milhões de residências
utilizam a energia solar para aquecimento interno ou de água para banho e piscinas.

ELETRICIDADE FOTOVOLTAICA (FV).

O nome Fotovoltaico vem da palavra Foto que quer dizer luz e Volt que é uma
grandeza da eletricidade. Você provavelmente já deve ter entrado em contato com
equipamentos que a utilizam como calculadoras, relógios e brinquedos que usam
células solares para converter luz em eletricidade, e desta forma gerar energia elétrica
para seu funcionamento independendo de outras fontes.
A célula Fotovoltáica é feita de duas finas camadas de silício juntas em forma de
sandwich (conforme figura abaixo) onde são ligadas dois fios metálicos. A parte de
cima do pedaço de silício é chamado de camada N(negativa) sendo de espessura muito
fina e é depositada substâncias químicas para dopagem da camada de forma a se ter um
excesso de elétrons livres. Na parte de baixo, temos a outra camada chamada P(positiva)
que é mais espessa que a N, tendo também dopagem de forma a se obter poucos elétrons
livres, melhor dizendo há falta de elétrons.
Quando as duas camadas são colocadas juntas, coisas interessantes acontecem -
Um campo elétrico é produzido evitando que os elétrons em excesso na parte superior
se transfiram para a parte de baixo onde estão em falta. Esta junção com seu campo
elétrico torna-se a parte central da célula Fotovoltaica. Sendo a célula exposta a luz,
feixes de energia da luz conhecidos como fótons chocam-se com elétrons da parte
superior da Fotocélula, camada N, fazendo com que os mesmos saiam das suas órbitas,
e que mais elétrons pela ação do campo elétrico da junção venha para camada N.
A camada N com sua abundância de elétrons em excesso, produz uma força
elétrica(tensão) que tenta "empurrar" os elétrons que sobram. Este excesso de elétrons
são então conduzidos por meio de fio metálico para a parte inferior da Fotocélula
(camada P).
Esta corrente elétrica permanece fluindo enquanto a energia radiante da luz
incidir na face superior da Fotocélula e o circuito estabelecido pelo fio permanecer
fechado. A corrente então pode ser aproveitada para as mais diversas aplicações da
eletricidade.
A conversão da célula Fotovoltaica não é muito eficiente, sendo obtido nos dias
de hoje ao redor de 10 a 15% de energia elétrica pela energia luminosa, podendo chegar
a números um pouco maior. Processos com combustíveis fósseis conseguem
rendimentos de 30 a 40% da energia química em energia elétrica. O custo do Kilowatt-
hora para produzir eletricidade de células Fotovoltaicas é atualmente 3 ou 4 vezes mais
caros que fontes convencionais(Wp solar = US$5). Porém, a tecnologia solar apresenta
um horizonte bastante promissor, apresentando neste momento custos competitivos em
várias aplicações como eletrificação de áreas remotas e outros casos onde se torna
difícil obter eletricidade pelo meios tradicionais. Além disso cientistas estão
pesquisando meios de melhorar a tecnologia das fotocélulas, tornando-a cada vez mais
intensa sua utilização em relação as fontes convencionais de energia.

A ENERGIA SOLAR E O MEIO AMBIENTE.

Nos anos 70 o grande impulso que as fontes renováveis de energia tiveram foi
em função do boicote e altos preços que o petróleo alcançou. Hoje em dia, temos um
novo estímulo para as fontes renováveis em função do vislumbramento do esgotamento
das fontes convencionais e também no aspecto limpo destas energias em relação ao
meio ambiente.
A energia solar é o protótipo de uma fonte energética inofensiva para o meio
ambiente. Ela não consome nenhum das nossas preciosas fontes de energia, nem
contribui para a poluição das águas, ar ou mesmo risco para a saúde das pessoas, como
também não tem resíduos. Há outras vantagens ainda, pois a energia solar não pode ser
embargada ou controlada por nenhuma nação, assim como o sol vai ainda continuar
brilhando por muitos milhões de anos.
ALGUMAS PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A ENERGIA SOLAR:

1 - Como funciona uma placa solar(painel fotovoltaico)?

