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Maçonaria e Programação Neurolinguística

Martha Follain.

DEDICATÓRIA:
“In memoriam” dos maçons ARY FOLLAIN (1910-1975), meu pai, homem
probo, meu melhor amigo - meu afeto. E EDWARD BACH (1886-1936), que
demonstrou compaixão para com os seres vivos, criando as essências florais -
minha gratidão.
Ao maçom CLAUDIOMAR LOPES BARCELLOS (1935), M.I., 33° do
R.E.A.A. – Pelotas/RS - meu respeito.
Martha Follain.
Junho/2006 – São Paulo - SP

PREFÁCIO –

APRESENTAÇÃO – por Claudiomar Lopes Barcellos

A Drª. Martha Follain honrou-me com a solicitação para que fizesse a


apresentação do seu livro “Maçonaria e Programação Neurolinguística”, em
virtude de ter acompanhado a elaboração de tão preciosa obra, sem quebrar
meu juramento de sigilo.
A Drª. Martha interessou-se pela Maçonaria, em virtude de seu saudoso
pai, Dr. Ary Follain, ter pertencido à Ordem Maçônica. Não obstante
pesquisarmos sobre a afiliação maçônica, que deve ter sido por volta do ano
de 1950. Infelizmente, não obtivemos, até o presente, resposta da Grande Loja
Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (GLMERJ) ou do Grande Oriente do
Brasil/Rio de Janeiro (GOB/RJ).
A autora, mulher culta e inteligente, tem escrito inúmeros artigos sobre
vários assuntos, mormente, Vegetarianismo, Defesa dos Direitos dos Animais
Não Humanos, PNL, Terapias Holísticas etc., mas, este é o primeiro livro que
escreve.
Seu objetivo, ao lançar-se à tarefa de escrever tal obra, foi prestar
homenagem a seu saudoso pai e ao médico inglês, Dr. Edward Bach, criador
da Terapia dos Florais que leva seu nome - Florais de Bach. Na biografia do
ilustre e humanitário médico, sua assistente, Srª. Nora Weeks cita sua
afiliação à Maçonaria inglesa.
O segundo objetivo foi trazer ao conhecimento dos Maçons e suas
Famílias, o quanto de importância tem a Filosofia Maçônica, para a Evolução
da Humanidade. Eu costumo dizer que, a Franco-Maçonaria, com sua ação
libertadora, foi a “parteira” das Independências das Nações Americanas, eis
que, todos os movimentos dessas independências, foram liderados pelos
Maçons.
O terceiro objetivo foi mostrar a Maçonaria sob a ótica da PNL -
Programação Neurolinguística.
A Drª. Martha foi uma brilhante aluna de um dos criadores da PNL, o Dr.
John Grinder, professor da UCLA - Universidade da Califórnia (EUA).
O livro começa a mostrar a estrutura da Maçonaria, em seus Ritos, Graus,
histórico e finaliza com a ótica da Sublime Instituição, a Arte Real, sob a Luz
da PNL.
Por certo, tal enfoque dado pela Drª. Martha é inédito na bibliografia
Maçônica, tanto a de elaboração dos pesquisadores maçons como profanos.
Sabe-se que a Maçonaria é estudada em Universidades, como fato cultural,
sociológico, antropológico, histórico, etc.
Lembremo-nos que homens de valor intelectual, cultural e ético, foram
Maçons e brindaram a Humanidade com suas preciosas obras. Citemos Carl
Gustav Jung, Carl Sagan e Gibran Kalil Gibran, entre inúmeros.
Eis a obra que vem a Luz num momento da História da Humanidade, que
podemos chamar da Grande Transição. Se, a maioria dos meus Irmãos de
Fraternidade, vê com preocupação, tantos livros sobre Maçonaria, eu, creio,
firmemente, que o Sigilo Maçônico está preservado no íntimo dos Iniciados na
Sublime Instituição, está resguardado no “Sanctu Sanctorum” do Coração do
Maçom...
Também, um dos Paradigmas Espirituais da Humanidade e da Maçonaria,
o Mestre Yeoshua (latinizado para Iesu, Jesus), previu que, quando chegassem
os Tempos Finais, tudo que fosse oculto seria revelado... Ora, se a Maçonaria
tem tanto ensinamento de Luz, seu Farol está beneficiando a Humanidade,
quando sua Luz se expande e se revela, como no caso desta importante obra
da Drª. Martha.
Que o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, ilumine a compreensão
dos Maçons, ao lerem “Maçonaria e Programação Neurolinguística”.
Um fraternal abraço a todos,
Claudiomar Lopes Barcellos, M.*.I.*., 33
ARLS Fraternidade nº 3 - R.*.E.*.A.*.A.*. - Or.*. de Pelotas/RS -
GLMERGS
*****************************
“O vinho é forte,
O rei é mais forte,
As mulheres mais fortes ainda.
Mas, a verdade conquista tudo”.
Inscrição no interior da Capela de Rosslyn (Lothian – Escócia).

“- Companheiro sobre a Torre,


De onde vens dia após dia?

- Venho das trevas profundas


Em que se debate nosso velho mundo,
Onde tudo é frio, hostil e escuro.

- Companheiro sobre a Torre,


Que vês tu dia após dia?

- Vejo as sublimes obras-primas


Dos grandes obreiros anônimos,
Os bons companheiros de antigamente
Que trabalhavam com alegria
E que nos abriram o Caminho
Porque possuíam a Fé.

- Companheiro sobre a Torre


Que fazes dia após dia?

- Da Natureza inteira eu tomo


A inumerável e rude matéria,
E com meu coração e minhas mãos
Segurando a ferramenta que canta e ressoa,
Transformo-a e dou-lhe forma.
E, trabalho para todos os seres humanos”.
La Gaité-de-Villebois (maçom medieval).

LUX E TENEBRIS

ÍNDICE:

MAÇONARIA:
1- Origem, Mitos e História;
2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos,
Obediências;
3- Ritos e Graus: Rito Escocês Antigo e Aceito; Rito de York e “Emulation
Rite”; Rito de Schröder; Rito Francês ou Moderno; Rito Brasileiro; Rito
Adonhiramita;
4- Ritualismo, Simbolismo e Símbolos;
5- Maçonaria e Hermetismo;
6- Maçonaria e Astrologia;
7- Maçonaria e Holismo;
8- Os Templos Maçônicos;
9- A Maçonaria no Brasil.

PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) E MAÇONARIA:


1- Conceito, Origem e História da PNL;
2- Pressupostos da PNL;
3- Como nos comunicamos com o mundo: Uso Adequado da Voz; Uso dos
“Cérebros”; Linguagem: canais de comunicação (linguagem verbal), pistas
de acesso, fisiologia - “rapport” (linguagem corporal) - formas para obter
“rapport”; “Rapport” e Cadeia de União;
4- PNL e Física;
5- Cérebro: Como o Cérebro Processa Informações; Como o Cérebro
funciona; Anatomia do Cérebro; O Universo Holográfico - Cérebro
Holográfico e Maçonaria; Cérebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Límbico:
Companheiro; Cérebro Neocortical: Mestre; Cérebro e Maçonaria são
Ritualísticos; Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maçons; Símbolos e
Rituais Maçônicos; Hemisfério Esquerdo, Hemisfério Direito e Ritos;
6- Sociedade Planetária – Maçonaria e Terceiro Milênio.

MAÇONARIA:

1- Origem, Mitos e História:

A Maçonaria, ou Ordem Maçônica, a mais famosa das “ditas” sociedades


secretas, está envolta em segredos; seu próprio nascimento é misterioso e, não
pode ser detectado. Tal falta de comprovação de sua origem, é atribuída ao
fato de ser uma instituição sigilosa e, em tempos remotos seus ensinamentos
serem transmitidos oralmente, não havendo referências documentais. A falta
de registros faz com que, o nascedouro da Ordem Maçônica, esteja envolto em
contradições e divergências.
Porém, os fundamentos da filosofia maçônica estão presentes em diversas
sociedades antigas: na Grécia, no Egito, etc.
Em todas as culturas, o ser humano sempre procurou conhecer e estudar a
respeito de sua própria natureza e a finalidade da existência. Criaram-se
Tradições, as quais reconheciam propósitos para a humanidade. De uma forma
geral, essas Tradições estavam ligadas à religião da sociedade na qual se
desenvolveram. Essas Tradições são os “Mistérios”. Os “Mistérios” eram
Escolas de Conhecimento que ofereciam estudo a respeito de “reinos não
materiais” e das leis naturais que neles operavam, onde somente iniciados
eram admitidos. O conhecimento era transmitido através de etapas (graus), e a
instrução envolvia Rituais e uma elaborada estrutura simbólica, utilizada para
preservar os ensinamentos. Os “Mistérios”, não eram necessariamente
religiões - a preocupação maior era com a filosofia e a moral. Eles se dividiam
em Mistérios Menores e Maiores. Os primeiros eram preparatórios, e nos
Mistérios Maiores o conhecimento completo era comunicado.
Assim, as antigas Tradições dos “Mistérios”, expressaram sua filosofia e,
graças ao simbolismo dessas tradições, pôde ser preservada. O objetivo
sempre foi o mesmo, conservado pela Maçonaria: conhecer a si mesmo
descobrindo a centelha divina interior, aperfeiçoando-se continuamente, no
caminho da moral, da retidão e da felicidade.
Alguns autores dividem a história da Maçonaria em três períodos:
1- Maçonaria Primitiva ou Pré-Maçonaria:
Abrange o conhecimento herdado de antigas civilizações. A Maçonaria
Primitiva pode ser dividida:
- Mistérios Persas e Hindus;
- Mistérios Egípcios;
- Mistérios Gregos dos Cabiris (deuses cuja adoração remonta à Ilha de
Samotrácia, onde os Mistérios Cabíricos foram praticados até o início da
era cristã. Havia a lenda da morte e ressurreição de Atys, filho da deusa
Cibele);
- Mistérios Gregos de Elêusis ou de Ceres ou Deméter (de todos os
Mistérios dos antigos, eram os mais populares. Celebrados na Vila de
Elêusis, próximo a Atenas, eram dedicados à deusa Deméter. Neles a perda
e a restituição de Perséfone, filha de Deméter, eram representados de forma
cênica);
- Mistérios Judaicos de Salomão;
- Mistérios Gregos de Orfeu;
- Mistérios Gregos de Pitágoras (filósofo grego que nasceu na Ilha de
Samos, por volta de 584 a.C.. Viajou muito para adquirir conhecimento: foi
iniciado pelos sacerdotes, no Egito, nos Mistérios Egípcios. Na Babilônia
familiarizou-se com os ensinamentos místicos dos caldeus e teve contato
com os cativos judeus que haviam sido exilados de Jerusalém e lá
residiam);
- Mistérios dos Essênios (sociedade ou seita judaica que combinava o
trabalho com as práticas religiosas);
- Mistérios Romanos.
2- Maçonaria Operativa ou de Ofício:
Estende-se por toda a Idade Média e a Renascença e extingue-se com a
fundação da Grande Loja de Londres em 1717;
3- Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria ou Maçonaria dos
Aceitos:
A fundação da Grande Loja de Londres determina o início da Maçonaria
Especulativa.

Dentre os “Mistérios”, os da civilização egípcia forneceram muitos subsídios e


fundamentos à Maçonaria. Os primeiros egípcios parecem ter sido
influenciados pelos construtores de cidades da Suméria – emigrantes sumérios
podem ter levado a técnica de construção para o Egito. A Maçonaria tem
alguns símbolos que são egípcios, como pirâmides, olho de Hórus, etc. – que
podem ter origem suméria – pesquisadores indicam a Suméria como berço de
toda civilização.
Há uma lenda, relatada por Plutarco, escritor e filósofo grego, que liga a
Ordem a Ísis (a mãe de todos os seres e personificação da Natureza e da Vida)
e Osíris (deus supremo, o deus que levou a civilização ao Egito, filho de Geb,
a Terra e de Nut, matéria primordial do espaço infinito), no Egito. A
Maçonaria, segundo a lenda, pode ter tido origem nos “Mistérios” egípcios (os
Mistérios egípcios dividiam-se em três graus: mistérios de Ísis, de Osíris e os
de Hórus, que posteriormente, poderiam ter originado os três Graus na
Maçonaria Simbólica), no “ocultismo” desses ensinamentos. A Ordem
recebeu várias influências egípcias: os construtores das pirâmides, os
“pedreiros”, foram os primeiros a sistematizar e transmitir os preceitos
maçônicos. A Geometria, empregada nas grandes construções é a mesma para
os maçons. Elementos dos Templos egípcios, como as colunas, estão presentes
nas atuais Lojas. Os iniciados adotam o princípio da Luz e das Trevas, em
eterna luta, como no mito de Ísis e Osíris:
Seth (deus do caos, da confusão, da traição, das tempestades, do vento, do
deserto e das terras estrangeiras), com inveja de Osíris (seu irmão), por este ter
herdado o reino do pai na Terra, engendrou um plano para matá-lo e usurpar o
poder. Seth tirou as medidas de Osíris enquanto ele dormia e, organizou um
banquete para os setenta e dois deuses da corte, no qual lançou um desafio:
aquele que coubesse no esquife (que mandou fazer com as medidas de Osíris),
o ganharia de presente. Claro que, somente Osíris coube. Seth trancou-o e
mandou jogá-lo no rio Nilo. A corrente arrastou a urna até o Mar
Mediterrâneo, até Biblos, na Fenícia. Ísis, esposa de Osíris, partiu em busca do
marido. Encontrou-o e voltou com o esquife.
Seth descobriu e cortou o corpo do irmão em catorze pedaços, espalhando-os
pelo Egito – são também catorze os dias de um funeral, na Lenda Maçônica do
3º Grau, Mestre – pode ser uma referência à metade da idade lunar, ou de seu
período negro, simbólico da escuridão da morte, seguido pelos catorze dias de
Lua Cheia, ou de retomada da vida.
Ísis parte, novamente, em busca dos despojos do esposo e, encontra todas as
partes. Ísis foi ajudada por Anúbis, deus guia dos caminhos do além-túmulo
com cabeça de chacal, que embalsamou Osíris, e este se tornou a primeira
múmia do Egito. Ísis conseguiu que o marido embalsamado a fecundasse e,
dessa união, nasceu Hórus, que assumiu o poder e reinou na Terra.
Dentre os Mistérios Judaicos de Salomão, há a lenda que, situa a origem da
Maçonaria na construção do Grande Templo de Salomão, em Jerusalém,
narrada no Velho Testamento (I Reis).
Davi, rei da tribo de Judá, que se tornou rei por volta de 1000 a.C., desejava
construir um Templo, onde a Arca da Aliança (receptáculo das Tábuas dos
Dez Mandamentos) ficasse definitivamente guardada, ao invés de permanecer
em tenda provisória, existente desde os tempos de Moisés. Davi e seu filho
Salomão (Salomão, nono filho de Davi, com Bate-Seba - foi o terceiro rei do
povo hebreu, tendo sucedido a seu pai em cerca de 997 a.C.. Reinou por
quarenta anos.), foram encarregados de concretizar os planos do Arquiteto
Divino. Davi não viu a obra concluída, por causa de envolvimentos pessoais:
Davi se apaixonou por Bate-Seba e foi responsável pela morte de seu marido
Urias. O filho de Davi, o príncipe coroado Amom, foi assassinado por seu
irmão Absalão, depois de ter estuprado sua meia irmã Tamar, e Absalão tentou
usurpar o reino de seu pai. Houve uma guerra civil: Davi conseguiu manter
seu reino e mandou matar Absalão, por enforcamento. Com tantos problemas
e dissabores, Davi não construiu o Templo planejado.
Davi estava em seu leito de morte quando Adonias, o herdeiro do trono, foi
coroado rei. Antes que a festa de coroação terminasse, Salomão foi ungido rei
por Sadok, com a aquiescência e ajuda do próprio Davi. A cerimônia de
Salomão foi considerada como a verdadeira. Salomão então recebe de Deus, a
missão de construir o Templo, seguindo as instruções deixadas pelo profeta
Natan, ao qual “o Senhor deu sonhos” com as indicações necessárias.
Salomão não conseguindo arregimentar mão de obra qualificada em Israel
solicitou a Hiram, rei de Tiro (Fenícia), os operários necessários. Hiram,
atendendo ao pedido do rei Salomão, designou os trabalhadores (e também
forneceu madeira do Líbano - cedro), recebendo em troca trigo, cevada, azeite
e vinho.
Salomão mandou construir o Templo no Monte Moriá, no quarto ano do seu
reinado e confiou seus planos a um arquiteto, indicado por Hiram, rei de Tiro,
chamado Hiram Abiff (filho de um tírio, obreiro do bronze, e de uma viúva da
tribo de Nephtali). Hiram Abiff dividiu os trabalhadores em três categorias,
segundo suas aptidões e responsabilidades: uns deveriam trabalhar nas
montanhas extraindo pedras (Aprendizes); outros transportariam as pedras da
montanha para o local da construção (Companheiros); e, os mais qualificados
para construir o Templo, ensinar e inspecionar o trabalho (Mestres). Segundo
a lenda, Salomão teria sob suas ordens oitenta mil operários e mais de três mil
Mestres.
A comunicação entre Hiram Abiff, Aprendizes, Companheiros e Mestres era
feita através de sinais, toques e palavras, já que a maioria dos trabalhadores
era analfabeta. Assim, para identificarem-se no momento de receber o
pagamento pelas horas trabalhadas, os Aprendizes usavam uma palavra-senha
(palavra de passe), os Companheiros outra e os Mestres outra diferente, de
maneira que cada um fosse reconhecido de acordo com a sua qualificação
profissional. Se o operário esquecesse a palavra de passe, não conseguia
receber o pagamento. Os maçons, atualmente, conservam toques, sinais e
palavras para se reconhecerem e se comunicarem.
Durante a obra, Hiram Abiff, (arquiteto chefe) foi assassinado por três de seus
Companheiros: Jubela, Jubelo e Jubelum, no Rito Escocês Antigo e Aceito; ou
Sebal, Overlut e Stokin, no Rito de York; ou Hagava, Hakina e Herenda, no
Rito de Misräin. O motivo do crime envolveu ambição. Os três Companheiros
queriam que Hiram Abiff ensinasse os “segredos” de Mestre, sem terem o
tempo necessário de estudo para receberem tais conhecimentos, guardados por
Hiram: reza a lenda, que Hiram Abiff realizou a obra sem o uso de
ferramentas: todos os blocos de pedra encaixavam-se perfeitamente. Hiram foi
morto, porém, não revelou o que sabia.
Salomão, não vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para
procurá-lo, os quais saíram divididos em grupos sucessivos de três (outros
autores dão o número de doze Mestres, os quais saíram em grupos de três: três
para o sul, três para o norte, três para o leste e três para o oeste). Os três
assassinos esconderam o cadáver sob um monte de escombros e, plantaram
sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia, fugindo depois. A acácia é
uma planta perene cujas folhas mantêm-se verdes, mesmo no outono e inverno
e, representa a eternidade e imortalidade - o conhecimento inconsciente e
universal. O corpo de Hiram Abiff ficou enterrado por catorze dias. O ramo de
acácia revelou aos nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram -
abriram a tumba e retiraram seus restos, exclamando: “Mach Benach” (“a
carne se solta dos ossos”). Salomão proporcionou a Hiram um enterro digno.
Os três assassinos foram capturados. E Hiram “ressuscitou”.
Segundo Albert Pike (1809-1891), Grão-Mestre da Maçonaria americana
(Rito Escocês Antigo e Aceito) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam
três golpes em Hiram Abiff, os quais, simbolicamente, representavam uma
maneira de matar “espiritualmente” a humanidade: o primeiro assassino deu
um golpe na garganta, desfechado com uma régua, que sufocaria a liberdade
de expressão; o segundo golpe foi no coração, com um esquadro, que mataria
a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabeça, com um maço
(martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento.
Os nomes dos três Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela,
Jubelo e Jubelum (simbolizam a ignorância, fanatismo e a tirania), deram
origem aos sinais dos três primeiros Graus maçônicos.
Após a morte do rei Salomão em cerca de 935 a.C., seu reino foi dividido em
dois estados: Israel e Judá. Deste último, os judeus herdaram o nome. Com o
tempo, esses dois reinos, tornaram-se muito fracos para conter os invasores,
cheios de ambição. O Templo de Salomão foi destruído pelo exército de
Nabucodonosor II, rei da Babilônia, em 587 a.C. – Nabucodonosor II mandou
milhares de judeus (provavelmente três mil) para o exílio, na Babilônia.
Em 539 a.C., o general Ugbaru do rei persa Ciro, derrotou os babilônios,
tomando a cidade da Babilônia, sem derramamento de sangue, e uniu a maior
parte do Oriente Médio num só estado, que ia da Índia ao Mediterrâneo, e
permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém, devolvendo a eles os tesouros
que haviam sido retirados do Templo por Nabucodonosor II. Os judeus foram
reconduzidos a Jerusalém pelo rei Zorobabel, neto do último rei e herdeiro do
trono de Davi, e seu grupo: Josué, Neemias, Saraías, Raelaiás, Mardoqueu,
Belsã, Beguai, Reum e Baana Foi iniciada a reconstrução do Templo, por
Zorobabel, sob autorização de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos.
Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macedônio Alexandre, O
Grande, Jerusalém entra em contato com a cultura grega.
Em 200 a.C., Antíoco, rei dos selêucidas, mudou o nome da cidade para
Antioquia e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo
a prática do judaísmo. Os macabeus lutaram contra os selêucidas por dezesseis
anos. Em 141 a.C., instalaram um reino independente.
Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalém e, profanou o
Templo. A Judéia ficou reduzida à condição de província romana, por
Pompeu. Jerusalém viveu um caos, e trocava de mãos com freqüência. No ano
37 a.C., Herodes conquistou Jerusalém. Apesar de seu governo sanguinário,
Herodes restaurou o Templo de Salomão – essa foi a terceira reconstrução.
Depois de muitas batalhas, revoltas, guerra civil entre facções judaicas, o
Templo foi novamente destruído. Da estrutura original, restou somente o atual
“Muro das Lamentações” (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro
Templo real, o de Herodes).
Na realidade, em sentido amplo, há quatro Templos: O primeiro, construído
por Salomão; o segundo não existiu concretamente – apareceu como visão do
profeta Ezequiel durante a escravidão dos judeus na Babilônia; o terceiro foi
construído pelo rei Zorobabel e o quarto Templo foi erguido por Herodes.
A Maçonaria também é chamada de “Arte Real”, pela suposição que tenha
sido “encontrada” pelos dois reis: Salomão de Israel e Hiram de Tiro – e, teria
sido encorajada e financiada pelos dois monarcas em vários países.
Outra hipótese, também sem comprovação, aponta a Ordem como instituída
pelos poucos Cavaleiros Templários que não foram massacrados por ordem do
papa Clemente V e do rei da França Felipe IV, o Belo, entre 1307 e 1314.
A Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão foi uma Ordem Militar
Religiosa fundada por um nobre francês da região de Champagne, Hugues de
Payens, que se tornou o primeiro Grão-Mestre dos Templários, e o cavaleiro
flamengo Godofredo de Saint-Omer, em 1118, em Jerusalém, logo após a
Primeira Cruzada (1099), para proteger os peregrinos cristãos que iam para a
Terra Santa. No início, eram nove cavaleiros de origem flamenga e francesa, e
ofereceram seus serviços ao rei de Jerusalém, Balduíno II. Esses cavaleiros
eram: Hugues de Payens, Godofredo de Saint-Omer, André de Montbard,
Payen de Montdidier e Archambaud de Saint-Amand. Os demais estão
envoltos em mistérios, pois só se sabe seus primeiros nomes: Gondemare,
Rosal, Godefroy e Geoffrey (Bisol). Eles instalaram-se, inicialmente, nas
ruínas do Templo do Rei Salomão - daí o nome “Templários”. O primeiro selo
da Ordem Templária era um cavalo montado por dois cavaleiros, que
simbolizaria a pobreza da Ordem. Outros autores afirmam que esse selo
poderia representar os dois graus de cavaleiro dentro da Ordem: os que tinham
permissão para participar do segredo Templário, e os que não tinham.
Os Cavaleiros Templários como Ordem de Cavalaria Militar, formavam a
vanguarda e a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na Palestina. Por
quase duzentos anos, foram muito poderosos, com legendárias habilidades no
combate e fabulosos tesouros.
Felipe, o Belo, tivera seu pedido de admissão rejeitado pelos Mestres
Templários – sua vaidade de tirano foi ofendida e, decretou a perseguição e
prisão dos Templários – em 13 de outubro de 1307. Felipe sabia da rivalidade
entre a Ordem Templária e a Ordem Hospitalária: Ordem dos Cavaleiros
Hospitalários de São João - Ordem religiosa da Igreja Católica, fundada pelo
Irmão Gerardo. Inicialmente, essa Ordem foi instituída como uma Ordem de
enfermagem em Jerusalém, porém tinha membros treinados como cavaleiros
guerreiros. Então o rei sugeriu ao papa que escrevesse aos Grãos-Mestres das
duas Ordens, convidando-os para uma reunião política. Guilherme de Villaret,
Grão-Mestre dos Hospitalários não compareceu ao encontro – o Grão-Mestre
dos Templários compareceu.
Jacobus Borgundus Molay ou Jacques DeMolay (1244-1314), cavaleiro da
pequena nobreza do leste da França, nascido na cidade de Vitrey, último Grão-
Mestre da Ordem Templária e todos os Templários (cerca de quinze mil na
França), foram presos na manhã do dia 13 e torturados – foram acusados de
feitiçaria, idolatria e heresia. A Inquisição da Igreja Católica teve ordens para
extrair confissões, com qualquer tipo de tortura. Jacques DeMolay foi
entregue ao Grande Inquisidor da França, Guilherme Imbert. A tortura deveria
evitar o derramamento de sangue, pois era um padre torturando outro padre.
Portanto, queimar, esmagar e esticar foram as efetivas alternativas.
Nos calabouços (onde ficavam outros prisioneiros), havia um dreno para
excrementos, urina, vômito e sangue – a masmorra, que era um pequeno poço
logo abaixo desse pesado ralo de ferro, do tubo de esgoto, no chão – para as
masmorras iam prisioneiros incorrigíveis ou aos quais estava destinada
particular degradação. Os Templários foram colocados em masmorras – uma
invenção gaulesa, desenvolvida pelos franceses: um poço pequeno demais
para o prisioneiro deitar-se, o qual tinha que ficar sentado ou ajoelhado. Foram
impiedosamente torturados por sete anos.
Em 18 de março de 1314, Jacques DeMolay, e cerca de cento e quarenta
cavaleiros foram executados: foram queimados numa ilha do rio Sena, “Ilê de
la Cite”, assinalando a morte oficial da Ordem. Segundo a lenda, Jacques
DeMolay com setenta anos, durante sua agônica morte na fogueira,
amaldiçoou seus algozes, com essas palavras:
“Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre
vós todos. “Nekan, nekan, Adonai!!!” (“Vingança, vingança, Senhor!!!”) papa
Clemente ..., Cavaleiro Guilherme de Nogaret..., rei Felipe; intimo-os a
comparecer perante o Tribunal do Juiz de todos nós dentro de um ano para
receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos
malditos até a décima terceira geração de suas raças!!!”. Quarenta dias depois
o papa Clemente V morreu vítima de uma infecção intestinal. Felipe morreu
em 29 de novembro de 1314, ao cair de um cavalo durante uma caçada, e
Guilherme de Nogaret (alguns historiadores descrevem-no como “advogado”,
“ministro” e “agente” de Felipe), morreu numa manhã da terceira semana de
dezembro, envenenado por uma vela feita por Evrard, ex-Templário.
Pesquisadores apontam que a motivação da perseguição foi política e
econômica: política porque, Felipe, ao destruir a Ordem Templária impediria
qualquer aumento de poder do papa, pois a Ordem era ligada apenas à Igreja
Católica; e econômica, pois o rei apoderar-se-ia das riquezas e bens (castelos,
terras) dos cavaleiros. Os Templários tinham se tornado depositários de
imensas fortunas e formaram um dos primeiros sistemas “bancários”
existentes: o peregrino podia depositar uma quantia em um Templo em sua
terra natal e, retirá-la em outro Templo, na Terra Santa. Felipe forçou o papa a
apoiar a condenação da Ordem e, Clemente V, na sexta-feira, 13 de outubro,
de 1307, autorizou a França a atacar os Templários - fato que selou a sexta-
feira 13 como dia aziago. Porém, o papa arquitetou um acordo, e em 1312,
quando dissolveu a Ordem dos Cavaleiros Templários, transferiu boa parte das
propriedades e os ativos da Ordem Templária para a Ordem dos Cavaleiros
Hospitalários de São João.
A Jacques DeMolay, o último Grão-Mestre Oficial da Ordem Templária, foi
atribuído o fato de ter organizado o que mais tarde veio a chamar-se o “Oculto
Hermético” ou “Maçonaria Escocesa” (segundo teoria do historiador escocês
moderno, Andrew Sinclair).
Há, atualmente, uma Ordem inspirada nos Templários: é a Ordem DeMolay,
para jovens do sexo masculino, de doze a vinte e um anos - a Ordem DeMolay
tem ligações com a Maçonaria, mas tem liberdade de atuação.

Outra tese coloca a origem da Ordem Maçônica moderna, nas Corporações de


Ofício – espécies de sindicatos europeus (principalmente ingleses), na Idade
Média. Especificamente, a corporação de pedreiros – essas corporações
conservavam a influência da Igreja Católica, tendo a corporação de pedreiros
eleito dois santos padroeiros: São João Batista e São João Evangelista, com
posterior fixação em São João da Escócia.
A palavra “Maçonaria” em francês, “Maçonnerie”, é derivada do francês
“maçon”, pedreiro. Ou, como preferem alguns, do inglês “Masonry”
(Maçonaria) e “mason”, igualmente, pedreiro. Etimologicamente, a palavra
“maçom” vem do baixo latim “machio”, cortador de pedras. Porém, alguns
autores defendem a hipótese que a palavra “Maçonaria” é mais antiga e tem
origem na expressão copta “phree messen”, que significa “Filhos da Luz”.
Pode-se deduzir que, seus primeiros integrantes operavam, materialmente, em
construções, obras - eram trabalhadores especializados, construtores de
Templos, de Igrejas, castelos, os quais, desde a Antigüidade detinham
conhecimentos especiais e constituíam uma espécie de aristocracia do
trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da Europa e, mantinham as
técnicas de seu ofício, em segredo. Adotaram uma hierarquia baseada no
conhecimento e na perícia. Esta fase da Maçonaria é conhecida como
“Operativa”, porque seus membros trabalhavam em construções – eram
obreiros. Contrariamente aos camponeses, os pedreiros tinham permissão para
viajar, numa época em que as pessoas, viviam ligadas e presas à terra, devido
ao feudalismo. Esses pedreiros reuniam-se em uma “Loja” local, um edifício
erguido no canteiro de obras, onde comiam e dormiam. Todas as corporações
estavam organizadas em: Aprendizes, Oficiais e Mestres. Os Aprendizes não
recebiam remuneração – moravam na casa dos Mestres, que lhes forneciam
vestuário e alimentação. Depois de um tempo de aprendizado, que podia se
estender por até sete anos, eram promovidos ao 2º Grau – Oficiais. Os Oficiais
recebiam salários, e os mais talentosos tornavam-se Mestres, e podiam abrir
suas próprias oficinas.
Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros: o “rough stone mason”,
pedreiro bruto que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou
polimento, e o “free stone mason”, pedreiro livre, que detinha o segredo de
como polir a pedra bruta.
Os documentos antigos (era cristã), deixados pelos maçons operativos, são
importante fonte para estudo do passado da Maçonaria:
- Constituição de York, ano 926;
- Carta de Bolonha, ano 1248;
- Manuscrito Regius ou Manuscrito Halliwell, ano 1390. Esse Manuscrito
encontra-se no “British Museum”, em Londres, Inglaterra;
- Manuscrito Cooke, ano 1410;
- Estatutos de Ratisbona, ano 1459;
- Manuscrito Grand Lodge nº 1, ano 1583;
- Estatutos Schaw, ano 1598;
- Manuscrito Inigo Jones, ano 1607;
- Manuscrito de Edimburgo, ano 1696;
- Manuscrito Dumfires nº 4, ano 1710;
- Manuscrito Kewan, ano 1714-1720.

Entre os séculos XVI e XVII, as corporações mudaram as características das


reuniões. Especialmente na Inglaterra, nesses encontros, abriu-se espaço para
o estudo da Alquimia e Rituais Simbólicos e, para homens que não
trabalhavam com construções. Tem início a “Maçonaria Especulativa” ou
“Franco-Maçonaria”, porque seus adeptos são homens de pensamento voltado
para o conhecimento filosófico e, que perdura até hoje (o “Manuscrito
Cooke”, do século XV, é um antigo documento que norteia as bases da
Maçonaria Especulativa, contendo um dos mitos centrais da Maçonaria: a
figura de Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomão).
Essas duas fases da Maçonaria são bem distintas: a Operativa era uma
organização fraternal de artesãos. Com a inclusão de membros da nobreza e
pensadores, os temas e debates passaram a ser filosóficos e filantrópicos, teve
início a Maçonaria Especulativa. Segundo Albert G. Mackey (1807-1881 –
médico, autor maçônico): “A principal diferença entre a Maçonaria Operativa
e a Especulativa é que, enquanto a primeira se ocupou com a construção de
um Templo material formado, na verdade, pelos mais magníficos materiais
das pedreiras da Palestina, das montanhas do Líbano, e das costas douradas de
Ofir, a última se dedicou a erguer uma casa espiritual – uma casa não
construída com as mãos – na qual pedras, pedras preciosas, cedro e ouro, são
substituídos pelas virtudes do coração, pelas puras emoções da alma, pelos
ardentes sentimentos que brotam das fontes ocultas do espírito”. Segundo o
mesmo autor, a Maçonaria Especulativa, a atual, nasceu do encontro dos
judeus ou maçons puros (Maçonaria Pura ou Noaquita – refere-se aos
descendentes de Noé), e o povo de Tiro, ou maçons espúrios (Maçonaria
Espúria, referente aos mistérios pagãos), na construção do Templo de
Salomão. A Maçonaria Pura sempre foi Especulativa, segundo o autor, e a
Maçonaria Espúria, dos operários de Tiro, era composta por arquitetos
profissionais, que introduziram a arte operativa – daí as características de uma
Ciência Especulativa e de uma Arte Operativa, forneceram as bases da
Maçonaria atual, com a fusão da Maçonaria Pura e da Maçonaria Espúria.

Num primeiro momento, a Ordem foi fiel à Igreja Católica: até 1694, quando
Guilherme III (rei da Inglaterra, Escócia e Holanda) foi iniciado na
Maçonaria, esta era católica e leal ao papa - nos estatutos, havia a obrigação
do maçom ser “fiel a Deus e à Santa Igreja”. No entanto, aos poucos, a
Maçonaria desligou-se do clero, tornando-se autônoma e forte.
A partir do século XVII, o Iluminismo, movimento filosófico e cientificista,
colaborou para a evolução organizacional e funcional da Maçonaria. Antes do
Iluminismo, a sociedade era concebida teologicamente, centrando-se na
autoridade eclesiástica. O Iluminismo substituiu os antigos valores
corrompidos pelos princípios da universalidade, da igualdade e da democracia
- o que os maçons já conheciam e praticavam. O Iluminismo revitalizou as
bases tradicionais da cultura européia, como também contestou a legitimidade
da monarquia, da aristocracia, da submissão da mulher ao homem, da absoluta
autoridade eclesiástica e da escravatura.
Durante o Iluminismo, a Maçonaria surgiu como instituição que preconizava
os valores da Idade Moderna, aceitando plenamente a nova percepção de
mundo, desenvolvida pela ciência e pela filosofia.
Despontou a liderança maçônica de John Theophilus Desaguliers (1683-
1744), um francês que passara a viver na Inglaterra. A ciência foi importante
na vida de Desaguliers, tendo se aprofundado na pesquisa, principalmente, das
Leis Mecânicas de Isaac Newton, também maçom, de quem foi amigo. Fez
conferências em tavernas para divulgar a ciência newtoniana, e estudou a
matéria e seus movimentos como elementos constitutivos do Universo.
Desaguliers tornou-se Grão-Mestre no início da Maçonaria Especulativa.
Os princípios da arquitetura clássica também tiveram grande influência do
Iluminismo, no início do século XVIII. As características mais valorizadas
eram a simetria, os arcos, as colunas Dórica, Jônica e Coríntia e os templos
com domus (abobadados).
Podem-se identificar três fases no desenvolvimento da Maçonaria - a primeira
foi a dos Antigos Mistérios. A segunda fase, mais recente e intermediária, a
Maçonaria Operativa que vai desde as guildas (Corporações de Ofício – eram
associações de artesãos de um mesmo ramo) e as Corporações de
Construtores, até a aceitação dos não operativos, iniciando dessa forma a
terceira fase, a da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, do francês
“franc”, “livre” e “mason” “pedreiro”.
Em cidades da Inglaterra, surgiram Lojas (como são nomeados os grupos de
reunião) – a palavra “Loja” vem do inglês “Lodge” e do francês “Loge”, que
significa cabana, toca, choupana. Outros autores afirmam que a palavra “loja”
vem do sânscrito “loka” “mundo”, derivada da raiz “lok”, que significa “ver”,
tendo relação com “locus”, “lugar” do latim. Assim, a “Loja” é considerada
um símbolo do cosmo.
Em 1717, quatro Lojas reuniram-se para fundar a Grande Loja de Londres,
até hoje a mais importante instituição mundial da Maçonaria. Essas quatro
Lojas, a “Goose and Gridiron” (O Ganso e a Grelha), a “Queen’s Head” (A
Cabeça da Rainha), a “Apple Tree” (A Macieira) e a “Rummer and Grapes”
(O Copo e as Uvas), reuniram-se no local da “Goose and Gridiron” e
oficializaram a criação da Grande Loja de Londres. As Lojas escolheram
também seu primeiro Grão-Mestre, Anthony Sayer (gentil-homem, na época o
Mestre mais antigo). No ano seguinte foi eleito Grão-Mestre George Payne, o
qual reuniu toda documentação existente sobre a Maçonaria, formando o
primeiro regulamento impresso, em 1721. A partir desse regulamento é que
surge, em 1723, a Constituição de Anderson.
A primeira vez em que a palavra “Landmark” foi mencionada em Maçonaria,
foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1721 por George Payne, durante
o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres – os
“Landmarks” foram adotados em 1721, como lei orgânica e terceira parte
integrante da Constituição de Anderson. “Landmarks” são regras de conduta
que devem ser mantidos imutáveis. Podem ser de tradição escrita ou oral. São
consensuais e devem ser mantidos intactos, em virtude de compromissos
solenes e invioláveis. São a certidão de nascimento da Maçonaria
documentada. O conceito de “Landmarks” vem da Maçonaria Operativa: o
método de cinco pontos que consistia em fixar, inicialmente, os quatro
ângulos em que deveriam ser colocadas quatro pedras; depois, a pedra no
centro, que é a que faz a base e tem a forma quadrada ou retangular. O ponto
de encontro das diagonais era assinalado com cinco estacas - isso tem a
denominação de “Landmarks”, isto é: os limites além dos quais não se deve ir.
Os cinco pontos da Maçonaria Operativa eram aplicados a um simbolismo
corporal, no qual o corpo do homem representa o próprio edifício.
Os “Landmarks” de Mackey (Albert Galletin Mackey – 1807-1881, médico,
maçom. É considerado um grande jurista maçônico):
I- “Nossos meios de reconhecimento são inalteráveis. Não admitem
variação alguma;
II- A Maçonaria Simbólica se divide em três graus: Aprendiz,
Companheiro e Mestre;
III- A Lenda do Terceiro Grau é inalterável;
IV- O Governo Supremo da Fraternidade está presidido por um Oficial
chamado Grão-Mestre, eleito entre os membros da Ordem;
V- É uma prerrogativa do Grão-Mestre, presidir qualquer reunião
maçônica (no território de sua jurisdição);
VI- É prerrogativa do Grão-Mestre, conceder dispensa de interstícios
para conferir Graus a qualquer tempo incompleto (em tempos
anormais);
VII- É prerrogativa do Grão Mestre, conceder dispensas para abrir ou
fechar Lojas;
VIII- É prerrogativa do Grão-Mestre, fazer Mestres no ato (iniciar e
exaltar);
IX- Todos os Mestres têm a obrigação de congregarem-se em Lojas;
X- O Governo da Fraternidade, reunida em Lojas, se exerce por um
Venerável Mestre e dois Vigilantes;
XI- É um dever de todas as Lojas, quando se congregam, o de trelhar a
todos os visitantes (trabalhar “a coberto”);
XII- Todo Maçom tem o direito de ser representado e de dar instruções a
seu representante, nas Assembléias de que tome parte;
XIII- Todo Maçom pode apelar à Grande Loja das decisões de seus Irmãos
congregados na Loja;
XIV- Todo Maçom em pleno uso de seus direitos, pode visitar qualquer
Loja regular;
XV- Nenhum visitante desconhecido pode entrar nas Lojas sem ser
cuidadosamente trelhado;
XVI- Nenhuma Loja pode intervir nos assuntos de outra Loja;
XVII- Todo Maçom está sob o domínio das leis e regulamentos da
jurisdição em que resida, ainda que não seja membro das Lojas da
Obediência;
XVIII- As mulheres, os coxos, os aleijados, os escravos, os mutilados, os
menores de idade e os anciãos não podem ser iniciados;
XIX- É inevitável para todo Maçom, a crença na existência de um
princípio criador, identificado como G.A.D.U.;
XX- Todo Maçom deve crer na ressurreição a uma vida futura;
XXI- Um Livro da Lei não deve faltar nunca em uma Loja quando
trabalha;
XXII- Todos os Maçons são iguais;
XXIII- A Maçonaria é uma sociedade secreta;
XXIV- A Maçonaria foi fundada como ciência especulativa sobre a arte
operativa, tomando simbolicamente os usos dessa arte;
XXV- Nenhum destes Landmarks poderá ser modificado nunca, no
mínimo que seja”.

