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I - IMPOSTOS ADUANEIROS

INTRODUÇÃO

• Contexto: Linhas Gerais, Importância e Atualidade da Análise


dos Impostos Aduaneiros:
o Liberalização do comércio internacional:

 GATT/OMC: artigo VII e AVA;


 A Formação de Blocos de Países: Mercosul, UE,
NAFTA, ALCA;
o Inserção do Brasil nas tendências globais de tributação
(impostos aduaneiros e preços de transferência);

o No plano interno: arrecadação e (não) utilização do IE


como instrumento de política fiscal.
LEGISLAÇÃO
• CF art. 153, I e II;
• CF art. 153, §1º e 150, § 1º
• CTN arts. 14 a 28
• DL 37/66
• DL 1578/77
• Regulamento Aduaneiro: Decreto 4.543/02
• Portaria SECEX 36/07 (consolidação das portarias da SECEX)
• Outros atos normativos administrativos: Decretos, portarias,
resoluções, IN, etc.

CAPACIDADE CONTRIBUTIVA MEDIDA

• Sujeito de direitos que trouxer do exterior produtos ou


enviar para o exterior produtos, para os utilizar ou consumir
no país importador.
ANTECEDENTE

1) Aspecto Material:

 Importar, do exterior, produtos estrangeiros ou


desnacionalizados, para uso ou consumo no Brasil.
 Exportar, para o exterior, produtos nacionais ou
nacionalizados, para uso ou consumo fora do Brasil.
 Constituição Federal: artigo 153, I e II.

1.1) Importar e Exportar: Conceito.

1.2) Destino: de e para o exterior:


 No IE está na CF; no II por precisão lingüística;
 O Brasil como Federação.

1.3) Finalidade: uso ou consumo:


 Divergência doutrinária;
 Inexistência de determinação constitucional;

 Capacidade Contributiva medida por II e IE;


 Princípio infraconstitucional (interpretação sistemática);
Tipke e Canaris:
• Admissão temporária;
• Produtos em trânsito;
• Lei 9.430/96, art. 79: bens admitidos temporariamente
para utilização econômica – enquadrado no conceito de
uso.

 Conceito de uso : aproveitamento do produto sem que haja


sua extinção ou transformação substancial, mas que
outorgue, a quem lhe tem a posse, benefício direto e
permanente, econômico ou não – ex: máquina;
 Conceito de consumo : (aproveitamento físico do produto
que transforme sua essência ou que o elimine) – ex:
matéria-prima.

 Conclusão importante : Regimes de exclusão: não são


benefícios legais, mas imposição sistemática.

1.4) Produtos:

• Conceito de Produto: bem móvel e corpóreo;


a) Justificativa da necessidade da corporalidade do produto:
o Rígida divisão de competência tributária na CF/88;

o O constituinte de 88 poderia haver incluído bens não


corpóreos, mas não o fez, como marcas, patentes,
know-how, tecnologia e serviços;
o Tributação diversa para bens não corpóreos, como os
serviços, em contrapartida aos produtos. Excluí-la seria
invasão de competência.
o A tributação da importação de serviços pelo ISS: LC
116/03, art. 1º, §1º e 2, II.

o Portanto, vocábulo utilizado pela CF em sentido técnico


e não vulgar;

b) Os bens virtuais: conceito e (im)possibilidade de


tributação.
• a questão da tributação e internet.
• A posição de José Eduardo Soares de Melo: como
regra geral não é “mercadoria”, mas cessão de
direito de uso. Discorda que sejam tributados os
produtos.

c) Legislação sobre Software:


i. Dec. 4.543/02, art. 81;

Art. 81. O valor aduaneiro de suporte físico que


contenha dados ou instruções para equipamento de
processamento de dados será determinado
considerando unicamente o custo ou valor do suporte
propriamente dito (Acordo de Valoração Aduaneira,
Artigo 18, parágrafo 1, aprovado pelo Decreto
Legislativo no 30, de 1994, e promulgado pelo Decreto no
1.355, de 1994, e Decisão 4.1 do Comitê de Valoração
Aduaneira, aprovada em 12 de maio de 1995).

§ 1o Para efeitos do disposto no caput, o custo ou valor


do suporte físico será obrigatoriamente destacado, no
documento de sua aquisição, do custo ou valor dos
dados ou instruções nele contidos.