Um painel fotovoltaico é formado por um conjunto de células fotovoltaicas de


silício, que transformam a luz diretamente em eletricidade, seria a fotossíntese
eletrônica. A transformação é feita sem qualquer desgaste de material, assegurando
portanto a placa solar uma durabilidade praticamente ilimitada da ordem de dezenas de
anos.

2 - Uma placa solar funciona com tempo nublado?

Sim. A quantidade de energia gerada é que será proporcional a intensidade da luz que
incidir na placa solar. Assim sendo, com céu claro e sol forte, a energia gerada pelas
células terá sua intensidade máxima, mas mesmo com o céu nublado haverá geração de
eletricidade. Até mesmo com tempo chuvoso, a pequena claridade existente irá produzir
uma pequena quantidade de energia elétrica.

3 - A placa solar acumula a energia produzida, permitindo seu uso durante a noite
por exemplo?

Não. A energia gerada se não for aproveitada no instante em que é produzida


será desperdiçada. Portanto, deverá ser usada na hora (por exemplo para acionar uma
bomba d’água) ou armazenada em baterias para seu posterior uso( acender lâmpadas a
noite).

4 - Quanta energia fornece um painel fotovoltaico? Posso alimentar toda uma casa
com um único painel?

A quantidade de energia gerada por um único painel solar é limitada. Uma placa solar
de 45W, por exemplo, gera com uma boa insolação cerca de 11Ah por dia, que
representa uma energia suficiente para:
- Manter acesa uma lâmpada fluorescente de 9W durante 12 horas por dia, ou alimentar
um aparelho de TV de 12V durante 6 horas ou operar um equipamento de rádio
comunicação SSB durante uma hora, ou
- Acionar uma bomba de 12V durante o tempo suficiente para abastecer uma caixa
d’água de 1000l por dia.
- Com duas placas de 45W é possível fornecer energia para iluminação, TV e rádio
comunicação simultâneamente; com quatro placas é possível alimentar uma geladeira
para conservação de vacinas; com cinco placas é possível alimentar um posto de saúde
rural, com geladeira, iluminação e rádio comunicação ou ainda fornecer a energia
necessária para iluminação, rádio, TV e bombeamento d’água para abastecimento de
uma residência rural.
Para determinar a quantidade de placas solares necessários para uma dada aplicação,
você precisa responder as seguintes questões:
Quantos e quais equipamentos deverão ser alimentados(lâmpadas, rádio, geladeira,
televisor, etc...) e qual a sua voltagem de operação; quanto consome cada um
equipamento (consumo em watts). Seu consumo em Amperes pode ser calculado
dividindo a potência de cada equipamento (consumo em watts) por sua voltagem; qual o
tempo de uso diário de cada equipamento; Com base nessas informações você calcular o
consumo total dos equipamentos em watt-hora (Wh) ou em Amperes-hora(Ah). Você
deve ter em mente que a quantidade de aparelhos alimentados simultâneamente não é o
que determina a quantidade de placas necessárias, e sim o tempo total de uso diário de
cada aparelho. Por exemplo, uma única placa solar de 45W fornece a energia necessária
para alimentar uma lâmpada durante 12 horas por dia, ou duas lâmpadas durante 6 horas
ou três lâmpadas durante 4 horas, etc. É também importante ter em mente que a energia
solar deve ser usada de forma racional, pois a quantidade de energia é limitada. Uma
lâmpada acesa desnecessariamente em um cômodo não ocupado significa o desperdício
de parte da energia produzida pela placa solar, energia que poderia estar sendo usada
para outra finalidade.

5 - A placa solar serve para aquecer água ou alimentar um chuveiro elétrico?

Um painel solar fotovoltaico não deve ser usado para aquecer água. É muito comum
confundir um coletor solar térmico, que aproveita o sol para aquecimento de água, e
uma “placa fotovoltaica”, que transforma a energia da luz do solar em eletricidade por
um processo físico. O coletor solar é um equipamento relativamente simples: trata-se de
um aparelho através do qual circula água, que se aquece com a incidência do sol.
Quanto a usar uma placa solar para alimentar um chuveiro elétrico, não é aconselhável.
É muito mais simples (e muito mais barato e eficiente) aquecer a água usando
diretamente um coletor térmico ao invés de usar uma placa fotovoltaica para produzir
eletricidade e depois transformar a eletricidade em calor.