Como ensina Rizzardo da Camino: “Infalibilidade, invariabilidade e


irrevogabilidade são os três atributos dos “Landmarks”.

A Constituição de Anderson estabeleceu um novo estatuto, substituindo as


“Old Charges”, isto é, as “Velhas Obrigações” da Maçonaria Operativa, as
quais foram extraídas de antigos manuscritos usados pelas corporações de
artesãos da Idade Média. Era um código de ética que regulava o
relacionamento entre os maçons das guildas profissionais. Foi organizada pelo
maçom James Anderson (1680-1739), teólogo e ministro da Igreja
Presbiteriana de Londres, nascido em Edimburgo na Escócia, que registrou
por escrito todas as normas e Rituais transmitidos oralmente. A Constituição
de Anderson foi revisada e corrigida por catorze intelectuais maçons, e ficou
dividida em três partes: uma seção histórica, desde épocas remotas até o
começo do século XVII; uma segunda, que expõe as obrigações de todo
maçom, assim como as sanções pelo seu não cumprimento; e a terceira e
última parte, dedicada a canções que glorificam a Ordem, para uso dos três
Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Segundo Alberto Victor Castellet (autor maçônico), em seu livro “O que é a


Maçonaria”, a partir de então, “já não será a catedral um Templo de pedra a
construir, senão que o edifício a ser levantado em honra e glória ao Grande
Arquiteto do Universo será a catedral do Universo, quer dizer, a mesma
Humanidade. O trabalho sobre a pedra bruta destinada a transformar-se em
cúbica, quer dizer, apta às exigências construtivas, será o homem, que haverá
de ir polindo-se em contato com seus semelhantes através de um ensinamento
em grande parte simbólico. Cada utilitário ou ferramenta dos pedreiros
receberá um sentido simbólico: o esquadro, para regular as ações; o compasso,
para manter-se nos limites com todos os homens, especialmente com os
irmãos maçons; o avental, símbolo do trabalho, que com sua brancura indica a
simplicidade dos costumes e a igualdade; as luvas brancas, que recordam ao
franco-maçom que não deve jamais manchar as mãos com a iniqüidade; e
finalmente a Bíblia, para regular ou governar a fé.”

2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos,


Obediências:

- Conceito:
Segundo Erwin Seignemartin (Past Grão-Mestre: nascido em 1912, em
Ribeirão Preto - Brasil) na Conferência “Maçonaria – Sua História, Objetivos
e Princípios” – 28 de setembro de 1979:
“A Maçonaria é uma Ordem Universal formada por homens de todas as raças,
credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e
reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no
Amor Fraternal, na Esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao
Próximo com, Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação
da Verdade e sob a tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos
princípios da Ordem, da Razão e da Justiça. Para que o mundo alcance a
Felicidade Geral e a Paz Universal.
A Maçonaria é uma organização mundial de homens que, utilizando-se de
formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente
uniram-se para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade.
Admitindo em seu seio homens de caráter sem consideração à sua raça, cor ou
credo, a Maçonaria se esforça para constituir uma Liga Internacional de
homens dedicados a viver em paz, harmonia e afeição fraternal.”
A Maçonaria, em cada país ou em cada estado de uma Federação, é regulada e
dirigida por uma Grande Loja independente e soberana.
A Ordem Maçônica não inicia mulheres, pois tendo evoluído da Maçonaria
Operativa que erguia templos no período da construção de catedrais, adotou a
antiga regulamentação que previa o seguinte (por entender que, a mulher não é
afeita ao trabalho árduo de pedreiro, ofício original dos primeiros integrantes.
As corporações de pedreiros eram constituídas, exclusivamente, por pessoas
do sexo masculino):
“As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e
de princípios virtuosos, nascidos livres de idade madura, sem vínculos que o
privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim
como homens de comportamento duvidoso ou imoral”.

As Mulheres e a Maçonaria:
Apesar da Constituição de Anderson (1723), que é o marco inicial da
Maçonaria Especulativa, não permitir a admissão de mulheres, há algumas
correntes de pesquisas maçônicas que admitem o fato como sendo um
princípio antigo. No Egito e na Índia, pelas pinturas nas tumbas e pelos
manuscritos do Antigo Egito, a esposa está presente quando o marido, como
sacerdote, executa cerimônias. Nas tradições das sociedades iniciáticas
antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posição social e cultural,
podiam ser iniciados, e a única exigência era a de que deveriam ser puros e de
conduta nobre.
Na Idade Média, (final do século XVI) havia restrições quanto ao ingresso da
mulher na Maçonaria.
Em 1730, na França, alguns maçons criaram o movimento da “Maçonaria de
Adoção”.
Como ensina W. Kirk MacNulty em seu livro “Maçonaria – Uma Jornada por
Meio do Ritual e do Simbolismo”:
“A “Maçonaria de Adoção” foi um fenômeno da última metade do século
XVII. Uma Loja de Adoção era conduzida por uma Loja Maçônica regular
que promovia sessões especiais no curso das quais as mulheres eram
admitidas em Loja e participavam de rituais quase maçônicos.
Tais Lojas eram particularmente bem sucedidas na França, onde houve uma
revitalização da Maçonaria de Adoção depois da Revolução e que continuou
pelo século seguinte. A própria imperatriz Josefina era a Grã-Mestra da “Loja
de Adoção Santa Carolina”. Napoleão Bonaparte era maçom.
A Maçonaria, conserva a regulamentação, conforme reza a Constituição de
Anderson, de não iniciar mulheres. Atualmente há a Maçonaria Mista e a
Maçonaria Feminina, mas não são reconhecidas pelos órgãos competentes
maçônicos – ainda não são regulares.
Porém, pode-se imaginar, que a tradição existente na Maçonaria, de somente
iniciar pessoas do sexo masculino, seja uma herança de tempos remotos:
O grupo de primatas, do qual descendemos, provém de um tronco insetívoro.
Esse grupo subdividiu-se: alguns se tornaram herbívoros, e outros, carnívoros.
Esses carnívoros tiveram que se lançar na competição com outros animais
terrestres e, tornaram-se melhores caçadores. Começaram a utilizar
instrumentos e aperfeiçoaram as técnicas de caça, com a cooperação social.
Diferentemente dos lobos, os hominídeos não se dispersavam após o ataque -
e, o grupo caçador era formado somente por machos. As fêmeas estavam
ocupadas em cuidar da prole, e não podiam participar ativamente da
perseguição e captura das presas. Assim, o papel de cada sexo tornou-se
diferenciado.
Socialmente, os indivíduos do sexo masculino aumentaram a necessidade de
comunicação e cooperação com os companheiros, e desenvolveram
expressões faciais e vocais, criando maior camaradagem - em seus grupos
caçadores, exclusivamente formados por machos.
Com o advento da agricultura e da domesticação de vários animais, como
caprinos, ovinos, os machos tiveram suas funções caçadoras diminuídas. Essa
lacuna, muito provavelmente, foi compensada com a criação de associações
exclusivamente masculinas - proporcionando oportunidade para a interação
entre machos e para atividades coletivas. Nessas associações, há um forte
componente emocional de união masculina, e preocupação com a interação
entre machos, que existia nos primitivos grupos de caçadores cooperativos -
essas entidades exercem um importante papel na vida de homens adultos,
revelando a manutenção de instintos básicos ancestrais. As mulheres podem
não possuir essa necessidade, pois não se associaram em grupos cooperativos,
em tempos primitivos.
Fazer parte dessas associações, para os homens, significa compartilhar a
masculinidade essencial, uma necessidade moderna da tendência ancestral da
espécie para formar grupos de machos caçadores. É interessante observar, que
grande parte desses encontros masculinos, termina com um jantar, um lanche,
um banquete - o sucedâneo da partilha da comida (caça).
Assim, mulheres e homens, geneticamente, parecem possuir necessidades
diferentes. Criaram-se então, “Mistérios” masculinos e femininos. Para a
mulher a maternidade, a comunhão com a flora. Para o homem, a caça, a
guerra, a comunhão com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol. Porém,
para recriar os ciclos da Natureza, o princípio feminino e o masculino juntam-
se: são complementares, porém diferentes.
A Maçonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a Lua
como símbolos: o Sol e a Lua são símbolos herméticos e alquímicos, ouro e
prata, o positivo e o negativo. O Sol é a vida, o masculino. Nos Antigos
Mistérios o Sol era adorado por ressurgir da “morte” de seu poente. O Sol era
símbolo da regeneração da alma – A Lua, sua complementaridade, o feminino.
A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à
noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O
Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que
vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas
as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega e ceifa - a natureza do
princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas,
opostas e complementares às do Sol, que são elétricas.
A Ordem, por ter origem muito, muito antiga, respeita a diversidade entre as
energias masculinas e femininas.
Os maçons usam três pontos dispostos em triângulo (.*.), como símbolo -
símbolo solar, símbolo masculino. Têm uma origem bem antiga – objetos
celtas do século IX a. C e, muito antes, nas cerâmicas egípcias e gregas. A
tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. Os Três Pontos
traduzem a concepção piramidal egípcia e são o símbolo sexual masculino
completo: pênis mais testículos, significando o sexo em função procriativa.
Procriação - masculino e feminino em equilíbrio.
A Maçonaria, mesmo não iniciando mulheres, demonstra um grande respeito à
energia feminina.
A Ordem é uma associação de homens livres e de bons costumes, cultivando
os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento
intelectual e fraternidade. É uma entidade iniciática, filosófica, educativa e
filantrópica. A Maçonaria, através do ideal de aperfeiçoamento, conduz o
indivíduo ao equilíbrio e desenvolvimento pessoal, ao exame da moral e à
prática das virtudes. Virtude é a força que impele o ser humano a fazer o bem
em sua mais profunda compreensão; é a força que leva ao cumprimento de
deveres para com a sociedade e para com a família, sem interesses egoístas.
A Ordem, tendo por objetivo o aperfeiçoamento, conduz à instrução e à
evolução moral e intelectual do indivíduo.
A Maçonaria somente considera possível o progresso (pessoal e social) com
base no respeito à personalidade, à justiça e à mais estreita solidariedade entre
os homens, unindo indivíduos, através do ideal de aperfeiçoamento.

A Maçonaria é uma instituição que promove um renascimento espiritual do


homem, através de um realinhamento do sistema de sua conduta moral e ética.
O iniciado compromete-se a vencer paixões, vícios, ambições, ódios, desejos
de vingança e, o que estiver oprimindo-lhe a alma.
A Instituição não é uma sociedade secreta, porque sua existência é conhecida
(mas é uma instituição iniciática: o candidato ingressa por meio de rituais,
iniciado por um Mestre Maçom). É uma sociedade “discreta”. As autoridades
de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Os únicos segredos que
existem, e só se conhece por meio do ingresso na Ordem, são os meios usados
pelos maçons para reconhecerem-se entre si em qualquer parte do mundo, o
modo de interpretar símbolos e os ensinamentos neles contidos, e os Rituais
internos das Lojas.
A Maçonaria também é ciência (investigação racional ou estudo da Natureza
direcionado à descoberta da Verdade), no seu aspecto mais abrangente,
partindo da premissa que homem e Natureza são componentes de um único
sistema. É ciência aplicada na prática, eticamente, para a evolução geral da
humanidade, entendendo que a ação é decorrência do pensamento, adotando o
desenvolvimento do intelecto, como via para o desenvolvimento da
capacidade maior da Instituição, da sociedade, do Planeta e do Universo.
Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria.
A Maçonaria combate: a ignorância, a superstição, o fanatismo, o orgulho, a
intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.

A Ordem possui um “Código Maçônico” (originário da Maçonaria inglesa) -


são preceitos morais e éticos, que devem orientar todo maçom - no Brasil, está
presente nas instruções, desde a metade do século passado.
Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele
disse: “Não posso dar-lhes um código; observem os homens melhores e mais
sábios que vocês encontrarem e imitem-nos”.
Código Maçônico:
- Adora o Grande Arquiteto do Universo;
- O verdadeiro culto que se presta ao Grande Arquiteto do Universo
consiste, principalmente, em boas obras;
- Tem sempre tua alma em um estado puro, para ser digno diante de tua
consciência;
- Ama ao próximo como a ti mesmo;
- Não faças o mal para esperar o bem;
- Estima os bons, ama os débeis, foge dos maus, mas não odieis a ninguém;
- Não lisonjeies teu irmão, pois isto é uma traição; se teu irmão te lisonjeia,
teme que ele te corrompa;
- Escute a voz de tua consciência;
- Seja o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza cause-lhes, outras
tantas maldições que cairão sobre tua cabeça;
- Respeita o viajante nacional como o estrangeiro; ajuda-o. Ele deve ser
uma pessoa sagrada para ti;
- Evita as discussões, evita os insultos, faz com que a razão fique sempre
do teu lado;
- Reparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos abriga-os em
tua casa; quando vires o desnudo, cobre-o e não desperdices tua comida
com quem não a merece - sua carne pelas tuas;
- Não se irrite com facilidade, porque a ira repousa no seio do néscio;
- Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto delas
retirará, e isso também é vaidade;
- Foge dos ímpios, senão tua casa será arrasada, somente os lares dos justos
florescerão;
- No caminho da honra e da justiça está a vida, mas o caminho transviado
conduz à morte;
- O coração dos sábios está onde se pratica a virtude, e o coração dos
néscios, onde se festeja a vaidade;
- Respeita as mulheres, não abuses jamais de sua debilidade e muito menos
penses em desonrá-las;
- Se tens um filho, regozija-se; mas treme da responsabilidade que te
confia. Faz com que até os dez anos te tema, com que aos vinte te ame e
que até a morte te respeite. Até os dez anos seja seu Mestre, até os vinte
seu pai e até a morte seu amigo. Pensa em dar-lhe bons princípios antes
que belas maneiras, que te deva retidão esclarecida e não frívola elegância.
Faz um homem honesto antes que um homem hábil;
- Se tens vergonha de teu destino, tens orgulho; pensa que aquele nem te
honra nem te degrada, o modo com que cumpras te fará um ou outro;
- Leia e aproveita, veja e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre no bem
de teus irmãos e trabalharás para ti mesmo;
- Contenta-te de tudo, por tudo e com tudo;
- Não julgueis apressadamente as ações dos homens; não reproves e muito
menos elogies; antes procura sondar bem os corações para apreciar suas
obras;
- Seja entre os profanos, livre sem licença, grande sem orgulho, humilde
sem se rebaixar; e entre os irmãos, firme sem ser tenaz; severo sem ser
inflexível e submisso sem ser servil;
- Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com teus iguais,
sinceramente com teus amigos, docemente com os pequenos e ternamente
com os pobres;
- Justo e valoroso defende o oprimido, protege a inocência, sem esperar por
nada dos serviços que prestares;
- Exato apreciador dos homens e das coisas, não atenderás mais que ao
mérito pessoal, sejam quais forem a classe, o estado e a fortuna;
- No dia em que se generalizarem essas máximas entre os homens, a
humanidade será feliz e a Maçonaria haverá terminado sua tarefa e cantará
seu triunfo regenerador.

Além do Código, há o “Decálogo da Maçonaria”, também originário da


Maçonaria inglesa:
- Deus é a sabedoria eterna, onipotente e imutável; suprema inteligência e
inextinguível amor. Deves adorá-lO, reverenciar e amar, praticando as
virtudes, muito O honrarás;
- Tua religião consiste em fazer o bem, por ser um prazer para ti e não,
unicamente, um dever. Constitui-te em amigo do homem sábio e obedece a
seus preceitos. Tua alma é imortal; nada farás que a desagrade;
- Combaterás, incessantemente, o vício. Não farás a outrem o que não quiseres
que te façam. Deverás ser submisso à Fortuna e conservar vivo o fogo da
Sabedoria;
- Honrarás teus pais. Respeitarás e tributarás homenagens aos anciãos.
Instruirás os jovens;
- Sustentarás tua mulher e filhos. Amarás tua Pátria e obedecerás às suas leis;
- Teu amigo será para ti, tua própria imagem. O infortúnio não te afastará do
seu lado. E farás, por sua memória, o que farias por ele em vida;
- Evitarás e fugirás de falsos amigos, assim como, quando possível, dos
excessos. Temerás ser a causa de uma mancha em tua memória;
- Não permitirás que as paixões te dominem. Obterás, das paixões dos demais,
lições de proveito para ti mesmo. Serás indulgente com o erro;
- Ouvirás muito; falarás pouco e obrarás bem. Olvidarás as injúrias, darás o
bem em troca do mal. Não abusarás de tua força ou superioridade;
- Estudarás o conhecimento dos homens. Buscarás sempre a virtude. Serás
justo. Evitarás a ociosidade.

Para pertencer à Maçonaria o candidato (a palavra “candidato” vem do latim


“canditus”, que significa “branco”: na Roma antiga, o postulante vestia-se de
branco quando pleiteava um cargo público) deve:
1- Crer na existência de um princípio Criador, o “Grande Arquiteto do
Universo” (G.A.D.U.);
2- Ser homem livre e de bons costumes;
3- Ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e
consigo mesmo;
4- Ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que permita prover as suas
necessidades pessoais, de sua família e a sustentação de obras da
Instituição;
5- Ser convidado por um maçom e ser aprovado pelos demais;
6- Ter, pelo menos, vinte e um anos ou ser emancipado;
7- Não ter nenhuma deficiência física que o impeça de cumprir os futuros
deveres maçônicos - a Maçonaria, possivelmente, teve origem nas
Corporações de Ofício na Idade Média - a corporação de pedreiros. Nas
construções, os deficientes físicos não poderiam carregar pedras, subir e
descer escadas etc., e por esse motivo não eram aceitos. Mais
recentemente, a Ordem não aceita deficientes por causa dos sinais de
reconhecimento entre maçons, com as mãos e os pés, que os deficientes
não poderiam fazer. Não é uma exclusão discriminatória;
8- Obrigar-se ao pagamento dos encargos pecuniários estabelecidos nos
regulamentos.
- Objetivos:
A Maçonaria tem por objetivos:
A livre investigação da Verdade (unidade da Divindade (Deus) e imortalidade
da alma), o exame da moral e a prática das virtudes. Virtude é a força que
impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreensão; é a
força que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a
família, sem interesses egoístas. Tem por objetivo o aperfeiçoamento, a
instrução e a disciplina do indivíduo. O maçom, auto aperfeiçoando-se, estará
pronto para contribuir, mesmo que em pequena parcela, para a grandiosa obra
moral do desenvolvimento humano.
A Maçonaria tem como lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e é uma
sociedade que tem por objetivo unir os indivíduos, sendo esta união, entendida
no seu sentido mais amplo e elevado. Logo, seu estímulo para a união entre os
homens faz com que admita em seu regaço pessoas de todos os credos
religiosos, sem nenhuma distinção. A Ordem não é uma religião, mas é
religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio Criador,
Regulador, Absoluto, Supremo e Infinito ao qual dá o nome de “Grande
Arquiteto do Universo”; é religiosa porque é uma entidade espiritualista, em
contraposição à concepção do predomínio do materialismo.
A Maçonaria reconhece o Grande Arquiteto do Universo, Deus, mas um Deus
entendido dentro dos princípios de tolerância religiosa do deísmo, tradição que
recusa a idéia de que só uma instituição tem o poder para fazer a ligação com
o Divino. Deísmo é diferente de teísmo. Para o teísmo, Deus é o autor do
mundo. Para o deísmo, Deus é o princípio ou causa do mundo, infuso ou
difuso na Natureza, como o Arquiteto do Universo. Trata-se de um Deus de
todas as religiões. É antes um Deus da Natureza do que um Deus da
humanidade. E, por isso, um maçom pode ser judeu, católico, muçulmano,
etc., ou não professar nenhuma religião. Só não deve ser ateu. A Maçonaria
como todas as Tradições Iniciáticas, entende a Divindade como o centro e a
fonte de todas as coisas. Mas, a idéia de Deus como um “Grande Arquiteto”, é
anterior à Maçonaria Especulativa.

- Missão:
Através das ações de seus adeptos, sua missão é a prática das virtudes e da
caridade, é confortar os desafortunados, é não voltar as costas à miséria, é
restaurar a paz de espírito aos desamparados e dar novas esperanças aos
desesperados.
A Maçonaria tem a missão de aperfeiçoar as vidas dos seus membros,
investigar a Verdade, conduzir seus membros a dedicarem-se às boas obras,
fazer amigos e reconhecer seus semelhantes como irmãos.
O iniciado considera-se pedra bruta e, tem a missão de aprimorar-se e tornar-
se “polida”.

- Propósitos:
O propósito da Maçonaria é estudar caminhos que levem à evolução do
Planeta. O rumo é em direção à Luz (um dos nomes do Grande Arquiteto do
Universo), através do pensamento racional – a potência mental também é uma
Luz e a Luz da mente incorpora a própria Luz Divina. A proposição é que, se
cada indivíduo refletir sobre suas atitudes e buscar sempre o caminho do bem
e da perfeição, a sociedade vai caminhar naturalmente sob a égide do
progresso. A evolução individual terá como conseqüência, a evolução da
humanidade. E, cada maçom escolherá e trilhará seu próprio caminho de
crescimento individual, pois tem liberdade de pensamento.

- Obediências:
A Maçonaria no mundo divide-se em Obediências Maçônicas, chamadas de
Grande Loja, Grande Oriente ou Simples Ordem Maçônica. São unidades
administrativas diferentes que agrupam diversas Lojas, mas que transmitem os
mesmos ideais. No Brasil existem três grandes grupos de Obediências
Maçônicas:
. Grande Oriente do Brasil – com Grandes Orientes Estaduais;
. CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (Grandes Lojas
Estaduais formam a CMSB);
. COMAB – Grandes Orientes Independentes (Grandes Orientes Estaduais
Autônomos, que formam a COMAB).

3- Ritos e Graus:

- Ritos:
Rito, do latim “ritus”, significa algo convencional, formal. Rito é um
cerimonial próprio de um culto ou de uma sociedade, determinado pela
autoridade competente – é a ordenação de qualquer cerimônia.
Rito Maçônico é um conjunto de cerimônias e ensinamentos, que variam de
acordo com o período histórico, interpretação, objetivo e temática dada por
seu criador.
Rito é o método utilizado para transmitir os ensinamentos e organizar as
cerimônias maçônicas. Rito é cada diferente sistema maçônico para instrução,
para o trabalho e mesmo para o Ritual de Iniciação. Rito é a prática de se
conferir a Luz Maçônica a um indivíduo, através de um cerimonial
característico.
Em seiscentos anos de Maçonaria documentada, vários Ritos surgiram. Mas,
de 1356 a 1740, existiu um Rito, apenas um sistema de cerimônias e práticas.
Somente a partir de 1740 é que vários Ritos floresceram na Europa.
Um Rito deve ter conteúdo que consagre algumas peculiaridades
estabelecidas: o símbolo do Grande Arquiteto do Universo, o Livro da Lei, o
Esquadro e o Compasso sobre o Altar dos Juramentos, sinais, toques, palavras
e a divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus.
Não há nenhum órgão internacional para reconhecer os diversos Ritos. Acima
do terceiro Grau, cada Rito estabelece sua própria doutrina, hierarquia e
cerimonial. Cada Rito possui características próprias.
Segundo os ensinamentos de Papus (1865-1916: Gérard Anaclet Vincent
Encausse, médico espanhol - em seu livro “ABC do Ocultismo”- maçom), os
Ritos dividem-se em três categorias principais:
a)- Ritos de estudos filosóficos elementares, de ação política imediata. A
tendência desses Ritos é a transformação da Maçonaria em sociedade profana.
O Grande Oriente da França, ou Rito Francês Moderno, alguns Grandes
Orientes do Estrangeiro estão ligados a este sistema;
b)- Ritos nos quais a hierarquia e os Altos Graus são escrupulosamente
conservados. Os Ritos pertencem ao sistema Escocês. Entre os Ritos ligados a
este sistema Escocês: Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin, reformado por
Pike, Rito Escocês Antigo e Aceito de Cerneau, Rito Primitivo e Original da
Franco-Maçonaria , Rito Nacional Espanhol , Rito Antigo e Primitivo, etc. e
o Rito Universal Misto. As palavras “antigo” e “primitivo” indicam,
geralmente, a conexão ao sistema Escocês, ao passo que a palavra “moderno”
indica conexão ao sistema precedente;
c)- Certos maçons, ligados a sociedades Rosa-Cruz, quiseram aprofundar esta
ciência, adaptando-lhe Graus cabalísticos e místicos. Este gênero de
Maçonaria tem se restringido a uma elite e, freqüentemente, compreende
apenas Altos Graus, deixando aos demais Ritos a tarefa de preparar iniciados
futuros. O mais conhecido desses Ritos é o de Misräin, depois o de Mênfis. O
Rito de Swedenborg e as Ordens de Iluminados Cristãos estão ligados a esses
Ritos especiais.

Os Ritos mais difundidos no mundo hoje são:


- Rito Escocês Antigo e Aceito;
- Rito de York;
- Rito de Schröder;
- Rito Francês ou Moderno;
- Rito Brasileiro (só no Brasil);
- Rito Adonhiramita.

Existem mais de cento e cinqüenta Ritos atualmente, porém, os mais


praticados são o Rito Escocês e o de York.

- Graus:
_,_._,___
A Maçonaria utiliza o sistema de Graus para transmitir seus ensinamentos,
cujo acesso é obtido por meio de uma iniciação (Ritual de Aceitação) a cada
Grau, e os segredos são transmitidos através de gestos, palavras e símbolos.
A Maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando de Rito
para Rito.
A constituição dos três primeiros Graus é obrigatória e, está prevista nos
“Landmarks” da Ordem. A Maçonaria Simbólica compreende os seguintes
Graus:
- 1º Grau – Aprendiz – Deve, acima de tudo, “saber aprender”. É o primeiro
contato com o Simbolismo Maçônico. O Aprendiz “aprende” as funções de
cada um no Templo e busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminação
dos vícios. Muitos maçons antigos afirmam que este é o mais importante de
todos os Graus. Ferramentas (Símbolos) usadas nos trabalho do 1º Grau:
Malho, Cinzel, e a Régua de Vinte e Quatro Polegadas (as Ferramentas de
Trabalho representam capacidades emocionais que o maçom precisa
identificar, controlar, e depois usar em sua vida cotidiana);
- 2º Grau – Companheiro – Esta fase propicia ao maçom um profundo
conhecimento de símbolos, além de avanços Ritualísticos e desenvolvimento
do caráter. Ferramentas usadas nos trabalhos do 2º Grau: Nível, Prumo e o
Esquadro;
- 3º Grau – Mestre – É o Grau da plenitude maçônica. No âmbito do
Simbolismo (Lojas Simbólicas), é o Grau mais elevado que permite ocupar
quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da história e
objetivos maçônicos. Ferramentas usadas nos trabalhos do 3º Grau:
Compasso, Lápis e o Carretel Apontador.

O trabalho realizado nos Graus Superiores é optativo e de caráter filosófico.


Existem diversos sistemas de Graus Superiores, como o de Trinta e Três
Graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, o de Catorze Graus no Rito de York,
etc.

- Ritos na Maçonaria:

- Rito Escocês Antigo e Aceito:


Este Rito é uma das cerimônias mais difundidas na Maçonaria atualmente. É
composto por Trinta e Três Graus. Ele foi formado ou extraído do Rito de
Perfeição ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. A
constituição dos Altos Graus é atribuída ao pensador escocês Andrew Michael
Ramsay (1686-1743), sendo a base do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ramsay
protagonizou a criação deste Rito em solo francês, ocasião em que proferiu
dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto.
“Antigo”: porque é ex-operativo. “Aceito”: por serem seus membros aceitos
ou iniciados, sem serem construtores.
A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é razão de muitas discussões.
Ao contrário do que se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com a Escócia,
pois na época do aparecimento deste Rito, as Lojas da Escócia trabalhavam no
Rito “Emulation Rite”. O Rito de York é praticado nos EUA. O “Emulation
Rite” é praticado na Inglaterra e na Comunidade Britânica, como em toda a
Grã-Bretanha.
O Rito Escocês surgiu na França, depois de lá ter sido introduzida a
Maçonaria Inglesa, do Rito de “Emulation Rite”.
No final do século XVII, vários maçons escoceses fugiram para a França, em
virtude de acontecimentos e convulsões sociais, que aconteceram nas Ilhas
Britânicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual
dos Escoceses ou Rito Escocês.
Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maçons escoceses “Scottish
Chalé” passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros maçônicos mais
antigos e influentes na França.
Entre os Ritos ligados ao sistema escocês:
- Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin reformado por Pike: Etienne Morin
foi o fundador da Loja Mãe Escocesa de Bornéus e organizou em São
Domingo e na Jamaica, na década de 1760, a Maçonaria de Perfeição, com
Vinte e Cinco graus. Mas também se deve a Andrew Francken, deputado e
Grande Inspetor de Etienne Morin na América do Norte, uma transcrição
dos Rituais da Maçonaria de Perfeição.
- Rito Escocês Antigo e Aceito por Cerneau;
- Rito Primitivo e Original da Franco-Maçonaria;
- Rito Nacional Espanhol;
- Rito Universal Misto, etc.

Os Trinta e Três Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito:

1º, 2º, e 3º - Graus concedidos pelas Lojas Simbólicas;


Do 4º ao 14º - Graus concedidos pelas Lojas de Perfeição;
Do 15º ao 18º - Graus Capitulares concedidos pelos Capítulos Rosa-Cruz;
Do 19º ao 30º - Graus Filosóficos concedidos por um Conselho Kadosh;
31º e 32º - Graus Administrativos concedidos pelo Consistório;
33º - Último Grau Administrativo concedido pelo Supremo Conselho.

1º Grau - Aprendiz Maçom – Grau de iniciação nos trabalhos da Arte Real.


Dedica-se aos ensinamentos da filosofia maçônica;
2º Grau - Companheiro Maçom – Grau intermediário; consagrado à exaltação
do trabalho de como transformar a pedra bruta em pedra cúbica;
3º Grau - Mestre Maçom – O Grau que consagra a prevalência do espírito
sobre a matéria;
4º Grau – Mestre Secreto – Grau de meditação; os verdadeiros segredos da
Maçonaria devem ser objeto de pesquisas. Neste Grau o maçom também
aprende as virtudes do silêncio. Avança no conhecimento de símbolos
utilizados na Maçonaria;
5º Grau – Mestre Perfeito – Grau de meditação; estuda a filosofia da Natureza.
Aprende a meditação interior. Este Grau privilegia o princípio moral de render
culto à memória de honrados antepassados;
6º Grau – Secretário Íntimo ou Mestre Por Curiosidade – Esse Grau é baseado
na idéia de aprendizagem do comando e sua moral resume-se no respeito que
se deve ter aos segredos alheios. É dedicado à necessidade de se buscar
conhecimento, sem o qual não há progresso. Contudo adverte para a vã
curiosidade capaz de gerar malefícios. Investiga-se a miséria social e as
maneiras de combatê-las;
7º Grau – Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês – É consagrado à eqüidade
severa com a qual, deve-se julgar as próprias ações. Neste Grau estuda-se a
Eqüidade, os princípios da Justiça, o Direito Natural e alguns princípios éticos
de liderança;
8º Grau – Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel – A liberdade é o
único traço de união entre o trabalho e a propriedade. Dedica-se a estudar a
fraternidade do homem através de valores como o trabalho e o direito à
propriedade. Combate a hipocrisia, a ambição e a ignorância;
9º Grau – Mestre Eleito dos Nove - Grau de iluminação. Consagra-se ao zelo
virtuoso e ao talento esclarecido que, por bons exemplos e generosos esforços,
vingam a verdade e a virtude do erro e do vício. Estuda-se a realidade dos
ciclos, as forças negativas e a força da reconstrução;
10º Grau – Mestre Eleito dos Quinze - Consagrado à eliminação de todas as
paixões e de todas as tendências censuráveis. Estuda-se a extinção de
tendências pouco proveitosas;
11º Grau – Sublime Cavaleiro Eleito ou Cavaleiro Eleito dos Doze –
Consagrado à regeneração dos costumes, às ciências e às artes. Dedica-se à
regeneração;
12º Grau – Grão-Mestre Arquiteto – Representa-se o povo e consagra-se à
coragem perseverante. Estuda o poder da representação popular;
13º Grau – Cavaleiro Real Arco – Destinado à interpretação dos primeiros
instituidores da Ordem. Estuda os magos pontífices do Egito e de Jerusalém;
14º Grau – Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom – Consagrado ao
Grande Arquiteto do Universo. É o mais alto Grau das Lojas de Perfeição.
Proclama o direito inalienável da liberdade da consciência. Defende uma
educação digna para que o homem possa ter governantes que assegurem
direitos e obrigações compatíveis;
15º Grau – Cavaleiro do Oriente – Esse Grau aborda o momento histórico do
fim do exílio dos hebreus na Babilônia. Dedica-se à luta incessante para o
progresso pela razão;
16º Grau – Príncipe de Jerusalém – O Grau é consagrado ao retorno à Terra
Santa. Estuda a vitória da liberdade como conseqüência da coragem e
perseverança;
17º Grau – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente – Grau consagrado aos
Cruzados. Explora o direito de reunião;
18º Grau – Cavaleiro Rosa-Cruz – Esse Grau celebra o advento de Cristo. É
dedicado ao triunfo da Luz sobre as trevas. É a libertação pelo Amor;
19º Grau – Grande Pontífice ou Sublime Escocês dito da Jerusalém Celeste –
Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado;
20º Grau – Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre “Ad Vitam” – É
consagrado aos deveres dos chefes das Lojas Maçônicas;
21º Grau – Noaquita ou Cavaleiro Prussiano - Estuda os perigos da ambição e
o arrependimento sincero;
22º Grau – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano – Estuda o
trabalho como propagador de sentimentos nobres e generosos;
23º Grau - Chefe do Tabernáculo - Dedica-se à vigilância dos valores
propagados pela Ordem e ao combate da superstição;
24º Grau - Príncipe do Tabernáculo - Dedica-se à conservação das doutrinas
maçônicas;
25º Grau – Cavaleiro da Serpente de Bronze – Dedica-se ao combate do
despotismo;
26º Grau – Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário – Estuda princípios de
organização social através da Igualdade e Harmonia;
27º Grau – Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do
Templo de Jerusalém – Defende princípios de governo democrático;
28º Grau – Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto – Estuda a Verdade;
29º Grau – Grande Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca dos
Cruzados – É dedicado à Antiga Maçonaria da Escócia;
30º Grau – Grande Inquisidor ou Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia
Branca e Negra – Fecha o ciclo de estudos no Kadosh. É um Grau de estudos
profundos a respeito do simbolismo e filosofia maçônicos;
31º Grau – Grande Juiz Comendador ou Inspetor Inquisidor Comendador –
Estuda o exame de consciência detalhado. Só os conscientes podem ser justos.
Estuda-se História;
32º Grau – Sublime Cavaleiro ou Príncipe do Real Segredo – Estuda o Poder
Militar;
33º Grau – Soberano Grande Inspetor Geral – É o último Grau. Fecha o ciclo
de estudos. É, em última análise, o maçom mais responsável pelos destinos da
Maçonaria no país. É o Guardião Mestre e Condutor da Maçonaria.