§ 2o O suporte físico referido no caput não compreende


circuitos integrados, semicondutores e dispositivos
similares, ou bens que contenham esses circuitos ou
dispositivos.

§ 3o Os dados ou instruções referidos no caput não


compreendem as gravações de som, de cinema ou de
vídeo.

ii) IN 327/2003, art. 7º.

d) Jurisprudência sobre Software :

i. Soluçãode consulta n.º 35/2006, da 8ª RF:


software como mercadoria ainda que por
download se não for feito sob encomenda.

ii. No mesmo sentido: solução de consulta 14, de


14/1/2005, da 8ª Região Fiscal:
EMENTA: REMESSAS PARA O EXTERIOR - Programas de
Computador (Softwares) Não estão sujeitas à incidência
do imposto de renda na fonte as importâncias pagas,
creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao
exterior pela aquisição de programas de computador-
softwares (por meio de download) produzidos em larga
escala e de maneira uniforme, colocados no
mercado para aquisição por qualquer interessado,
sem envolver rendimentos de direitos autorais, por tratar-
se de mercadorias.
Caracterizando remuneração pela cessão ou licença de
uso, as importâncias pagas, creditadas, entregues,
empregadas ou remetidas ao exterior, ficam sujeitas à
incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de
quinze por cento, por se tratar de pagamento de direitos
autorais (royalties).

iii. No mesmo sentido, da 10ª RF 96/04 e 32/04.

iv. solução de consulta n.º 63, 10.ª Região Fiscal,


DOU de 20/08/2002;

v. Solução de Divergência n.º 27, de 30/05/2008:

a. Software “de prateleira”: não sujeito a


CIDE e IRRF
b. Sob encomenda: sim.

vi. STF, Rext. 176.626-3/SP, rel. Min. Sepúlveda :

III. Programa de computador ("software"): tratamento


tributário: distinção necessária. Não tendo por objeto
uma mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as
operações de "licenciamento ou cessão do direito de uso
de programas de computador" "matéria exclusiva da lide",
efetivamente não podem os Estados instituir ICMS:
dessa impossibilidade, entretanto, não resulta que, de
logo, se esteja também a subtrair do campo constitucional
de incidência do ICMS a circulação de cópias ou
exemplares dos programas de computador produzidos em
série e comercializados no varejo - como a do chamado
"software de prateleira" (off the shelf) - os quais,
materializando o corpus mechanicum da criação intelectual
do programa, constituem mercadorias postas no comércio.

vii. ADI 1945 (julgamento suspenso por pedido de


vistas do Min. Lewandowski) – relator Min. Octávio
Galotti: Voto-Vista (divergente) Min. Nelson Jobim:
se o fato de ser bem incorpóreo fosse ressalva à
incidência do ICMS, não poderia, da mesma forma,
ser cobrado o Imposto na aquisição de programa
de computador de prateleira, visto que, nesse
caso, estar-se-ia adquirindo não um disquete, CD
ou DVD, a caixa ou o livreto de manual, mas
também e principalmente a mercadoria virtual
gravada no instrumento de transmissão. Assim, se
o argumento é que bem incorpóreo não pode ser
objeto de incidência do ICMS, a assertiva haveria
de valer para o caso de bens incorpóreos vendidos
por meio de bens materiais.

1.5) Produto x Mercadoria:


 Aquele mais amplo que este;
 Utilização pela legislação ordinária de mercadoria: é
imprecisão ou limitação? (DL 37/66 e RA arts. 69 e 212, por
exemplo)
• REsp 392/RS, Relator(a) Ministro MILTON LUIZ PEREIRA -
PRIMEIRA TURMA, Data do Julgamento: 11/04/1994, Data da
Publicação/Fonte: DJ 09.05.1994 p. 10799

TRIBUTARIO - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - VALOR EXTERNO -


BENS DE CAPITAL - DESTINADOS AO ATIVO FIXO - EMENDA
CONSTITUCIONAL 23/83, CTN, ARTS. 19 E 20, II, DECRETOS-
LEIS N.S 37/66, 730/69, 1.111/70 E 1.137/70 - PORTARIA GB
355/69.
1. AS EXPRESSÕES MERCADORIA E PRODUTO, DO
CONTEXTO DO DECRETO-LEI 37/66, FORAM UTILIZADAS
COM O MESMO SENTIDO.