6 - Que tipo de aparelho podem ser alimentados através de placas solares?

A placa solar fotovoltaica produz eletricidade em corrente contínua (12V a mesma


voltagem de uma bateria de automóvel). Somente podem ser alimentados diretamente
por placa solar aparelhos cujas voltagens sejam compatíveis. Atualmente estão
disponíveis no mercado diversos equipamentos que funcionam em 12V corrente
contínua como l6ampadas fluorescentes, televisores, rádios, ventiladores, bombas
d’água, refrigeradores e outros.
É possível também alimentar diretamente aparelhos que funcionam em 24, 36 ou 48V
CC, interligando 2, 3 ou 4 painéis solares de 12V em série atingindo a tensão desejada.

7 - Como fazer para alimentar eletrodomésticos que funcionam em corrente


alternada?

Para alimentar aparelhos de corrente alternada é necessário usar um inversor, que


transforma 12V CC em 110 ou 220V corrente alternada. É importante considerar que
nesse processo de transformação ocorre a perda de parte da energia produzida pela
placa solar, e que dessa forma a energia disponível para a alimentação dos
equipamentos se reduz um pouco. A quantidade de energia que se perde depende da
qualidade do inversor utilizado(os inversores de melhor qualidade tem um rendimento
superior à 90%).

8 - Dá para alimentar com energia solar um refrigerador doméstico?

É possível, porém muitos dos refrigeradores disponíveis no mercado atualmente tem


baixo rendimento térmico-elétrico (principalmente devido a sua pobre isolação térmica
que é ineficiente). Alguns dos refrigeradores da última geração podem ser acionados
com energia solar utilizando-se um inversor para transformar a CC em CA. Existem
também refrigeradores especiais que funcionam em corrente contínua 12V, com alto
rendimento e consumo menor que o de um outro refrigerador convencional de mesma
capacidade.

9 - É possível usar uma placa solar diretamente sem bateria?

Sim, mas nesse caso a energia produzida não terá onde ser armazenada e deverá ser
utilizada no exato momento em que estiver sendo gerada (consulte pergunta 3). A
bateria tem uma função muito importante no sistema, permitindo o armazenamento de
energia para uso posterior e evita que variações da insolação interfiram no
funcionamento dos equipamentos. Imagine por exemplo, que você esteja falando em um
transmissor de rádio e uma nuvem obscureça o sol. A corrente gerada pela placa solar
iria diminuir e o rádio provavelmente deixaria de funcionar. A bateria evita que isso
aconteça e garante o funcionamento dos equipamentos inclusive durante a noite.
Existem algumas aplicações onde o funcionamento sem bateria é perfeitamente
aceitável. Uma bomba d’água por exemplo, poderá funcionar adequadamente sem uso
de baterias, pois nesse caso a água bombeada nos períodos em que há sol pode ser
armazenada numa caixa d’água e usada quando for necessária (percebe-se então que
neste caso a caixa d’água tem a mesma função da bateria, de armazenamento).

10 - Porque as vezes a bateria se descarrega?

A capacidade de geração de uma placa solar é limitada, conforme explanado na


pergunta 4. Desse modo, caso o consumo diário seja superior à energia produzida pela
placa solar naquele dia, a energia que falta virá da bateria, o que provocará sua descarga
gradual. Se essa situação se repetir com frequência, forçosamente a bateria irá se
descarregar completamente. Você pode fazer um analogia com a sua conta corrente no
banco, onde a energia armazenada na bateria é o seu saldo inicial. A energia gerada pela
placa solar equivale aos depósitos ou créditos e a energia consumida corresponde aos
saques ou débitos. E o que acontece quando os valores sacados são superiores aos
depósitos? Seu saldo vai ficar negativo (ou que a bateria vai se descarregar).
Portanto para que um sistema de energia solar funcione com máxima eficiência e
confiabilidade, é importante usa-lo dentro dos limites para os quais ele foi projetado.

11 - A capacidade do sistema aumenta quando aumenta o tamanho da bateria?