- Rito de York:
É considerado bastante antigo. É o mais praticado em todo o mundo - por
cerca de 85% dos maçons.
O Rito de York é executado desde os tempos do rei anglo-saxão, Athelstan,
século X, da cidade de York, capital do território da Nortúmbria. Segundo o
“Manuscrito de Halliwell”, no ano 926 houve um grande congresso de
maçons, convocado e presidido pelo príncipe Edwin, filho do rei Athelstan.
Edwin tornara-se geômetra e mestre-de-obras, após ter passado por todas as
etapas da Iniciação Maçônica – e, foi eleito Grão-Mestre. Daí por diante,
todos os anos, é realizada uma reunião maçônica em York. Edwin escolheu
três símbolos como elementos de base da Ordem: um Esquadro em ouro, um
Compasso de prata com pontas de ouro e uma Trolha (pá) de prata.
Mesmo após a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717, as Lojas
Britânicas, em sua maioria, continuavam a respeitar as Antigas Obrigações e
não à Grande Loja Britânica – que, ficou com sua influência bastante limitada.
As Lojas Britânicas não aderiram ao Sistema de Obediência, permanecendo
livres.
O centro de resistência à Grande Loja era a antiga Loja de York, de tradição
Operativa e que dava aos membros da Grande Loja, o título de “Modernos”,
enquanto eles próprios se autodenominavam “Antigos”, pelo respeito às
antigas leis. Na união dos maçons “Antigos” e “Modernos” em 1813 - as duas
Grandes Lojas rivais inglesas - foi oficialmente aprovado o Ritual dos
“Antigos” como o Ritual Oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra e,
naquele momento o procedimento maçônico resultante dessa união recebeu o
nome de Rito de Emulação – “Emulation Rite”.
Portanto, por força do “Act of Union” firmado pelas duas Grandes Lojas
rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente.
A nova denominação foi adotada para que não ficasse caracterizado que a
Grande Loja de Londres submetera-se à Grande Loja de York, cujo Rito, até a
época da união, denominava-se “Rito de York”.
O Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do “Emulation Rite”
praticado na Inglaterra. O “Emulation Rite” na Inglaterra, não possui Graus
filosóficos. Nos Estados Unidos, o Rito de York é constituído pelos três Graus
Simbólicos e quatro Graus Filosóficos. Estas não são as únicas diferenças.
Existem outras, de ordem Ritualística.
Rito de York ou Americano é aquele praticado pelas Grandes Lojas dos
Estados Unidos. Apresenta Catorze Graus, ou seja, conta com Onze Altos
Graus, apesar de grande parte dos maçons americanos praticarem os três
primeiros Graus da Loja Simbólica em Rito de York e o restante no Rito
Escocês Antigo e Aceito.
No Rito de York existem apenas três cargos que são eletivos: o Mestre da
Loja, o Tesoureiro e o Guardião (Guarda Externo, em alguns casos, quando
ele não é membro da Loja) – nos demais Ritos, toda Loja tem, pelo menos, o
Venerável Mestre, dois Vigilantes, o Orador, o Secretário, o Companheiro e o
Aprendiz.
No Brasil existem inúmeras Lojas Maçônicas que adotam a linha inglesa, ou
seja, o “Emulation Rite”, apesar do uso da denominação “Rito de York”, que
acabou se consagrando.
- Rito de Schröder:
Foi criado por Friedrich Ludwig Schröder (1774-1816: em Shwerin,
Alemanha), e introduzido em sua Loja em 29 de junho de 1801, em
Hamburgo, Alemanha.
É um Rito simples e, opera nos três Graus Simbólicos, não possuindo Altos
Graus ou Graus Filosóficos.
Schröder aboliu o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, por entender
a Maçonaria como uma união de virtudes, e não uma sociedade esotérica –
enfatizou o ensinamento dos valores morais e o espírito fraterno. Preservou os
símbolos, resgatando o princípio que afirmava ser a “Verdadeira Maçonaria, a
dos Três Graus de São João”.
Schröder restaurou o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura
germânica de sua época. Por isso o Rito de Schröder é semelhante ao Rito de
York (“Emulation Rite”), sem ser uma cópia deste.

- Rito Francês ou Moderno:


Como se sabe, a Maçonaria Moderna surgiu quando, em 1717, quatro Lojas de
Londres se uniram para formar a Grande Loja de Londres, priorizando estudos
teóricos e afastando-se da prática da construção.
O Rito Francês ou Moderno criado em 1761, foi reconhecido pelo Grande
Oriente de França, em 1774, com a nomeação de uma comissão para reduzir
os Graus, deixando apenas os Simbólicos. No princípio houve uma forte
oposição, então a comissão deixou quatro dos principais Graus Filosóficos;
com o decorrer do tempo, algumas Lojas adotaram o Rito.
A denominação Rito Francês, surge inicialmente num processo de uma
deliberação do Grande Oriente de França, de 25de novembro de 1799 sobre
uma Loja de Nova Iorque sob o Rito Francês. No século seguinte o mesmo
Rito será conhecido como Moderno.
Tudo indica que o nome de Rito Francês e depois Rito Moderno, foi utilizado
pelo Grande Oriente de França, em oposição ao nome Escocês, usado por
vários Ritos praticados na França no século XVIII.
Atualmente é um Rito muito praticado na França e nos países que estiveram
sob sua influência.
Segundo o Rito Francês ou Moderno, o Universo é governado por leis
imutáveis com as quais o indivíduo se relaciona.

- Rito Brasileiro:
Alguns escritores afirmam que, o Rito Brasileiro foi criado em 1864, em
Pernambuco, com o nome de “Maçonaria Especial do Rito Brasileiro”.
Porém, oficialmente, sua criação foi em 23 de dezembro de 1914, através do
Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Teve curta duração
inicial, ficando sem uso de meados da década de 40 (1940) até a década de 60
(1960). Houve várias tentativas de reerguer o Rito, porém sem sucesso.
Somente em 1968, sendo Grão-Mestre o professor Álvaro Palmeira, este Rito
foi regularizado, sendo praticado por várias Lojas. O Rito Brasileiro é
Regular, Legal e Legítimo. Acata os “Landmarks” e os demais princípios
tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país. O Rito
Brasileiro mantém os três Graus Simbólicos de acordo com a tradição
maçônica e adota o sistema de mais Trinta Altos Graus ou Graus Filosóficos,
que têm características nacionais, com temas atuais e relevantes. O Rito
Brasileiro possui organização e doutrina bem estruturadas. Adota a legenda
“Urbi et Orbi”, que significa sua atuação nacional e internacional.

- Rito Adonhiramita:
Esse Rito teve origem na França, no século XVIII, na crença dos franceses de
que o principal construtor do Templo do Rei Salomão teria sido Adonhiram, e
não Hiram Abiff. Foi uma polêmica entre estudiosos ritualistas. Na construção
do Templo de Salomão Adonhiram sucedeu Hiram Abiff, chamado de Adon-
Hiram (Senhor Hiram). Adonhiram era arquiteto e preposto das corvéias do
Templo de Jerusalém, de acordo com os textos bíblicos. Preposto é o auxiliar
encarregado de certos negócios e que age em nome e por conta de um patrão,
um preponente. Corvéia era o trabalho ou o serviço gratuito – praticamente
um trabalho escravo – que as pessoas tinham que prestar ao rei (também
presente no feudalismo europeu). Adonhiram era o contratante dessa atividade
servil, como preposto de Salomão, e depois de Roboão (filho de Salomão) -
ele era encarregado dos impostos.
Os adeptos dessa teoria eram chamados de adonhiramitas, e foi um desses
maçons, Louis Guillemain de Saint Victor, que em 1781 publicou um livro
intitulado “Recueil Precieux de La Maçonnerie Adonhiramite”, onde constava
um pequeno histórico e o resumo de quatro Graus desse Rito. Em 1787, ele
publicou o segundo volume, contendo mais oito Graus, que foi modificado
pelo americano Arthur Eduard Waite.
O Rito, depois de uma época de grande difusão, acabou desaparecendo.
Todavia, no Brasil, (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu,
fazendo com que o país seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus
aumentados de Treze para Trinta e Três.
4- Ritualismo, Simbologia e Símbolos:

A Simbologia é a ciência mais antiga do mundo. Através dos símbolos, os


povos primitivos se expressavam e comunicavam suas tradições. O primeiro
aprendizado no mundo foi constituído por símbolos. Em um tempo onde a
linguagem oral era ainda incipiente, os símbolos foram o meio de
comunicação. A palavra símbolo deriva da palavra grega “symbolom”, que
significa juntar, reunir. Os símbolos são uma representação de objetos, idéias
ou ações e são uma linguagem especial, compreensível pelo hemisfério direito
do cérebro, isto é, a imaginação. Eles têm um efeito muito poderoso na mente
humana, sendo mais eficientes do que palavras. Isso porque o significado
contido em um termo muitas vezes, não traduz, de fato, a essência do que
busca comunicar.
Segundo Jacob Bronowski (1908-1974: filósofo, matemático e cientista
polonês): “o mundo que o espírito humano conhece e explora não sobrevive
sem conceitos simbólicos. O símbolo e a metáfora são tão necessários à
ciência, como à poesia”.
As antigas culturas que conhecemos, tinham sem exceção, uma coisa em
comum: símbolos e rituais. A partir de símbolos elas criavam rituais, não só
para as principais fases de transição da vida (ritos de passagem), mas também
para o dia-a-dia e suas exigências.
As etapas de transição da vida exigem rituais e, eles estiveram presentes em
todas as épocas – as culturas arcaicas confiavam na energia iniciática dos ritos
da puberdade, por exemplo, coisa que a nossa sociedade desvaloriza. Não é
muito fácil para um jovem, nas sociedades modernas, amadurecer, pois lhe
faltam rituais de passagem que o liguem, com segurança, a um novo padrão do
mundo dos “adultos”, que tem regras e símbolos diferentes. Como não há mais
esses rituais, o jovem fuma seu primeiro cigarro, toma sua primeira bebida
alcoólica, experimenta outras drogas, numa tentativa correspondente. O
inconveniente desses procedimentos “substitutos”, é que não oferecem
nenhuma segurança de ingresso no mundo adulto e, os jovens, muitas vezes,
acabam ficando “dependentes” desses rituais.
Como não existe nenhuma cultura antiga (e mesmo moderna) sem rituais,
pode-se inferir que, eles façam parte, necessariamente, da trajetória humana.
O biólogo e pensador, Rupert Sheldrake, (1942: PhD., biólogo e bioquímico
inglês, pesquisador da Universidade de Cambridge, Inglaterra) com suas
pesquisas sobre campos morfogenéticos ou formativos, confirmou que há
relações entre distintos seres vivos que escapam a explicações lógicas. Esses
campos vibram ao mesmo tempo no mesmo plano e se comportam como se
fossem somente um ser. Constituem uma egrégora: egrégora é a somatória de
energias criada por grupos ou agrupamentos, em virtude da força vibratória
gerada por cada indivíduo. Essa força é maior e de vibração diferente da de
cada um. A egrégora é resultante de uma sinergia. E, qualquer que seja a
natureza da egrégora, ela estará presente em cada indivíduo do grupo que a
formou (confirmando o Paradigma Holográfico, do físico David Bohm).
Um dos Princípios Herméticos postula que tudo vibra: Princípio da Vibração
- “Nada está parado; tudo se move, tudo vibra.”. A ciência já comprovou a
verdade por trás desse princípio. As diferenças entre as diversas manifestações
da matéria, energia, mente e espírito, resultam de ordens variáveis de
vibração.
Os organismos dos seres vivos são formados por células, e estas por
moléculas, átomos e núcleos e, assim, são condensadores de energia.
Segundo Rupert Sheldrake, os campos morfogenéticos ou morfológicos, são
estruturas invisíveis que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o
comportamento de todos os sistemas. Toda célula, molécula, átomo ou
organismo que existe, gera um campo organizador. Assim, sempre que um
membro de um grupo aprende um comportamento e esse comportamento é
repetido várias vezes, o campo é modificado e a modificação afeta o
agrupamento por inteiro.
O campo morfogenético é uma região de influência que atua dentro e em torno
de todo organismo vivo e está presente em pensamentos e atitudes. Cada ser
cria um campo morfológico e, é aplicável a todos os sistemas: assim é o
maçom em relação à Maçonaria e à sua Loja. Sua presença na Loja é muito
importante para a captação dessas energias e para sua própria evolução
espiritual. Se os conteúdos mentais, emocionais e espirituais são transmitidos
de uma pessoa a outra, essas propriedades podem ser assimiladas por cada
maçom, com sua presença nos trabalhos da Loja.
O físico brasileiro Luiz Alberto Oliveira, afirma que os seres humanos são
indivíduos e, ao mesmo tempo, elementos de massa. E, essa é a simbologia da
Corda de Oitenta e Um Nós. Para os maçons, uma corda com nós é o símbolo
de sua comunidade. O nó simboliza o enlace e a união. Em torno do Templo é
colocada uma corda, com nós simples, feitos de espaço em espaço. Os nós
isolados são frágeis, mas unidos, tornam-se extremamente resistentes. Os nós
representam os maçons, que se unem sem se fundir, sem perder a sua
individualidade.
A egrégora da Maçonaria é criada por pensamentos, sentimentos e ações
elevados, que adquire vida e que é alimentada por mentalizações e vibrações
de seus obreiros. A egrégora é uma entidade autônoma que se forma pela
persistência e intensidade das correntes emocionais e mentais. Pensamentos e
sentimentos fracos criam egrégoras frágeis e de pouca duração, porém
pensamentos e sentimentos enérgicos, vibrantes, criam egrégoras poderosas e
de longa duração.

Segundo a citação maçônica:


“Se perguntarem a um maçom: Quantos sois vós? Respondereis: SOMOS UM
SÓ.”
Atualmente, a Física e a Biologia sustentam o que as antigas orientações
iniciáticas e filosóficas do Oriente sempre apontaram. Neste sentido, é
compreensível que ensinamentos antigos, tais como os de Phillipus Aureolus
Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, Paracelso (1493-1541: famoso
alquimista) – “além do médico Celso – Aurélio Cornélio Celso”, médico
cirurgião romano, que viveu no século I, autor da mais famosa obra de
medicina dos antigos romanos “De Re Medica”, “Das Coisas Médicas” - de
que o homem e o mundo são um, voltem a ser considerados. E, os Rituais são
o caminho mais direto para construir esses campos. Os indivíduos que
vivenciam Rituais constroem campos formativos fortes.
A linguagem de todas as grandes escolas de sabedoria é expressa através dos
Rituais – e, esses Rituais exercem funções emocionais, intelectuais, sociais,
pedagógicas, cosmogônicas e éticas. O objetivo dos Rituais Maçônicos não é
estabelecer fatos históricos, mas transmitir doutrinas filosóficas.
A Maçonaria, sempre esteve na vanguarda dessa tradição, agora já
reconhecida como fato científico. A Ordem utiliza símbolos e Rituais para
conduzir o consciente e o inconsciente do participante a níveis cada vez mais
profundos e expandidos.
O Ritual de Iniciação é o mais significativo para o postulante maçom. É o
início de uma nova fase da vida. Na Ordem, a Iniciação é um Ritual que
expressa a morte simbólica do homem comum, para seu renascimento em
estágio espiritual mais elevado, como membro da Maçonaria.
A Ordem possui seus símbolos e seus Rituais que, hoje, podem ser explicados
cientificamente, como formadores de campos morfológicos úteis e benéficos.
Ao que parece, a decadência das Lojas Medievais ou Operativas, fez com que
o Antigo Ritualismo fosse consideravelmente distorcido e corrompido (a
transmissão acontecia oralmente, de Loja para Loja e de Mestre para Mestre,
desde os tempos romanos).
Com o surgimento da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, em
1717, na Inglaterra, ressurgiu o estudo da simbologia religiosa, que se
encontrava perdido na ignorância medieval. Os maçons especulativos
começaram a estudar os símbolos religiosos, iniciáticos e alquímicos. Os
símbolos remontam às origens da humanidade sendo, fundamentalmente,
esotéricos – revelam de forma velada a sabedoria cósmica que orienta cada
indivíduo nos passos da iniciação interna (Paracelso: “o homem e o mundo
são um”, Hermes Trismegistos: “o que está em baixo é como o que está no
alto”, etc.).
Coube aos primeiros maçons especulativos recuperar o que havia restado dos
Rituais Operativos. Os Mistérios Antigos podem ser a fonte da filosofia, da
doutrina e da Ritualística Maçônica - esses “Mistérios” consistiam em um
grupo de crenças e práticas que, sempre existiu, nas tradições dos povos.
Os símbolos, segundo Carl Gustav Jung, (1875-1961: psiquiatra suíço,
discípulo de Freud - maçom) não são apenas alegorias, porém, imagens com
conteúdos que podem transcender a consciência (são arquétipos). Jung
postulou: “O homem necessita de uma vida simbólica.”
A observação de símbolos místicos no interior de uma Loja Maçônica provoca
estímulos no cérebro, que são processados e compreendidos pelo inconsciente,
através da memória genética: religiões milenares, religiões pagãs, oráculos
(tarô, runas, numerologia, etc.), mitologias. Os símbolos inspiram e ensinam, e
são a matéria prima de uma linguagem atemporal. Portanto, a Maçonaria não
pode ser compreendida, somente, intelectualmente. “O que interessa à
filosofia maçônica não é apenas o homem em si, mas o homem-símbolo”. –
Rizzardo da Camino (1918-2008: escritor maçônico).
Fundamentado na Simbologia, o ensinamento maçônico só pode ser auto-
didático e pessoal - para cada maçom, será o fruto dos seus estudos e de suas
próprias interpretações.
São inúmeros os símbolos maçônicos, porém, alguns se destacam, pelo seu
uso mais constante entre os maçons:

- Esquadro:
Trata-se do símbolo maçônico mais usado e conhecido. Todos os Graus da
Maçonaria têm o Esquadro como símbolo primário. Por ser uma figura
geométrica, indica o equilíbrio do comportamento que conduz ao
aperfeiçoamento humano no “caminho reto da justiça”. Na Maçonaria o
Esquadro representa a Terra e orienta o caminho do maçom do começo ao fim
de sua jornada. Para os Antigos Egípcios, o Esquadro era um quadrado
perfeito, usado no Culto de Osíris para julgar os mortos – o quadrado, com
sua forma limitada dá a idéia de algo estático, material. É símbolo da Terra e
se opõe ao Círculo, que representa o Céu;

- Compasso:
Há onze espécies de compassos: de pontas secas; porta-lápis; de quarto de
círculo; de redução; de espessura; de tira-linhas; de três pontas; de corrediça;
de calibres; de proporção e de marinha. O Compasso Maçônico é o de pontas
secas.
A Maçonaria adota o Compasso como um dos seus grandes símbolos e,
coloca-o sobre o Altar da Loja, enlaçado com o Esquadro, significando o
macrocosmo. É emblema de medida e justiça. O Compasso remete à figura
geométrica mais repleta de significados: o Círculo. O Compasso, por sua
posição, pode traduzir a estática e a dinâmica – com as hastes fechadas, ele
somente marca um determinado ponto: um símbolo para o início do caminho
empreendido pelo Aprendiz. Abertas, as hastes traçam o círculo, que é o
símbolo da perfeição, aquilo que começa e acaba em si mesmo, da unidade, do
absoluto – o infinito;

- Acácia:
A Acácia era a árvore que fornecia sua madeira aos povos hebreus – foi muito
empregada na construção do Tabernáculo. Planta consagrada nas cerimônias
como símbolo da inocência, iniciação e imortalidade da alma. Na lenda de
Hiram Abiff, seus três assassinos marcaram o lugar onde ocultaram seu corpo
com um ramo de Acácia. O Diploma da Acácia é conferido, em algumas
Lojas, ao maçom assíduo;

- Avental:
É o símbolo do trabalho. É a peça mais importante do vestuário maçônico.
Distintivo indispensável às atividades dentro da Loja. Lembra ao maçom os
tempos da Maçonaria Operativa, e, simbolicamente, o trabalho árduo para
burilar sua própria alma – era confeccionado de pele de cordeiro ou de linho:
simbolizava a pureza de propósitos. O Avental ou Mandil pode constituir uma
“proteção” aos chakras fundamentais (esplênico e umbilical) – sua função é
minimizar as influências relacionadas à paixão (sexo). Porém, esse símbolo
remonta a maior distância no tempo – os mais célebres Aventais são dos
faraós egípcios cujo modelo, bem característico, apresentava numerosos
segredos geométricos utilizados na construção dos Templos. O Avental
Maçônico, muito simplificado, perdeu grande parte desse esoterismo: tem a
forma de um retângulo encimado por um triângulo - o Avental branco, sem
adornos, do 1º Grau indica a pureza da alma, que se alcançará nesse Grau.
Nos Graus Um e Dois não há nenhum metal nos Aventais, pois o maçom
“despiu-se” de todas as vaidades tolas e, transmutou-as em riquezas
espirituais. Os Aventais dos demais Graus têm cores e desenhos variados,
conforme o Rito adotado. O fundo, porém, é sempre branco;

- Luvas:
Têm sido usadas pelos maçons como marca de distinção e pureza. Na lenda da
construção do Templo de Salomão, os Mestres-Construtores usaram Luvas e
Aventais brancos durante os funerais de Hiram Abiff, para mostrar que não
tinham nenhuma ligação com seu assassinato. Até hoje os Aventais e Luvas
são usados, em cerimônias. Depois de sua recepção, o Aprendiz recebe dois
pares de Luvas Brancas, um dos quais se destina a ele e o outro “à dama que
ele mais amar” – com isso, a Maçonaria mostra seu apreço à mulher, ao
feminino. A Luva Branca recebida no dia de sua Iniciação tem como objetivo,
lembrar os compromissos assumidos pelo maçom. Simbolicamente demonstra
a pureza, a lealdade, e a honestidade: que não há o “sangue” de Hiram Abiff
nas mãos daquele maçom;

- Pavimento Mosaico:
Ornamento formado por ladrilhos alternados, brancos e pretos. O simbolismo
remete à diversidade dos homens e de todos os seres, animados ou não.
Simboliza a inter-relação de todos os seres do Universo, bem como o enlace
do espírito e da matéria, e a união de todos os maçons, apesar de suas
diferenças quer raciais, religiosas, etc.;

- Painel:
Quadro de tecido, papel ou madeira, onde podem ser observados símbolos que
servem para a instrução maçônica e para representar um determinado Grau. Os
painéis são artefatos com representações visuais, imagens, para ilustrar os
princípios ensinados em cada Grau. O Painel do 1º Grau mostra o esquema
geral do Universo e o lugar do indivíduo nesse Universo. O Painel do 2º Grau
representa, simbolicamente, o indivíduo e o caminho para seu Templo interior.
O Painel do 3º Grau refere-se à morte como um renascimento, o despertar para
uma nova vida interior, com mais sabedoria. Quando o Painel está aberto,
indica que a sessão maçônica está em andamento;

- Delta Luminoso:
Também chamado de “Triângulo Fulgurante”. Delta é a quarta letra do
alfabeto grego. Triângulo com um olho no centro. É o primeiro polígono. O
Olho simboliza o vínculo do homem com o mundo, a consciência, o
conhecimento da verdade, a luz espiritual. Representa também o intelecto e a
sabedoria divina. É o símbolo da Tripla Força Indivisível e Divina que se
manifesta como Vontade, Inteligência e Amor (cósmicos). É a representação
da presença material de Deus. O Olho simboliza “Aquele que tudo vê”. Em
algumas Lojas, em vez do olho, há a letra “G”, ou a letra “IOD”, em
caracteres hebraicos – é a representação do Grande Geômetra, outra expressão
para designar o Grande Arquiteto do Universo. Não sendo efetivamente uma
religião, a Maçonaria compreende e reverencia todas as crenças e cada maçom
pode ter no Delta Luminoso a representação de todos os sentimentos de
religiosidade. Ele é como uma lembrança, uma advertência permanente e
solene, traduzida pela compreensão fraternal, que não procura sobrepor a
importância de qualquer religião em particular.
Na forma atual, o Delta Luminoso, surgiu entre os séculos XVII e XVIII, mas
representações do Olho que tudo vê, podem ser encontradas na Mitologia
Egípcia, no Olho de Hórus. A adição posterior do triângulo, geralmente, é
entendida como a Trindade de Deus, no Cristianismo;

- Bode:
Seu principal atributo simbólico é o da força sexual masculina. Na Grécia
antiga, servia de montaria para os deuses e na Índia era consagrado ao deus do
fogo. Nas narrativas bíblicas, muitas vezes o Bode é citado como o animal que
o povo oferecia a Deus em sacrifício, para obter o perdão de seus pecados
(deriva daí o termo "bode expiatório"). O Bode é a montaria de “Agni”, o deus
regente do fogo, para os Vedas, sendo considerado um animal solar. O Bode
expiatório, ou mais raramente "emissário", era um Bode que os antigos
hebreus espantavam para o deserto, na festa da expiação, depois de o haverem
carregado de todas as iniqüidades (crimes, pecados) e maldições que se queria
afastar do povo. Graças a isso, o Bode é um antigo símbolo da animalidade, o
que no homem corresponde aos impulsos que mais se assemelham ao animal.
Simbolicamente, o maçom vence seus “instintos animais”. Na Idade Média,
porém, o Bode assumiu uma característica mais negativa e foi associado às
práticas de bruxaria porque “servia de montaria para as feiticeiras”;

- Letra “G”:
Sétima letra do alfabeto maçônico – chama-se “gimel” em hebreu. Em geral,
significa Geometria, Geração, Glória, Grande, Grão. A Letra “G” é o símbolo
de Deus, o Divino Geômetra. Uma das razões da Letra “G” ser tomada como
símbolo da Divindade, é que com ela, em vários idiomas, a palavra Deus é
iniciada: “Gas” em Siríaco; “Gada” em persa; “Gud” em sueco; “Gott” em
alemão; “God” em inglês, etc. Porém, sua origem mais provável, é o gama, do
alfabeto grego que, tem a forma de um Y - para os pitagóricos representava as
duas vias: a do profano e a do iniciado;

- Estrela de Cinco Pontas:


O Pentagrama é um símbolo muito antigo: do grego "pente" que quer dizer
cinco e "gramme" que quer dizer linha. É o signo do microcosmo. Ele exprime
a dominação do Espírito sobre os elementos. É a Estrela de Cinco Pontas,
representação da união do número dois (princípio feminino terrestre) com o
três (princípio masculino celeste).
Símbolo especial da Ordem Pitagórica, a Estrela de Cinco Vértices era inscrita
num pentágono. Entre os Pitagóricos, era o símbolo da saúde, pois mostrava a
harmonia entre o corpo e a alma. As diagonais que formam a estrela
intersectam-se de tal maneira que formam outro pentágono, menor, na direção
inversa. Se as diagonais dentro deste pentágono menor forem desenhadas,
formarão ainda outro pentágono, e assim sucessivamente. É o símbolo do
Cérebro e do Universo Holográficos. Este pentágono e a estrela nele inscrita
composta por diagonais teriam propriedades sutis, que os Pitagóricos
pensavam ser místicas. O Pentagrama tem cinco pontas “protetoras” e uma
forma interior defensiva, um pentágono defensor no centro. Colocada no
Oriente da Loja, na parede acima da cabeça do Venerável, chama-se Estrela
do Oriente ou da Iniciação. Simboliza o homem perfeito, Deus manifestando-
se plenamente no homem, o Iniciado. A Estrela de Cinco Pontas é a
representação do Ser Humano como corpo físico: cabeça, dois braços e duas
pernas e do Homem Quíntuplo ser: físico, emocional, mental, instintivo, e
espiritual. A Estrela de Cinco Pontas contém os cinco elementos encontrados
dentro de um homem, e que são: fogo, terra, ar, água e éter (substância
relacionada ao espírito) – é o homem de braços abertos, sem virilidade, porque
já dominou suas paixões e emoções - o Homem Vitruviano de Leonardo da
Vinci (maçom) (Apêndice 1) - O homem natural. O símbolo da Luz, da saúde
e da vitalidade. O número cinco representa o ato de amor. A quintessência que
age sobre a matéria, transformando-a. Os quatro membros do corpo mais a
cabeça que os controla. Os quatro dedos da mão mais o polegar que os torna
funcionais. O número da mutação e transformação de tudo. O Pentagrama -
união do microcosmo ao macrocosmo, do humano ao divino. Estrela
Flamejante – geralmente, é feita de cristal e iluminada por dentro. O
simbolismo da Estrela Flamejante evoca o Sol ou o Fogo Sagrado, reflexos da
Luz de Deus:
- Estrela de Seis Pontas:
Estrela de Davi ou Selo de Salomão. Na Maçonaria, como símbolos, há três
Estrelas: uma de cinco pontas, outra de seis pontas e a terceira de sete.
O Selo de Salomão - a tríade material e a tríade espiritual. Os seis dias da
Criação. A satisfação depois do esforço. O hermafrodita, segundo a
simbologia grega – era perfeito, pois unia o feminino e o masculino em si. A
perfeição, a harmonia. O sexto sentido: a intuição, como síntese dos cinco
sentidos físicos e a porta dos sentidos metafísicos. É um emblema da unidade
do espírito com a matéria manifestada no Universo. A ambivalência e o
equilíbrio;

- Estrela de Sete Pontas:


A Estrela de Sete Pontas evoca o misticismo do número sete: as sete cores do
arco-íris, as sete notas musicais, os sete estados de consciência do homem, os
sete raios cósmicos, etc. O número da vida - a união do ternário (espírito) com
o quaternário (matéria). Os sete espíritos ante o trono de Deus. Os sete
Sacerdotes da Lei Cósmica. Os sete Senhores do Carma. Os sete ciclos da
terra (quatro ciclos lunares com duração de sete dias). A origem do calendário
atual. A renovação celular do corpo humano (sete em sete anos). Os sete
orifícios do rosto humano. A plenitude, a ordem perfeita. A medida reguladora
da coesão universal: sete planetas, sete divindades, sete metais, sete cores, sete
dias da semana, sete chakras, sete pecados capitais e sete virtudes que lhe são
contrapostas. A lei da evolução. O número dos adeptos e dos grandes
iniciados;

- Abelha e Colméia:
A abelha extrai seu alimento das flores e vive em perfeita organização social,
por isso, tornou-se um símbolo de pureza, disciplina, trabalho e realeza.
Simboliza pureza (por ser um animal que vive entre as flores), disciplina
(devido à organização exemplar das colméias), trabalho (pela atividade
incessante das abelhas operárias) e realeza (o poder exercido pela abelha
rainha é reconhecido e respeitado por todas as outras). A Abelha era um
símbolo de realeza no Antigo Egito e teria sido criado a partir das lágrimas de
Rá, o deus sol. Na Grécia Antiga, era o símbolo das sacerdotisas de Éfeso e
Elêusis, que se chamavam "abelhas" e que preservavam a virgindade da
mesma forma que as abelhas operárias. Entre os cristãos, representa o Espírito
Santo. A Igreja Católica primitiva usava cera de abelhas para simbolizar a
carne de Cristo, e com ela modelava pequenos cordeiros que eram distribuídos
aos fiéis. A Abelha é o símbolo da alma.
A Colméia representa o próprio “corpo” da Maçonaria: um local onde há
cooperação entre seus membros e trabalho. Os antigos consideravam o mel
como sendo um remédio que propiciava a imortalidade, uma vez que é o único
alimento natural que não estraga. Na Grécia Antiga, era costume a oferenda de
mel aos deuses para que chovesse, pois se acreditava que se a oferenda fosse
feita em vinho, os deuses não permaneceriam sóbrios, e não teriam condições
de atender aos pedidos. O mel
simboliza a doçura, a suavidade, o alimento vital que traz a imortalidade. É
também uma representação da paz, da espiritualidade evoluída e do alimento
dos deuses. O favo de mel guarda a maior quantidade desse líquido sem
desperdício – é o centro da Estrela de Seis Pontas. É o símbolo das ligações do
carbono – hexágono – símbolo da vida e do renascimento;

- Escada de Jacó:
É um símbolo de ascensão, de elevação gradual ou evolução, de valorização e
de razão. Simboliza, principalmente, a ligação do céu com a terra. Indica
também ascensão, elevação espiritual, evolução, e a conquista da sabedoria.
Quando se desce a escada, porém, mergulha-se no que há de mais oculto e
profundo no inconsciente.
“E Jacó sonhou: e eis que uma escada era posta na terra, porque o sol era
posto; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; e eis que o Senhor
estava em cima dela” (Gênesis 28:12, 13).
A escada mística vista por Jacó simboliza o ciclo retrógrado e evolutivo da
vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimentos e mortes, a
desdobrar-se em hierarquias de seres, mundos, reinos, vida e raças. Seus
degraus são tantos quantos são as virtudes necessárias ao aperfeiçoamento de
cada um. As três mais importantes são a Fé, a Esperança e a Caridade,
simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice. O número de degraus em todos
os antigos Templos, segundo Vitrúvio, possuíam um número ímpar de degraus
– isso quer dizer que, começando com o pé direito no primeiro degrau inferior,
o adepto chegaria com o mesmo pé direito ao entrar no Templo, o que era
considerado um afortunado presságio. O número ímpar de degraus simboliza a
idéia de perfeição, objetivo que o neófito deve almejar atingir. O sistema de
filosofia Pitagórica considerava os números ímpares mais perfeitos que os
pares. O simbolismo de números maçônico foi baseado nos estudos de
Pitágoras – no sistema maçônico há a predominância de números ímpares:
três, cinco, sete, nove, quinze e vinte e sete;

- Trolha:
Ou colher de pedreiro. Trata-se de uma espécie de pá achatada com a qual os
pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve
ser visto como um símbolo da tolerância, com a qual o maçom deve aceitar as
possíveis falhas e defeitos dos demais irmãos. Pode ser vista, também, como
um símbolo do amor fraternal que será, então, o cimento que une toda a
Maçonaria. Desta forma, passar a Trolha significa perdoar, desculpar,
esquecer as diferenças. Entendida desta forma pode ser compreendida como
símbolo da Paz, que deve reinar entre os adeptos;

- Espada:
É símbolo da energia solar, do falo, da criação e do Logos. Representa a
força, a energia masculina e a coragem. No sentido negativo, lembra os
horrores da guerra. É também um símbolo de justiça, da divisão entre o bem e
o mal, da decisão. Uma espada dentro da bainha significa temperança e
prudência.
Acessório muito usado nas cerimônias maçônicas, geralmente como símbolo
do poder e autoridade, e emblema dissipador das trevas da ignorância. Nas
reuniões de banquetes ritualísticos, é o nome que se dá à faca. A faca,
entre muitos povos é usada como amuleto para repelir as energias negativas. A
espada representa também a força masculina que, coloca em movimento a
energia que tem a capacidade de transformar a matéria;

- Espada Flamígera:
Tem a lâmina ondulada. É usada pelo Venerável Mestre como símbolo do
poder criador de Deus. Ao seu triplo tinir com os golpes do Malhete (símbolo
da autoridade, de que o Venerável se acha investido pela Constituição
Maçônica), o postulante é iniciado e aceito na Ordem;

- Corda Com Oitenta e Um Nós:


Representa vínculo. Para os maçons, uma Corda com Nós é o símbolo de sua
comunidade. O Nó simboliza o enlace e a união. Em torno da Loja é colocada
uma Corda com Nós simples, feitos de espaço em espaço. Os Nós isolados são
frágeis, mas unidos, tornam-se extremamente resistentes. A Corda representa a
Cadeia de União. Os Nós representam os maçons, que se unem sem se fundir,
sem perder a sua individualidade. Os Nós, também lembram ao maçom que,
ele deve estar preparado para desatar os “nós da vida”: as complicações e os
obstáculos. O número de Nós da Corda, oitenta e um, remete ao número nove:
8+1= 9, que é o símbolo da imortalidade, da regeneração e da vida eterna. O
número nove representa as hierarquias angelicais: serafins, querubins, tronos,
dominações, potestades, virtudes, principados, arcanjos e anjos. O número
nove também tem relação com o Zoroastrismo: Siptman Zoroastro (6400 a.C.:
fundador do Zoroastrismo, na Pérsia). O Zoroastrismo estava firmado sobre
três pilares: bons pensamentos, boas palavras e boas ações. Zoroastro
caminhava sempre com o seu cajado de nove nós, que representavam: um só
Deus; destruição das imagens; autodisciplina; igualdade das castas; militância;
organização; simplicidade; democracia e fraternidade universal. Além disso,
oitenta e um é o quadrado de nove, que por sua vez é o quadrado de três –
número considerado perfeito pelos maçons;

- Águia Bicéfala:
Animal solar. A Águia tem a capacidade de voar muito alto, por esse motivo,
está associada ao sol, à nobreza e à elevação espiritual. Um dos símbolos
esotéricos mais antigos da humanidade identifica-se com a nobreza, e o poder
divino. A rainha das aves é símbolo do sol e do céu, morada dos deuses. Seu
vôo personifica a alma dos xamãs e magos em direção ao mundo dos espíritos.
Entre os cristãos, simboliza a ascensão de Jesus. Na Roma antiga, uma Águia
voando significava a elevação da alma de um soberano após a morte do corpo
físico. Entre os gregos, representava a força e a espiritualidade, além de ser o
animal favorito de Zeus. É o único ser que pode olhar para a luz do sol sem
queimar os olhos. A Águia figura nos Altos Graus maçônicos - representa os
Graus Administrativos no Rito Escocês: Trinta e Um, Trinta e Dois, Trinta e
Três;

- Fogo:
Simboliza tanto a purificação como a transformação. Simboliza as emoções.
Na Alquimia, o sentido do fogo é o mesmo dado pelo filósofo grego Heráclito:
o fogo da “calcinatio” é um fogo purgador, clareador, que atua sobre a matéria
negra, tornando-a branca, a albedo. Elemento da natureza que simboliza o
poder regenerador, a purificação, a destruição necessária para o renascimento.
Fascina o homem desde a Antigïidade. Foi venerado por muitos povos e está
presente em quase todas as cerimônias iniciáticas. Relaciona-se ao Sol e à
Luz. O mais sutil, ativo e puro dos quatro elementos (terra, ar, água e fogo) é o
princípio animador, masculino, em oposição à água, e fonte de energia. Nas
Lojas Maçônicas mantém-se aceso sob a Estrela Flamígera, onde o Primeiro
Diácono leva a luz aos seus irmãos. O que é purificado pelo Fogo, torna-se
sagrado.
O Fogo Sagrado jamais deverá ser soprado, para não ser conspurcado pelo
hálito humano segundo antiga tradição persa. Atravessar o Fogo representa
transcender a condição humana;

- Ar:
Elemento da natureza que simboliza a instabilidade, a mutação constante e o
movimento. Representa a força masculina, está relacionado ao pensamento e à
comunicação;

- Água:
Elemento primordial – é o ponto de partida para o surgimento da vida. É o
elemento símbolo dos sentimentos, das emoções. É um dos símbolos do
inconsciente, sendo que o ato de mergulhar na Água e dela sair possui uma
analogia com o ato de “mergulhar” no interior de si mesmo, no inconsciente.
A imersão na Água pressupõe um sentido de morte e dissolução, e ao mesmo
tempo, de renascimento e nova circulação. Representa a purificação, a
regeneração, a profundeza e o infinito. Em quase todas as culturas, a Água
aparece como símbolo da força feminina e da emoção, associada à fertilidade
e à vida. No aspecto negativo, a Água simboliza a destruição. A Água é o
elemento da natureza apontado como o princípio de todas as coisas (na ciência
e na maioria das religiões). Os alquimistas chamavam “água” ao mercúrio e,
por analogia, ao corpo fluídico do homem;

- Mar de Bronze:
Esse metal é considerado um símbolo da incorruptibilidade. No Templo de
Salomão o Mar de Bronze era uma enorme pia sustentada por doze touros em
tamanho natural, tudo em bronze. Nessa pia os sacerdotes faziam suas
purificações. As Lojas maçônicas representam o Mar de Bronze como uma pia
de metal usada nas iniciações - O Mar de Bronze representa o elemento água
e, significa o “esquecimento”, através da purificação do conhecimento
profano;

- Terra:
É o oposto do Céu, e está associada à força feminina e a tudo o que é
misterioso. Representa o concreto, o real e em muitas culturas, relaciona-se à
“Grande Mãe”, fonte dos alimentos e da vida. Para os maçons, é o primeiro
dos quatro elementos. A Terra se relaciona com o Universo e é simbolizada
por Afrodite ou Vênus, deusa da beleza, na Mitologia Greco-Romana;
- Pedra Bruta:
É a matéria prima, representativa das coisas sólidas e terrenas. A pedra é
considerada o mediador entre os opostos, e representa a realização do ser, a
consciência da completude. Simboliza a inteligência do Aprendiz maçom,
ainda rude, porque com os vestígios do Mundo Profano, está apenas iniciando
sua aprendizagem nos Mistérios da Maçonaria. Ao Aprendiz cabe desbastar as
arestas desta Pedra Bruta, disciplinando, educando, instruindo sua
personalidade, objetivando vencer suas paixões e subordinar sua vontade à
prática do bem. Assim a tarefa principal do Aprendiz consiste em trabalhar e
estudar para adquirir o conhecimento do simbolismo do seu Grau e a sua
interpretação filosófica;

- Malho e Cinzel:
Estas duas ferramentas servem para desbastar a Pedra Bruta.
A primeira é a vontade executiva, o Malho, insígnia do mando, vibrado com a
mão direita, lado ativo, relacionada com a energia atuante e a determinação
moral, comandando a realização prática. É a ferramenta de trabalho do
Aprendiz, para simbolicamente, desbastar a pedra. Para educar a
personalidade para uma vida ou obra superior. O Malho simboliza a vontade,
energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e
superar os obstáculos. A segunda ferramenta representa as resoluções
espirituais, é o Cinzel de aço, que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda
lado passivo, e corresponde à receptividade, ao discernimento especulativo;

- Pedra Polida ou Cúbica:


Havendo o Aprendiz trabalhado na Pedra Bruta com o Malho e o Cinzel,
transformando-a num cubo imperfeito, cabe ao Companheiro (Segundo Grau),
polir este cubo com o auxílio do Esquadro, do Nível e do Prumo, tornando-o
uma Pedra Cúbica. Desbastadas as rudes arestas da personalidade, ainda como
Aprendiz, cabe agora, ao Companheiro, disciplinar suas ações através do
conhecimento adquirido, operando mudanças delicadas em seu temperamento,
fazendo então, do seu "eu", um cubo perfeito, a Pedra Polida que assim estará
apta a ser utilizada na construção do edifico do Templo, isto é, a humanidade
perfeita.
Desde tempos antigos, o cubo simboliza os seres angelicais, a união de
configuração emotiva e harmoniosa. Significa a evolução do Companheiro até
chegar ao estágio de Mestre;

- Nível:
Linha horizontal. Indica que todos os homens são iguais. O maçom não deve
envaidecer-se por possuir bens transitórios como títulos, glória, riquezas
materiais, etc. Não deve considerar-se superior aos outros homens. O que tem
significado são os valores espirituais, adquiridos pelo indivíduo em seu
caminho evolutivo. Todos os homens são nivelados no mesmo plano;

- Prumo:
Linha vertical. É o símbolo para a prospecção da própria natureza humana. O
prumo representa o encontro do maçom com seu interior, onde encontrará a
Centelha Divina;

- Símbolos da Horizontal e Vertical:


Entre os símbolos geométricos que revelam a estrutura do Cosmo
encontramos o da horizontalidade e o da verticalidade. Ainda que se trate de
uma só linha reta em duas posições distintas, permite compreender outras
realidades, que podem ser observadas em outros símbolos fundamentais, como
a cruz e o esquadro, que se formam pela união, num ponto, da linha horizontal
e da vertical.
A linha horizontal simboliza a terra e a matéria, o tempo sucessivo que
progride indefinidamente num plano ou nível de realidade sem possibilidade
aparente de sair dele. Também representa a submissão à lei que regula a
retidão no comportamento. Simboliza um estado de passividade e quietude
interior.
Se a horizontal se refere ao tempo sucessivo, a linha vertical, representa o
tempo simultâneo e sempre presente que, ao ser percebido na consciência,
libera dos condicionamentos e limitações terrestres. No ser humano, esse eixo
vertical, essencialmente ativo, incide diretamente sobre seu coração, o centro
de seu ser.
A linha horizontal equivale ao nível e a vertical ao prumo. Assim, a
horizontal (a terra) é o plano de base do templo, que o homem percorre em
sucessivas etapas até atingir o altar ou centro desse plano, no qual se encontra
o ponto de conexão com o eixo vertical, que o comunica diretamente com a
chave de abóbada da cúpula (o céu), que representa o centro do Ser Total.