2. COMPETE A CACEX ATUAR NA FISCALIZAÇÃO DA


CORRESPONDÊNCIA DO PREÇO DA FATURA COM O PREÇO
NORMAL, PARA OS FINS DE CALCULO DA INCIDÊNCIA
TRIBUTARIA. TAMBÉM NÃO CONSUBSTANCIA ILEGALIDADE A
CACEX FAZER CONSTAR O VALOR FOB DO BEM IMPORTADO.

3. A IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS EM GERAL, AINDA QUE


DESTINADOS AO ATIVO FIXO E NÃO AO COMERCIO, SUJEITA-SE
AO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.

4. RECURSO IMPROVIDO.

1.6) Produtos nacionais/estrangeiros e nacionalizados/


desnacionalizados (IE);

o Quando um produto deixa de ser nacional ou


estrangeiro? Ou melhor: qual é o critério para definir a
“nacionalidade” de um produto????

 Produto estrangeiro ou nacional ou produto de procedência


estrangeira ou nacional (CF 46 até a Emenda 18/65)?

o Duas correntes:
a) Desembaraço aduaneiro e incorporação ao
aparelho produtivo do país importador (ex. CC
acórdãos 302-35385 – 5/12/02 – e 303-30853 –
13/8/03);
b) Local da produção do bem (STF).

o A inconstitucionalidade do art. 93 do DL 37/66:


• Rext. 104.306/SP, rel. Min Octávio Gallotti, julgado
em 6/3/86: Diferencia pelo local da fabricação:
O artigo 21, I, da Constituição, ao definir a tributação
de mercadorias importadas, restringiu o alcance da
exação aos bens estrangeiros, afastando, por
conseguinte, a cobrança do imposto em
questão, sobre produtos de fabricação
nacional.

Ao considerar estrangeira, para efeito de incidência


do tributo, a mercadoria nacional reimportada, o art.
93 do DL 37/66 criou ficção incompatível com a
Constituição de 1946 (Emenda n.º 18, art. 7º, I), no
dispositivo correspondente ao art. 21, I, da Carta em
vigor. Recurso Extraordinário provido, para
concessão da segurança e para declaração de
inconstitucionalidade do citado art. 93 do DL 37/66.

• Decisão citada e reiterada pelo TRF2, AMS


96.02.35230-2;
• Resolução 436 do Senado Federal (art. 93 do DL
37/66).

• Ag. Regimental no Agravo de Instrumento


136.162/SP (rel. Min. Sepúlveda Pertence), DJU de
21/4/91: não se aplica quando essa jurisprudência
quando há industrialização do bem exportado.

• Vide acórdão 301-32.578 do Conselho de


Contribuintes (sessão de 21/03/2006), que dá
interpretação restrita à decisão do STF: apenas às
exportações temporárias.

o Fitas Dubladas TV Globo Ltda. (Resp 614.849): não


incide II. (TRF 2 95.02.08374-1). Transitou em julgado.
Baixa definitiva.
o A “Virgem dos Lábios de Mel” (TRF2, AMS n.º
2002.02.01.000553-9/RJ – DOU de 02/08/2002).
a) Fundamento: produto ainda nacional.
b) Patrimônio Cultural Nacional: CF 216 e IV.
2) Aspecto Pessoal:

2.1) Justificativa:
• Imposição sintática;
o Didática;
 Isenções/Imunidades pessoais;
 Substituição tributária e Responsabilidade.

2.2) Importador/Exportador:
• Ausência de profissionalismo;
• Aquele em nome de quem é realizada a importação ou a
exportação.

2.3) Equiparação (CTN 22 e 27):

• Mesmo ato jurídico da importação ou da exportação:


o O produto estrangeiro é importado ou exportado pelo
equiparado, pois é ele que faz o produto ingressar na
economia brasileira ou na economia do país importador.
o não tem natureza de ficção ou de nova materialidade
tributária:
• Análise da constitucionalidade:
o em nome de quem foi introduzido ou enviado o produto;

 ato de vontade para introdução ou remessa;


 ausência de nacionalização ou de desnacionalização:
 destino de uso ou consumo.
• Casos:
o Aquisição de Produtos Entrepostados;
o Aquisição, em leilão, de produtos apreendidos ou
abandonados.
3) Aspecto Temporal:

3.1) Tempo no fato e tempo do fato;


o O tempo no fato é sempre anterior ao tempo do fato.

3.2) Importância: Direito Intertemporal: legislação aplicável,


especialmente alíquota, pela questão da extrafiscalidade
(CF 150, §1º).