Não. O aumento da capacidade da bateria aumenta apenas a autonomia do sistema.
Aumentando a capacidade você aumenta o tempo vai levar até abateria descarregue
completamente, caso o consumo exceda a capacidade de geração da placa solar. Um
sistema com autonomia de 5 dias, por exemplo, garantirá o funcionamento dos
equipamentos durante esse tempo, independentemente das condições de geração da
placa solar. Entende-se por autonomia o tempo que o sistema pode funcionar, na
eventualidade de cessar totalmente a produção de energia pela placa solar( suponha por
exemplo, um período muito longo com chuvas muito fortes onde a energia gerada pelo
painel seria muito pequena, ou mesmo um desligamento acidental dos fios).

12 - Como aumentar a capacidade de um sistema de energia solar?

Simplesmente aumentando a quantidade de painéis solares do sistema. Por exemplo um


sistema com uma única placa solar terá sua capacidade duplicada com acréscimo de
uma segunda placa, ou triplicada com o acréscimo de mais duas placas. Essa ampliação
pode ir sendo feita aos poucos, conforme as necessidades e disponibilidade financeira
do usuário. É importante notar que a modularidade de um sistema de energia solar
permite não somente sua ampliação gradual, mas também possibilita que um sistema
maior seja desmembrado em diversos sistemas menores e reutilizados em locais e
aplicações diferentes.

13 - A energia solar pode ser utilizada para fornecer eletricidade em locais onde já
existe rede elétrica convencional?

Atualmente essa alternativa resulta ser muito onerosa, pois ainda prevalece em quase
todo o mundo civilizado a mentalidade de energia farta e barata, que pode ser esbanjada.
Para atender uma residência urbana típica através da energia solar, deveria ser evitado o
uso de aparelhos de alto consumo (como aquecedores elétricos de água, por exemplo)
ou de baixo rendimento. A iluminação incandescente deveria ser substituída por
lâmpadas de maior eficiência (uma lâmpada florescente compacta de 9 W, por exemplo
ilumina tanto quanto um lâmpada comum de 60W, consumindo apenas 1/6 da energia).
Existe, mesmo assim, uma vasta gama de aplicações importantes onde é viável se
utilizar a energia solar:

• Iluminação de emergência em prédios, resid6encias, fábricas, hospitais, etc.


• Sistemas de segurança para resid6encias, condomínios, fábricas;
• Refrigeração para conservação de vacinas em postos de saúde, e inúmeras outras
aplicações.
• Outras, citadas adiante.

14 - A instalação da placa solar pode ser feita por qualquer pessoa ou requer um
técnico especializado?

A instalação de um sistema de energia solar é extremamente simples, podendo ser


executada sem dificuldades pelo próprio usuário, seguindo as orientações fornecidas
pelo fabricante junto com o equipamento. Não requer portanto a contratação de um
técnico especializado. Evidentemente, a orientação de um técnico é recomendável, se
não houver experiência e habilidade por parte do usuário.

15 - Quais as principais recomendações para manutenção de um sistema de


energia solar?

A placa solar não possui partes móveis sujeitas a desgaste e requer apenas uma limpeza
periódica da cobertura de vidro (usar um pano umedecido com água e sabão neutro -
não usar abrasivos).
As baterias devem ser inspecionadas periodicamente e o seu nível de água completado
se necessário (usar somente água destilada). Baterias seladas não requerem adição
periódica de água.
Em condições de funcionamento normal, o sistema não requer praticamente nenhum
cuidado adicional.

16 - A placa solar produz algum tipo de poluição ambiental?


Não. A energia solar é uma fonte absolutamente limpa e silenciosa; Não produz
resíduos de qualquer espécie e portanto não polui nem agride a natureza.

17 - Qual a durabilidade de uma placa solar?

As placas solares são construídas com excelentes materiais, resistem a mais de 25 anos
de exposição às mais diversas condições ambientais, com um mínimo de cuidados e
com uma incidência de defeitos desprezível.

Bibliografia:

• Solar Energy Technology Handbook


• A Energia Solar (J.C Mveigh)
• Informativo Heliodinâmica
• Informativo NAPER/UFPE

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