- Luz:
A Luz está associada à força Criadora – o sêmen, que é a substância que
contém o princípio Criador. A Luz simboliza a presença visível do Grande
Arquiteto do Universo. Os juramentos são feitos diante da Luz, significando
que o indivíduo está prestando juramento perante Deus, e não para os homens.
Essa ritualística lembra também que, cada maçom é uma Luz isolada, e que a
soma dessas Luzes forma o Sol – que ilumina e aquece toda a humanidade;

- Sol e Lua:
O Sol é o fogo, a força masculina. O criador e fecundante. A força vital. O
falo. A Lua é a força feminina. A receptora. Positivo e negativo. O Sol e a Lua
são símbolos herméticos e alquímicos (ouro e prata). O Sol é a vida, o
masculino – A Lua, sua complementaridade, o feminino. A Maçonaria é uma
Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à noite em suas Lojas,
sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O Sol deve estar presente
na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente, com a
Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas as coisas. A mulher
é a formadora, a que reúne, rega, ceifa - a natureza do princípio passivo é
reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas, opostas e complementares
às do Sol, que são elétricas.
O Sol é o mais poderoso corpo do Sistema Solar e a base de toda a vida na
Terra. Desde os mais remotos tempos, ele é o símbolo da luz. Por sua luz e seu
calor, é assimilado nos diversos cultos solares, a um dos principais deuses.
Esotericamente, o Sol é o emblema do espírito, do “Eu Superior”. Para a
Maçonaria, a luz que o Sol representa é a do conhecimento;

- Três Pontos:
Há várias interpretações reconhecidas. Lembra o místico Delta, faz referência
ao trinômio: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e às qualidades
indispensáveis ao maçom: Amor, Vontade e Inteligência. Os Três Pontos têm
uma origem bem antiga – nos objetos celtas do século IX a. C. e, muito antes,
nas cerâmicas egípcias e gregas. Os Três Pontos dispostos em triângulo são
uma das expressões da luz interior e do Espírito que presidiu à Criação do
Mundo. A tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. O
triângulo é a mais estável das formas poligonais. É a forma utilizada para unir
partes de estruturas rígidas, como pontes, etc., e fortalecer outras estruturas,
reduzindo a mobilidade. O triângulo apresenta-se como dois opostos que se
unem ao alto, por um terceiro elemento. Os Três Pontos traduzem a concepção
piramidal egípcia; A Criação. A natureza tríplice de Deus: Criação
-Conservação - Destruição. Símbolo sexual masculino completo (pênis mais
testículos). O sexo em função reprodutiva. A trindade simboliza um processo
de desenvolvimento que se desenrola no tempo. É um processo dinâmico, que
implica em crescimento, desenvolvimento e movimento no tempo. O
desenvolvimento ordenado e harmonioso do Universo. A síntese espiritual. A
solução do dualismo. A fórmula da criação de cada um dos mundos. Os três
ciclos de vida: nascimento, apogeu, morte. O Conhecimento (Música,
Geometria, Astronomia), segundo Pitágoras. A composição do homem (corpo,
alma, espírito). As três esferas concêntricas do Universo: natural, humano e
divino;

- Régua de Vinte e Quatro Polegadas:


Representa a retidão, a observância das leis – toda a Natureza é regida por leis
que garantem o que os gregos chamavam de “kosmos”: a ordem harmoniosa
das coisas. Na Maçonaria a régua simboliza um método de realização. Quando
o postulante é admitido na Ordem, ele dá o seu primeiro passo em linha reta.
As vinte e quatro polegadas representam as horas do dia: manter-se na retidão
durante todas as horas do dia;

- Abóbada Azulada:
É o teto da Loja Maçônica que, representa o céu com estrelas, nuvens e o Sol.
A Abóbada é sustentada pelas Colunas, representadas pelos maçons.
Simbolicamente, o iniciado sustenta o universo mental;

- Caixão e Caveira:
Indicam a transitoriedade – a mortalidade do homem. A morte é inevitável e,
todos os “tesouros” materiais perdem o sentido. Ao mesmo tempo, o Caixão
significa renovação: renascimento com novos valores, novo significado para
uma nova vida. O Caixão, como símbolo maçônico é sextavado – é um
hexágono, representando as ligações do carbono, do qual o corpo humano é
composto – significa que a vida continua;

- Romã:
Símbolo da união entre os maçons. Como ensina Christian Jacq (“A Franco-
Maçonaria – História e Iniciação”): “A Romã era consagrada a Deméter e a
Perséfone, pelos iniciados de Elêusis, que nela viam o símbolo das riquezas
ocultas da terra divinizada. Para a Igreja Católica, a Romã representa a
comunidade de fiéis reunidos na Igreja que, sob a mesma casca abriga muitos
grãos. Em outras palavras, os povos mais diversos poderão unir-se numa
mesma fé e os maçons de opiniões divergentes podem comungar no sagrado.
Quando a Romã está madura, abre-se e atira longe os seus grãos. Não se
poderia encontrar melhor imagem de transmissão do espírito exprimindo as
inumeráveis potencialidades criadoras que os maçons tomarão a seu cargo.”
As Romãs são colocadas sobre as colunas do Templo Maçônico. Emblemas
que coroam as Colunas J “Jaquim” (“estabelecer”) e B “Booz” (“força”) e
cujos grãos significam prosperidade e solidariedade da família maçônica;

- Malhete:
Pequeno martelo de madeira com duas cabeças: representa a vontade ativa, o
trabalho, a força. Instrumento de direção, poder e autoridade. É o instrumento
de trabalho do Venerável Mestre e dos Vigilantes. O Malhete deve ser usado
com discernimento e lógica; se utilizado com força descontrolada, passará a
ser um instrumento de destruição, incompatível com a Maçonaria;

- Número Nove:
É o número dos Iniciados e dos Profetas. É o princípio da Luz Divina,
Criadora. O Número Nove no simbolismo maçônico desempenha um papel
variado e importante. A humanidade. O número raiz do presente estado de
evolução humana. O número de Adão. O número da iniciação: assinala o fim
de uma fase de desenvolvimento espiritual e o início de outra fase superior. As
nove esferas celestes e os nove espíritos elevados que as governam. O
ilimitado. Os nove orifícios do corpo humano. Os nove meses da gravidez
humana. O número dos ciclos humanos temporais na Terra;

- Altar:
É o lugar onde o espiritual se materializa. Montado acima do nível do chão
simboliza a elevação das preces e oferendas. Representa também o refúgio, a
proteção e o contato com o Divino. Nas Lojas Maçônicas, não há uma
uniformização do Altar;

- Labirinto:
O Labirinto era uma construção do Antigo Egito: um imenso palácio
quadrangular, tendo duzentos metros de comprimento e cento e cinqüenta de
largura. Erguia-se no lugar onde atualmente está a aldeia de Hawará, a leste do
lago Mêris. Havia grande quantidade de quartos, pequenos e escuros, ligados
uns aos outros por muitos corredores. Egiptólogos afirmam que o Labirinto
Egípcio era um depósito central, onde eram reunidas as preciosidades do
faraó, do povo e do país. A construção era composta por dois andares e cada
andar, segundo Heródoto, tinha mil e quinhentas salas. Não se sabe quem
construiu o Labirinto, do qual existem apenas ruínas. O que se sabe é que uma
parte dele foi construída pelo faraó Amenemhat III, cerca de três mil e
quatrocentos anos a.C., e parte por sua filha Sebekneferu.
É também o nome dado ao palácio do Rei Minos, construído na ilha de Creta e
que era todo formado por inúmeras passagens secretas e corredores
subterrâneos. Segundo a mitologia grega, mais tarde esse palácio se
transformaria na morada do Minotauro. Esotericamente, por seus caminhos
tortuosos e desconhecidos, o Labirinto é considerado um símbolo da iniciação
e representa a descoberta do centro espiritual oculto, a dissipação das trevas
para o renascimento na Luz, a superação dos obstáculos e o encontro com o
caminho da verdade;

- Pelicano:
Representa o Amor e a Abnegação. Na antiga Era Cristã, era considerado
emblema do Salvador que derramou seu sangue pela humanidade. Ave que,
segundo a lenda, se fere e mutila com o bico para alimentar com o próprio
sangue seus filhotes. O Pelicano tira de suas entranhas o alimento de seus
filhotes; ele expressa a idéia de auto-sacrifício como etapa necessária para se
atingir a perfeição (que, a bem da verdade, nunca se alcança). Nesse
particular, assemelha-se à Fênix, pássaro mítico que se deixa consumir no
fogo para depois renascer das próprias cinzas. A presença de ambos os
pássaros bem indica que a morte anunciada aqui, da qual devem ser separados
os elementos que serão transformados e reunidos, é uma experiência
transcendente. Tanto o Pelicano quanto a Fênix são emblemas que, através da
morte, anunciam o renascimento, sugerindo a imortalidade da alma em seu
eterno caminho de doloroso aprendizado.
A Lenda do Pelicano:
“Enquanto o pelicano foi buscar alimento, uma cobra, escondida entre os
galhos, dirigiu-se para o ninho. Os filhotes dormiam tranqüilamente. A cobra
aproximou-se, e com um brilho de maldade nos olhos, deu início à matança.
Uma mordida venenosa em cada um, e as pobres criaturinhas passaram
diretamente do sono à morte. Satisfeita, a cobra voltou para seu esconderijo a
fim de observar a reação do pelicano. Dentro em pouco o pássaro estava de
volta.
À vista de tal carnificina começou a chorar, e seu lamento era tão desesperado
que todos os habitantes da floresta ouviram e se entristeceram.
- Que sentido tem minha vida sem vocês? - disse o pobre pássaro, olhando
para os filhotes mortos - quero morrer com vocês! E pôs-se a bicar o próprio
peito, bem no lugar do coração. O sangue jorrou da ferida e escorreu para
cima dos filhotes que a cobra matara. Porém de repente o pelicano agonizante
teve um sobressalto. Seu sangue morno devolvera a vida aos filhotes. Seu
amor ressuscitara-os. Então, finalmente, feliz morreu.” - Leonardo da Vinci;
- Escada em Caracol:
Simboliza a difícil trajetória do Companheiro. Com seus degraus em espiral,
ela representa a dificuldade em subir, aprender e auto aperfeiçoar-se,
mostrando que a evolução não se desenvolve de uma forma constante e
retilínea. Representa a regeneração periódica;

- Livro da Lei:
Simboliza a Lei Divina. É o volume colocado sobre o Altar dos Juramentos -
ou “Livro da Sabedoria”. Para os cristãos, a Bíblia; para os hebreus, o
Talmude ou o Antigo Testamento; para os muçulmanos, o Alcorão; para os
adeptos do bramanismo, os Vedas; para os seguidores de Zaratustra, ou
Zoroastro, o Zenda-Avestá;

- Colunas Zodiacais (Rito Escocês Antigo e Aceito):


Os Signos Zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da
Antiguidade, representam a morte e o renascimento anual da Natureza. Por
isso, eles simbolizam o iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado
na Câmara de Reflexão - representado por Áries, passo inicial da renovação da
natureza pelo Fogo, simbolizando o Fogo Interno, o ardor do candidato à
procura da Luz – até o ápice de sua caminhada maçônica, quando recebe o
Grau de Mestre - representado por Peixes, a total renovação da Natureza, a
volta do Sol e da vida, pronto para mais um ciclo. Os Signos relacionados com
o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem.
Simbolizam solidez, força, a ligação entre a terra e o céu. Os atuais Templos
Maçônicos (Rito Escocês Antigo e Aceito) têm Doze Colunas que
correspondem aos Signos do Zodíaco, e podem ser consideradas a base mental
da Loja.
As Colunas, nos antigos cultos de fertilidade, podem aparecer como
representação do órgão sexual masculino;

- Colunas Gregas:
A Coluna simboliza limites, pois possui um eixo ou centro. As Três Colunas,
das três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) são as que,
simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas ao
Venerável Mestre e aos dois Vigilantes. Três das principais Colunas são
representadas pelo Venerável Mestre e pelos Primeiro e Segundo Vigilantes.
Há outra Coluna, totalmente invisível, que se eleva do Altar até o Grande
Arquiteto do Universo. As Colunas colocadas na entrada da Loja representam
as Colunas de Salomão: “Jaquim” (“ele firmará” – pilar da direita – tem esse
nome por causa do sumo sacerdote que realizou a sagração dessa seção no
Templo de Salomão) e “Booz” (“nele está a força” – pilar da esquerda – é
assim denominado por causa de Booz, o bisavô de Davi, rei de Israel),
construídas por Hiram Abiff. A unificação desses dois pilares representa
“estabilidade”. A Coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel
(cabeça da coluna) simples, mas de alta plasticidade é a personificação da
Força do homem, sendo, por isso, assimilada pelo Primeiro Vigilante,
responsável pela Coluna da Força. A Coluna Jônica, mais esbelta, com uma
base e um capitel trabalhados, com quatro voltas é a representação da
Sabedoria, sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre, personificação
da Sabedoria. A Coluna Coríntia, com um capitel de maior sutileza plástica é a
representação da Beleza, sendo assimilada pelo Segundo Vigilante,
responsável pela Coluna da Beleza;

- Ouroboros:
O Ouroboros é um símbolo antiqüíssimo resgatado pela tradição alquímica,
onde se vê uma serpente que morde a própria cauda e devora a si mesma. Foi
largamente usado nos desenhos celtas. Representa o equilíbrio entre o
masculino e o feminino universais. É também a representação simbólica do
Infinito e do Equilíbio Dinâmico Universal. O Ouroboros é o símbolo da meta
a ser alcançada, a união dos opostos. Sem início nem fim, o círculo simboliza
a eternidade, a imortalidade, a perfeição. O círculo simboliza a eternidade,
posto que é alfa e ômega. O início e o fim da vida humana;

- Borda Festonada:
Este ornamento é, geralmente, colocado no perímetro da Loja. Tem várias
interpretações e, relembra a Cadeia de União, a unidade constante entre os
maçons. Em geral, a Borda Festonada ou Orla Dentada, é dourada.

5- Maçonaria e Hermetismo:

Desde a Pré-História, o homem sempre teve a necessidade de desenvolver


uma cultura mística. O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido
ao mundo que o cercava, levaram o homem primitivo a criar sistemas de
crenças e rituais “mágicos”. O homem buscava o significado dos fenômenos
da Natureza e de sua própria existência.
O Período Pré-Histórico é o considerado sem documentação escrita. A Pré-
História divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra
divide-se em dois períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, e Neolítico
ou Idade da Pedra Polida.
O Período Paleolítico, a etapa mais antiga da Pré-História, começou há cerca
de dois milhões de anos e terminou há cerca de dez mil anos. Nessa época
ocorreu uma importante evolução física entre os hominídeos: surgiram os
primeiros homens modernos, isto é, os da espécie “homo sapiens” - evolução
física acompanhada de evolução cultural correspondente ao tamanho de seus
cérebros.
O Período Paleolítico ou da Pedra Lascada, divide-se em três etapas: Inferior,
Médio e Superior. Seu desenvolvimento está ligado às quatro fases da Era
Glacial, separadas por intervalos de clima temperado conhecidos como eras
inter-glaciais.
No Paleolítico o homem divinizava as forças da Natureza.
Uma descoberta primordial do Período Paleolítico foi o fogo - depois disso, o
homem passou a assar a carne e a cozinhar vegetais. Junto ao fogo os grupos
de hominídeos se reuniam, protegiam-se do frio, dos ataques de predadores, e
através da linguagem, desenvolviam suas crenças. Com a utilização do fogo, o
ser humano, passou a ter mais controle em relação ao que acontecia à sua
volta.
O homem chega ao Período Neolítico com maior desenvolvimento físico,
intelectual e espiritual, como comprovam achados fósseis. Desenvolvia sua
inteligência, sua linguagem verbal e a linguagem simbólica. Também adorava
deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais
preocupações do homem primitivo era a preservação da espécie.
No Neolítico o homem continuou divinizando as forças da Natureza, e muito
provavelmente acreditava na vida após a morte, pela maneira como enterrava
seus mortos: debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, com suas roupas,
armas, enfeites e oferendas.
O homem é o único animal com percepção clara da inevitabilidade de sua
morte. A capacidade de prever (que aconteceu com a evolução dos lobos pré-
frontais) teve como conseqüência a consciência da morte. Essas cerimônias
fúnebres que incluíam o sepultamento de alimentos e utensílios com o falecido
sugerem não apenas a consciência da morte, mas também uma cerimônia
ritual já desenvolvida para manter o morto na vida além da vida.
Com o tempo houve uma evolução e, à medida que o homem passou a
organizar sua existência numa base mais racional, sentiu a necessidade de ir
além das relações com as forças que povoavam o Universo: passou também a
temer as ações do “ser superior” que “criara” todo aquele Universo. Assim
nasceram as religiões - as religiões consistem em um corpo organizado de
crenças que ultrapassa a realidade da ordem natural e tem por objeto o sagrado
ou “sobrenatural”.
Hermes é um dos doze deuses do Olimpo, mensageiro dos deuses,
correspondente ao deus Mercúrio dos romanos, filho de Zeus com Maia, uma
das plêiades, filhas do gigante Atlas. Hermes criou a lira, cujo som encantou o
deus Apolo, que trocou seu rebanho e o caduceu (bastão com duas cobras
entrelaçadas e duas asas na parte superior) por ela. Ganhou também, de Apolo,
o dom da profecia, obtido em troca da Flauta de Pã. Era protetor dos pastores
e seus rebanhos, dos cavalos e animais selvagens. Mais tarde tornou-se deus
dos viajantes, dos comerciantes e dos ladrões.
O Hermetismo baseia-se na figura de Hermes Trismegistos, que combinava
aspectos do deus Hermes com os do deus egípcio Thot (deus da sabedoria,
representado com a cabeça de íbis).
No Egito Antigo, todos os textos religiosos contêm a suposição da
continuidade da vida em outro plano e, estão no “Livro dos Mortos”. Além da
religião propriamente dita, havia a parte iniciática ou filosófica, contida nos
livros de Hermes Trismegistos - ou seja, o possuidor das três quartas partes da
sabedoria universal (o qual teria vivido no século XX a.C.): esses livros
formam o “Hermetismo” - o “Pimandro”, o “Asclepios” e a “Tábua de
Esmeralda”, cuja origem é remotíssima, sendo anterior às civilizações grega e
romana e, ainda anterior a Pitágoras e a Platão. Esses livros surgiram no
século XII, através das Cruzadas e dos contatos com o mundo islâmico -
apareceram na Europa Ocidental esses textos herméticos traduzidos do árabe
para o latim. O mais conhecido de todos esses textos é a “Tábua de
Esmeralda”, assim denominada porque foi gravada em uma pedra verde, já
que os antigos atribuíam à cor verde as artes mágicas, e teria sido escrita pelo
próprio Hermes (mas, alguns relatos informam que Hermes Trismegistos
escreveu mais de trinta livros sobre teologia e filosofia e seis sobre medicina e
parece que todos desapareceram nos períodos de invasões e guerras que o
Egito sofreu ao longo da história. Os egípcios atribuíam a Hermes a autoria de
quarenta e dois livros sobre ciências ocultas).
Hermetismo é a doutrina esotérica e filosófica resultante do estudo dos
escritos atribuídos a Hermes Trismegistos - “Hermes Três Vezes Grande”:
porque foi considerado o maior dos filósofos, o maior dos sacerdotes e o
maior dos reis - uma deidade sincrética.
Segundo São Clemente de Alexandria (150-215), Hermes seria autor, ou
inspirador de quarenta e dois livros: trinta e seis conteriam a ciência dos
egípcios e os restantes conhecimentos de medicina. Entre as obras atribuídas a
Hermes, e compiladas a partir do século III d.C., podem ser citadas: a “Tábua
de Esmeralda”, o “Corpus Hermeticum” do século VI d.C., “Pistis Sophia”, o
“Pimandro” (Pastor de Homens) e o “Kratere” do século III d.C., o
“Asclépios”, o “Koré Kosmou” (Virgem do mundo) e o “Liber Hermetis”
(Livro de Hermes).
Esta figura percorre toda a história do Ocidente, até nossos dias, já que não só
é o Trismegistos alexandrino, o Hermes grego, o Mercúrio romano - mas
também o Thot egípcio, o Odin e Wotan nórdicos, o Enoch, Elias e Eliseu
bíblicos e o Quetzalcoatl tolteca e seus análogos em toda a América.
A divindade de Hermes Trismegistos provém da introdução do deus Thot na
religião grega. Thot é um deus egípcio que simboliza a lógica organizada da
Vida. Ele é relacionado aos ciclos lunares, que expressam a harmonia do
Universo. É também assimilado como deus do Verbo e da Sabedoria e foi
identificado com o Hermes grego. Como deus da Sabedoria, a Thot foram
atribuídos vários textos sagrados que descrevem os segredos da Existência. Os
textos herméticos antigos podem ser considerados também veículos de
ensinamentos e base à iniciação e ao esoterismo egípcio.
A doutrina esotérica hermética supõe relações misteriosas entre as partes
visíveis e invisíveis do Universo, misturando Filosofia e Alquimia: alguns
pesquisadores afirmam que a palavra “alquimia” vem da expressão árabe “al
khen”, que significa “o país negro”, nome dado ao Egito na Antigüidade.
Outros acham que está relacionada ao vocábulo grego “chyma”, que diz
respeito à fundição de metais. A Alquimia é uma tradição que busca a
sabedoria e a compreensão da Natureza, através de elementos da química,
física, astrologia, arte, metalurgia, medicina, misticismo e religião.
A arte alquímica, ao tratar da transmutação dos metais, considera estes como
os símbolos das mudanças psicológicas. A ciência alquímica é um espelho em
que o aprendiz deve se olhar para compreender a estrutura do Cosmo e de sua
própria constituição.._,___
Os três principais objetivos da Alquimia são:
- Transmutação dos metais inferiores em ouro;
- Obtenção do Elixir da Longa Vida, uma panacéia universal, um “remédio”
que curaria todas as doenças e daria vida eterna àqueles que o ingerissem.
Esses dois primeiros objetivos poderiam ser atingidos ao obter-se a Pedra
Filosofal, uma substância mística que amplificaria os poderes de um
alquimista;
- O terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os “homúnculus”.
Alguns estudiosos postulam que o Elixir da Longa Vida e a Pedra Filosofal
são temas simbólicos, metáforas para um caminho espiritual.
Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinos esotéricos
de cada raça foram formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos, da Índia,
tiveram a sua fonte nos preceitos herméticos originais. Da Índia muitos
estudiosos deslocaram-se para o Egito, para aprenderem com Hermes. De
outros países também viajaram vários mestres para o Egito, percebendo-se
atualmente a influência dos Princípios Herméticos em todas as religiões.
No século XIX, três Iniciados escreveram o livro “Caibalion”, que registra as
Sete Leis do Hermetismo. Não é um livro oriundo da era pré-cristã como se
supõe. É um livro sobre os Princípios Herméticos, e foi publicado pela
primeira vez em 1908, em inglês.
Os Sete Princípios ou Preceitos Herméticos:
- Princípio do Mentalismo: “Tudo é Mente.” De acordo com esse princípio,
todo o mundo fenomenal ou Universo é simplesmente uma criação mental do
Todo. Pode-se interpretar, também, que não existe “realidade absoluta” – cada
indivíduo cria sua “interpretação de realidade”, conforme seus processos
mentais de distorções, omissões e generalizações;
- Princípio da Correspondência: “O que está em cima é como o que está
embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.” Segundo alguns
autores, esse preceito afirma a existência, no Universo, de três grandes planos
de correspondência: O Plano Físico, Plano Mental e o Plano Espiritual.
Explica que há uma harmonia, uma correlação e correspondência entre esses
diferentes planos de Manifestação, Vida e Existência, unindo o microcosmo e
o macrocosmo. Tudo emana da mesma fonte - o macrocosmo é como o
microcosmo (as galáxias e os átomos);

- Princípio da Vibração: “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra.”


Ensina a verdade de que no Universo nada está parado, tudo está em constante
vibração e movimento. A ciência já comprovou a verdade por trás desse
princípio – as estruturas moleculares não são inertes – elas se movem. Toda
matéria está em movimento. Mas vai mais além quando afirma que toda a
manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade e desejo
determinam vibrações que podem afetar a mente de outras pessoas por
indução, explicando os fenômenos de telepatia, influência mental e outras
formas de poder da mente. Essa tese está sendo seriamente investigada pelos
cientistas atuais. As diferenças entre as diversas manifestações da matéria,
energia, mente e espírito, resultam de ordens variáveis de vibração. Segundo
Cláudio Blanc (escritor maçônico), Masaru Emoto em seu livro “Hado-
Mensagens Ocultas na Água” cita um artigo de Warren J. Hamerman
publicado em 1989 na revista “21st Century Science and Technology”. Nesse
texto, Hamerman explica que “a matéria orgânica da qual os seres humanos
são formados, gera uma freqüência que pode ser representada pelo som de
aproximadamente quarenta e duas oitavas acima do dó maior central do
piano”. O padrão do dó central é cerca de 262 hz. Isso significa que essa nota
vibra 262 vezes por segundo. Com base nessa afirmação, Emoto calculou que
os seres humanos vibram 570 trilhões de vezes por segundo;

- Princípio da Polaridade: “Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu
oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em
natureza, mas diferentes em graus; os extremos se tocam; todas as verdades
são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.” Esse
preceito, afirma que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois pólos
opostos, dois aspectos com muitos graus de diferença entre os extremos.
Ensina que os pares de opostos são uma mesma coisa diferindo apenas no seu
grau: calor e frio são idênticos em natureza, mas diferentes em grau, assim
como amor e ódio, a luz e a escuridão, o bem e o mal, etc, também o são.
“Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto”. A
complementaridade quântica, que reúne naturezas aparentemente opostas e
antagônicas - se um objeto qualquer for “quebrado” na menor porção de
matéria física, obtém-se o átomo. Se for “quebrado” em partes menores,
obtém-se o próton, se o próton for “quebrado”, consegue-se o méson, béson e
píon; “quebra-se” o íon e obtém-se os seis quarks; quebra-se o menor deles e,
poderá haver uma chance de 50% de obter matéria, partícula ou 50% de onda,
energia;

- Princípio do Ritmo: “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo
sobe e desce. Tudo se manifesta por oscilações compensadas: a medida do
movimento à direita é a medida do movimento à esquerda. O ritmo é a
compensação.” Tudo se manifesta para frente e para trás. A criação e
destruição de civilizações. O auge e a queda. Nada é linear - tudo vai e vem.
Há um constante fluxo e refluxo, uma maré alta e uma baixa, um constante
movimento entre os dois pólos de todas as coisas manifestadas nos três
Grandes Planos. Esse Princípio relaciona-se com o Segundo Princípio
(Correspondência) e com o Quarto Princípio (Polaridade);

- Princípio da Causa e Efeito: “Toda a causa tem seu efeito. Todo o efeito tem
sua causa. Tudo acontece de acordo com a lei; o acaso é simplesmente um
nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade,
porém nada escapa à lei.” O acaso é um nome dado para indicar que uma
causa não foi reconhecida ou percebida. No nosso Universo sempre há uma
causa antecedendo a todo o efeito, em todos os planos. Todo ato tem suas
conseqüências. Não existe acaso, mas sincronicidade – sincronicidade (do
grego “syn”, e “chronos”, tempo) é um princípio que deve explicar a relação
significativa de acontecimentos, a “coincidência significativa” entre dois ou
mais fatos. A hipótese foi desenvolvida por Carl Gustav Jung (1875 – 1961:
psiquiatra suíço, maçom) num trabalho conjunto com o físico Wolfgang Pauli
(1900-1958). Jung distingue três categorias de sincronicidade:

1) coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento


objetivo simultâneo, que corresponde ao estado psíquico, sem que se possa
pensar em uma relação causal;

2) coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior


correspondente, de que o sujeito não tenha conhecimento;

3) coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro.


Essas coincidências se compõem de dois aspectos:
1) uma imagem inconsciente torna-se consciente; essas imagens são diretas,
quer dizer, reproduzem diretamente o acontecimento exterior, ou são indiretas,
simbolizam o acontecimento. Segundo Jung, a maior parte das imagens é de
natureza arquetípica;
2) o acontecimento exterior.
Com a hipótese da sincronicidade, Jung tenta compreender não apenas
manifestações paranormais em sentido estrito, mas também a Astrologia e a
Clarividência. Nas reflexões de Jung a respeito da sincronicidade, conceitos
como o “pleroma gnóstico” desempenham também um papel: pleroma
significa no gnosticismo o lugar de Deus e de todas as revelações; se se
concebe um espaço intermediário, nem psíquico, nem físico, pode-se entender
os fenômenos de sincronicidade como uma participação do espiritual e da
realidade exterior nos acontecimentos desse mundo intermediário;

- Princípio do Gênero: “O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio


masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os
planos.” Há gênero manifestado em tudo, como Princípios Masculino e
Feminino, presentes e em ação em todos os fenômenos e planos de vida. Seu
objetivo é criar, produzir e gerar, sendo o aspecto feminino o que manifesta a
geração ou produção de novas formas de energia, procurando unir-se ao
aspecto masculino, por um impulso natural de criar novas formas de matéria
ou energia - e o aspecto masculino o que dirige uma determinada energia para
o feminino pondo em atividade o processo criativo. O feminino é passivo e
negativo e o masculino é ativo e positivo. Explica as atrações e repulsões,
inclusive elétricas e eletromagnéticas, nos Universos macrocósmico e
microcósmico. Em todas as coisas existe uma energia receptiva feminina, e
uma energia projetiva masculina – o Yin e Yang dos chineses;

Outros axiomas herméticos:


“Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos de entendimento.”;
“Em qualquer lugar que se achem os vestígios do mestre, os ouvidos daqueles
que estiverem preparados para receber o seu ensinamento se abrirão
completamente.”;
“A mente (tão bem como os metais e os elementos) pode ser transmutada de
estado em estado, de grau em grau, de pólo em pólo, de vibração a vibração.”;
“Para mudar a vossa disposição ou vosso estado mental, mudai a vossa
vibração.”;
“Para destruir uma desagradável ordem de vibração mental, ponde em
movimento o Princípio da Polaridade e concentrai-vos no pólo oposto ao que
desejais suprimir. Destruí o desagradável mudando sua polaridade.”;
“O ritmo pode ser neutralizado pela aplicação da Arte da Polarização.”;
“Sob as aparências do Universo, do tempo, do espaço e da mobilidade, está
sempre encoberta a realidade substancial: a verdade fundamental.”;
“Na sua essência, o Todo é incognoscível.”;
“O Universo é mental: ele está dentro da mente do Todo.”;
“O Todo cria na sua mente infinita inumeráveis Universos, que existem por
“eons” de tempo; e contudo, para o Todo, a criação, o desenvolvimento, o
declínio e a morte de um milhão de Universos é como o tempo do piscar de
um olho.”;
“A mente infinita do Todo é a matriz dos Universos.”;
“Não há nenhum órfão de pai ou de mãe no Universo.”;
“Enquanto tudo está no Todo, é também verdade que o Todo está em tudo.
Aquele que compreende esta verdade alcançou o grande conhecimento.”;
“Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo,
imaginaram que poderiam transgredir as suas leis: estes tais são vãos e
presunçosos loucos; eles se quebram na rocha e são feitos em pedaços pelos
elementos, por causa da sua loucura. O verdadeiro sábio, conhecendo a
natureza do Universo, emprega a lei contra as leis, o superior contra o inferior;
e pela arte da Alquimia transmuta aquilo que é desagradável naquilo que é
agradável, e deste modo triunfa. O domínio não consiste em sonhos anormais,
em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das forças
superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos
inferiores pela vibração nos superiores. A transmutação não é uma denegação
presunçosa, é a arma ofensiva do Mestre.”;
“A posse do conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação ou
expressão em ação, é como o amontoado de metais preciosos, uma coisa vã e
tola. O conhecimento é, como a riqueza, destinado ao uso. A lei do uso é
universal, e aquele que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as
forças naturais.”
Os Princípios Herméticos permitem a transmutação da mente, que é a
evolução. Maçonaria e Hermetismo buscam transformar tudo que é grosseiro
em algo sutil - a pedra bruta em pedra polida. Maçonaria e Hermetismo têm
como objetivos a transmutação do homem. O homem, através de sua essência
Divina, pode realizar-se e ser “feliz” - é o que a Maçonaria ensina,
estimulando o desenvolvimento e trilha pessoais que, desabrocharão no ser
espiritual que todo ser humano é. E, esse preceito estava gravado na entrada
do Templo de Apolo, o “Oráculo de Delfos” (Grécia): “Conhece-te a ti mesmo
e conhecerás o Universo e os deuses”. O caminho para o “divino”, em cada
um, é o caminho individual - a senda do auto-conhecimento.
Hermes é considerado o pai e fundador também da Alquimia, de onde
surgiram as Ciências Ocultas ou Herméticas que originaram, na Maçonaria, os
Ritos e Graus Herméticos. A influência do Hermetismo foi marcante, já que
nos primeiros tempos do cristianismo, Hermes era considerado como o criador
de toda inteligência humana, citado, inclusive, em documentos da fase
operativa da Ordem.
O Hermetismo foi cultivado durante a Idade Média sob várias denominações:
Ocultismo, Esoterismo, Alquimia, Astrologia, Cabala e influenciou quase
todas as correntes de pensamento filosófico da época.
Mas, sob o nome de Hermetismo designou-se particularmente a parte teórica
e filosófica da Alquimia medieval, segundo a qual existem íntimas e
misteriosas relações entre todas as porções do Universo visível e invisível.
Os maçons operativos, que escreveram as Antigas Constituições (“Old
Charges”), obtiveram seus conhecimentos através do famoso “Polycronycon”,
do monge Ranulfo Hidgeu, traduzido em 1482, onde ele repete várias vezes
que o “Manuscrito Cooke”, cuja data provável é dos fins do século XV, já era
familiar aos escritores das Constituições anteriores. Em todos os registros e
manuscritos antigos que contêm as lendas da Ordem, fazia-se referência a
Hermes Trismegistos como fundador da Maçonaria. Assim, o manuscrito da
Grande Loja dos Operativos, que data de 1632, afirma que “o grandioso
Hermarino, filho de Cuby, filho de Sem e neto de Noé, foi identificado
posteriormente como Hermes, o Pai da Sabedoria”.
Durante o século XVIII, muitos ocultistas foram Iniciados na Maçonaria,
impregnando-a com seus conhecimentos. Surgiram e floresceram vários
Graus Maçônicos dedicados ao estudo das ciências ocultas.