3.3) O CTN (artigos 19 e 23) definiu o todo pela parte: ingresso


no território nacional; vinculação tempo e espaço.

3.4) Antinomias:
a) No II: artigo 19 do CTN e 1º do DL 37/66 x artigo 23 do DL
37/66 – ingresso no território ou registro da DI;
• O art. 23 remete ao 44, que delega a determinação de
forma e prazo a regulamento. Inconstitucionalidade:

Art.44 - Toda mercadoria procedente do exterior por qualquer via,


destinada a consumo ou a outro regime, sujeita ou não ao pagamento
do imposto, deverá ser submetida a despacho aduaneiro, que será
processado com base em declaração apresentada à repartição
aduaneira no prazo e na forma prescritos em regulamento.

• O que é a DI: dever instrumental posterior ou preparatório da


documentação da ocorrência de evento tributável, além de
acarretar conseqüências não tributárias, de controle
aduaneiro.
• Divergência doutrinária;
• A questão da hierarquia e a alteração do CNT pelo DL
(Sebastião de Oliveira Lima).
• Aurélio Pitanga Seixas: A questão da Vacatio Legis.
• Prevalência do CTN e do art. 1º:
• Imposição lógica;
• Nova espécie tributária (é também uma questão de
hierarquia).
• A posição do STF - Veloso: Rec. Extr. 225.602/CE: o art 23
explica os demais. “É uma fórmula prática a que, na verdade,
põe a lei de acordo com os fatos”.
• Contraposição:
• A fórmula põe a lei em desacordo com o evento, pois cria
“fato futuro”.
• É possível que venham a ser esclarecidos conceitos por
lei infraconstitucional, mas sem ofensa aos preceitos da
CF (ex. definição de renda e de ano fiscal, para IR, de
perímetro urbano para IPTU e ITR, etc.);
• No caso há ofensa, pois prevê incidência da norma de
tributação antes ou depois de efetivado o evento
tributável – criação de nova materialidade de imposto
sem capacidade contributiva.
• 3 momentos:
a) obtenção da DI;
b) tempo no fato: transposição da linha de fronteira:
c) tempo do fato: despacho aduaneiro.

b) Antinomia no IE : artigo 23 do CNT e 1º do DL 1.578/77 x §1º


do art. 1º;
• Afastamento da alteração do CTN pelo DL, pois já havia
sido recepcionado pela CF/67 como Lei Complementar;
• RE – registro de exportação (não o registro das
vendas);
• Mesmos argumentos do II, mas menor dificuldade dada
a questão da hierarquia DL x CTN.

3.5) Despacho antecipado: IN/SRF 69/96 (revogada pela IN


206/02): enfim, entrada no território nacional ou registro da
DI?

Art. 37º No caso de despacho antecipado, em razão do disposto no art.


1º do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966, alterado pelo art.
1º do Decreto-Lei nº 2.472, de 1º de setembro de 1988, o desembaraço
aduaneiro somente será realizado após a complementação ou retificação
dos dados da declaração, no SISCOMEX, e pagamento de eventual
diferença de crédito tributário relativo à declaração, aplicando a
legislação vigente na data da efetiva entrada da mercadoria no
território nacional.

Parágrafo único. Para os fins do disposto neste artigo, a efetiva entrada


da mercadoria no território nacional ocorre na data da formalização da
entrada do veículo transportador no porto, aeroporto ou Unidade
aduaneira que jurisdicionar o ponto de fronteira alfandegado.

 Há decisão do CC afirmando a ilegalidade da IN.


 Ver IN SRF 680/2006

3.6) Dificuldade de aplicação do CNT, mas imposição legal.


o A solução de Américo Lacombe: considera a chegada
às repartições aduaneiras.
 Crítica.

4) Aspecto Espacial

• Lugar do Fato e lugar no fato: podem coincidir;

• Esclarecimento de conceitos:
• Território Aduaneiro: âmbito de aplicação das normas
aduaneiras. Igual ao território nacional;
• Jurisdição Aduaneira: onde a autoridade administrativa pode
exercer plenamente a sua competência, em especial para
controlar todos os aspectos das operações de importação e
de exportação, inclusive os tributários, e aplicar as
penalidades cabíveis em casos de infrações;
• Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados :
infra-estrutura para efetivar as atividades da jurisdição
aduaneira.
• O Território Aduaneiro Tributário: O mesmo que o Território
Aduaneiro e a Jurisdição Aduaneira, ou seja, igual ao território
nacional, sem a Zona Franca de Manaus.
• Isenção por mutilação do aspecto espacial (IN 242/2002).
• As Zonas de Processamento de Exportação: Lei 11.508/07.