6 - Maçonaria e Astrologia:
Astrologia pode ser definida como um sistema simbólico que relaciona o
macrocosmo (os Planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).
Os fenômenos da Natureza e os astros (Sol, Lua, Estrelas), sempre exerceram
curiosidade, atração e respeito no homem primitivo. Os hominídeos do
Paleolítico divinizavam as forças da Natureza. No período Neolítico, além da
Natureza, os hominídeos criaram novos deuses, sempre relacionados ao
universo que os envolvia. Com o advento da agricultura (cerca de dez mil anos
atrás), o homem percebeu que a vida das plantas obedecia a um determinado
ciclo, comandada pelos astros, no céu, e que havia um momento propício para
arar, semear e colher. Eis aí, o nascedouro da Astrologia. Porém, há registros
das fases da Lua inscritas em ossos, quinze mil anos atrás, na Mesopotâmia
(terra entre os rios Tigre e Eufrates).
O estudo dos astros pode ter se iniciado na Mesopotâmia. A Caldéia era uma
região ao sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio
Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície
mesopotâmica. A Astrologia, possivelmente, teve origem na antiga Caldéia.
Com seus conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até
Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os
eclipses. Foram eles que, criaram os Doze Signos do Zodíaco. Os caldeus
perceberam que determinadas épocas ou signos produziam certos traços de
caráter, e com isso criaram toda a base da simbologia que hoje é a Astrologia.
A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de quatro mil anos a.C. com o
povo ubaida. Depois vieram os sumérios, com a escrita cuneiforme. Em 1350
a.C., tem início o Império Assírio, que controla a antiga Pérsia, Síria, Palestina
e Egito. Os sumérios criaram o sistema sexagesimal que, facilitou operações
matemáticas e o desenvolvimento da astronomia. Os egípcios adotaram esse
sistema e, construíram obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com
precisão.
Por todos os séculos seguintes, os povos que viveram entre os rios Tigre e o
Eufrates continuaram a registrar suas observações do céu.
Com a dominação do rei Ciro II da Pérsia, a região estabiliza-se. Os persas, no
contato com os astrólogos da Mesopotâmia, introduziram a matemática no
cálculo astronômico e astrológico - há um grande avanço com a regularização
dos calendários, como conseqüência de um entendimento maior dos ciclos
celestes.
Depois que Alexandre, O Grande, conquistou o Egito (331 a.C.), houve um
destaque na historia da Astrologia. O período alexandrino foi rico na produção
intelectual.
O avanço das tropas de Alexandre, fez com que o idioma grego se espalhasse
como língua cultural. Assim, os métodos babilônicos anexados à Astrologia
egípcia, puderam chegar, em idioma grego, à Índia.
Mesmo após a dominação romana, a cultura era helenista.
Data do primeiro século d.C. o mais longo tratado astrológico - o autor é
Doroteu de Sidon e o trabalho é o “Pentateuco”, um longo poema astrológico
em cinco livros.
O imperador romano Adriano (117 d.C.) foi considerado o patrono da
Astrologia e seu mapa natal chegou até nossos dias.
Cláudio Ptolomeu (100-170 d.C.?), egípcio de nascimento, cidadão romano e
que escrevia em grego, foi o organizador de uma corrente representativa do
conhecimento astrológico - escreveu o “Almagesto”.
No final do século II d.C., Antióquio de Atenas compila textos de astrólogos
anteriores - uma das partes é o “Thesaurus”.
Em 313 d.C., o cristianismo torna-se a religião oficial, mas o paganismo ainda
é tolerado.
Em 410 d.C., Roma caiu, com a chegada dos visigodos. Em 476 d.C. o
Império Romano do Ocidente chegava ao fim.
A primeira fase do Império Bizantino vai de 324 a 640 d.C.
Os dias gloriosos da Astrologia terminaram oficialmente, em 357 d.C., com
Constâncio.
Próximo ao ano 227, a região do atual Irã foi tomada pelos exércitos
sassâmidas do persa Adachir I, que transformou o Zoroastrismo em religião do
estado.
A Astrologia árabe foi uma extensão da tradição Astrológica grega e recebeu
influências da Astrologia hindu.
Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foi
destruída.
Na Idade Média os astrólogos eram chamados “mathematici”, pois a
Astrologia era a aplicação mais importante da matemática. A prática da
medicina era baseada na determinação astrológica do tratamento adequado,
portanto os médicos também eram matemáticos, como Tycho Brahe. A
Astrologia e a Astronomia eram, de início, um mesmo estudo. Tycho Brahe,
por exemplo, nascido em 1546, era médico e astrônomo em Copenhague, mas
também astrólogo do rei da Hungria.
A Astrologia era respeitada e, somente criticada por fatores intercorrentes:
Dante Alighieri (maçom) expõe ao ridículo, no Inferno da “Divina Comédia”,
os astrólogos Guido Bonatti (conselheiro de Guido de Médici) e Michael
Scott, mas por misturarem necromancia à Astrologia, abusando dos
conhecimentos obtidos. Cecco d'Ascoli, professor de astrologia em Bolonha,
foi queimado vivo na fogueira em 1327 não por ser astrólogo, mas por suas
opiniões consideradas heréticas.
O Renascimento trouxe uma difusão da Astrologia, apoiada inclusive pelo
papado.
Na Maçonaria, a presença da Astrologia é patente. Um exemplo são as Doze
Colunas do Templo (Rito Escocês Antigo e Aceito), que correspondem aos
Signos do Zodíaco. O Zodíaco é uma faixa celeste imaginária, que se estende
entre oito a nove graus em cada lado da eclíptica e que com esta coincide.
Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer
anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em doze casas de trinta graus cada
uma, e o Sol parece se mover um grau por dia. Os Planetas conhecidos na
Antiguidade (Mercúrio à Saturno) também faziam parte do Zodíaco, pois suas
órbitas se colocavam no mesmo plano da órbita da Terra. O Zodíaco então é
dividido em Doze Constelações, que são percorridas pelo Sol, uma vez por
ano. Os Signos representam o aprendizado percorrido pelo maçom, desde sua
iniciação na Ordem até o Grau de Mestre Maçom.
Nos Templos, (Rito Escocês Antigo e Aceito), cada uma das Doze Colunas,
que representa uma das Constelações Zodiacais, sustenta simbolicamente a
calota celeste e representa um mês do ano maçônico.
As Doze Colunas Zodiacais estão situadas no Ocidente, estando seis no lado
Norte, onde têm assento os Aprendizes, e seis no lado sul, onde têm assento os
Companheiros.
De um modo geral, essas Colunas simbolizam o caminho iniciático do
Aprendiz, Companheiro e Mestre, resumido pelo “desbastamento da pedra
bruta”, ou seja, o seu aperfeiçoamento moral e espiritual. As seis Colunas que
estão no Norte, relacionam-se a essa caminhada do Aprendiz.
O início do aprendizado começa na Cerimônia de Iniciação, isto é, “a abertura
da porta que autoriza o começo das passadas”.
Se olharmos horizontalmente para o céu no equador celeste, o limite do
Universo são as Doze Constelações. As Doze Colunas transmitem a idéia de
que as leis do Universo chegam até nós pelo que representam os Signos
Zodiacais e as Constelações.
Outro exemplo são as três colunas gregas Dórica, Jônica e Coríntia, que
representam a Força, a Sabedoria e a Beleza correspondem a Ares (ou
Hércules), Minerva e Vênus.
Os quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, que formam toda a Criação na
Astrologia, fazem parte da simbologia maçônica.
Alguns autores traçam um paralelo entre os Três Graus Simbólicos e os
Signos:
- Aprendiz: áries, touro, gêmeos, câncer, leão e virgem;
- Companheiro: libra;
- Mestre: escorpião, sagitário, capricórnio, aquário e peixes.
O maçom, em seu caminho iniciático, pode percorrer e aprender com as
características de cada Signo do Zodíaco:
- Áries: representado por Marte e pelo Fogo - é o fogo interior, a força que
estimula o crescimento e o desenvolvimento;
- Touro: representado por Vênus e pelo elemento Terra - é a matéria, na qual
se dá a fecundação, a elaboração interior;
- Gêmeos: representado por Mercúrio e pelo Ar - é a criatividade, a
versatilidade, a engenhosidade e a vitalidade criadora;
- Câncer: representado pela Lua e pela Água - é o aprendizado em relação à
tenacidade e a cautela;
- Leão: representado pelo Sol e pelo Fogo - é o emprego da razão com base
crítica;
- Virgem: representado por Mercúrio e pelo elemento Terra - é o emprego do
espírito analítico;
- Libra: representado por Vênus e o Ar - simboliza o equilíbrio entre os dois
pólos, que são a construção e a destruição;
- Escorpião: representado por Marte e a Água - simboliza emoções e
sentimentos como o rancor e a obstinação;
- Sagitário: representado por Júpiter e pelo Fogo - simboliza a mente aberta e
o julgamento crítico;
- Capricórnio: representado por Saturno e pelo elemento Terra - simboliza
determinação e perseverança;
- Aquário: representado por Saturno e pelo Ar - simboliza o sentimento
humanitário e solidariedade;
- Peixes: representado por Júpiter e pela Água - simboliza o desprendimento
das coisas materiais.
O iniciante maçom, também pode observar como aprendizado, as
características de cada Planeta:

Sol: Regente do signo de Leão. Simboliza a vida, marca o signo do


nascimento. Símbolo de autoridade, de poder, de orgulho e de
desenvolvimento.
Lua: Regente do signo de Câncer. Tal como o Sol, representa a vitalidade
física e o grau de evolução, principalmente na área psíquica.

Mercúrio: Regente dos signos de Gêmeos e Virgem. Na mitologia grega (e


romana), Mercúrio é o mensageiro dos deuses do Olimpo. É o planeta da
inteligência, da adaptabilidade, regendo a vida mental. Mercúrio marca a
adolescência do ser humano.

Vênus: Regente dos signos de Touro e Libra. Vênus era a deusa do amor, da
beleza e das artes.

Marte: Regente dos signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, Marte


simboliza a energia, a vontade de empreender, a coragem, a ação, que pode
chegar à violência. Potencial de agressividade, sobre o espírito de conquista.
Rege a indústria, o fogo, o ferro.

Júpiter: Regente do signo de Sagitário (e, secundariamente, Peixes). Pai e


soberano dos deuses do Olimpo, Júpiter reina sobre as leis e a religião. É o
planeta da autoridade, do êxito social e das honras, da burguesia. Com
Mercúrio partilha o domínio sobre a razão e sobre o intelecto. Júpiter marca a
idade madura do ser humano.

Saturno: Regente do signo de Capricórnio. Deus do Tempo, Saturno marca a


velhice do indivíduo. Representa a paciência, a prudência, a meditação,
espírito cientifico, e a solidão. Desempenha um papel na doença, na
fatalidade, na ruína, no isolamento. Num sentido positivo, Saturno apóia os
esforços de longa duração, o trabalho obstinado, a capacidade de organização.

Seguem-se os planetas de descoberta recente:

Urano: Regente do signo de Aquário. A descoberta deste planeta, no final do


século XVIII, coincide com vários fatos históricos que perturbaram o mundo:
Revolução Francesa, Guerra da Independência nos Estados Unidos, inicio da
Revolução Industrial, etc. Urano é o planeta de todas as mudanças. Rege o
progresso, as invenções, as reformas, as ciências.

Netuno: Regente do signo de Peixes. Deus dos oceanos, Netuno é o planeta


das águas, das viagens marítimas, dos lugares aquáticos e simboliza o que é
vago, impreciso. A sua ação tanto se exerce nas grandes correntes de
pensamento, nas reformas, como também no caos e na anarquia.

Plutão: Regente do signo de Escorpião. Descoberto em 1930, Plutão é o


planeta mais afastado do nosso sistema solar pelo menos, segundo os
conhecimentos atuais. Plutão assinala as metamorfoses profundas e representa
as forças psíquicas, misteriosas e violentas. É um fator de destruição e de
possível regeneração.

7- Maçonaria e Holismo:

A Maçonaria, considerando que homem e Natureza, são componentes de um


mesmo sistema, alinha-se ao conceito de Holismo.
A idéia de Holismo não é recente. Ela permeia várias concepções filosóficas
ao longo de toda a evolução do pensamento humano. “A parte é diferente do
todo, mas também é o mesmo que o todo. A essência é o todo e a parte”.
Heráclito de Éfeso (544 a.C – 484 a.C.), filósofo grego. O pensamento
holístico é profundamente ecológico, e de acordo com ele, o indivíduo e a
Natureza não estão separados, mas formam um conjunto único, que não pode
ser dissociado.
A palavra Holismo vem do grego “holos”, que significa “o todo” – a
integração das partes num todo. Aparece pela primeira vez na obra “Holismo e
Evolução”, de Jan Smuts, em 1921, governador britânico no sul da Índia, que
assim a definiu: “A tendência da natureza a formar, através de evolução
criativa, todos que são maiores que a soma de suas partes”.
Holismo é o conceito-chave do paradigma que afirma haver uma integração
abrangente do mundo e do homem. Em contraste com a experiência de uma
fragmentação na ciência e na vida cotidiana, a integralidade é apresentada
como um conceito filosófico-científico. A humanidade está presente no
Universo como parte de um único organismo vivo, de uma rede harmoniosa
de relações dinâmicas. A humanidade faz parte de uma rede universal
(ecossistema, família) de Natureza e Mundo, e cada indivíduo deve procurar
estar em harmonia com cada elemento desta rede transcendente. Quando se
compreende qual é o próprio papel na Natureza e no Cosmo, então se
compreende que “integralidade” e “sagrado” são uma só coisa.
A concepção do Universo como um todo harmonioso e indivisível é o enfoque
central do paradigma holístico; e como evidencia a teoria holográfica, cada
parte constitutiva do Universo contém informações sobre todo o Universo e,
portanto, alterações nas partes afetam o todo.
Essa concepção substitui o modelo fragmentado e reducionista baseado na
orientação mecanicista do paradigma newtoniano/cartesiano.
A percepção holística preocupa-se com o bem-estar do ser total, integrado em
seu meio. Ela está baseada na suposição que corpo, mente e emoções, formam
uma unidade.
Por sua liberdade e conhecimentos abrangentes, antigos e ecléticos, a
Maçonaria e seus membros buscam nas mais diversas áreas do saber, suas
verdades e experiências, resultando em uma filosofia ampla e holística.
A Maçonaria, sempre estimulou seus adeptos, a superar formas de dualismo (o
número dois – o opositor), em busca da totalidade: ser humano e Natureza,
energia e matéria, corpo e espírito, etc. O Holismo é uma visão de mundo que
se contrapõe à visão dualista, fragmentadora e mecanicista que despojou o ser
humano da sua unidade, ao longo dos séculos. A Maçonaria propõe o
simbolismo primevo da Trindade.
O Holismo impregna os conceitos maçônicos, desde o interesse pelo
aperfeiçoamento pessoal, conduzindo necessariamente, ao da sociedade, até a
busca da consciência unicista; e desde a sensibilidade ecológica até a idéia de
uma “rede” global.
A Maçonaria faz o “bem”, física e moralmente. Seus adeptos unem-se em
sentido fraternal – e, segundo Helena Blavatsky, em seu livro “As Origens do
Ritual na Igreja e na Maçonaria”: “é a única “religião” no mundo, se
consideramos o termo como derivado da palavra “religare” (ligar), pois que
une todos os homens que a ela se filiam como “irmãos”, sem preocupações de
raça ou fé”.
Holismo, basicamente, é uma atitude diante da realidade, uma forma de
perceber e compreender o mundo, onde há “permissão” para um intercâmbio
dinâmico entre Ciência, Arte, Filosofia e as Tradições Espirituais.
Sendo assim, o pensamento holístico e Maçonaria formam um conjunto, que
permeia todos os níveis de atuação individual e social do maçom; esse
conjunto admite todas as religiões; admite todos os sistemas filosóficos - mas
não os mescla, não os mistura (Corda de Oitenta e Um Nós – todos juntos,
porém, cada maçom conserva sua individualidade). Respeita o que cada um
tem de importante e entende que a diversidade é aceitável e é até
recomendável e essencial para a proliferação e riqueza das idéias. Não exclui,
não condena, não separa. Somente constrói pontes, estabelecendo correlações
entre áreas consideradas inconciliáveis como a Ciência e o Misticismo, a Arte
e a Filosofia. Considera que em cada coisa está representado o Todo e que este
transcende a simples soma de suas partes.

8 - Os Templos Maçônicos:

Templo, do latim “templum”, local sagrado, é uma estrutura arquitetônica


dedicada ao serviço religioso. O termo também pode ser usado em sentido
figurado, como um lugar respeitável. É um local sagrado onde são celebradas
instruções e cerimônias.
Porém, no início de sua história mística o homem usava locais ao ar livre,
para suas orações e rituais.
Acredita-se, que uma mudança de clima obrigou nossos ancestrais a descerem
das árvores e a andar sobre dois pés, para competir pela sobrevivência, com
predadores que os caçavam. Muito provavelmente, o homem primitivo já fazia
suas preces nos cultos aos mortos (visto que os enterrava, fato atestado pela
paleontologia) e diante de fenômenos naturais, que estavam acima de sua
capacidade de compreensão e que lhe causavam medo. Hominídeos, ao
observarem os ciclos de sua própria espécie, da Natureza e suas
manifestações, criaram uma ponte com o Universo, estabelecida por
intermédio de suas orações.
Os primeiros Templos surgiram na Mesopotâmia, por volta do século IV a.C.
Esses Templos primitivos, feitos de tijolos secos ao sol, eram muito simples,
tendo a estátua do deus colocada na parede do fundo e cercada pelas demais
paredes, sem teto.
Entretanto, os mais importantes Templos foram os da Babilônia, em forma de
zigurate - o Grande Templo era o do deus “Marduk”, chamado “Esaguil”,
“casa do teto alto”, flanqueado ao norte pela torre em degraus, o zigurate,
chamada “Etemenanqui”, “Templo dos Fundamentos dos Céus e da Terra” e,
conhecida pelo nome de “Torre de Babel”. Essa torre, destruída pelo rei
assírio Senasqueribe, foi refeita por Nabopolassar e seu filho Nabucodonosor.
Os Templos egípcios que surgiram depois tiveram seu apogeu no Novo
Império, a partir de 2200 a.C. e obedeciam a um mesmo modelo: havia uma
alameda para as procissões, cercada pelos dois lados por uma fileira de
esfinges - esta série de esfinges terminava com obeliscos (colunas
quadriláteras, formadas de uma só peça de granito; seus lados eram cobertos
de hieróglifos, que eram sinais ideográficos, alfabéticos e silábicos) -
conduzindo à porta de acesso, situada entre suas colunas e através da qual se
chegava a um pátio interno, e em seguida ao santuário. Os Templos egípcios
eram a representação da Terra, da qual brotavam as colunas em direção ao
Céu (no início o próprio Céu e depois um teto imitando a abóbada celeste).
Eram grandes construções sem janelas que terminavam em plataforma, e
constavam de ante-sala, sala e santuário; este era menos espaçoso, e às vezes
esculpido de um só bloco de granito. A cobertura dos Templos era feita de
enormes lâminas de pedras que eram apoiadas pelas colunas. As paredes e as
colunas eram ornamentadas com pinturas. Diante do Templo havia um pátio
no qual se entrava por uma porta com torres dos lados. Os Templos não eram
somente lugares de culto, mas também as únicas escolas e, além disso,
observatórios astronômicos, locais para exposições de obras de arte e até casas
de saúde.
Os Templos egípcios e babilônicos influenciaram os Templos hebraicos,
inclusive o Grande Templo de Jerusalém, o “Templo de Salomão”, que viria a
ser o protótipo, o arquétipo das igrejas medievais.
Mas foi com os gregos que a construção de Templos tornou-se a mais alta
expressão da arquitetura antiga, desenvolvendo formas e estilos que refletem a
essência da antiga arte de construir. Os gregos sendo politeístas e acreditarem
na semelhança entre deuses e homens, fez com que uma expressão religiosa
singular em seu mundo, sendo que os Templos dos mais variados deuses se
espalharam por todas as cidades gregas.
O Templo grego é, essencialmente, a habitação do deus. A característica mais
evidente é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos.
O Templo era construído sobre uma base em degraus: o degrau mais elevado
chamava-se “estilóbato” (“estereóbato” era a infra-estrutura) e, sobre ele eram
erguidas colunas - as colunas eram construídas segundo os modelos da Ordem
Dórica, Jônica e Coríntia:
- Ordem Dórica: era simples e maciça. O capitel (cabeça da coluna) era uma
almofada de pedra. Nela o pensamento é representado. Sendo a mais antiga
das Ordens arquitetônicas gregas, a Ordem Dórica por sua simplicidade e
severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência;
- Ordem Jônica: representava a graça e o feminino. O capitel era formado por
duas espirais unidas por duas curvas. A Ordem Dórica traduz a forma do
homem, e a Ordem Jônica a forma da mulher;
- Ordem Coríntia: o capitel era formado com folhas de acanto (planta
espinhosa, de flores brilhantes, cujas folhas compridas, verdes e recortadas,
são muito decorativas. Com o tempo, a folha de acanto passou a ser associada
à pureza e à honestidade) e quatro espirais simétricas. Sugere luxo e beleza.
A construção de Templos diminuiu durante o Império Romano, apesar do
“Panteão” (o qual se encontra ainda em perfeito estado de conservação) de
Roma ter sido uma grande exceção - era um Templo dedicado a todos os
deuses romanos. Foi construído por Marco Vipsânio Agripa (cônsul romano),
em 27 a.C., durante a República Romana. O Panteão de Agripa foi destruído
por um incêndio em 80 d.C., sendo totalmente reconstruído em 125 d.C., pelo
imperador Adriano.
Com o refinamento da arte da construção, os homens passaram a representar a
Natureza e seus fenômenos em sua arquitetura e em seus rituais. As
construções sagradas procuraram exaltar e representar a Natureza com suas
leis e princípios.

Algumas tradições religiosas dedicam nomes específicos a seus Templos:


- Igreja ou Catedral, no Cristianismo;
- Mesquita, no Islamismo;
- Pagode, no Budismo;
- Sinagoga, no Judaísmo, etc.
Denomina-se “Loja” a sociedade de maçons. Pode ser um local ou não. A
Loja simboliza o Mundo, e deve satisfazer determinadas características
“arquitetônicas” - assim sendo, a Loja tem por comprimento a distância do
Oriente ao Ocidente; a largura do Norte ao Sul; a altura do Nadir (ponto
imaginário, que se supõe situado diretamente sob nossos pés; oposto ao
Zênite) ao Zênite (ponto imaginário da esfera celeste que, supõe-se situado
diretamente sobre nossas cabeças; oposto a Nadir).
Cada Loja Maçônica é composta pelo Venerável Mestre, que preside e orienta
a reunião por um mandato; Primeiro Vigilante, que conduz os trabalhos e trata
da organização e disciplina em geral; Segundo Vigilante, que orienta os
aprendizes; Orador, que sumariza os trabalhos e reúne as conclusões;
Secretário, que redige as atas e trata da sua conservação e é responsável pelas
relações administrativas da Loja; Mestre de Cerimônias, que introduz na Loja
e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda nas cerimônias de iniciação;
Tesoureiro, que recebe as contribuições e outros fundos da Loja e zela pela
sua organização financeira. Os cargos do Venerável Mestre ao Secretário são
chamados “Luzes da Oficina”.

Na Loja, a “Câmara de Reflexões” é o local onde é recolhido o profano - do


latim “profanus”, “aquele que é estranho ao que é sagrado” - “diante do
templo”. Na Maçonaria é a pessoa não iniciada - antes de ser introduzido no
Templo. Na “Câmara de Reflexões” o postulante senta-se sozinho e escreve
suas razões de querer juntar-se à Ordem. Seus motivos são examinados por
Mestres Maçons, e é nesse local que espera, antes do início da Cerimônia de
Iniciação. A “Câmara de Reflexões” é iluminada por uma lâmpada e, não
recebe a luz do sol. É o local onde o candidato, lida com a “morte”: morte de
sua vida profana, e renascimento para uma nova vida: maçônica - é
representado como uma câmara mortuária. As paredes são pintadas de preto.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, na “Câmara de Reflexões” há a inscrição:
V.I.T.R.I.O.L: “Visita Interiorem Terrae. Rectificandoque Invenies Occultum
Lapidem” (“Visita o interior da terra. Seguindo na retidão, encontrarás a Pedra
escondida”), que é um preceito alquímico. “Vitriol” significa “vitríolo”. Para
os alquimistas, vitríolo era sulfato de ferro, cobre ou zinco, e o azeite de
vitríolo, o ácido sulfúrico. O processo de visitar o interior da Terra, para os
alquimistas era químico. Para os maçons, trata-se de um processo interior, que
pode acontecer tanto pelo nascimento quanto pela morte. Só quando o homem
tiver mergulhado profundamente em sua dor, encontrará a Pedra Filosofal, que
é o que dá sentido à existência, que é a unidade consigo próprio: o vitríolo.
Segundo o alquimista Paracelso: “todas as coisas são feitas de sal (terra-
matéria), mercúrio (água-energia) e enxofre (fogo-espírito)”. Para os
alquimistas, tudo é substância, e ela é composta de corpo (não combustível) e
espírito (combustível).
A “Câmara de Reflexões” cumpre a mesma função simbólica que o “athanor”
hermético: um espaço fechado e íntimo onde se produzem as mudanças
regenerativas de estados, exemplificados pela gradual purificação da matéria
densa e caótica do composto alquímico.

Um prédio maçônico é composto por três partes essenciais (além da “Câmara


de Reflexões”):
- “Sala dos Passos Perdidos” – local onde os maçons podem conversar
livremente e realizar atividades recreativas;
- “Átrio ou Vestíbulo” – local que precede o Templo. Lugar onde os maçons
se preparam para entrar no Templo (colocam seus aventais, etc.);
- “Templo” – local com decoração apropriada à sua finalidade. O Templo é o
lugar das reuniões dos maçons. O Templo não tem janelas e a entrada é
voltada para o Ocidente, onde a pintura é mais escura. No outro extremo, o
Oriente é mais claro – para a Ordem é do Oriente que vem o conhecimento. É
nessa área que também fica o Altar, de onde o Venerável Mestre conduz a
sessão. Nas paredes há os vários símbolos e, durante as cerimônias, os maçons
usam aventais (originariamente vestimentas Operativas, que protegiam os
adeptos dos ferimentos que poderiam ser causados pelos estilhaços da pedra
bruta. Na Maçonaria Especulativa, o avental é uma proteção para que o
maçom não seja “ferido” por seus próprios estilhaços, que são os fragmentos
de suas dificuldades).
Cada Grau, na Maçonaria, possui um painel próprio com símbolos
representativos. O Templo deve perpetuar ensinamentos sobre simbolismo.

O Templo Maçônico reúne em si, o espaço e o tempo sagrados. O Templo é


um modelo do Universo (macrocosmo): o teto simboliza o céu e o chão a
terra. O Templo também representa o homem (microcosmo).
O Templo Maçônico reproduz alguns dados arquitetônicos do Templo que
Salomão mandou erigir em Jerusalém. A Maçonaria fundamentou seus
ensinamentos na alegoria da construção do Templo de Salomão que, é a
imagem da representação do Universo e de todas as suas maravilhas. O
Templo Maçônico representa o Universo e também o ser humano.
A idéia de que um Templo deve refletir a estrutura tanto do Universo como
do homem tem, provavelmente, quatro mil anos, quando Moisés construiu o
Tabernáculo: a palavra “Tabernáculo” vem do hebraico “mishkan”, “local da
Divina morada” e designa a estrutura portátil que os hebreus (as Doze Tribos
de Israel) construíram para a adoração a Deus. Durante o Êxodo até os tempos
do rei Davi, os hebreus guardavam e transportavam a Arca da Aliança (é
descrita na Bíblia como o receptáculo no qual as Tábuas dos Dez
Mandamentos teriam sido guardadas. Sua construção foi orientada por
Moisés, que teria recebido as instruções da Divindade. Em 587 a.C.,
Nabucodonosor II, rei da Babilônia, invadiu o reino de Judá e tomou a cidade
de Jerusalém. A Arca passara a ser guardada no Templo de Jerusalém, e
depois de um grande incêndio provocado pelo exército de Nabucodonosor II,
o Templo foi destruído. A Arca desaparece completamente da narrativa
bíblica a partir desse ponto), a menorá (candelabro de ouro maciço, de sete
braços, em semicírculo) e outros objetos sagrados.
Moisés construiu o Tabernáculo compondo-o em três partes: “Átrio Exterior”,
“Santo Lugar” e “Santo dos Santos”. Salomão construiu o Templo em
Jerusalém, seguindo o mesmo projeto de três níveis do Tabernáculo mais a
parte externa.

A idéia de que o Universo e o indivíduo são “construídos” de acordo com o


mesmo plano de três níveis, foi fundamental para quase todo o pensamento
filosófico ocidental, até o começo do século XIX. Esses três níveis foram
claramente representados no planejamento das catedrais da Europa, na Idade
Média.
9 - A Maçonaria no Brasil:

Não há registros da chegada da Maçonaria no Brasil, mas teria sido trazida por
comerciantes ingleses e franceses, no início do século XVIII. Muitos
pesquisadores postulam que, havia clubes e academias literárias, cujos ideais
eram, na realidade, maçônicos.
Há muitas controvérsias, com relação à primeira Loja Maçônica instalada no
Brasil.
Segundo antigos registros, 1786 teria sido o ano do surgimento da Maçonaria
no Brasil, com a volta do maçom José Alves Maciel da Europa. Alguns
pesquisadores apontam a instalação da primeira Loja, em 1787, “Cavaleiros da
Luz”, na povoação de Barra, em Salvador, Bahia. Outros autores defendem a
hipótese de que a primeira Loja brasileira teria surgido em Pernambuco, em
1796 - o “Areópago de Itambé” - que foi fundada pelo ex-frei carmelita,
médico e botânico formado pela Faculdade de Montpellier, França, Manuel de
Arruda Câmara e dissolvida em 1801, por autoridades portuguesas, que
descobriram conspirações contra a Coroa.
Outros autores, afirmam que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi
na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, e recebeu o nome de "União"-
um ano depois, devido ao grande número de adeptos, sofreu reestruturação e
passou a denominar-se "Reunião".
De acordo com o Mestre Maçom Raimundo Rodrigues (SP):
“Segundo o manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja
Simbólica regular no Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de
Reunião, filiada ao Oriente da Ilha de França, e nomeado para seu
representante o cavaleiro Laurent, que a fortuna fez aportar às formosas praias
da Bahia de Niterói e que presidira a sua instalação.
Na mesma página, o autor informa:
Em 1801 a Loja “Reunião” é regulamentada e instalada sob o reconhecimento
do Oriente da Ilha de França, seguindo-se as Lojas “Constância” e
“Filantropia”, subordinadas ao Grande Oriente Lusitano. Se a Loja
“Cavaleiros da Luz”, foi a primeira Loja Maçônica no Brasil e o “Areópago” o
primeiro núcleo secreto revolucionário, a Loja “Reunião”, à luz dos
documentos, respeitadas as leis e tradições maçônicas foi a primeira Loja
Maçônica Regular no Brasil.
Mário Verçosa, Past Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Amazonas,
relaciona as primeiras Lojas do Brasil:
“Reunião”, no Rio de Janeiro, RJ – 1801;
“Virtude e Razão”, em Salvador, BA – 1802;
“Constância”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;
“Filantropia”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;
“Emancipação”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;
“Beneficência”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;
“Distintiva”, em Niterói, RJ – 1812;
“Comércio e Artes”, no Rio de Janeiro, RJ – 1815;
“Pernambuco Oriente”, em Recife, PE – 1817;
“Pernambuco Ocidente”, em Recife, PE – 1817;
“Revolução Pernambucana”, em Recife, PE – 1817;
“União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, RJ – 1817;
“Esperança de Niterói”, em Niterói, RJ – 1821;
“Conciliação de Pernambuco”, em Recife, PE – 1822;
“Nove de Janeiro”, no Rio de Janeiro, RJ – 1822.”

Em 1802, o capitão-mor de Olinda, Francisco de Paula Cavalcante de


Albuquerque, fundou na cidade do Cabo (província de Pernambuco), no
Engenho de Suassuna, de sua propriedade, a “Academia de Suassuna.” E em
Recife, foi instalada pelo padre João Ribeiro Pessoa a “Academia do Paraíso”,
tendo como secretário o monsenhor Muniz Tavares.
O “Areópago”, embora citado como marco inicial das organizações
maçônicas no Brasil, não pode ser considerado como Loja Maçônica, pois,
não formava novos maçons.
Com a chegada ao Brasil de D. João VI, em janeiro de 1808, depois de uma
fuga precipitada de Portugal ante a invasão napoleônica, automaticamente o
governo passou às suas mãos. Em sua corte havia inúmeros maçons
portugueses, que colaboraram para a diminuição das restrições à Maçonaria,
promovendo o revigoramento da atividade no Brasil.
A partir de 1809 foram fundadas várias Lojas no Rio de Janeiro e em
Pernambuco.
A História do Brasil e Maçonaria estão intimamente ligadas. Os mais
importantes eventos da História Brasileira, foram gestados dentro de Lojas
Maçônicas: a Revolução Pernambucana de 1817, o Fico, a Proclamação da
Independência, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República.
Na Inconfidência Mineira, não há registros de participação da Ordem. Porém,
ressalta-se a contribuição de um maçom ilustre, Francisco Antonio Lisboa, o
Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade, autor de esculturas sacras,
homenageou a Maçonaria em seu trabalho. Os três anjinhos, formando um
triângulo, os quais se tornaram sua marca registrada, reverenciam a
Maçonaria, com seus três pontos em formato de triângulo.
A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o
triângulo, no centro da bandeira é o Delta Luminoso, o Olho da Sabedoria,
símbolo maçônico.
A Revolução Pernambucana de 1817 teve seu embrião no desejo de
Independência que crescia nas Lojas maçônicas. Mas, a insurreição fracassou
e, a Maçonaria passou a ser duramente perseguida, e em 1818, Portugal
proibiu o funcionamento de sociedades secretas.
Em 1821, a Coroa determinou a volta a Portugal do príncipe Dom Pedro I.
Sem seu príncipe regente, o Brasil voltaria à condição de colônia. O maçom
Francisco Maria Gordilho de Barbuda, coronel do Exército Colonial, que mais
tarde tornou-se o Marquês de Paranaguá, ficou encarregado de falar com o
príncipe e, obteve sua adesão à idéia de permanecer no Brasil. Depois de
alguns contratempos, Dom Pedro I resolveu ficar, dizendo a célebre frase: “se
é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo
que fico.” Por esse gesto, Dom Pedro I foi condenado por autoridades
portuguesas e, deveria ser conduzido preso a Lisboa. Maçons orientaram o
povo num levante, apoiando a atitude do príncipe. Houve uma batalha entre o
povo e o exército português - os ideais libertários e o povo foram os
vencedores.
Dom Pedro I foi iniciado maçom em 13 de julho de 1822 (na Loja “Comércio
e Arte”), com o nome simbólico de “Guatimozim” (último chefe asteca). Três
dias depois foi elevado a Mestre e, em 2 de agosto de 1822, elevado a Grão-
Mestre. Essa ascensão tão rápida aconteceu, para não melindrar o príncipe -
para que ele não recebesse ensinamentos de maçons que estavam numa
posição hierarquicamente superior - Dom Pedro I como autoridade máxima no
Brasil, não deveria se sentir constrangido.
A Independência do Brasil foi engendrada pela Maçonaria, em 22 de agosto
de 1822, no Grande Oriente do Brasil. O grito de Independência dado por
Dom Pedro I, “Independência ou Morte!” em 7 de setembro de 1822 foi uma
confirmação. O Brasil já estava, praticamente, desligado de Portugal, desde 9
de janeiro de 1822, o dia do Fico.

A Abolição da Escravatura, no Brasil, aconteceu por iniciativa maçônica. A


Maçonaria, cumprindo sua missão de lutar pelos direitos humanos,
considerando a igualdade entre os seres, empenhou-se pela emancipação dos
escravos.
Confirmando essas afirmações, verifica-se a presença de vários maçons entre
os líderes abolicionistas. Destacaram-se: Visconde de Rio Branco, José do
Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui
Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e outros.

A Proclamação da República, também foi um empreendimento maçônico. O


primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro, era
constituído por maçons - e, não foi um acaso, pois foi organizado por Quintino
Bocaiúva, maçom, que havia sido Grão-Mestre.

Hipólito José da Costa:


O jornalista brasileiro, Hipólito José da Costa (nasceu em 1774, em
Sacramento, que na época pertencia a Portugal) teve papel decisivo durante os
movimentos de libertação, na divulgação dos ideais republicanos e na
representação da Maçonaria Brasileira na Inglaterra.
De Sacramento, a família de Hipólito mudou-se para Pelotas, RS. Ele concluiu
seus primeiros estudos em Porto Alegre, e cursou em Portugal, a Faculdade de
Direito de Coimbra. Formou-se bacharel em Direito na Universidade de
Coimbra (formou-se em três cursos superiores: Filosofia aos vinte e dois anos;
Direito aos vinte e três anos; e em Letras aos vinte e quatro anos), ingressando
na Maçonaria nesse período.
Em 1798 Hipólito foi enviado aos Estados Unidos (Filadélfia) por D. Rodrigo
De Souza Coutinho, Conde de Linhares e Ministro da rainha Dona Maria I,
como Encarregado de Negócios de Portugal. Viveu nos EUA por dois anos e
ingressou na Maçonaria Americana.
Em 1801 voltou a Portugal, onde foi nomeado Deputado Literário da Junta da
Impressão Régia. No mesmo ano viajou a serviço da Coroa Portuguesa a
Londres, oficialmente, para comprar obras para a Real Biblioteca e máquinas
para a Imprensa Régia. Porém, secretamente, seu objetivo era estabelecer
contatos entre as Lojas Maçônicas Portuguesas e o Grande Oriente em
Londres.
Assim que retornou a Portugal, foi preso por ordem de Diogo Inácio de Pina
Manique, sob a acusação de disseminar idéias maçônicas na Europa, o que era
considerado uma heresia. Hipólito foi capturado pela Inquisição Portuguesa, e
permaneceu encarcerado por três anos.
Em 1805, conseguiu fugir para a Espanha, com o auxílio de outros maçons.
Da Espanha é conduzido à Londres, onde é protegido pelo também maçom,
Duque de Sussex, filho do rei George III da Inglaterra. O Duque conseguiu
sua naturalização como cidadão inglês, para evitar qualquer possível pedido
de extradição pela Coroa Portuguesa. Em Londres é iniciado na Maçonaria
Inglesa e casa-se com uma inglesa. De Londres, passou a editar o primeiro
jornal brasileiro, o “Correio Brasiliense” ou “Armazém Literário”, que
circulou de 1 de junho de 1808 a 1823 (vinte e nove edições). Hipólito
defendia idéias liberais, e contribuiu para a emancipação do Brasil colonial,
dando ampla cobertura à Revolução Pernambucana de 1817, à Revolução
Liberal do Porto de 1820 e aos acontecimentos que conduziriam à
Independência do Brasil.
Morreu em 1823, sem saber que fora nomeado cônsul do Império do Brasil em
Londres. No Brasil é considerado o patrono da imprensa.

PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA (PNL) E MAÇONARIA:

Os conceitos fundamentais de antigos ensinamentos como Alquimia,


Hermetismo, coincidem com a Doutrina Aristotélica de que todas as coisas
tendem a alcançar a perfeição. E, a perfeição do interior, da própria alma, é o
que almejam os obreiros maçons e praticantes da PNL.
A Maçonaria, além de preservar e ensinar conhecimentos esotéricos de várias
civilizações do passado, sempre foi e será uma escola de formação
humanística. O maçom, desde sua Iniciação, tem por objetivo, uma dupla
finalidade: o aperfeiçoamento de si mesmo e a contribuição para a construção
positiva da humanidade. Ao desenvolver-se o indivíduo, desenvolve-se o
gênero humano.
A Maçonaria transforma o “bom” em “melhor”. Esse também é um dos
Pressupostos da PNL - “As pessoas já possuem dentro de si todos os recursos
necessários para realizar as mudanças desejadas” - já existe, interiormente,
algo intrinsecamente “bom” (a Centelha Divina), apenas aguardando um
“despertar”. Segundo Richard Bandler (co-criador da PNL), o ser humano
pode ser o que escolher ser: “Para que ser você mesmo, se você pode ser
alguém melhor?”.
A Luz Oculta existe em todos os homens - é preciso despertá-la, por esforço
próprio e com ajuda de Mestres sábios e experientes. Assim, a Maçonaria
inicia candidatos, visando o aperfeiçoamento pessoal e espiritual do indivíduo,
porque a Luz está no coração do homem.
A PNL possui muitos conceitos que se entrelaçam com os da Maçonaria - e, a
finalidade, de ambas, é uma só: o desenvolvimento, a evolução individual e
coletiva.

1- Conceito, Origem e História:

- Conceito:
A Programação Neurolingüística (PNL) pode ser definida como um conjunto
de técnicas que ensina a entender os processos internos das pessoas através da
identificação dos padrões de linguagem verbal e não verbal. PNL é,
basicamente, comunicação: do indivíduo consigo mesmo, com as outras
pessoas e com os acontecimentos.
O nome “Programação Neurolingüística” vem de “Neuro”, referindo-se ao
cérebro: aos processos neurológicos que permitem ver, ouvir, sentir, saborear
e cheirar – os sentidos usados nos processos internos de pensamento, bem
como para experimentar o mundo externo. Toda compreensão e o que
descrevemos como consciência chega ao cérebro por meio dessas janelas
neurais.
“Lingüística”, referindo-se à linguagem: linguagem que ocorre tanto na
comunicação com os demais, como na maneira como são organizados os
pensamentos. A PNL ensina a usar a linguagem do dia-a-dia para pensar
eficientemente e para desenvolver um comportamento mais útil.
“Programação” é a instalação de um plano ou procedimento: refere-se à
maneira como programar pensamentos e comportamentos.
PNL é o estudo de como a linguagem, tanto verbal quanto não verbal, afetam
nosso sistema nervoso. É a ciência de como dirigir o cérebro de uma maneira
favorável para conseguir os resultados desejados.
PNL é a ciência que estuda a maneira como são filtradas, através dos cinco
sentidos, as experiências de cada um do mundo externo, e como esses mesmos
sentidos internos são usados, com ou sem intenção, para conseguir os
objetivos almejados.
Neurolingüística é uma ciência que estuda o funcionamento do cérebro
humano. A Neurolingüística parte do princípio que o cérebro humano tem
linguagens próprias e, precisa de comandos adequados para funcionar bem,
isto é, conseguir alcançar os resultados desejados de uma forma positiva.
A PNL, ensinando a usar eficientemente a linguagem verbal (interna e
externa) e a linguagem corporal, utiliza técnicas e procedimentos que, vão
auxiliar as pessoas a atingir mais rapidamente seus objetivos, que podem ser
os mais variados como: melhorar a saúde (física, mental e emocional),
comunicar-se eficazmente (no trabalho, na família), livrar-se de
comportamentos indesejados (álcool, tabaco, drogas, depressão, fobia,
estresse, medos, compulsões), motivação no trabalho, etc.
É uma tecnologia que produz mudanças profundas num curto tempo de
intervenção. A PNL produz resultados e os mantém, melhorando a qualidade
de vida de quem a utiliza.
A PNL é a arte e a ciência da excelência pessoal. Arte, porque a maneira de
pensar e agir é específica em cada um, e qualquer descrição (sentimentos,
atitudes, crenças, etc.), será sempre subjetiva. É também ciência, embora ainda
embrionária, porque incorpora métodos bem pesquisados que podem ser
usados para identificar padrões do comportamento bem sucedido.
A Maçonaria considera o neófito uma pedra bruta. À medida que ele vai
assimilando os ensinamentos e vivenciando-os, a pedra bruta vai tornando-se
polida. O maçom pratica a arte de construir a si mesmo. Um dos objetivos do
maçom é sua própria evolução, que simbolicamente, significa construir um
templo em seu “interior”. A PNL pode ser um caminho para o maçom, na
senda do autoconhecimento.

-Origem e História:
A PNL foi iniciada no começo da década de setenta (1973), por dois norte-
americanos: John Grinder (1940) e Richard Bandler (1950). Grinder é
lingüista, um dos mais proeminentes do mundo e Bandler é matemático e
perito em computadores. Os dois perceberam que, algumas pessoas,
alcançavam pleno êxito em seus campos de atuação e outras não. Decidiram
juntar seus talentos numa tarefa: “copiar” as pessoas que fossem as melhores
em seus respectivos ramos e, depois, “instalar” essa excelência em outros
seres humanos. Estudar como indivíduos vitoriosos em diferentes campos de
atividade obtêm resultados excelentes, e como seus pensamentos e
comportamentos são reproduzidos.
Grinder e Bandler estudaram os métodos de quatro destacados cientistas que,
invariavelmente, conseguiam produzir mudanças notáveis no comportamento
humano:

- Dr. Milton Erickson (1901-1980): de Phoenix, Arizona (EUA) – psiquiatra,


um dos maiores hipnoterapeutas que já existiu (Apêndice 2);
- Drª. Virginia Satir (1916-1989): uma extraordinária terapeuta de família,
americana: “Tento ajudar as pessoas... a experimentar a conexão com a sua
espiritualidade, levando-as a entrar em contato com a sua ternura e com a sua
força. Para tanto... precisamos entender que nascemos para evoluir... É um
crescimento - e não há por que ter medo. Já ouvimos essa mensagem antes. É
sobre isto que falavam Jesus, Buda e tantos outros. Mas, no passado, a maioria
das pessoas... dizia: Eles estão acima de nós, eles são divinos... somos apenas
humanos, portanto não podemos estabelecer a mesma conexão. Mas agora,
começamos a perceber que podemos.”;
- Dr. Gregory Bateson (1904-1980): antropólogo britânico (famoso por seus
estudos com golfinhos) e por ter desenvolvido a Teoria do Duplo Vínculo no
estudo da esquizofrenia;
- Dr. Fritz Perls (1893-1970): psiquiatra alemão, criador da Gestalt Terapia.
Gestalt Terapia é uma terapia experiencial e do presente, fundada por ele e
Laura Perls na década de 1940. Ela ensina a terapeutas e pacientes o método
experiencial da “awareness”, no qual perceber, sentir e agir são distintos da
interpretação e das atitudes evasivas preexistentes. A ênfase está em observar,
descrever e explicar a estrutura exata do que está sendo experienciado no aqui
e agora.
Esses profissionais usavam seus métodos e, se técnicas existem, elas podem
ser estudadas, codificadas e ensinadas. Utilizando os padrões fundamentais
que copiaram desses quatro mestres, Grinder e Bandler começaram a criar
seus próprios padrões e a ensiná-los também. Esses padrões são conhecidos
como PNL.
A história da PNL é uma história curiosa, que resultou em uma mudança de
paradigmas. No início dos anos 70, o futuro co-criador da PNL, Richard
Bandler, estudava matemática na Universidade da Califórnia (Santa Bárbara),
em Santa Cruz. Richard Bandler veio de um gueto pobre da cidade de San
José, judeu de origem miserável, perdeu parte dos seus intestinos e tem várias
marcas de facadas, resultado das brigas de rua que travava diariamente. No
princípio, ele passava a maior parte do seu tempo estudando computação.
Inspirado por um amigo de família que conhecia vários dos terapeutas
inovadores da época ele resolveu estudá-los. Após estudar cuidadosamente
alguns desses famosos terapeutas, Richard descobriu que, repetindo totalmente
os padrões pessoais de comportamentos deles, poderia conseguir resultados
positivos similares com outras pessoas. Essa descoberta se tornou base para a
abordagem inicial da PNL conhecida como Modelagem de Excelência
Humana. Bandler dizia que a matemática é uma linguagem que se expressa
através de fórmulas numéricas e que obedece a algumas regras, e essas regras
quando alteradas, produzem resultados diferentes. Bandler imaginou, que a
linguagem das palavras também obedecia a certas regras, que se mudadas,
poderiam acarretar mudanças no comportamento humano. O comportamento
humano, para Bandler, é um resultado do fenômeno lingüístico no cérebro
humano.
Depois, ele encontrou o outro co-criador da PNL, o Dr. John Grinder,
professor adjunto de Lingüística da Universidade da Califórnia. A carreira de
John Grinder era tão singular quanto a de Richard. Sua capacidade para
aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques e assimilar comportamentos
tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na Europa
nos anos 60 e também depois, quando membro dos Serviços de Inteligência
Americanos em operação na Europa. Grinder como agente do Serviço Secreto
das Forças Armadas Americanas viajou pelo mundo atuando com vários
disfarces, sua especialidade. Grinder era capaz de disfarçar-se em quem ele
quisesse. Fala várias línguas (mais de quinze) e conseguia observar detalhes
do comportamento das pessoas e imitá-las com perfeição. O interesse de John
pela psicologia alinhava-se com o objetivo básico da Lingüística – revelar a
gramática oculta de pensamento e ação. Descobrindo a semelhança de seus
interesses, eles decidiram combinar os respectivos conhecimentos de
Computação e Lingüística, junto com a habilidade para copiar
comportamentos não-verbais, com o intuito de desenvolver uma “linguagem
de mudança”.
No começo, nas noites de terça-feira, Richard Bandler conduzia um grupo de
Terapia Gestalt formado por estudantes e membros da comunidade local. Ele
usava como modelo o seu fundador iconoclasta, o psiquiatra alemão Fritz
Perls. Para imitar o Dr. Perls, Richard chegou a deixar crescer a barba, fumar
um cigarro atrás do outro e falar inglês com sotaque alemão. Nas noites de
quinta-feira, Grinder conduzia outro grupo usando os modelos verbais e não-
verbais do Dr. Perls que vira e ouvira Richard usar na terça. Sistematicamente,
eles começaram a omitir o que achavam comportamentos irrelevantes (o
sotaque alemão, o hábito de fumar) até descobrirem a essência das técnicas de
Perls – o que fazia Perls ser diferente e mais eficaz que outros terapeutas.
Haviam iniciado a disciplina de Modelagem da Excelência Humana.
Encorajados por seus sucessos, eles passaram a estudar uma das grandes
iniciadoras da terapia de família, a Drª. Virginia Satir, e o filósofo inovador,
pensador de sistemas (Teoria Sistêmica) e antropólogo, Gregory Bateson.
Richard reuniu suas constatações originais na sua tese de mestrado, publicada
mais tarde como o primeiro volume do livro “The Structure of Magic”.
Grinder e Bandler tinham se tornado uma equipe, e continuaram suas
pesquisas com determinação. O que diferenciava seu trabalho do de muitas
escolas de pensamento psicológico, ditas “alternativas”, cada vez mais
numerosas na Califórnia naquela época, era a busca da essência da mudança.
Quando Grinder e Bandler começaram a estudar pessoas com dificuldades
variadas, observaram que todas que sofriam de fobias pensavam no objeto de
seu medo como se estivessem passando por aquela experiência no momento.
Quando estudaram pessoas que já haviam se libertado de fobias, perceberam
que todas elas pensavam nesta experiência de medo como se a estivessem
vendo acontecer com outra pessoa – semelhante a observar um parque de
diversões à distância. Com esta descoberta simples, mas profunda, Grinder e
Bandler começaram a ensinar sistematicamente pessoas fóbicas a
experimentarem seus medos, como se estivessem observando suas fobias
acontecerem com outra pessoa à distância. As sensações fóbicas desapareciam
instantaneamente. Uma descoberta fundamental da PNL havia sido feita.
Como as pessoas pensam a respeito de uma coisa faz uma diferença enorme
na maneira como elas irão vivenciá-la. Grinder e Bandler, ao buscarem a
essência da mudança nos melhores mestres que pesquisaram, questionaram o
que mudar primeiro, o que era mais importante mudar, e por onde seria mais
importante começar. Por sua habilidade e crescente reputação, rapidamente
conseguiram o número do telefone do Dr. Milton H. Erickson, M.D., fundador
da “Sociedade Americana de Hipnose Clínica”, e amplamente reconhecido
como o mais notável médico psiquiatra e hipnoterapeuta do mundo.
O Dr. Erickson era uma pessoa tão excêntrica quanto Grinder e Bandler.
Jovem e robusto fazendeiro de Wisconsin, na década de 20, foi atacado pela
poliomielite aos dezoito anos. Incapaz de respirar sozinho, ele passou mais de
um ano deitado dentro de um pulmão de aço na cozinha de sua casa. Embora
para qualquer um, isso pudesse ter significado uma sentença de prisão,
Erickson era fascinado pelo comportamento humano e se distraía observando
como a família e os amigos reagiam uns aos outros, consciente e
inconscientemente. Ele construía comentários que provocavam respostas
imediatas ou retardadas nas pessoas a sua volta, aprimorando a sua capacidade
de observação e de linguagem. Recuperando-se o suficiente para sair do
pulmão de aço, ele reaprendeu a andar sozinho observando sua irmãzinha dar
os primeiros passos. Embora continuasse precisando de muletas, participou de
uma corrida de canoagem antes de partir para a faculdade, onde acabou se
formando em Medicina e depois em Psicologia. Suas experiências e provações
pessoais anteriores o deixaram muito sensível à sutil influência da linguagem
e do comportamento. Ainda estudando medicina, começou a se interessar
muito por hipnose, indo mais além da simples observação de pêndulos e das
monótonas sugestões de sonolência. Ele observou que seus pacientes, ao se
lembrarem de certos pensamentos ou sensações, entravam naturalmente em
um breve estado semelhante a um transe e que esses pensamentos e sensações
poderiam ser usados para induzir estados hipnóticos. Mais velho, ele se tornou
conhecido como o mestre da hipnose indireta, um homem que podia induzir
um transe profundo apenas contando histórias.
Na década de 70, o Dr. Erickson já era muito conhecido entre os profissionais
da Medicina e era até assunto de vários livros, mas poucos alunos seus
conseguiam reproduzir seu trabalho ou repetir seus resultados. Dr.
Erickson freqüentemente era chamado de “curandeiro ferido”, visto que
muitos colegas seus achavam que seus sofrimentos pessoais eram
responsáveis por ele ter se tornado um terapeuta habilidoso e famoso
mundialmente.
Quando Richard Bandler ligou pedindo uma entrevista, aconteceu de o Dr.
Erickson atender, pessoalmente, o telefone. Embora Grinder e Bandler fossem
recomendados por Gregory Bateson, Erickson respondeu que era um homem
muito ocupado. Bandler reagiu dizendo, “Algumas pessoas, Dr. Erickson,
sabem como achar tempo”, enfatizando bem “Dr. Erickson” e as duas últimas
palavras. A resposta de Erickson foi: “Venha quando quiser”, enfatizando
também as duas últimas palavras em especial. Embora, aos olhos do Dr.
Erickson, a falta de um diploma em Psicologia fosse uma desvantagem para
Grinder e Bandler, o fato de esses dois jovens serem capazes de descobrir o
que tantos outros não haviam percebido deixou-o intrigado. Afinal de contas,
um deles havia acabado de falar com ele usando uma de suas próprias
descobertas de linguagem hipnótica, hoje conhecida como um comando
embutido. Ao enfatizar as palavras “Dr. Erickson, achar tempo”, Bandler
havia criado uma frase separada dentro de outra maior, que teve o efeito de
um comando hipnótico.
A combinação das legendárias técnicas de hipnose do Dr. Erickson e as
técnicas de modelagem de Grinder e Bandler forneceram a base para uma
explosão de novas técnicas terapêuticas. O trabalho deles com o Dr. Erickson
confirmou que haviam encontrado uma forma de compreender e reproduzir a
excelência humana.
Nesta época, as turmas da faculdade e os grupos noturnos conduzidos por
Grinder e Bandler estavam atraindo um número crescente de alunos ansiosos
por aprenderem esta nova tecnologia de mudança. Nos anos seguintes, vários
deles, inclusive Leslie Cameron-Bandler, Judith DeLozier, Robert Dilts e
David Gordon dariam importantes contribuições próprias. Esta nova
abordagem da comunicação e mudança começou a se espalhar por todo o país.
Steve Andreas, na época conhecido terapeuta de Gestalt, deixou de lado o que
estava fazendo para estudá-la. Rapidamente, ele percebeu que a PNL era uma
novidade tão importante que, junto com a mulher e sócia, Connirae Andreas,
gravou os seminários de Bandler e Grinder e os transcreveu em vários livros.
O primeiro, “Frogs into Princes”, se tornaria o primeiro best-seller sobre PNL.
Em 1979, um extenso artigo sobre PNL foi publicado na revista “Psycology
Today”, intitulado “People Who Read People”.
Hoje, a PNL é a essência de muitas abordagens para a comunicação e para a
mudança.
(adaptação do texto de Steve Andreas e Charles Faulkner em “PNL - A Nova
Tecnologia do Sucesso”).

2 - Pressupostos da PNL:

“Já deve estar claro que a PNL se baseia em princípios bem diferentes da
psicologia tradicional. Enquanto a psicologia clínica tradicional se preocupa
basicamente em descrever dificuldades, classificá-las e buscar suas causas
históricas, a PNL está interessada em como nossos pensamentos, ações e
sensações funcionam juntos, para produzirem nossa experiência.
Fundamentada nas modernas ciências da Biologia, Lingüística e Informática, a
PNL começa com novos princípios sobre como funciona a relação
mente/cérebro. Esses princípios chamam-se Pressupostos da PNL. Se
pudéssemos resumir todos os Pressupostos da PNL em uma única frase, esta
seria: as pessoas funcionam perfeitamente. Nossos pensamentos, ações e
sensações específicas produzem, coerentemente, resultados específicos.
Podemos nos sentir felizes ou infelizes com os resultados, mas se repetirmos
os mesmos pensamentos, ações e sensações, os resultados serão os mesmos. O
processo funciona perfeitamente. Se quisermos mudar os resultados que
obtemos, teremos então que mudar os pensamentos, ações e sentimentos que
os produzem. Uma vez tendo compreendido especificamente como criamos e
mantemos nossos pensamentos e sensações mais íntimas, será questão apenas
de mudarmos para outros níveis mais úteis ou, se encontrarmos outros
melhores, ensiná-los às outras pessoas. Os Pressupostos da PNL são o
fundamento para se fazer exatamente isso.”
Steve Andreas (neurolingüista).

1- O mapa não é o território:


Esta frase foi cunhada pelo matemático polonês Alfred Korzybski. Ele
dizia que um mapa rodoviário ou o cardápio de um restaurante podem
ajudar a achar seu caminho ou escolher uma refeição, mas eles são
fundamentalmente diferentes da estrada que você tomar ou do prato que
lhe servirem.
Cada pessoa interpreta a realidade ao seu redor através dos seus cinco
sentidos. Os sentidos são filtros. E tudo que se conhece do mundo externo,
que a PNL chama de território, é aprendido através de mapas internos que
se faz desse território. Realidade, para cada um, é o seu mapa. E, mesmo a
despeito das diferenças, um mapa é tão válido quanto outro. Por esta razão,
não existem mapas “errados”. Embora um determinado comportamento
possa parecer impróprio, extravagante ou irracional, ele sempre faz sentido
no contexto do mapa mental de cada pessoa. O indivíduo faz o que é
melhor, dentro de sua percepção única e limitada da “realidade”. Mas, nem
todos os mapas podem ser igualmente úteis para auxiliar o usuário e
negociar o território;

2- Todo comportamento tem uma intenção positiva:


A PNL faz uma distinção entre comportamento e intenção positiva, isto é,
entre o que é feito e o que se quer realizar. Todos os comportamentos
nocivos, prejudiciais, inúteis, tiveram um propósito positivo originalmente.
Exs: gritar para ser reconhecido, agredir para se defender, etc. Pode-se
separar o comportamento da intenção positiva, isto é, conservar a intenção
positiva e acrescentar novas opções de comportamentos mais úteis;

3- Escolher é melhor do que não escolher:


Ter escolhas é muito mais útil do que estar restrito a responder de uma
única maneira. A pessoa com maior número de opções é a pessoa com
maior flexibilidade de pensamentos e comportamentos;

4- Não há fracassos, apenas “feedbacks” (retroalimentações):


O entendimento da PNL é que o que acontece nem é “bom” nem é “ruim”,
mas é, simplesmente, informação. Não há fracassos, só experiências.
Quando o conceito de fracasso é eliminado do mapa, aparecem todos os
tipos de novas possibilidades. Os chamados “fracassos” são oportunidades
para aprender;

5- O significado da sua comunicação é a resposta que você obtém,


independentemente da sua intenção:
O significado de qualquer comunicação é a resposta que essa comunicação
elicia. A responsabilidade da comunicação é sempre de quem comunica.
Isto é, não se pode “responsabilizar” o interlocutor por “não ter entendido”,
“não querer escutar”. É mais fácil mudar a si mesmo do que mudar os
outros. Observar como a comunicação é recebida permite que seja ajustada,
para que, de uma próxima vez, possa ser mais eficiente;

6- As pessoas já possuem dentro de si, todos os recursos necessários para


realizar as mudanças desejadas:
A PNL faz uma distinção entre “recursos” e “habilidade” – uma pessoa
pode ter os recursos para tocar piano (isto é, capacidade musical,
coordenação mãos-olhos), mas pode faltar a ela a habilidade, para que se
torne capaz de tocar uma obra de Chopin. Com os recursos, a pessoa pode
desenvolver a habilidade.
E, em relação à aplicabilidade deste pressuposto a pessoas com
desenvolvimento físico ou mental diferenciado? A PNL as inclui em “todas
as pessoas?”. A resposta, sem qualquer dúvida, é “SIM!”. A designação
“desenvolvimento mental/físico diferenciado, especial”, diz mais a respeito
das outras pessoas, isto é, a inabilidade para se perceber recursos nesses
indivíduos;

7- As pessoas sempre fazem a melhor escolha disponível para elas naquele


momento:
Em qualquer situação as pessoas selecionam, entre as escolhas disponíveis
a elas, aquelas que lhes proporcionarão melhores condições de
sobreviverem, obterem prazer, criarem um ambiente seguro, evitarem dor
e/ou perigo;

8- Se você fizer o que sempre fez, obterá sempre o mesmo resultado:


Se você quiser uma nova resposta, mude seu comportamento, faça algo
novo;

9- Corpo e mente são partes do mesmo sistema:


Os pensamentos afetam instantaneamente a tensão muscular, respiração e
sensações. Estes, por sua vez, afetam os pensamentos.
Na realidade, o ser humano é mais do que corpo e mente. É
“corpomenteemoções”, um sistema no qual os três elementos interagem
entre si. “Corpomenteemoções” pode ser compreendido como um sistema
dinâmico em equilíbrio. Não é possível fazer uma mudança em um
elemento sem afetar os outros dois. E, pouco importa qual seja o primeiro a
ser afetado. Quando o equilíbrio é perturbado, o sistema imediatamente
procura readquirir seu equilíbrio dinâmico natural;

10-Se alguma pessoa pode fazer alguma coisa, então é possível aprender a
fazê-la também:
Pode-se aprender como é o mapa mental de outra pessoa e fazê-lo seu. É
claro que podem existir limites físicos ou ambientais, mas em princípio,
tudo é “possível”.
3-Como nos comunicamos com o mundo:

A- Uso Adequado da Voz:


Uma maneira de expressar individualidade e de julgar outras pessoas é
através da maneira de falar e das características vocais. Saber como
controlar e projetar a voz está se tornando cada vez mais importante,
quando uma quantidade maior de vendas e de trabalho administrativo está
sendo feito por telefone, skype.
Albert Mehrabian e outros estudiosos muito respeitados descobriram que
38% da força daquilo que é dito, não está nas palavras em si, mas na
maneira como são ditas (7% no significado das palavras e 55% na
linguagem corporal).

Espelhamento na voz:
- Tom;
- Qualidade do ritmo;
- Entonação;
- Qualidade do timbre, volume etc.

A confiança se estabelece entre pessoas “parecidas”, e isto se estende


também à voz. As pessoas que falam mais alto não confiam ou não se
sentem inspiradas por quem fala suavemente e vice-versa.

B- Uso do Cérebro:
Por ordem de aparição na história evolutiva, possuímos três cérebros: primeiro
o Reptiliano, o Límbico (mamíferos primitivos), e o mais recente, Neocórtex
(mamíferos superiores).
Paul MacLean cientista do “Laboratório de Evolução Cerebral e Conduta” do
“Instituto Nacional de Saúde Pública” da Califórnia, desenvolveu um modelo
da estrutura cerebral do ser humano, conhecido como “cérebro triúnico”,
“tríade cerebral”. Para MacLean, o cérebro humano desenvolveu-se
conservando as características das etapas anteriores. Assim, o homem possui
três cérebros, embutidos uns nos outros: um Cérebro Primitivo ou Reptiliano,
um Cérebro Antigo Mamífero ou Límbico e um Cérebro Neomamífero, o
Neocórtex.
Nas palavras do autor do modelo: “Tal situação implica que somos obrigados
a nos ver e a ver o mundo com os olhos de três mentalidades diferentes”. Cada
pessoa, em um determinado momento, pode utilizar mais um do que os outros
dois cérebros. E, isso fará com que “se comunique” de uma forma diferente.

C- Linguagem:

- Canais de Comunicação (Linguagem Verbal):


As representações internas são estruturadas através dos cinco sentidos: visão,
audição, tato, olfato e paladar. O mundo é experimentado na forma de
sensações visuais, auditivas ou cinestésicas (tato, olfato e paladar), que são os
canais de comunicação. Assim, quaisquer experiências são representadas
através dos sentidos no cérebro.
Cada pessoa usará mais um canal que os outros. Dependendo de sua
comunicação, utilizará em sua linguagem verbal palavras que pertencem mais
ao vocabulário visual, auditivo ou cinestésico.
A linguagem verbal transmite o conhecimento acumulado pelas gerações
anteriores. É um benefício! E, também transmite as distorções, omissões e
generalizações das gerações anteriores (modelo de mundo). Tomar a
linguagem verbal como dados totais ou as palavras como “reais” é o mesmo
que informatizar o cérebro com parcialidades ou “mentiras”, como se fossem
verdades absolutas. Ampliar o modelo de mundo é igual a obter mais
alternativas de comportamento, mais escolhas, que propiciam melhores
resultados. É representar a realidade pessoal de forma mais rica no cérebro.
A linguagem verbal dá muitos exemplos do poder das representações internas.
O que alguém quer expressar quando diz que uma pessoa tem “um futuro
brilhante?”. Ou que “tem um bloqueio?”. Ou quando diz que “teve um
estalo?”.
Essas frases não são metáforas. São descrições, bem precisas, do que está
acontecendo no cérebro.

Pessoas que são fundamentalmente visuais tendem a ver o mundo em


imagens; conseguem seu maior senso de poder entrando na parte visual de
seus cérebros. Por estarem tentando acompanhar as imagens em seus cérebros,
as pessoas visuais tendem a falar muito depressa. Não se importam
exatamente com o modo como se expressam; estão só tentando colocar
palavras nas imagens. Essas pessoas tendem a conversar através de
significados visuais. Falam sobre como as coisas “parecem para elas”, “que
formas vêm surgir”, se as coisas “são claras ou escuras”.
Respiração: torácica;
Ritmo da fala: rápido;
Movimentos: rápidos;
Tensão muscular: alta;
Tom de voz: alto;
Pulsação: rápida;
Pressão arterial: alta;
Temperatura: baixa.

Pessoas que são auditivas tendem a ser mais seletivas com as palavras que
usam. Têm vozes mais ressonantes e suas falas são mais lentas, mais rítmicas
e uniformes. Uma vez que as palavras significam tanto para elas, são
cuidadosas em relação ao que dizem. Tendem a dizer coisas como “isso soa
certo para mim”, “posso ouvir o que está dizendo”, etc.. Os auditivos têm
excelente memória para palavras - tanto para elogios quanto para lembrar
ofensas.
Respiração: diafragmática;
Ritmo da fala: médio;
Movimentos: médios;
Tensão muscular: média;
Tom de voz: médio - mais para grave;
Pulsação: considerada normal;
Pressão arterial: considerada normal;
Temperatura: média.

Pessoas cinestésicas tendem a ser ainda mais lentas. Reagem,


fundamentalmente, a sensações. Suas vozes ecoam bem devagar. Usam
metáforas do mundo. Estão sempre “agarrando” alguma coisa “concreta”.
Coisas são “pesadas” e “intensas”.
Respiração: abdominal;
Ritmo da fala: lento;
Movimentos: lentos;
Tensão muscular: baixa;
Tom de voz: baixo;
Pulsação: baixa;
Pressão arterial: baixa;
Temperatura: alta.
Todos possuem elementos das três modalidades, mas a maioria tem um
sistema que domina.
A seguir, estão alguns exemplos de palavras e expressões visuais, auditivas,
cinestésicas e inespecíficas:
- Visuais:
À luz de, a olho nu, ângulo, apagar, aparência, aspecto, brilho, claro, cor,
delinear, enxergar, espiar, evidência, flash, foco, gráfico, horizonte, ilusão,
ilustrar, imagem, leitura, míope, fotografia, obscurecer, observar, perspectiva,
pintar, prever, quadro, revelar, show, sombrio, tela, visível.
Vejo seu ponto de vista, Quero que dê uma olhada nisso, Sem sombra de
dúvida, Isso é obscuro para mim, etc.

- Auditivas:
Afirmar, agudo, grave, alarme, amplificar, anunciar, barulho, chamar, clique,
comentário, conversa fiada, cochicho, declarar, delatar, descrever, discurso,
dizer, estática, estrondoso, explicar, fofocar, gritar, harmonia, mudo, opinar,
perguntar, proclamar, queixa, quieto, reclamar, ronronar, rumores, silencioso,
sonoro, tocar um sino, voz.
Eu ouvi o que você estava dizendo, O que estou falando soa certo para você?
Isso não soa bem, A vida está em perfeita harmonia, etc.

- Cinestésicas:
Agradável, amargo, apertado, ativo, cansaço, choque, cócegas, concreto,
controle, emocional, esforço, exagerado, firme, fresco, frio, quente, gostoso,
ímpeto, irritado, machucado, mexer, odor, pânico, pesado, pressa, pressão,
resistente, salgado, sensação, sensível, sentir, sofrer, sólido, estresse, suave,
suportável, tenso, vigoroso. Você é capaz de aprender? Esta informação é
sólida, Quero que você agarre isso, A vida parece quente e gostosa, etc.

Para estabelecer uma comunicação verbal útil e eficiente (oral e/ou escrita)
com alguém, seja cônjuge, namorada, filho, chefe, deve-se procurar descobrir
o canal de comunicação dessa pessoa e, usar palavras do canal de
comunicação dela. Sérias discussões podem ser evitadas, bastando demonstrar
flexibilidade e penetrar, elegante e sutilmente, na comunicação do “outro”
(“rapport” na linguagem) evitando o “você não me compreende”.
Quando estiver se dirigindo a mais de uma pessoa ou a uma platéia, é útil usar
palavras inespecíficas - que, nada mais são que a linguagem hipnótica,
genérica.
Infelizmente, muitos maus políticos e alguns líderes religiosos inescrupulosos,
usam palavras genéricas, para alcançar as pessoas, para fins, nem sempre,
éticos.
- Inespecíficas:
Acreditar, apreciar, aprendizagem, associar, aumentar, comunicação,
conhecer, consideração, decidir, entender, entregar, escolher, estudar, falso,
favorecer, igualar, informar, lembrar, localizar, mudar, oferecer, optar,
organizar, pensar, perceber, preparar, realizar, receber, reconhecer, saber,
solucionar, tentar, vender, etc.

- Pistas de Acesso:
O Dr. Nelson Spritzer, médico cardiologista e neurolingüista brasileiro, afirma
que, estudos empregando radioisótopos (partículas marcadas com substância
radioativa), tais como o xenônio, têm revelado resultados interessantes, a
respeito do comportamento do fluxo de sangue dentro do cérebro, em
diferentes condições de humor. Já se sabe que o sangue dentro do cérebro se
dirige com maior predominância para determinadas regiões, em certas
situações clínicas como fobias, pânico, depressão e esquizofrenia. E, os
cientistas já sabem que, conforme o tipo de processo que o ser humano faz
dentro de seu cérebro, o sangue vai mais para uma ou outra área cerebral.
Grinder e Bandler observaram que, os olhos se movem quando estamos
pensando e quando estamos nos comunicando. Eles observaram que (e a
ciência confirma) quando uma pessoa está fazendo imagens dentro do seu
cérebro, o fluxo sangüíneo se dirige para a região da nuca e, quando o sangue
vai mais para essa região, os olhos vão para cima, num movimento
involuntário. Quando sons são processados, os olhos vão para a linha
horizontal, ao mesmo tempo em que o sangue corre mais para os centros da
fala no hemisfério esquerdo; quando sensações e sentimentos são processados,
os olhos descem, vão para baixo e para a direita enquanto o sangue flui mais
para o Centro Límbico e Tronco Cerebral, o chamado Cérebro Primitivo
(Reptiliano).
Só de olhar as pessoas e escutar o que dizem, pode-se ter uma idéia imediata
de quais sistemas representacionais estão usando. Há muito tempo que se diz
que os olhos são os espelhos da alma. E, é verdade. Olhando uma pessoa bem
nos olhos, pode-se, imediatamente, ver qual o sistema representacional ela
está usando num momento específico.
Enquanto representam internamente informações, isto é, enquanto “pensam”,
as pessoas movem seus olhos - ninguém consegue “pensar” sem mover os
olhos, ainda que esse movimento seja leve. Neurofisiologicamente, ninguém
consegue criar pensamentos sem mexer os olhos.
Assim, observando-se os movimentos dos olhos, o indivíduo pode saber
quando seu interlocutor está falando algo que realmente viveu ou algo que
inventou. Por isso, cursos e seminários de PNL são freqüentados por muitos
agentes de serviços de inteligência (segundo Nelson Spritzer, o próprio
Bandler não faz segredo que já deu treinamentos fechados para vários órgãos
militares e de inteligência de vários países, inclusive o famoso serviço secreto
de Israel, o “Mossad”).

Pistas de Acesso:
Sistemas Representacionais:

- olhos para cima e para a esquerda -------------visual lembrando


- olhos para cima e para a direita --------------- visual construindo
- olhos para baixo e para a esquerda ------------diálogo interno
- olhos para baixo e para a direita--------------- cinestésico
- olhos desfocados, na mesma posição----------criação (imaginação)
- postura telefônica (mão no queixo e um dedo na face)--diálogo interno
- olhos para a esquerda, ou fixos no mesmo nível, em geral na altura dos
ouvidos------------------------------------------auditivo interno lembrando
- olhos para a direita, ou fixos no mesmo nível, em geral na altura dos
ouvidos----------------------------------------------------auditivo interno
construindo.

- Algumas Considerações:
- Esses são os movimentos prováveis dos olhos para 90% das pessoas destras;
- 10% das pessoas destras e os canhotos processam de maneira diferente. Não
se sabe porque;
- Pessoas especiais: surdas (de nascença), cegas, também processam de
maneira diferente;
- Esses movimentos oculares acontecem em todas as pessoas, seja qual for a
nacionalidade delas. Em qualquer idioma que a pessoa se expresse, ela sempre
moverá os olhos - e, para 90% dos destros, os movimentos serão os descritos
acima;
- As únicas exceções são os bascos e os guanches, que são os habitantes das
Ilhas Canárias (principais ilhas: Tenerife, Fuerteventura, Gran Canária,
Lanzarote, La Palma, Gomera, Hierro). A estrutura da linguagem desses povos
é diferente e, seu processamento cerebral é, conseqüentemente, diferente. E,
por que a estrutura da linguagem desses povos é diferente?
Não é exatamente uma explicação, mas uma suposição: bascos e guanches
seriam descendentes diretos de atlantes (os sobreviventes da tragédia que teria
acontecido na suposta Atlântida, continente que teria submergido, em um dia e
uma noite, há cerca de doze mil anos atrás, conforme Platão (427-347 a.C.),
filósofo grego discípulo de Sócrates, em dois de seus escritos: “Crítias” e
“Timeu”. Para Aristóteles, discípulo de Platão, era tudo produto da
imaginação: “O homem que sonhou com essa ilha a fez desaparecer de novo”,
teria dito. Porém muitos filósofos, estudiosos e cientistas aceitaram a idéia,
como o escritor Otto Muck, cientista naval e de foguetes dirigíveis, suíço, em
seu livro “O Fim da Atlântida”).
Porém, uma curiosidade, em relação aos guanches, pode ser provada: no livro
“Hematologia Geográfica”, os professores Jean Bernard e Jacques Ruffier,
afirmam que o fator sanguíneo tipo “O”, é encontrado na Islândia, na Irlanda,
na Escócia, no País de Gales, tanto quanto na América Central e na América
do Sul. Mas, ao passo que nesses países, as populações, mesmo representadas
em estado puro por alguns grupos, oferecem caracteres físicos que as ligam a
uma raça conhecida, somente os guanches (que têm o mais alto índice do
grupo “O”), não se ligam a nenhuma raça viva. (referência: “As Portas da
Atlântida”, de Guy Tarade - editora Hemus - 1976 - São Paulo - SP).