• Aspecto espacial do II: ponto do território aduaneiro


tributário pelo qual o produto ingressa nele.
• O espaço do fato , neste caso, é o lugar, dentro da jurisdição
aduaneira, onde é expedida a norma jurídica individual e
concreta que documenta a ocorrência do evento tributável.

• Aspecto espacial do IE: ponto da linha de fronteira


cruzado pelo produto, haja vista que não interessa a ZFM, pois
ou o produto está em percurso interno e não tributado ou
efetivamente saiu do país.

CONSEQÜENTE

1) Aspecto Subjetivo:

1.1) Sujeito Ativo:

• É a União, sem maiores problemas, pela SRF.


• Curiosidades:
a) razões para ser a União, conforme Carlos Maximiliano
(simplicidade; fiscalização e arrecadação; facilitação de
tratados; fonte de renda);
b) o IE já foi dos Estados – até a CF/67.

1.2) Sujeito Passivo:

• No II:
o Importador: aquele que promove a entrada de produto
estrangeiro ou desnacionalizado no país, para ser aqui
usado ou consumido. Igual ao aspecto pessoal.
o Sem necessidade de ser profissional;
o Sem necessidade de realizar materialmente a conduta.

• O Destinatário de Remessa Postal : inclui-se no conceito


de importador. Observações:
 ato de vontade da importação;
 punições – apenas perdimento;
 paralelo com a equiparação.
*********************
• A equiparação prevista no CTN, 22, I: criação por lei
ordinária; limitado pela CF: hipóteses:
 O Arrematante: hipótese de equiparação prevista no
próprio CTN, art. 22, II.
 O Adquirente de produto entrepostado: idem
anterior. DL 37/66, 31, III.

• A responsabilidade:
• O transportador: DL 37/66, 32, I:

 violação de dever de zelo.


 O representante no país de transportador
estrangeiro como responsável solidário (32, § único,
b).
• O Depositário: DL 37/66, 32, II: idem anterior.

• Isenções e responsabilidade solidária (DL 37/66, 32, §


único, a).
• Isenção real (ex. trator):
o irretroatividade da lei;
o nacionalização do produto.
• Isenção pessoal;
 Tratar individualizadamente cada transação. Se
houver ilícito, que se o puna e não prever o
pagamento de tributo indevido.
 Afastamento:
a) violação da competência tributária;
b) pelo fato de o produto já ser nacional – ofensa
ao sistema de direito positivo;
c) pelo fato de a conduta não coincidir com a
descrita no aspecto material.
d) AGA/STJ 448895/PR: veículo importado – boa-
fé.

• encomendante predeterminado que adquire


mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica
importadora (DL 37/66, art. 32, parágrafo único, c).

• adquirente de mercadoria de procedência


estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta
e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora (DL
37/66, art. 32, parágrafo único, d)

Art . 32. É responsável pelo imposto: (Redação dada pelo


Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente


do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso
interno; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incubida da


custódia de mercadoria sob controle aduaneiro. (Incluído pelo
Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

Parágrafo único. É responsável solidário: (Incluído pelo Decreto-


Lei nº 2.472, de 01/09/1988) .(Vide Medida Provisória nº 2158-
35, de 24.8.2001)

a) o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com


isenção ou redução do imposto; (Incluído pelo Decreto-Lei nº
2.472, de 01/09/1988)
b) o representante, no País, do transportador estrangeiro.
(Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988)

c) o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no


caso de importação realizada por sua conta e ordem, por
intermédio de pessoa jurídica importadora; (Incluída pela Lei nº
11.281, de 2006)

d) o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de


procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora.
(Incluída pela Lei nº 11.281, de 2006)

• No IE:
• O exportador, assim considerado aquele em nome de
quem o produto é remetido ao exterior, sem a
necessidade de ser profissional (5º do DL 1578/77).
• Excluem-se as questões que cabiam ao II, pois:
a) ou estão fora do território nacional (transportador;
destinatário da remessa postal; adquirente de produto
isento)
b) ou a conduta ainda não ocorreu (adquirente de
produtos entrepostados; de produtos apreendidos ou
abandonados; depositário).

2) Aspecto Quantitativo

2.1) Introdução: Acordos Internacionais: finalidades e


implicações.
 Gatt/OMC: liberalização do comércio internacional
– evitar bases de cálculo fictícias que poderiam
limitar o comércio internacional:
• Acordo sobre Valoração Aduaneira;
 MERCOSUL: União Aduaneira: TEC e regime de
origem;
• O Código Aduaneiro do Mercosul.

2.2) Base de Cálculo:


 Análise a partir da capacidade contributiva medida pelo II e
pelo IE: importar e exportar como fatos-signos presuntivos de
riqueza.
 Dificuldade: é o valor declarado ou o valor de mercado?
– valor de mercado por imposição do princípio da igualdade
e do p. da capacidade contributiva.
– Adequada mensuração da conduta tributável sem
influências externas.
 Preço normal como base de cálculo:
– II (CTN, 20, II);
– IE (CTN, 24, II) – decisão 10º RF, nº 225/2001, DOU de
23/04/01.
 Conceitos: Valor Declarado (ajustado pelo artigo 8) x Valor
Aduaneiro.
i) verifica-se se há indícios de sub-valorização;
i.i) no caso de operação com pessoa vinculada (AVA 15,
4 e IN 16/98, 7º), se houver, verifica-se, por
comparação, se o valor constante dos documentos é
valor de mercado;
i.ii) nos outros casos, verifica-se se houve afetação do
valor declarado pelos indícios.
ii) não sendo valor de mercado, em operações com
pessoas vinculadas, ou constatada a sub-valorização
(condição na revenda, contraprestação ou parcela do
resultado), busca-se valor substitutivo.

 O Princípio do Valor Aduaneiro : adoção do preço normal


como base de cálculo dos impostos aduaneiros. Especificação:

a) Critérios Gerais

1. Critério da realidade do preço;


• Não calcular o valor aduaneiro com base em valores
arbitrários ou fictícios.
• VII, 2, a, do GATT;
• AVA, segundo “reconhecendo”;
• Afasta pauta de valores e alíquotas específicas.

2. Critério da aplicação das práticas normais no mercado


internacional;
• “reconhecendo”, penúltimo;
• ex. desconto por fidelidade.

3. Critério da consideração seletiva das despesas relativas à


operação;
• Inclusão das despesas necessárias e efetivamente
incorridas para a operação;
• Exclusão das despesas exoneradas e daquelas com
reembolso previsto em acordo entre as partes.

4. Critério da ampla publicidade;


• VII, 5, do GATT, para dar segurança aos operadores do
comércio internacional;
• CF/88: princípio geral da administração pública.

5. Critério da consideração da condição pessoal das partes


(arm’s length);
• Avaliação das individualidades das partes e de seus
vínculos;
• Princípio do arm’s length price;
• Tanto pró-fisco quanto pró-contribuinte.

6. Critério da preferência pelo valor declarado:


– artigo 1, 1, do AVA;
– “reconhecendo”, quarto parágrafo.
– Valor acurado até prova em contrário.

b) Critérios de Comparabilidade:

1. Critério do menor valor.


• Havendo dois possíveis, o menor;
• Objetivo da valoração aduaneira: verificar um preço normal,
e se há dois, um já basta.

2. Critério da normalidade comercial;


• Não se pode levar em consideração valores obtidos em
épocas nas quais a normalidade comercial e o livre
comércio não estão vigendo.
• Ex.: Guerra Iraque, WTC. Crise no Oriente Médio.

3. Critério da equivalência de tempo e de espaço;


• VII, 2., b do GATT;
• Condicionantes espaço-temporais podem influenciar o valor
(safra/entressafra e país consumidor/produtor);

4. Critério da consideração das quantidades;


• VII, 2, b, do GATT;
• Diferentes quantidades = diferentes valores;
• Proporção inversa.

5. Critério da comparabilidade entre produtos idênticos ou


similares.
• Tomar em consideração produtos não idênticos ou similares
tornaria qualquer comparação ou substituição prejudicada;
• Conceito de identidade: iguais em tudo, inclusive reputação
no mercado internacional – AVA, 15, 2, (a).
o Ex. lâmpadas fluorescentes de 40W, produzidas pela
Philips e pela GE, vindas da Holanda;
• Conceito de similaridade: possibilidade de permuta de um
por outro. AVA, 15, 2, (b).
o Ex. remédios: dipirona e paracetamol, da Roche e da
Avantis, vindos da Suíça.