- Fisiologia – “Rapport” (linguagem corporal):


55% da comunicação, isto é, a maior parte, é resultado da fisiologia ou
linguagem do corpo. As expressões faciais, os gestos, a qualidade e tipos de
movimento da pessoa que transmite uma comunicação esclarecem muito mais
sobre o que estão “dizendo” do que as palavras em si. A fisiologia altera o
estado interno e vice-versa.
Tudo o que os cientistas estão descobrindo hoje, enfatiza a vontade de cada
indivíduo: doença e saúde, vitalidade e depressão/angústia são, muitas vezes,
decisões. São ações que podem ser decididas e realizadas com a fisiologia.
Não são, em geral, decisões conscientes, mas de qualquer forma, são decisões.
Ninguém, conscientemente, pensa: “Quero ficar angustiado ou deprimido”. A
depressão/angústia é um estado mental e químico, mas ela tem também uma
fisiologia identificável: as pessoas deprimidas/angustiadas, em geral, andam
com os olhos baixos (estão tendo acesso ao canal cinestésico e/ou falando para
si mesmas sobre todas as coisas que as fazem sentir-se deprimidas). Deixam
os ombros caídos. A respiração é fraca e superficial. Mantêm seus corpos com
uma fisiologia depressiva/angustiada. A depressão/angústia é um resultado e
requer posturas específicas do corpo para criá-la. Há componentes químicos
(que podem ser hereditários) na depressão/angústia. O paciente deve procurar
um médico psiquiatra, e antidepressivos podem ser necessários. Além disso, a
pessoa deve colaborar ativamente com seu tratamento, mudando sua
fisiologia.
Se o indivíduo se mantém ereto, joga seus ombros para trás, respira
profundamente, olha para cima, põe-se numa fisiologia de recursos, consegue
melhorar o estado interno.
A fisiologia é decisiva. É muito importante na comunicação.
A fisiologia cria harmonia na comunicação, através do espelhamento: “copiar”
a fisiologia de outra pessoa. Enquanto as palavras estão atuando na mente
consciente, a fisiologia atua no inconsciente. É onde o cérebro “estabelece”:
“Essa pessoa é como eu!”. E, como espelhar a fisiologia de outra pessoa?
Estabelecendo o “rapport”.

- “Rapport”:
Imitar, igualar-se, ajustar-se, acompanhar ou espelhar o comportamento
(verbal e não verbal) de uma pessoa, é o processo pelo qual é estabelecido o
“rapport”.
Espelhar ou igualar-se é simplesmente manifestar-se como a outra pessoa se
manifesta. O espelhamento, utilizado com discrição, elegância e sutileza,
enfatiza a importância da percepção de aspectos do comportamento de outra
pessoa, permitindo que ela seja encontrada no modelo que tem do mundo.
“Rapport” significa alinhamento, semelhanças, harmonia, similaridade,
afinidade.
Em qualquer comunicação, dois níveis mentais operam simultaneamente: o
consciente e o inconsciente. Como a mente consciente é responsável por,
aproximadamente, de 5 a 9% das atividades, a mente inconsciente fica com 91
a 95% - o inconsciente tem preponderância sobre o consciente.
Estabelecer “rapport” é uma maneira de encontrar outra pessoa no seu modelo
de mundo ou mapa. Esse vínculo de harmonia é dirigido à mente inconsciente
e portanto, não deve ser detectado pelo consciente das pessoas. O inconsciente
procura semelhanças, e não as diferenças.
Grinder e Bandler modelaram o Dr. Milton Erikson em sua estratégia
poderosa para estabelecer um vínculo ou “rapport”. O Dr. Erikson era capaz
de lidar satisfatoriamente com pacientes “resistentes” e “difíceis”, tendo em
sua vida profissional, quase trinta mil pessoas hipnotizadas com sucesso.
Para obter “rapport”, pode-se espelhar qualquer parte do comportamento da
outra pessoa, ajustando seu comportamento verbal e não verbal para se mover
junto com ela. Uma vez movendo-se junto, pode-se testar se obteve “rapport”,
conduzindo, isto é, gradualmente mudando seu próprio comportamento e
observando se a outra pessoa o segue.
Ninguém estará desistindo de sua identidade quando espelha outra pessoa.
Todos podem se tornar mais flexíveis. O espelhamento, simplesmente, cria
uma igualdade de fisiologia, que será compartilhada com outro ser humano.
“Será que terei que espelhar e acompanhar todas as pessoas de meu
relacionamento?” - A resposta é “não”. Espelhar e acompanhar são ações que
se decide fazer quando se percebe que o interlocutor, por qualquer motivo, não
está em “rapport” ou está perdendo a sintonia com você.

-Formas para Obter “Rapport”:


- Expressões faciais: acompanhar, com elegância, movimentos faciais tais
como levantar de sobrancelhas, apertar os lábios, franzir o nariz, etc.;
- Postura: ajustar o corpo para combinar com a postura do corpo do outro ou
parte do corpo do outro;
- Movimentos corporais: imitar qualquer movimento do corpo que seja
constante ou característico - ex: piscar de olhos, movimentos das mãos,
pernas;
- Qualidades vocais: tais como tonalidade, timbre, velocidade, volume,
hesitação, pontuação;
- Sistemas representacionais: detectar e utilizar, em sua própria linguagem, os
sistemas utilizados pela outra pessoa;
- Frases repetitivas: utilizar frases usadas pelo outro;
- Respiração: ajustar sua respiração para a mesma velocidade da respiração da
outra pessoa;
- Espelhamento cruzado: usar um aspecto de seu comportamento para imitar
um aspecto diferente do comportamento do outro. Por ex: balançar
suavemente uma parte de seu corpo (uma das mãos) no mesmo ritmo da
respiração do outro.

Deve-se utilizar esse recurso com ética. As estratégias de espelhamento, não


terão qualquer utilidade se quem as praticar for incongruente, desleal e mal-
intencionado. Utilizar qualquer técnica sem uma estrutura moral adequada e
uma postura ética de verdadeiro respeito e carinho com outras pessoas, torna-
se uma manipulação dolosa, mal intencionada. Indivíduos falsos têm menos
êxito nos relacionamentos pessoais e profissionais, e são os menos estimados
por seus semelhantes.

- “Rapport” e Cadeia de União:


Em todas as Lojas (Oficinas) maçônicas, os trabalhos realizam-se conforme a
seguinte ordem:
- Abertura de acordo com o ritual;
- Leitura e aprovação da Ata da sessão anterior;
- Desculpas enviadas pelos obreiros ausentes;
- Assuntos de família ou particulares da Oficina;
- Recepção de visitantes, se houver;
- Leitura da correspondência oficial de secretaria;
- Circulação do saco de propostas;
- Leitura das propostas pelo Orador se forem pertinentes;
- Ordem do dia;
- Iniciações, filiações, regularizações mais instrução, se houver;
- Circulação da Bolsa de Beneficência;
- Palavra a bem Geral da Ordem e da Oficina em particular;
- Encerramento dos trabalhos de acordo com o ritual;
- Cadeia de União.

A Cadeia de União é uma cerimônia realizada ao fim de cada reunião, na qual


os maçons tiram suas luvas brancas e formam um círculo, que simboliza a
união de todos os maçons sobre a Terra e a comunhão espiritual maçônica.
Pode-se observar que nesse ritual, os maçons também realizam o “rapport”
(PNL) - eles acompanham o comportamento uns dos outros, cada indivíduo
penetrando na “comunicação” do outro, que se torna única, principalmente
através da respiração sincronizada, mesmos gestos etc., alimentando e
revigorando a egrégora da Maçonaria.
A Cadeia de União teria tido origem na Maçonaria Operativa, onde os
pedreiros talhadores de pedra usavam uma corrente de ferro, para cercar a área
da construção. Eles fincavam em torno das construções, estacas de madeira
que eram inseridas em cada elo da corrente. Na entrada desta área era deixada
uma abertura, através de duas estacas de madeira. A área delimitada
geralmente tinha a forma retangular.
Porém, esse ritual já era conhecido no Egito, celebrado pelos “deuses”, que se
davam as mãos, integrando nessa cadeia o Faraó. Os babilônios também
praticavam a Cadeia de União - era uma corda que unia todas as coisas,
atravessando os mundos conhecidos e desconhecidos.
A Cadeia de União é utilizada em todos os Ritos, menos no “Emulation Rite”.

O “rapport” cria harmonia na comunicação, e a “Cadeia de União”, através de


cada maçom, torna-se um só pensamento positivo.
Segundo Rizzardo da Camino (escritor maçônico), “A Cadeia de União é um
dos mais belos atos cerimoniosos ritualísticos e é formada dentro do Templo...
O ambiente é alterado; as luzes são amenizadas; é utilizado um fundo musical
apropriado, com música suave que conduza à meditação... No Altar dos
Perfumes é aceso um incenso adequado... O Venerável procede a um ligeiro
exercício respiratório, conduzindo os Irmãos para que aspirem o ar (“prana”)
com a finalidade de toda respiração ficar uniforme... Uma das finalidades da
formação da Cadeia de União é a transmissão da palavra Semestral emitida
pelo Grão-Mestre. O Grão-Mestre recolhe-se em seu gabinete, e após
momentos de meditação, deseja enviar uma mensagem aos seus “súditos” da
Jurisdição e busca encontrar uma palavra adequada. Essa palavra (ou frase) é
comunicada sigilosamente por escrito, a todos os Veneráveis da Jurisdição. O
Venerável Mestre transmite a Palavra Semestral aos elos da direita e da
esquerda, sussurrando-a, porém de forma audível e clara. Os Irmãos, por sua
vez, ao receberem a Palavra, a transmitem ao Irmão que está ao lado até
ambas as Palavras chegarem ao Mestre de Cerimônias, que inclina a cabeça
em forma afirmativa expressando que a Palavra chegou corretamente... A
postura é importante; os Irmãos que formam um círculo cruzam os braços,
pressionando o plexo solar, dando-se as mãos; os pés devem estar unidos,
calcanhar com calcanhar, ponta dos pés tocando a dos Irmãos que estão aos
lados. A Corrente deve unir a parte física sobre a Terra (piso da Loja), a parte
sentimental, pressionando o coração, e a parte mental, unida pela Palavra
Semestral... A Corrente transforma-se em um verdadeiro acumulador de
energias, que supre todas as necessidades que o maçom tem com os desgastes
da semana...”.
Durante a Cadeia de União, um fenômeno pode ser observado – seus
integrantes entram em estado alfa e teta (hipnose), isto é, em um estado
alterado de consciência. Os músculos ficam completamente relaxados e pode
haver a sensação de flutuação ou peso corporal, sensação de calor ou de
aconchego. Muitos séculos antes de Cristo, iogues, na Índia, já praticavam a
meditação e outras técnicas de relaxamento para atingirem um estado alterado
de consciência. O estado alfa e teta é o predomínio cortical pré-frontal de
freqüências cerebrais próximas a dez ciclos por segundo. Algumas pesquisas
indicam que um predomínio dessas freqüências em determinadas partes dos
lobos conscientes significa que a mente está concentrada de forma criativa -
isto acontece durante sonhos, em devaneios, em meditações e orações, e
também em momentos de intensa concentração. Esse chamado “estado de
fluxo” é uma sincronia mental: é como se a parte hipotalâmica da mente -
responsável pela motivação - e o Sistema Límbico - responsável pela resposta
emocional - se entrosassem com a parte cortical pré-frontal - responsável pelas
decisões conscientes e julgamentos.
A freqüência das ondas cerebrais flutua inúmeras vezes, todos os dias, de
maneira espontânea e de acordo com as necessidades.
Freqüências cerebrais:
Beta: quando o indivíduo está acordado e realizando as tarefas cotidianas, o
cérebro opera nessa faixa de freqüência. Esta começa em torno de catorze
hertz por segundo, sendo que a maioria das atividades se realiza entre vinte e
vinte e dois hertz por segundo. Esta é a mente consciente. Nesse patamar a
pessoa pensa, racionaliza e executa todas as suas tarefas;

Alfa: entre sete e catorze hertz por segundo está a faixa alfa da atividade
cerebral. É nesta faixa que ocorrem os sonhos e as fantasias. A hipnose
também acontece aqui. As ondas alfa emitidas pelo cérebro foram descobertas
pelo médico alemão Hans Berger, em 1924, quando estudava o fenômeno da
telepatia em um paciente considerado “paranormal”. E, qual é a trajetória que
leva o cérebro ao estado hipnótico? Há indícios de que uma estrutura cerebral
semelhante a uma rede, chamada formação reticular, funciona como elo entre
a voz do hipnoterapeuta e a massa cinzenta do hipnotizado. "A formação
reticular controla a vigília e o sono e ainda seleciona em quais informações
devemos nos concentrar", explica o psiquiatra Fernando Portela Câmara, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. A tese mais aceita é a de que as
palavras do hipnoterapeuta, processadas pelo nervo auditivo, alcançam a ponta
dessa rede, na base do cérebro, e se espalham por toda a massa cinzenta. Por
se tratar de estímulos repetitivos, quando chegam ao lobo frontal, concentram
a atenção do indivíduo em um único foco, inibindo tudo o que está ao redor. O
processo é parecido para estímulos visuais. De acordo com o ambiente, o
cérebro pode fazer essa trajetória espontaneamente (sessão numa Loja
Maçônica);

Teta: entre quatro e sete hertz por segundo. As experiências emocionais são
registradas nessa faixa. Essa também é a faixa na qual acontece a hipnose mais
profunda e a regressão;

Delta: as freqüências inferiores a quatro hertz por segundo levam a pessoa à


total inconsciência, que é o estado de sono profundo;

Gama: as ondas gama, de amplitude e freqüência elevadas, são um estado de


hiper consciência - em torno de sessenta hertz por segundo. Neuropsiquiatras
identificariam tendências psicóticas, já que, ondas que excedam vinte e dois
hertz por segundo, são consideradas uma anomalia, que levariam a pessoa a
entrar num estado de histeria aguda. Porém, sabe-se que os xamãs operam
nessa freqüência cerebral.
4 - PNL e Física:

A PNL é baseada na mudança de paradigma da física moderna. Há algum


tempo atrás, dizia-se que era possível haver experiência direta da realidade
(paradigma newtoniano).
Mais tarde, Albert Einstein (1879-1955- maçom), físico, ainda bem jovem,
perguntou-se; “Qual será a velocidade de um raio de luz se eu estiver me
deslocando na mesma velocidade, em sua ponta?” A busca da resposta a essa
pergunta deu início a uma grande mudança em toda a física e suas leis, uma
incrível mudança de paradigma. As aplicações práticas dessas mudanças não
cessam de surgir em todos os campos do conhecimento humano.
É o fim dos dogmas da física newtoniana-cartesiana. A partir daí fica claro
que não é possível para alguém perceber qualquer fenômeno da realidade sem
levar em consideração a presença do observador do fenômeno.
Então um físico nuclear alemão, Werner Heisenberg, enunciou o “Princípio da
Incerteza de Heisenberg”: “Não só é impossível a observação da realidade
diretamente, sem se considerar a participação do observador, como, também a
simples presença do observador modifica o fenômeno observado” (por
exemplo, medição e monitoramento vinte e quatro horas da pressão arterial). E
mais: o Princípio da Incerteza de Heisenberg demonstrou que sendo possível
medir uma característica de um objeto em movimento, é impossível medir
simultaneamente suas outras características. Vêem-se, desde então revistas
acadêmicas dedicarem um número maior de artigos a abordagens pluri
disciplinares e multidimensionais.
Outro físico, o inglês David Bohm acrescentou: “Por tudo que sabemos hoje,
não é mais possível tentar conhecer a realidade a partir de apenas um modelo.
Devemos reconhecer que existem muitos modelos de realidade a serem
compreendidos”.
O modelo holográfico de Bohm sugere que todos os elementos estão
intimamente ligados no Universo. Isso implica uma pluri dimensionalidade.
Bohm afirmava, nos últimos anos de sua vida que, o holomovimento
representa uma nova ordem que começa nos campos de energia ou nas
partículas elementares, mas antes numa totalidade indivisa da realidade.
A PNL é um modelo dos modelos que o indivíduo faz sobre a realidade que o
rodeia.

- Um Pouco de Física Quântica:


Enquanto a Lei da Gravidade está associada ao nome de Isaac Newton
(maçom) e a Teoria da Relatividade, ao de Albert Einstein (maçom), a Teoria
Quântica ou Mecânica Quântica foi formulada nas três primeiras décadas do
século passado, por um conjunto de físicos. Entre eles, Max Planck, Wolfgang
Pauli, Paul Dirac, Niels Bohr, Werner Heisenberg e o próprio Einstein, este o
primeiro a dar o nome de “quanta” às unidades subatômicas da matéria, hoje
conhecidas como fótons.
A Teoria Quântica revolucionou o pensamento científico porque, ao contrário
da física clássica, não se baseia em relações de causa e efeito. Descobriu-se
que elétrons, prótons e nêutrons comportam-se dubiamente, ora como
partículas (matéria) ora como ondas (energia, luz). Um elétron não é uma
partícula nem uma onda, mas pode apresentar ambos os aspectos, em
situações diferentes.
A grande descoberta do físico Heisenberg foi que os métodos de observação
da física clássica não serviam para a física quântica, formulando o Princípio
da Incerteza. A partir dele, Bohr, seu mestre, formulou o Princípio da
Complementaridade.
Os físicos descobriram ainda a existência de nêutrons rápidos e nêutrons
lentos, conhecimento fundamental para a fissão do núcleo – senha para a
construção da bomba atômica.
A teoria defendida por Niels Bohr é a de que reagir é mais rápido do que agir.
A Física Quântica põe em cheque o pensamento cristão de que a reação é
isenta de culpa. É tão importante refletir sobre as conseqüências de uma
reação quanto de uma ação.

5 - Cérebro:

O cérebro é a parte do sistema nervoso central que está localizada dentro do


crânio, e sua análise química revela conter 78% de água, 10% de gordura, 8%
de proteína, 1% de carboidrato, 1% de sal e 2% de outros componentes. É a
parte mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, pesando cerca de um
quilo e trezentos gramas. Quando cortado, o cérebro apresenta duas
substâncias diferentes: uma branca, que ocupa o centro, e outra cinzenta, que
forma o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta
áreas funcionalmente distintas. O cérebro é o centro de controle do
movimento, do sono, da fome, da sede e de quase todas as atividades vitais
necessárias à sobrevivência. Todas as emoções, como o amor, o ódio, o medo,
a ira, a alegria e a tristeza, também são controladas pelo cérebro. Ele está
encarregado ainda de receber e interpretar os inúmeros sinais enviados pelo
organismo e pelo ambiente. Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do
cérebro, localizando diversas regiões responsáveis pelo controle da visão, da
audição, do olfato, do paladar, dos movimentos automáticos e das emoções,
entre outras. No entanto, os mecanismos que regem o pensamento e a
memória, ainda não foram totalmente desvendados pela ciência.
Em termos de complexidade e poder, o cérebro humano desafia até mesmo a
mais moderna tecnologia de computador. É capaz de processar até trinta
bilhões de bits de informações por segundo e possui o equivalente a dez mil
quilômetros de fios e cabos. Atualmente, já se sabe que o sistema nervoso
humano contém cerca de cem bilhões de neurônios (células nervosas
projetadas para conduzir impulsos) interligados entre si. A palavra “neurônio”
foi criada por Santiago Ramón y Cajal (1852-1934: médico e anatomista
espanhol) que afirmou: “Os neurônios são as misteriosas borboletas da alma,
cujo bater de asas poderá algum dia - quem sabe? - esclarecer os segredos da
vida mental.”
Sem neurônios, o sistema nervoso seria incapaz de cumprir as instruções do
cérebro sobre o que fazer. Cada neurônio é um minúsculo computador auto-
suficiente, capaz de processar cerca de um milhão de bits de informações.
Estes neurônios agem de forma independente, mas também se comunicam
com outros neurônios através de uma rede de cento e sessenta mil quilômetros
de fibras nervosas. O poder do cérebro em processar informações é enorme,
ainda mais se considerarmos que um computador só pode efetuar uma
conexão de cada vez. Porém, o cérebro funciona por inteiro como uma espécie
de sistema integrado. Contudo, ao entrar em atividade, cada uma de suas
partes consome mais ou menos oxigênio de acordo com sua função. Mas,
apesar dos mapeamentos já feitos das diversas funções do cérebro, ainda não
se sabe exatamente como elas interagem. É muito possível que, as áreas
isoladas do cérebro façam parte de um sistema único.
Uma reação num neurônio pode espalhar-se a centenas de milhares de outros,
num prazo inferior a vinte milissegundos – isso representa cerca de dez vezes
menos do que é preciso para piscar um olho. Um neurônio leva um milhão de
vezes mais tempo para enviar um sinal do que uma típica chave de
computador, mas o cérebro pode reconhecer um rosto familiar em menos de
um segundo (um feito além da capacidade dos computadores mais potentes).
O cérebro alcança essa velocidade porque, ao contrário do processo passo a
passo do computador, seus bilhões de neurônios podem todos concentrar-se
num problema simultaneamente.
Os neurônios disparam pulsos elétricos gerados quando a membrana libera ou
absorve átomos carregados magneticamente. E, há outras teorias: em março de
2007, cientistas da Universidade de Copenhague, Dinamarca, propuseram um
modelo em que a principal forma de comunicação entre os neurônios seriam
ondas sonoras, e não a eletricidade.
E, o cérebro é muito maleável: ele produz novos neurônios durante toda a vida
assim como modifica constantemente as ligações entre eles. Os circuitos
usados para cada tarefa mudam com o tempo e com as atividades que são
desenvolvidas ao longo da existência.
Assim, com toda essa tecnologia à disposição, porque, muitas vezes não é tão
fácil mudar um comportamento? (tabagismo ou alcoolismo, por exemplo?).
Porque, a maioria das pessoas não tem idéia de como o cérebro funciona e,
tenta “pensar” para alcançar uma mudança, quando na verdade, o
comportamento está enraizado no sistema nervoso, sob a forma de conexões
neurais – as neuroassociações.
Os neurocientistas estudam como as neuroassociações ocorrem e, descobriram
que os neurônios estão constantemente enviando mensagens eletroquímicas
através das pistas neurais. Cada vez que há dor ou prazer o cérebro procura a
causa e a registra no sistema nervoso, para que o indivíduo possa tomar
melhores decisões sobre o que fazer no futuro. Assim, as neuroassociações
rapidamente fornecem ao cérebro os sinais que ajudam a acessar as memórias
e, manobrar em segurança (não é necessário estender a mão para o fogo várias
vezes: basta uma vez e o cérebro “aprende” que queima).
O cérebro pode também fazer neuroassociações positivas.
E, essas neuroassociações podem ser desenvolvidas de forma inconsciente. As
neuroassociações são uma realidade biológica.
Para mudar, o cérebro precisa aprender a interromper o seu padrão de usar a
antiga pista – assim, a conexão neural vai enfraquecer e atrofiar. E, pode
acrescentar novas instruções aos programas onde elas são necessárias.

- Pensamento:
Durante muitos, muitos anos, acreditou-se que os pensamentos não
significavam coisa alguma. Os pensamentos eram considerados inofensivos.
Porém, longe de serem “nadas”, os neurocientistas concluíram que os
pensamentos são impulsos elétricos que iniciam mudanças elétricas e
químicas no cérebro. Os pensamentos são “fisiológicos”! São gatilhos
eletroquímicos que dirigem e afetam a atividade química no cérebro.
Quando o cérebro recebe uma ordem elétrica que é o pensamento, responde
com várias reações: libera substâncias químicas de controle apropriadas no
corpo, e alerta o sistema nervoso central para qualquer resposta ou ação
necessária.
Ao mesmo tempo, como resposta a esse pensamento, o cérebro examina seus
arquivos da memória, encontra o local adequado para registrar qualquer
informação necessária colhida do pensamento, cria uma reação fisiológica
interna ou mental baseada em informação anterior já armazenada ali e, estoca
qualquer nova informação que possa ter valor futuro.
Enquanto uma pessoa pensa, não está consciente do que o cérebro faz com o
pensamento. Onde o cérebro coloca a nova informação e o que faz dela, será
determinado pelo que ele colhe da programação genética. Um adulto emite,
em média, entre quarenta e sessenta mil pensamentos por dia.
O pensamento é uma explosão curta de corrente elétrica. O cérebro,
simplesmente, registra o que recebe. Não importa se a informação era
verdadeira, falsa, boa, má, importante ou insignificante. O cérebro, como
órgão que é (assim como o coração, ou pulmões.) realiza uma atividade
específica, de certa maneira. Ele funciona sempre da mesma forma:
recebendo, processando, armazenando e agindo de acordo com a informação.

- Algumas Considerações:
A pesquisa do psicólogo clínico brasileiro, Julio Peres, que foi apresentada no
Segundo Simpósio Internacional de Neurociência, realizado Em Natal, Rio
Grande do Norte (Brasil), em fevereiro de 2007, mostrou que terapia (PNL e
outras técnicas) provoca mudanças na atividade cerebral. Está comprovado
que, a utilização de uma técnica subjetiva altera os circuitos neurais. A
pesquisa foi conduzida na Universidade de São Paulo, com pacientes
diagnosticados com um tipo específico de estresse pós-traumático, o parcial,
que pode aparecer depois de um seqüestro relâmpago, por exemplo. Nessa
forma de estresse pós-traumático, nem todos os sinais clássicos do transtorno,
como pesadelos e embotamento afetivo, se manifestam. Os sintomas são:
nervosismo, irritabilidade e memórias recorrentes do evento desencadeador.
Os resultados revelaram que áreas como o córtex pré-frontal ficaram mais
ativas nos indivíduos sob terapia. Além disso, houve uma atenuação da
atividade da amígdala, estrutura relacionada à expressão de emoções, como o
medo. Ocorreu o que os especialistas chamam de “neuroplasticidade”, isto é, a
capacidade que o cérebro tem de se reestruturar. O cérebro é muito elástico.
Há menos de vinte anos imaginava-se que ele era como um computador
inflexível, uma máquina com circuitos fixos. Hoje, é fato que o cérebro se
reinventa, cria novos neurônios, novas conexões e novas funções para áreas
pouco utilizadas. A neurogênese (criação de novos neurônios) é um processo
importante: sabe-se, por exemplo, que alguns tipos de derrames (avcs)
aumentam a produção de neurônios - a maioria deles morre, mas alguns
conseguem chegar ao local da lesão e formar um “remendo”, que “corrige” o
derrame.
O neurologista brasileiro, Cícero Galli Coimbra, da Universidade de São
Paulo, diz que muitos fatores que incentivam o crescimento de novos
neurônios já são conhecidos. Um deles é evitar estresse, que sabidamente
bloqueia o crescimento de neurônios. Outro é viver em um ambiente rico, com
estímulos mentais e físicos variados. O mesmo para banhos de sol (em
horários apropriados), que fazem o corpo produzir vitamina D, essencial para
o crescimento das novas células e, uma dieta rica em colina, substância
presente na gema do ovo e ingrediente chave para o nascimento de neurônios
(o ovo já foi absolvido, em relação ao aumento do colesterol).
O cérebro é como um músculo: se for exercitado, estará mais protegido contra
surpresas - cria uma espécie de reserva. A capacidade do cérebro resulta do
que a pessoa leu, experimentou, viu e viveu - e isso depende apenas do
indivíduo.
Nesse mesmo simpósio, especialistas suecos e neozelandeses, encontraram a
região no cérebro que cria novos neurônios no sistema nervoso de adultos,
atestando que o cérebro adulto pode criar células nervosas novas, fato que, os
cientistas acreditavam, só podia ser realizado na infância.

- Como o Cérebro Processa Informações:


1- Eventos externos:
Inicialmente, o cérebro percebe os eventos externos com os cinco sentidos;

2- Processamento Interno:
O cérebro começa a decodificar os eventos externos, através de:
- Omissões;
- Distorções;
- Generalizações;
- Crenças e Valores;
- Objetivos;
- Estado Interno.

3- Representação interna:
Após a decodificação inicial, o cérebro apresenta a representação interna,
através de:
- Sons e palavras;
- Sensações;
- Motivação, determinação, etc.
4- Apresentação de informações:
De acordo com todos os itens acima, o cérebro vai apresentar “respostas”:
- verbais;
- não verbais.

- Como o Cérebro Funciona?


Estímulos externos:
Fatos, eventos, comportamentos de outras pessoas, enfim, tudo o que pode
ser captado pelos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.
Fisiologia:
A fisiologia é o próprio comportamento externo. Afeta diretamente o
estado interno. Mudando a fisiologia, muda-se a maneira como a mente
processa informações e vice-versa. A fisiologia dá habilidade para
controlar o próprio estado interno.
Filtros:
Memórias, decisões, estado interno, objetivos.

Crenças e Valores:
Crença – é uma representação interna que governa o comportamento. Ex:
as mulheres não sabem estacionar um carro.
Valores – Ex: amor, honestidade, dinheiro, desafio.

Distorção, Omissão e Generalização:


- Distorção: a distorção da comunicação é a informação adicional fornecida
pela pessoa que recebe a comunicação, isto é, suas próprias opiniões e
idéias sobre o mundo. Exemplo de uma pessoa que distorce todas as
críticas com a reação: “Todos me odeiam”. Como resultado de tal
distorção, qualquer valor que a crítica tenha, estará perdido, juntamente
com as oportunidades de mudança e crescimento. Mas, sem esse processo,
não se poderia fazer planos para o futuro nem realizar sonhos.
- Omissão: a omissão é o processo que exclui certas partes de uma
experiência. Esse processo pode ser limitador se o indivíduo omitir certos
aspectos da sua experiência, que são necessários para um modelo rico e
pleno de mundo. Exemplo de omissão na linguagem: a pessoa diz: “Tenho
medo” - porém, ela tem medo do quê? Mas, com a omissão, é possível o
indivíduo ler um livro com pessoas falando à sua volta ou com a televisão
ligada, sem ser esmagado por estímulos externos. O cérebro, para
funcionar, precisa focar sua atenção, deixando de fora uma série de dados.
Uma das tarefas da PNL é recuperar o material omitido. Quanto mais
material omitido é recuperado, tanto mais complexo fica o modelo, o mapa
da realidade.
- Generalização: a generalização é um processo associativo natural no
aprendizado. A generalização pode limitar a experiência, porque pode
impedir o exame de todas as alternativas.
Aprende-se a atuar no mundo através da generalização. Uma criança
aprende a abrir uma porta girando uma maçaneta. Então, generaliza essa
experiência reconhecendo as muitas variedades de fenômenos que se
encaixam no conjunto de parâmetros que ela “classifica” como “portas” e
tenta abri-las girando as maçanetas.
Quando alguém entra num quarto escuro, procura o interruptor de luz; ele
não tem que descobrir uma nova maneira de obter luz a cada vez que entra
num quarto. Entretanto, o mesmo processo pode funcionar como uma
limitação: se uma pessoa falhar na direção de seu carro, ocasionando um
acidente, pode então generalizar sua experiência e decidir que “não
funciona mais para dirigir um carro”, e estará se negando muitas
experiências.
Ex. de generalização na linguagem: “todos os homens são insensíveis”.
Cada pessoa faz generalizações que são úteis e apropriadas em algumas
situações, mas não em outras.

Os modelos de mundo são criados através desses três processos humanos


universais de modelagem. Estes processos permitem sobreviver, crescer,
aprender, compreender e vivenciar a riqueza que o mundo tem a oferecer.
Mas, se o indivíduo tomar a “realidade” subjetiva por realidade absoluta,
esses mesmos processos podem limitar e até destruir a habilidade em ter
flexibilidade nas reações.

Estado Interno:
É o estado emocional num dado momento: ele determina se a pessoa
experimenta alegria, tristeza, excitação, satisfação, etc.
Representação Interna + Processo Interno:
Como as informações são representadas para si mesmo, na forma de
imagens, sons e sensações + como o indivíduo “computa” essas
informações para planejar e tomar decisões.

- Anatomia do Cérebro:
Centros de Comando:
Coordenam tudo o que acontece no corpo humano. São aglomerados de
células nervosas cuja função é ditar as regras.
1- Meninges:
São três membranas finíssimas - dura-máter, pia-máter e aracnóide que, têm a
função de proteger o cérebro;
2- Espaço Sub-Aracnóide:
Esse canal se localiza entre a pia-máter e a aracnóide. Nele circula o líquor,
um líquido que circunda todo o cérebro para absorver possíveis choques e
concussões;
3 - Ínsula:
É um conjunto de sulcos - são “rachaduras” cerebrais, que modulam as
emoções e articulam a fala;
4- Amígdala:
Vizinha do hipocampo, ela é fundamental para o aprendizado, além de
arquivar as lembranças emocionais - principalmente as traumatizantes;
5- Tálamo:
É o lugar das sensações. É ele que transforma um chute na canela em
sensação de dor e, já deixa o corpo atento, pronto para agir;
6- Tronco Cerebral:
Trata-se de uma massa espessa cheia de nervos que conecta cérebro, cerebelo
e medula espinhal. Além disso, comanda todos os músculos da face;
7- Corpo Caloso:
Interliga os dois hemisférios cerebrais para que haja uma constante troca de
informações entre ambos os lados;
8- Hipotálamo:
Rege alguns processos como a detecção de sede, fome e desejo sexual.
Controla a temperatura corporal e o sono;
9- Hipocampo:
É o responsável pela memória recente. Também é importante para o
aprendizado;
10- Hipófise:
Envia os sinais para as glândulas entrarem em ação e iniciarem o bombardeio
hormonal - tireóide, ovários, testículos e supra - renal são algumas glândulas
que obedecem à hipófise;
11- Cerebelo:
Movimentos que requerem precisão, como mexer os dedos para digitar no
computador, mexer os lábios;
12- Medula Espinhal:
Esse feixe de fibras transmite as sensações do corpo para o encéfalo e vice-
versa. Controla a ereção e a vontade de urinar, etc..

Lobos:
Assim são chamadas as quatro grandes áreas em que se divide o cérebro. São
oito ao todo.
1- Frontal:
Raciocínios mais elaborados e movimentos voluntários, como estender a mão
para cumprimentar alguém, por exemplo;
2- Temporal:
O cheiro das rosas e o som de uma música - ou seja, olfato e audição - são
percebidos nessa área;
3- Parietal:
Esse é o local que faz sentir que o fogo é quente e que uma parede de concreto
é dura. Diz respeito às sensações táteis;
4- Occipital:
É a região da visão, onde se processa tudo aquilo que é captado com os olhos.

Córtices:
Bilhões de células nervosas formam um conjunto de segmentos especializados
em cumprir funções determinadas.
1- Pré-frontal:
Planeja, executa e monitora qualquer atividade: como pensar enquanto a
pessoa dirige o carro, qual é o melhor caminho para voltar para casa;
2- Pré-motor:
Tocar piano requer extrema precisão - da força que se põe nos movimentos à
ordem em que cada dedo deve pressionar as teclas;
3- Motor:
Controla todos os movimentos que se deseja fazer. A coordenação é invertida.
O lado direito do cérebro dá as ordens para o lado esquerdo do corpo e vice-
versa;
4- Auditivo Primário:
Capta qualquer tipo de som em sua forma bruta;
5- Visual de Associação:
É o lugar da percepção onde as informações obtidas pelo córtex visual
primário são reunidas e ganham sentido. Graças a ele enxerga-se de forma
tridimensional;
6- Sensorial Primário:
Capta tudo que é tátil: dor, prazer, etc.;
7- Área de Broca:
Levando o sobrenome de seu descobridor, o anatomista francês Paul Broca, a
região determina cada palavra que é falada;
8- Auditivo de Associação:
Permite que o ouvinte identifique que tipo de som o córtex auditivo primário
captou;
9- Sensorial de Associação:
A partir das informações registradas pelo córtex sensorial primário essa região
reconhece aquilo que se está tocando;

10- Visual Primário:


Do fundo do crânio ele recebe dos olhos as informações visuais mais
elementares. Detecta a cor, a profundidade das coisas e o movimento.

Como já visto, Paul MacLean, diretor do “Laboratório de Evolução e


Comportamento Cerebral do Instituto Nacional de Saúde Mental”, EUA
concebeu um modelo de estrutura e evolução cerebral, que ele denominou
“cérebro trino ou triúnico”. Segundo ele, “o cérebro humano, compreende três
computadores biológicos interligados, cada um com sua própria inteligência
especial, sua própria subjetividade, seu próprio sentido de tempo e espaço, sua
própria memória, suas funções motoras e outras”.
Cada “cérebro” corresponde a uma etapa evolutiva diferenciada e
fundamental. Os três cérebros são distintos em termos neuroanatômicos e
funcionais, e contêm distribuições diferentes de neurotransmissores.

- Cérebro Reptiliano ou Arqueopálio (era dos répteis): a parte mais interna do


sistema nervoso, o tronco cerebral e boa parte do início da medula. Primeira
camada cerebral depositada durante o processo evolutivo. É o cérebro
primitivo, ligado à sobrevivência e à auto-preservação. As reações instintivas,
o comportamento repetitivo e as funções vitais básicas, como respiração e
metabolismo de outros órgãos - assegura o funcionamento do corpo para
garantir a sobrevivência. Tem como característica a preservação dos
comportamentos mais antigos e a conquista e preservação do território. O
Processo Reptiliano ou Operacional responde, primordialmente (não
exclusivamente nem localizadamente, mas conjugadamente) pelos
movimentos e pelos chamados instintos de reprodução, sobrevivência e
agressividade, depois transformados em profissão, organização e rotinas.
Circundando o complexo reptiliano, encontra-se:

- Cérebro Paleopálio ou Sistema Límbico (era dos mamíferos inferiores): área


mais intermediária, recobrindo o tronco cerebral. É o cérebro intermediário ou
o cérebro emocional. Todos os órgãos do corpo estão conectados com centros
localizados no Sistema Límbico, numa indicação que as emoções podem
influir na função dos diversos órgãos do corpo. O inverso também é
verdadeiro - os órgãos podem afetar as emoções. Nessa região cerebral,
encontram-se o tálamo e o hipotálamo, centros ligados às respostas à dor e ao
prazer. O Sistema Límbico comanda as funções emocionais. Temos o Sistema
Límbico em comum com outros mamíferos, mas o mesmo não ocorre com os
répteis. Em 1878, Paul Broca, neurologista francês descobriu o Sistema
Límbico, que está relacionado à identidade pessoal, comportamentos
emocionais, sistema imunológico, etc. A função básica do Sistema Límbico é
reconhecer e informar ao organismo a respeito das emoções agradáveis e
desagradáveis. Em sua evolução incorporou as funções de aprendizagem. O
Processo Límbico ou Intuitivo responde pela ludicidade, afetividade,
criatividade, estética, nível alfa (relaxamento), religiosidade e apego a mitos.
Finalmente, e evidentemente, a aquisição evolutiva mais recente:

- Cérebro Neopálio ou Cérebro Cognitivo ou Neocórtex: a parte mais externa


e moderna do sistema nervoso. Vinculado à linguagem, pensamento lógico,
analítico. Regula os processos de atenção e concentração, inibição dos
impulsos e dos instintos, das relações sociais e do comportamento moral.
Parte, freqüentemente, confundida como sendo o cérebro total. É revestida,
bem externamente, pela camada cinzenta, zona densa em neurônios altamente
especializados e capazes de múltiplas e simultâneas tarefas. O Neocórtex mais
elaborado é o humano (primatas superiores), e o dos golfinhos e baleias. O
Processo Neocortical ou Lógico responde pela comunicação, cálculo,
raciocínio lógico, pesquisa, análise, crítica e “feedback”.