6. Critério da comparabilidade monetária:


• Exemplo do aumento do dólar em 1999 e
2002, e da desvalorização e subseqüente valorização do Euro;
- Preferência por operações próximas no
tempo;
- Correção de eventuais distorções;
- Determinação de taxa padrão para
conversão de valores em moeda estrangeira.
• Determinação de taxa padrão de câmbio: Lei
9816/99, art. 3º;
- Alternatividade: taxa para venda do
último dia útil antes da contratação ou a taxa da
contratação em si.
• Por se tratar de determinação de base de
cálculo, a alteração do critério deve respeitar a legalidade e a
anterioridade.
- Inconstitucionalidade do art. 97 do
Regulamento Aduaneiro (Dec. 4.543/02):

Art. 97. Para efeito de cálculo do imposto, os valores expressos


em moeda estrangeira deverão ser convertidos em moeda
nacional à taxa de câmbio vigente na data em que se considerar
ocorrido o fato gerador (Decreto-lei no 37, de 1966, art. 24).

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado da Fazenda


alterar a forma de fixação da taxa de câmbio a que se refere o
caput (Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, art. 106).

• Portaria 87/99 da SRF: taxa do dia útil


anterior ao de sua disponibilização no SISCOMEX.

• Indícios de alteração de valor:


1. Vinculação entre importador e exportador que tenha
influenciado o valor declarado: conceito de pessoas vinculadas
no art. 15, 4, do AVA e na IN 16/98, artigo 7.º;
 Consideração da condição individual das partes e
busca do valor real;
 Métodos de afastamento da influência – AVA 1.2, b
- valores muito próximos de qualquer um dos seguintes:
• Método do valor de transação;
• Método do preço de revenda menos custos e
lucro;
• Método do valor computado.

2. Restrições à cessão ou à utilização dos produtos pelo


comprador, exceto se:
 impostas pela lei brasileira;
 relativas a áreas geográficas de revenda;
 não afetarem substancialmente o valor do
produto.
o Busca do valor real, consideração individual das partes
e normalidade comercial.

3. Venda ou preço sujeitos a condição ou


contraprestação para a qual não se possa determinar o valor;
 Consideração seletiva de despesas e busca do
valor real da transação.

4. Parcela do resultado da revenda, da cessão ou da


utilização subseqüente dos produtos beneficiar o exportador e
um ajuste adequado não puder ser realizado.
 Consideração seletiva de despesas e busca do
valor real da transação.

• Substituição do valor declarado:


o Método do valor de transação com produtos idênticos;
2
o Método do valor de transação com produtos similares;
3
o Método do preço de revenda menos custos e lucro ou
método do valor computado (alternatividade – sujeita a
aprovação da SRF – IN 16/98, art. 16); 4 a 6
o Outros métodos flexibilizados. 7

• Valoração Aduaneira e multa:


o SRF baseia-se no art. 4, I, da Lei 8.218/91 ou no art.
169, III, do DL 37/66, ou seja “descumprir outros
requisitos de controle da importação, constantes ou não
de Guia de Importação ou de documento equivalente”

Número do Recurso: 123187


Câmara: PRIMEIRA CÂMARA
Número do Processo: 10480.020937/99-11
Data da Sessão: 20/03/2001 10:00:00
Relator: IRIS SANSONI DO NASCIMENTO
Decisão: Acórdão 301-29617
Ementa: VALOR ADUANEIRO.

A compra e venda internacional é comprovada pela emissão


de fatura comercial e não pelo contrato de transporte. O fato
de o exportador figurar como consignatário temporariamente,
antes do despacho aduaneiro, por questões de garantia de
pagamento, não significa que esteja enviando o bem para si
mesmo e que não exista venda, se o conhecimento é
endossado para o importador brasileiro, havendo ainda em
seu nome uma fatura comercial emitida pelo exportador. O
primeiro método de valoração aduaneira (valor de transação)
não pode ser descaracterizado, porque o contrato de
transporte não se confunde com compra e venda. Aquele
apenas presume a posse ou propriedade em favor do
consignatário, podendo haver prova em contrário, no caso, a
fatura comercial. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.

SUBFATURAMENTO.
Não é cabível a multa por subfaturamento, sem prova
inequívoca de que o licenciamento e o contrato de
câmbio não correspondem ao valor efetivo
transacionado entre as partes. RECURSO DE OFÍCIO
DESPROVIDO.

• Base de Cálculo do IE: preço normal;


o Aplicação do princípio do valor aduaneiro (DL 1.578/77,
art. 8º);
o No DL 1578/77, art. 2º, § 3º, um método: custo mais
lucro de 15% - crítica;
o A base de cálculo do imposto é o preço normal que o
produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da
exportação, em uma venda em condições de livre
concorrência no mercado internacional. O preço à vista
do produto, posto livre a bordo ou posto na fronteira, é
indicativo do preço normal (DL 1577/78, art. 2º, e
decisão 225/01).

g.2) Alíquota:

o A Questão da Alíquota Fixa ou específica (CTN 20, I, e 24, I e


DL 37/66, 2º, I).
– Impropriedades:
 base de cálculo não mede a riqueza tributável;
 alíquota não respeita igualdade e capacidade
contributiva;
 não respeita a busca do valor real, como previsto
pelo AVA.
– A Lei 11.727, de 23/06/08:

 Inconstitucionalidade:

Art. 2o O Poder Executivo poderá definir alíquotas específicas (ad rem)


para o Imposto de Importação, por quilograma líquido ou unidade de
medida estatística da mercadoria, estabelecer e alterar a relação de
mercadorias sujeitas à incidência do Imposto de Importação sob essa
forma, bem como diferenciar as alíquotas específicas por tipo de
mercadoria.

Parágrafo único. A alíquota de que trata este artigo fica fixada


em R$ 15,00 (quinze reais) por quilograma líquido ou unidade
de medida estatística da mercadoria, podendo ser reduzida por
ato do Poder Executivo nos termos do caput deste artigo.

o A possibilidade de alteração das alíquotas por ato do Executivo


e sem respeito à anterioridade (153, §1º e 150, §1º).
– Limites:
 II – TEC, na ausência de lei específica (comentário
Lei 3244/57 e DL 2162/84: revogação pelo Mercosul
e TEC);
• Dec-Lei 63/66: alteração de até 60%;
• Lei 3.244/57: critérios. Revogada?
 IE – 150% - DL 1578, 3º, único (redação da L.
9.716/98).
– Condições: extrafiscalidade
 Instrumento adequado o Decreto;
 Não é delegação de competência, é competência
originária outorgada ao Presidente pela CF:
• STF: pode delegar, pois não há vedação
constitucional. Rextr 225.655-4/PB;
• CC: jurisprudência contra:
o Acórdão: 303.327-5
o Acórdão: 303.2926-9
 A questão da CAMEX – Lei 8.085/90, Dec. 4.732/03,
2º, XIII e XIV, e Regulamento Aduaneiro, art. 92;

– O Veículo Introdutor - decreto;

– Requisitos do ato administrativo:


 De existência: objeto (alteração da alíquota –
consoante os limites), pertinência à função
administrativa (só Presidente da República);
 De validade: sujeito produtor do ato (Presidente);
motivo (concomitante ou anterior, pode ser verificado
posteriormente); finalidade (bem buscado, em
consonância com a CF, em especial princípios que
regem a ordem econômica);
 Devem respeitar princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade (STJ MS 4772/DF, DJ 6/4/98).

o Onde estão prescritas as alíquotas dos impostos aduaneiros:


– II: TEC;
– IE: 30% até 150% (DL 1578, com redação da Lei 9.716).
 Em geral, zero.
 Anexo “N” da Portaria SECEX 36/07 e alterações
(Consolidação das Portarias da SECEX).

 Questão das armas para a América Latina – 150% -


Dec. 3658/00, revogado. Em seu lugar Resolução
Camex 17/2001:
• Decisão armas (2.ª Vara Federal de S. José dos
Campos): fundamento: apenas política cambial e
comércio exterior (L. 9716) e não combate ao
contrabando. Crítica.

 Cigarros e afins e pastas para têxteis: 150%


• papel pra cigarro e pasta para têxteis:
Resolução Camex 26/03 para América latina, com
exceções;
• Decreto 2876/98: fumo e cigarro,
 Resolução 31/03: castanha de cajú. Até 2005 .
 Couro: Resolução Camex 42/06: 9%;
 Outras peles: Circular Bacen 2.767 e Portaria Secex 36/07, que faz remissão à
Resolução 42/06.

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