Segundo Ernst Haeckel (anatomista alemão do século XIX), em sua “Teoria


da Recapitulação”, qualquer animal, em seu desenvolvimento embriológico,
tende a repetir ou recapitular a seqüência que seus ancestrais seguiram durante
a evolução. E, realmente, no desenvolvimento humano intra-uterino, as etapas
percorridas são muito semelhantes aos peixes, répteis e mamíferos não
primatas, antes de nos tornarmos seres humanóides (na fase de peixe, existem
até fendas branquiais, que são inteiramente inúteis para o embrião, uma vez
que ele é nutrido através do cordão umbilical). A razão da “recapitulação”
pode ser compreendida da seguinte forma: a seleção natural age somente sobre
os indivíduos, e não sobre a espécie - e pouco sobre óvulos ou fetos.
Os três cérebros processam informações de formas diferentes. E, assim, se
complementam.
O ideal é que o indivíduo consiga desenvolver e aperfeiçoar os três processos
mentais, para enriquecimento e aumento da utilidade de seu mapa mental
(Aprendiz, Companheiro e Mestre: o ensinamento de cada Grau contribuirá
para o equilíbrio e sabedoria do maçom, o qual forma um neurônio desse
cérebro completo, que é a Maçonaria).
Os três Graus da Maçonaria Simbólica são a síntese do universo maçônico, e
podem revelar a evolução (cerebral) da espécie humana:
- Aprendiz: Reptiliano;
- Companheiro: Límbico;
- Mestre: Neocortical.

- O Universo Holográfico - Cérebro Holográfico e Maçonaria:


Analogamente ao cérebro humano, a Maçonaria é um cérebro e seus
integrantes são os neurônios desse cérebro. Os indivíduos que estruturam a
Ordem recebem e repassam o conhecimento, as tradições, os Ritos, Rituais e
símbolos os quais representam a Maçonaria como cérebro: um grande
encéfalo sistêmico. Esse enorme cérebro interage com a sociedade, sintoniza,
capta e interpreta o meio em linguagem simbólica (desde priscas eras) e instrui
o organismo todo, através de cada maçom-neurônio para interagir através de
várias linguagens. Este cérebro é holográfico, e é uma estação receptora do
Universo (externo e interno), que é também holográfico.
A palavra “holografia” vem do grego “holos”, todo, inteiro e “graphos”, sinal,
escrita.
Holografia é a forma de se registrar imagens em três dimensões. É uma
“fotografia” tridimensional, produzida por um processo fotográfico sem
lentes. Foi idealizado pelo físico inglês Dennis Gabor (1900-1979), em 1947.
Mas, a construção de um holograma teve que aguardar a invenção do raio
laser. “O futuro não pode ser previsto, mas pode ser inventado. É a nossa
habilidade de inventar o futuro que nos dá esperança para fazer de nós o que
somos.” - Gabor.
O holograma possui uma característica única: em cada parte existem
informações sobre toda a imagem, registrada a partir de certo ângulo. Se o
holograma for rompido, qualquer de suas partes reconstituirá toda a imagem.
Ken Wilber (1949: filósofo americano e criador da “Psicologia Integral”), em
seu livro “O Paradigma Holográfico”, dá a seguinte definição de holograma:
“Holografia é um método de fotografia sem lentes, no qual o campo
ondulatório da luz espalhada por um objeto é registrado numa chapa sob a
forma de um padrão de interferência. Quando o registro fotográfico - o
holograma - é exposto a um feixe de luz coerente, como o laser, o padrão
ondulatório original é regenerado. Uma imagem tridimensional aparece. Como
não há focalizador, isto é, lentes focalizadoras, a chapa tem a aparência de um
padrão de espirais, destituído de qualquer significado. Qualquer pedaço do
holograma pode reconstituir a imagem inteira.”

O princípio é descrito pelo biólogo Lyall Watson (1939: biólogo africano,


zoólogo e antropólogo):
“Quando se atira uma pedra em um lago, ela produz uma série de ondas
regulares, que se afastam do ponto em que caiu em círculos concêntricos.
Lançando-se duas pedras idênticas, em pontos diferentes, produzir-se-ão duas
séries de ondas semelhantes, que se deslocam no sentido uma da outra. Onde
as ondas se encontrarem, interpor-se-ão. Se a crista de uma atingir a crista da
outra, elas atuarão juntas e produzirão uma onda reforçada com o dobro da
altura normal. Se a crista de uma coincidiu com o intervalo da outra, elas se
anularão, e se produzirá um trecho isolado de águas calmas. Na realidade
ocorrem todas as combinações possíveis entre as duas e o resultado final é um
complexo arranjo de ondulações, conhecido como padrão de interferência.
Ondas de luz se comportam da mesma forma. O tipo mais puro de luz de que
dispomos é o produzido por um laser, que emite um feixe em que todas as
ondas são de uma mesma freqüência, como as que são produzidas por uma
pedra ideal em um lago perfeito. Quando dois raios laser se tocam, produzem
um padrão de interferência de luz e ondulações escuras que pode ser
registrado em uma placa fotográfica. E se um dos raios, em lugar de vir
diretamente do laser se refletir primeiro em um objeto como um rosto
humano, o padrão resultante será na verdade muito complexo, mas mesmo
assim ainda pode ser registrado. O registro é um holograma do rosto”.

A luz incide sobre a placa fotográfica de duas fontes: do próprio objeto e de


um feixe de referência, a luz defletida por um espelho do objeto até a placa.
Os traços aparentemente sem significação na placa não se parecem com o
objeto original, mas a imagem pode ser reconstituída por uma fonte de luz
coerente como um raio laser. O resultado é algo semelhante, tridimensional,
projetado no espaço a certa distância da placa.
O primeiro holograma foi construído por Emmette Leith e Juris Upatinicks em
1965, com o uso do laser.
Hermes Trismegistos há mais de três mil anos atrás, se visse um holograma, o
usaria como demonstração da sua afirmação de que as partes contêm a
totalidade das coisas - “Enquanto tudo está no todo, é também verdade que o
todo está em tudo. Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o
grande conhecimento.”- “Caibalion”.
Em 1969, Karl Pribram (1877-1973: neurofisiologista inglês da Universidade
de Stanford), propôs que o holograma funcionava como um modelo dos
processos cerebrais. Pribram, viu no holograma uma forma de explicar o
funcionamento do cérebro. Para ele o cérebro para ver, ouvir, cheirar e
saborear interpreta matematicamente as freqüências de energia que capta,
provindas de uma dimensão que transcende tempo e espaço, e as armazena
holograficamente. Mais ainda, o próprio corpo humano é um holograma,
constituído de partes que têm potencial de reproduzir o todo (clonagem).
Talvez o mundo seja um holograma que o cérebro interpreta
holograficamente. Pribram viu o holograma como um modelo de como o
cérebro podia armazenar memórias. Existem regiões do cérebro especializadas
para o desempenho de certas funções: funções de comando do corpo, de
recepção de informações sensoriais, e de comunicação - verbalização, escrita,
desenho, etc. Porém, a memória é distribuída, não localizada - é holográfica.
Pribram percebeu espantosas similaridades entre este conceito e a teoria
holográfica convencional: "Nós podemos então distinguir dois aspectos da
holografia que a tornam única como um dispositivo de armazenamento de
dados: a primeira é que qualquer uma das partes é igual à soma de suas partes,
porque a mensagem é reduplicada onipresentemente através de cada parte do
holograma... a segunda característica é que o holograma grava a essência de
um objeto e, então, repetidas superposições de essências fornecem os detalhes,
as particularidades do objeto quando o holograma total é iluminado".
O cérebro atua em interações, interpretando freqüências bioelétricas que o
permeiam.
Em 1971, David Bohm (1917-1994: físico americano), sugeriu que a
organização do Universo, provavelmente, é holográfica. Pribram e Bohm
confirmaram a idéia de que o cérebro humano funciona como um holograma,
coletando e interpretando informações provenientes de um Universo
holográfico.
O modelo holográfico de David Bohm sugere que todos os elementos estão
intimamente ligados no Universo. “Por tudo o que sabemos hoje, não é mais
possível tentar conhecer a realidade a partir de apenas um modelo. Devemos
reconhecer que existem muitos modelos de realidade a serem compreendidos.”
Muitos cientistas da atualidade acreditam, que de uma forma profunda, todas
as coisas do Universo estão infinitamente interconectadas. O Universo em si
próprio é uma projeção holográfica e, nesse Universo holográfico até mesmo o
tempo e o espaço deixam de ser vistos como fundamentais. O Universo no
qual cada pessoa experimenta sua realidade é uma projeção de seus
pensamentos, sentimentos, emoções. O Universo de cada um é um estado de
“ilusão” (o “maya” hindu?) único, gerado em seu interior, embora se
interconecte em ilusão com outros “Universos”.
Partindo da noção de que o mundo objetivo pode ser definido como aquele
que existe independente da consciência pessoal de cada indivíduo, não há esse
mundo exterior, fixo, objetivo e independente. Uma “integração invisível” une
todo o universo, numa “unicidade elementar”. Uma forma de determinismo
parece derivar daí: todas as ocorrências são resultado de mudanças em alguma
parte do Universo. Isso leva ao conceito de interdependência das coisas
manifestadas e uma Lei de Causa e Efeito (carma?) e à noção de ausência de
individualidade no mundo físico. Mas no mundo subatômico, provavelmente
pela influência mental, há a inexistência de um determinismo absoluto, pois a
nova física pode apenas “predizer um certo número de resultados possíveis” e
“não um único resultado definido”. Então podem co-existir e se complementar
as noções de determinismo e livre-arbítrio.
Esta nova forma de ver a realidade, proposta por Bohm e Pribram, passou a
ser chamada de “Paradigma Holográfico.”
No Paradigma Holográfico, tudo no Cosmos é formado por “tecido”
holográfico contínuo da ordem implícita, isto é, o Universo não é composto
por “partes”, mas por uma “totalidade”. Bohm afirma que tudo no Universo é
uma extensão contínua de tudo o mais, mas não é uma massa indiferenciada.
Tudo pode ser parte de um todo indivisível e ainda assim manter suas
características únicas (maçons constituem a Maçonaria em sua totalidade, mas
cada maçom conserva sua individualidade). Bohm demonstra suas idéias com
a seguinte experiência: quando um pingo de tinta é colocado em um recipiente
cheio de glicerina e um cilindro dentro desse recipiente é girado, a tinta parece
espalhar-se e desaparecer. Porém, quando o cilindro é girado na direção
oposta, a tinta se junta outra vez em forma de pingo. Este fenômeno
exemplifica para Bohm, que a ordem pode ser tanto manifesta (explícita)
como oculta (implícita).
No Paradigma Holográfico, tanto o Universo (macrocosmo) quanto as
subpartículas (microcosmo) são regidas por leis cíclicas: desse modo há uma
relação entre finito e infinito. O microcosmo é uma parte holográfica do
grande holograma do Universo (macrocosmo): “O que está em cima é como o
que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima” (Hermes
Trismegistos). Segundo este paradigma, em cada partícula nossa, em cada
célula, há informação de todo o Universo.
A Maçonaria funciona exatamente como um “Cérebro Holográfico” em um
“Universo Holográfico” - cada maçom é detentor, individualmente, do tudo e
de todo o conhecimento ancestral e coletivo. A memória, não funciona
localizadamente, no cérebro humano - e assim na Maçonaria: cada membro,
cada Rito, cada Grau, cada Ritual, é “responsável” pela manutenção de uma
parte dessa memória.
No cérebro humano e no cérebro que é a Ordem, a memória não é como uma
biblioteca localizada em determinada parte, pois o cérebro inteiro participa do
seu processo, sendo que algumas zonas com função privilegiada: o
hipotálamo, a formação reticular, o tálamo (memória reflexa, mecânica,
instintiva) e o cerebelo (memória cinestésica). O Sistema Límbico intervém no
controle das emoções. Uma informação é mais claramente lembrada, se ela
estiver ligada a uma emoção agradável ou desagradável do que a uma situação
neutra. A teoria de Pribram explica como o cérebro humano pode guardar
tantas memórias em um espaço tão pequeno. O cérebro tem a capacidade de
memorizar algo na ordem de dez bilhões de bits de informação durante a
média da vida humana (ou a mesma quantidade de informação contida em
cinco volumes da Enciclopédia Britânica).
Para a maioria dos autores modernos a lembrança é uma recriação e este
processo dinâmico pode ser decomposto em três etapas: a informação é
filtrada e gravada através dos sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar),
depois ela é tratada e armazenada sob forma de traços mnemônicos, e por fim
ela pode ser trazida à mente consciente em qualquer momento de maneira
voluntária ou fortuita.
Há três etapas na formação da memória:
- memória ultra-rápida ou memória sensorial (uma fração de segundo);
- memória de curto prazo ou memória imediata (alguns segundos);
- memória de longo prazo (que vai de algumas horas até toda a vida) - permite
que um número extraordinário de informações seja lembrado, e
essencialmente armazenado sob a forma de imagens, como se fossem
hologramas.
As relações entre essas três etapas da memória ainda não são muito
conhecidas. Sabe-se que as duas primeiras são provocadas por um processo
elétrico e a última por um processo químico e que não há uma fronteira bem
definida para passar de uma à outra.
Gerald Edelman, cientista americano, ganhador do Prêmio Nobel de 1972,
afirma que o cérebro é capaz de se organizar sozinho, em função da
experiência que adquiriu e de gerar suas próprias regras. O que explica por
que dois gêmeos univitelinos não possuem cérebros idênticos, apesar de terem
o mesmo patrimônio genético.
E, essa experiência adquirida pode ser detonada pelas âncoras. Ancoragem é
um processo reconhecido e desenvolvido pelos criadores da PNL, no qual
qualquer estímulo ou representação (interna ou externa) fica conectado a uma
reação e dispara-a - as âncoras podem ocorrer naturalmente ou serem criadas
intencionalmente - os Rituais, na Maçonaria, são exemplos de âncoras (que
podem ser visuais, auditivas e cinestésicas).
Inicialmente os neurônios transitam livremente, embora guiados em percursos
gerais por instruções genéticas. As conexões serão mais fortes ou mais fracas
ao longo da vida dependendo do uso, como postulou Gerald Edelman, que deu
a esse processo o nome de “darwinismo neural”.
Segundo Edelman o cérebro é plástico, quer dizer, possui capacidade de
mudar quando o meio ambiente e as experiências mudam (assim como a
Ordem).
Da mesma forma, a Maçonaria preserva sua “memória”, através da sabedoria
adquirida e incorporada individualmente por cada maçom, dos vários Ritos,
dos diferentes Graus, dos Rituais, dos Símbolos, da Linguagem Simbólica
através dos tempos.

- Cérebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Límbico: Companheiro;


Cérebro Neocortical: Mestre.
Por ordem de aparição na história evolutiva, a espécie humana possui três
cérebros: primeiro o Reptiliano, depois o Límbico (mamíferos primitivos), e o
mais recente, Neocórtex (mamíferos superiores).
Os animais que possuem essencialmente o Cérebro Primitivo ou Reptiliano
são os peixes, as tartarugas marinhas, os répteis e os vertebrados inferiores.
No ser humano, este cérebro corresponde basicamente ao tronco cerebral e
onde estão localizados os necessários centros de comando para a vida.
Controlam o sono e a vigília, a respiração e a regulação da temperatura, os
movimentos automáticos primordiais, e funcionam como subestações
intermediárias para a transmissão da informação sensorial. O Cérebro
Primitivo governa a agressividade e a reação de fuga ou luta diante de um
perigo externo. A linguagem reptiliana confunde-se com gestos e
comportamentos chamados “não-verbais”. O Cérebro Reptiliano não sabe
enfrentar situações novas, não sabe inovar e rejeita algo diferente dele. As
características agressivas e sexuais, territorialidade, a fé religiosa, e a
hierarquia social, estão localizadas no Complexo Reptiliano. Esse cérebro foi
o primeiro estágio no desenvolvimento do ser humano, e ainda hoje,
desempenha as mesmas funções. Contém toda a rede de neurônios necessária
para realizar atividades para a reprodução e auto-preservação, o que inclui a
regulação do coração, da circulação sangüínea e da respiração. Assim como os
humanos, os répteis e os mamíferos também compartilham parte semelhante.
O Cérebro Reptiliano, provavelmente, desenvolveu-se muitas centenas de
milhões de anos atrás. Intuitivamente, termos reptilianos são usados para
designar ações desse cérebro: como, por exemplo, “assassino frio” ou “a
sangue frio”. O Complexo Reptiliano pode ser comparado ao Grau de
Aprendiz na Maçonaria, onde o iniciado começa a desbastar sua pedra bruta,
vencer vícios, sobrepujar comportamentos agressivos (instintivos)
descontrolados, etc. O 1º Grau, de Aprendiz, é moral;

Circundando o Complexo Reptiliano, há o Sistema Límbico. A espécie


humana tem o Sistema Límbico em comum com outros mamíferos, mas não
com répteis. O Sistema Límbico é a parte do cérebro localizado entre o
Neocórtex e o Complexo Reptiliano, e é responsável pelas emoções.
Descargas elétricas no Sistema Límbico, algumas vezes, resultam em sintomas
similares àqueles produzidos por psicoses ou drogas alucinógenas. A glândula
principal no ser humano, a pituitária, faz parte do Sistema Límbico. Ela
influencia outras glândulas, controla o sistema endócrino e está associada às
mudanças de humor e outros estados da mente.
Outro componente é a amígdala, profundamente envolvida na agressão e
medo. Disfunções no Sistema Límbico podem produzir ódio, medo ou
sentimentalismo sem causa aparente. Uma excessiva estimulação natural pode
produzir os mesmos resultados. Provavelmente, está no Sistema Límbico a
origem do comportamento altruísta. Com poucas exceções, os mamíferos e os
pássaros são os únicos a cuidar de sua prole. É um desenvolvimento
evolucionário importante. O comportamento animal comprova a idéia de que
emoções estão presentes nos mamíferos e nos pássaros. O comportamento
pesaroso de muitas mães mamíferas quando têm seus filhotes retirados de
perto delas é bem conhecido. Talvez, os animais tenham mais emoções do que
possamos supor. A parte mais antiga do Sistema Límbico é o córtex olfativo,
relacionada ao odor, ao cheiro (incensos acesos nos trabalhos das Lojas
maçônicas). O componente com maior habilidade para lembrar está localizado
no hipocampo, também parte do Sistema Límbico. O Sistema Límbico
compara-se ao Grau de Companheiro, onde o maçom já aprendeu a controlar
seus instintos mais básicos, e começa a envolver-se com suas emoções
superiores, aprendendo a conhecê-las e ordená-las. O 2º Grau, Grau de
Companheiro, é emocional superior e mental;

O Novo Cérebro Mamífero ou Neocórtex, o último a se desenvolver


caracteriza o ápice da evolução do reino animal. É o local da análise, do
raciocínio, da intuição e da linguagem complexa específica do homem. O rato
tem apenas um embrião de córtex e o gato é um pouco mais bem dotado. O
cão e o cavalo também possuem um desenvolvimento cortical na parte
posterior do crânio, mas apenas o ser humano é dotado de um córtex tão
abrangente. O Novo Cérebro Mamífero processa os dados recebidos através
dos sentidos, das imagens mentais e das diversas lembranças. Ele transforma
as reações cerebrais em linguagem verbal e não-verbal. O Neocórtex produz
atividades complexas como ler, escrever e calcular. Analisa, antecipa, decide e
conceitua.
Existente em mamíferos mais evoluídos, primatas, entre os quais o “homo
sapiens”, golfinhos e baleias, o Neocórtex é a parte mais complexa e ainda não
totalmente decifrada do cérebro. Ao que indicam os estudos, para
desempenhar determinadas atividades, algumas áreas do cérebro são ativadas,
e apesar da especialidade, há uma grande cooperação para gerar o
pensamento. Segundo Carl Sagan (1934-1996: astrônomo e biólogo norte-
americano - maçom), o Neocórtex representa cerca de 85% de todo o cérebro.
O Neocórtex é dividido em quatro lóbulos: frontal, parietal, temporal e
occipital. Acreditava-se que no Neocórtex havia conexões principalmente
entre os lóbulos - hoje, sabe-se que está conectado também ao cérebro sub-
cortical através de muitas conexões neuronais. Cada lóbulo tem muitas e
diferentes funções, algumas divididas entre vários lóbulos. Os lóbulos frontais
estão relacionados com a deliberação, a regulação das ações, a iniciativa, a
consciência. Ao que tudo indica, até a antecipação de movimentos do corpo
são processados no lóbulo frontal. Os lóbulos temporais estão relacionados
com uma variedade de percepções, dos sentidos. Os lóbulos parietais com a
percepção espacial e a troca de informações com o resto do corpo. Os lóbulos
occipitais com a visão, o principal sentido humano e de outros primatas
também. Se os lóbulos frontais estão envolvidos na antecipação do futuro
então também este é o local das inquietações, das preocupações, do sofrimento
antecipado (consciência da própria morte). Cada novo passo na evolução do
cérebro foi acompanhado de mudanças fisiológicas dos componentes pré-
existentes.
O Neocórtex pode ser comparado ao Grau de Mestre, 3º Grau, pois incorpora
muitas transformações fundamentais do Complexo Reptiliano (Aprendiz) e
Sistema Límbico (Companheiro). O Cérebro Neocortical não é, exatamente,
“superior” aos outros dois – ele incorpora mais informações. Considerando os
Graus e cérebros anteriores, o trabalho do maçom pode ser assim
compreendido:
-Pedra Bruta e o Cérebro Reptiliano do Aprendiz indicam a responsabilidade
individual do ser – vencer vícios, controlar comportamentos instintivos, etc..
- Pedra Polida e o Cérebro Límbico do Companheiro indicam o controle de
emoções mais sutis, com a conseqüente formação de um critério interno de
ordenação emocional e mental.
- Painel e o Cérebro Neocortical do Mestre Maçom revelam suas
preocupações e interesses transpessoais e holísticos. Ele tem “consciência” das
três etapas, da Unidade. Como indicado pelos pontos cardeais no Painel do
Terceiro Grau, a orientação do Mestre mudou: ele olha para trás, em direção
ao Ocidente, correspondendo à terceira virtude cardeal – a Caridade – que é
um conceito mais profundo que Filantropia. A Caridade ocupa o mesmo lugar
na escada das virtudes maçônicas que o Sol na escala dos Planetas. Na escada
dos metais é o ouro e na das cores, o amarelo. Não é apenas doação – é a
própria expressão do Amor - é Nutrição: ação de nutrir com ensinamentos,
conhecimentos e sabedoria outros maçons e profanos. A Maçonaria tem como
escopo o desenvolvimento desses indivíduos, integrados na Trindade, que
afinal é a verdadeira Unidade.

As partes do cérebro não devem ser consideradas independentes, mas sim


interdependentes, pois ao mesmo tempo em que, funcionam separadamente
também se integram como uma Unidade.
Em seu livro “Dragões do Éden”, Carl Sagan (maçom) cita o que considera
uma interessante metáfora do psiquismo humano, contida no diálogo platônico
“Fedro”:
“Sócrates compara a alma humana a uma carroça puxada por dois cavalos –
um negro e um branco – que seguem direções diferentes, fracamente
comandados pelo cocheiro. A metáfora da carroça em si é notavelmente
semelhante ao chassi neural de MacLean; os dois cavalos ao Complexo
Reptiliano e ao Córtex Límbico; e o cocheiro, que mal controla a carroça
ziguezagueante e os cavalos, ao Neocórtex.”

Alguns filósofos, psicólogos e antropólogos como Régis Dubray, Merleau-


Ponty, Jacques Lacan, Lévi-Strauss e outros, entendem que houve uma
expulsão do “Paraíso”, quando o homem se tornou “consciente”, significando
a ruptura do hominídeo com a Natureza. Esse desligamento foi como uma
perda, cuja redenção tem acontecido através de uma construção coletiva de
mecanismos simbólicos, permitindo ao homem um entendimento objetivo do
Universo, através de uma percepção subjetiva (símbolos).
Como bem observa Carl Sagan, a Divindade proibiu, especificamente, o
conhecimento da Árvore da Vida ou os julgamentos abstratos e morais que,
estão “localizados” no Neocórtex. A Divindade expulsou Adão e Eva do Éden
devido ao desenvolvimento de suas habilidades cognitivas – Disse a
Divindade: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem
e do mal; assim, para que não estenda a mão, e tome também da Árvore da
Vida, e coma e viva eternamente (Gênesis, 3:22), ele deve ser expulso do
Paraíso”. Após a expulsão do “Éden”, a espécie humana, no contexto bíblico é
condenada ao trabalho árduo; ao uso de roupas; ao parto com dor (com o
desenvolvimento do Neocórtex, o crânio humano aumentou de tamanho
dificultando o parto) e ao crime (Caim mata Abel) – a civilização,
metaforicamente, se desenvolveu a partir de Caim, o criminoso, isto é,
afastou-se da Divindade. Mas também de Set, com a possibilidade de se
reaproximar da Mesma.
Segundo o historiador judeu Josephus, o homem também perdeu a capacidade
que tinha de comunicar-se com os animais.
- Cérebro e Maçonaria são Ritualísticos:
Ritualismo é um conjunto de cerimônias, de Rituais – os rituais são atos que
têm por finalidade orientar uma força no sentido de uma ação determinada. O
ritual é uma representação simbólica, é um procedimento padrão, que pode
não estar ligado à religião.
Cérebro e Maçonaria interpretam a linguagem simbólica, metafórica, que é
expressa através dos Rituais (e dos símbolos).
Os Rituais acessam diretamente o Cérebro Reptiliano – os Rituais “falam”
diretamente ao instinto.
O cérebro humano se desenvolveu mais nos últimos duzentos mil anos –
quando o “homo sapiens” apareceu na Terra. Mas, o homem passou 97%
desse tempo em bandos nômades, que viviam da caça e da coleta – por isso, a
resposta genética ainda é muito forte – com o Primeiro Cérebro.
É na Porção Primitiva do Cérebro que são gerados os atos e comportamentos
mais básicos para a sobrevivência e preservação da espécie – os mecanismos
de defesa, as posições hierárquicas no grupo e a delimitação de território.
Apesar da dominância do Neocórtex, muitos dos atos humanos são realizados
e compreendidos com base no Cérebro Primitivo, como nossos antepassados,
há milhares de anos: possuíamos e possuímos comportamentos ritualísticos -
matar para comer, tender a discriminar pessoas fora do grupo pessoal imediato
(família, cidade, raça), defender o próprio espaço (domínio territorial). Sob
esse pano de fundo biológico, desenvolveram-se as múltiplas culturas
humanas, diversas entre si, mas todas tendo muitas coisas em comum, como a
chamada “mente tribal”. Os Rituais Maçônicos atingem, diretamente, o
entendimento do Cérebro Reptiliano, dessa mente ainda tribal. Todo Ritual
provoca a oportunidade para uma transformação, e essa transformação tem um
profundo efeito sobre o desenvolvimento dos hemisférios direito e esquerdo.
A apropriada combinação mito/ritual oferece uma oportunidade para sintetizar
o consciente e o inconsciente, a lógica e a intuição, o masculino e o feminino,
o físico e o espiritual.
- Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maçons:
Ainda não há um consenso em relação à definição de “mente”. Alguns autores
entendem que a mente é a inteligência consciente e inconsciente do homem –
não possui forma material, mas existência real – sua influência é perceptível
no meio material. Ainda há muitas dúvidas sobre os supostos “poderes” da
mente – fenômenos como telepatia, premonição, telecinesia, previsão. O
inegável é que o homem é sua mente e o corpo é também resultado da mente.
A mente é uma só, mas tem duas funções ou características: mente consciente
e mente inconsciente. A mente é dividida em duas partes. A parte consciente
da mente é aquela que usa os cinco sentidos para absorver as informações,
aceitando-as ou rejeitando-as. Inconsciente é aquela parte que aceita as
informações que passam ou não pela mente consciente.
Os conceitos de mente consciente e de mente inconsciente foram propostos
por vários filósofos, cientistas, literatos e pensadores, muito antes de Freud:
Rousseau, Descartes e Locke, Goethe, Leibniz, Nietzsche, entre outros. Por
exemplo, era conhecida e usada a analogia da mente como um iceberg,
consistindo da consciência como a parte acima da superfície e um componente
inconsciente na parte submersa, constituída por material escondido, mas não
obstante, atuante na vida mental consciente.
Para o consciente há um limite no aprendizado – para o inconsciente não.
Conforme o estudo apresentado pelo psicólogo americano George Miller no
seu trabalho clássico “The Magic Number Seven” (1956) - marco inicial da
Ciência Cognitiva - a consciência limita-se a cerca de sete (dois a mais ou a
menos) segmentos de informação; sejam do mundo interno dos pensamentos
ou do mundo externo. Acima de sete, esbarra-se em dificuldades de fazer
distinções absolutas entre uma informação ou outra. Abaixo disso, as tarefas
são executadas e controladas com maior facilidade. Por exemplo: para
memorizar um número grande, deve-se dividi-lo em blocos de dois a, no
máximo, sete algarismos.

Definido por Sigmund Freud (1856 – 1939 - maçom), médico neurologista


judeu-austríaco, precursor da psicanálise, o consciente é considerado a parte
da mente da qual se tem ciência, conhecimento. O nível consciente refere-se
às experiências que a pessoa percebe,
incluindo lembranças e ações intencionais. A consciência funciona de
de acordo com as convenções de tempo e de espaço.
Parte do conteúdo
que não está consciente num determinado momento pode ser
trazido para a consciência; esse conteúdo é chamado pré-consciente. O pré-
consciente é descrito como a camada entre o consciente e o inconsciente (o
termo correto é pré-consciente, e não subconsciente). A consciência é um
atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade
através do conhecimento imediato da sua própria atividade psíquica.
Freud afirmou que, não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Nada
ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada
pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento
mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado
pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem"
ocorrer espontaneamente, Freud começou a observar e a estudar os elos
ocultos que ligavam um evento consciente a outro.
A premissa inicial era de que há conexões entre todos os eventos mentais e
quando um pensamento ou sentimento parece não se relacionar aos
pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no
inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a
aparente descontinuidade está solucionada.
O consciente realiza as tarefas de forma linear, age de forma lógica,
seqüencial. É especialista no pensamento analítico, lógico, lida com a
matemática e controla a linguagem verbal. O consciente analisa.

O maçom alimenta seu consciente com leitura, conversas edificantes, estudo,


etc..

Freud criou o conceito de inconsciente individual - propôs uma mente dividida


em camadas ou níveis, dominada em certa medida por vontades primitivas que
estão escondidas sob a consciência e que se manifestam nos lapsos e nos
sonhos. Entendia que o comportamento é governado por processos
inconscientes, e não somente pelos processos conscientes. Para ele, no
inconsciente estavam as “pulsões” – as pulsões de vida e as pulsões de morte,
que são duas forças antagônicas e complementares. As pulsões de vida
(“Eros”) se referem à auto-preservação e as pulsões de morte (“Tanatos”) à
auto-destruição. Na teoria freudiana, o inconsciente propriamente dito consiste
em processos reprimidos, exercendo pressão no componente consciente da
mente da pessoa, e modelando sua vida cotidiana de modo substancial.
Segundo Freud, o inconsciente contém as partes da personalidade que
poderiam ser conscientes se a educação, o ambiente social, etc. não as tivesse
reprimido. No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à
consciência.
De acordo com Freud, as pessoas experimentam repetidamente pensamentos e
sentimentos tão dolorosos que não podem suportá-los. Tais pensamentos e
sentimentos (assim como as recordações associadas a eles) não podem ser
expulsos da mente, mas, podem ser expulsos do consciente para formar parte
do inconsciente.
Cada evento mental tem
explicação consciente ou inconsciente.
Para Freud 90% das memórias estão no inconsciente – e somente 10% no
consciente. Para ele, o inconsciente existe apenas do nascimento em diante, o
que não explica regressões intra-uterinas e a vivências passadas. Alguns
investigadores estão transformando o conceito de inconsciente individual,
pesquisando a chamada memória extra-cerebral: as escolas terapêuticas
transpessoais, tendo pesquisadores como Stanislav Grof (psiquiatra –
Maryland – EUA), Brian Weiss (psiquiatra – EUA), e Morris Netherson
(psiquiatra – EUA - há quarenta anos já conduziu mais de trinta mil
regressões). A designação de memória extra-cerebral foi criada por
Hamendras Nat Banerjee, pesquisador indiano, da Universidade de Jaipur,
província de Rajastan, Índia, em 1973, quando começou a investigar o
fenômeno. É uma pesquisa que apresenta acentuado indício em favor da
reencarnação, tratando-se de uma tese ainda não científica.

Para os criadores da PNL, Grinder e Bandler, o conceito de consciente é o


mesmo de Freud. Porém, entendem o inconsciente individual, diferentemente.
Para eles o inconsciente não é um “porão escuro”, onde as pulsões se
digladiam: é mais um sótão, ensolarado, e somente tem intenções positivas, no
sentido de proteger o indivíduo de dores, sofrimentos. Mas não só isso: o
inconsciente também impulsiona o indivíduo em direção à evolução, ao
progresso, realizando escolhas mais úteis. A PNL aceita a noção de uma
mente inconsciente que é um reservatório de idéias e desejos dos quais o
indivíduo não tem consciência, e que constantemente afetam o
comportamento. O inconsciente tem sempre uma intenção positiva – os
comportamentos é que podem ser destrutivos. Por exemplo: intenção positiva:
relaxar. Comportamento: ingerir bebida alcoólica. Porém, a pessoa pode
mudar o comportamento – fazer meditação – meditação conserva a intenção
positiva que é relaxar e, é um comportamento saudável, de auto-preservação.
O inconsciente abrange todos os processos naturais do organismo, tudo o que
já foi aprendido, e tudo que se pode perceber. A maior parte das ações é
produzida de maneira inconsciente. O inconsciente pode ser acessado através
da hipnose, de metáforas, contos, rituais, símbolos, fábulas, sonhos,
relaxamento, meditação.
O inconsciente mantém todas as funções corporais vitais, e busca preservar o
corpo de qualquer dano.
Principais Funções da Mente Inconsciente:
- Armazenamento de memórias: temporal e atemporal;
- Domínio das emoções;
- Organização de lembranças;
- Ancoragem de lembranças como as emoções negativas ainda não resolvidas;
- Apresentação destas lembranças ancoradas para a “racionalização” (para se
livrar dessas emoções negativas);
- Controle do corpo, fisiologia. Possui os padrões referenciais do
funcionamento do corpo;
- Preservação do corpo. Manutenção da integridade física;
- Busca dos padrões morais mais elevados do ser;
- Controle e manutenção de todas as percepções regulares;
- Geração, armazenagem, distribuição e transmissão de “energia”;
- Reação com instinto e hábitos;
- Programado para buscar continuamente mais e mais;
- Precisa de repetições para os projetos à longo prazo;
- Independe das partes para o seu funcionamento;
- Simbólico. Utiliza e reage a símbolos;
- Assume tudo como pessoal;
- Trabalha dentro de um princípio do menor esforço. Busca caminhos de
menor resistência;
- Processa em positivo.

O inconsciente está direcionado a atividades de caráter holístico e emprega a


intuição e a criatividade. O inconsciente utiliza a linguagem corporal total
com significados e com emoções. O inconsciente armazena informações.

O maçom acessa seu inconsciente individual através dos símbolos e Rituais,


pois o inconsciente dominando significados, intuição e criatividade de uma
forma holística, liga conceitos holograficamente. Nas sessões maçônicas, o
adepto está na maior parte do tempo, em contato com sua mente inconsciente,
pois o ambiente, a Ritualística, os odores (incensos atingem diretamente o
Sistema Límbico – evocando emoções), fazem com que entre em um estado
alterado de consciência, com freqüência cerebral em ondas alfa e teta
(hipnose, para-normalidade). O maçom obtém um entendimento mais
completo de si mesmo, pois o inconsciente, armazenando as memórias
temporal e atemporal, apresenta essas memórias para racionalização, para o
crivo do consciente – buscando padrões morais mais elevados do ser. O
inconsciente age dessa forma, porque controla a manutenção da vida (sempre
no sentido de evolução, de progresso), utilizando e reagindo a símbolos. Os
símbolos não estão sujeitos a imediata e clara compreensão ou interpretação.
Cada maçom interpretará individualmente os símbolos – o entendimento dessa
interpretação conduzirá às respostas para suas indagações mais profundas.
Jung afirmava que um símbolo, em última análise, não define nem explica.

Carl Gustav Jung, (1875-1961 - maçom), psiquiatra suíço, discípulo de Freud,


criou o conceito de inconsciente coletivo. Segundo Jung, o inconsciente
coletivo não deve sua existência a experiências pessoais; ele não é adquirido
individualmente – ele é herdado. É um conjunto de sentimentos, pensamentos
e lembranças compartilhadas por toda a humanidade. É a herança das
vivências das gerações anteriores. Desse modo, o inconsciente coletivo
expressa a identidade de todos os homens, seja qual for a época e o lugar onde
tenham vivido.
O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens latentes, chamadas de
arquétipos, do grego “arkhetypos”, palavra que significa “modelo primitivo”
ou imagens primordiais, que cada pessoa herda. O arquétipo é aquilo de onde
a idéia simbólica é derivada. A pessoa não se lembra das imagens de forma
consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma
como ancestrais do homem faziam. Por exemplo, o medo de cobras e aranhas,
pode ser transmitido através do inconsciente coletivo: nossa espécie tem uma
aversão inata, a tudo que tenha forma de cobras ou aranhas. Chimpanzés,
gorilas e orangotangos, também possuem esse medo inato – essa repulsa,
provavelmente, teve um importante valor de sobrevivência para nossos
antepassados e outros primatas. Porém, os arquétipos podem ser tanto
relativos a medos, angústias, como relativos a conteúdos agradáveis.
Os arquétipos, presentes no inconsciente coletivo são universais e idênticos
em todos os indivíduos. Estes se manifestam simbolicamente em religiões,
mitos, rituais, contos de fadas e fantasias. Entre os principais arquétipos estão
os conceitos de nascimento, morte, sol, lua, fogo, poder, mãe, e outros...
Cada maçom, nos trabalhos em sua Loja, está acessando o inconsciente
coletivo, obtendo ensinamentos diretamente desse reservatório universal,
patrimônio de toda a humanidade. Para Jung, a própria intuição é uma
comunicação do inconsciente coletivo, que não se origina nem da experiência,
nem de aquisição pessoal – ela é inata no ser humano e designa uma natureza
universal. Esse material coletivo, somente pode ser reconhecido quando seu
conteúdo se torna consciente. A estrutura simbólica e Ritual da Maçonaria
identifica numerosas heranças inconsciente coletivas, procedentes de diversas
e antigas tradições. Os arquétipos ou símbolos são uma linguagem metafórica.
O Ritual realiza uma transcendência, através da referência que se estabelece
do profano ao sagrado.
Se Freud demonstrou que mais poderoso do que o consciente é o inconsciente
individual ou pessoal, Jung comprovou que, entre o inconsciente individual e
o coletivo, quem domina mesmo é o inconsciente coletivo, uma somatória de
conteúdos que fazem parte da espécie humana e estão presentes em todo
indivíduo.
Além do inconsciente individual, descoberto por Freud e do inconsciente
coletivo, estudado por Jung, ainda há outro campo do inconsciente,
pesquisado por Szondi.

Léopold Szondi (1893-1986), médico geneticista, psicopatologista e


psicanalista húngaro, idealizou o conceito de inconsciente familiar. Suas
pesquisas foram influenciadas por Sigmund Freud e Ludwig Binswanger e
abordaram a hereditariedade e a teoria gênica. Szondi verificou a existência
de uma "camada" intermediária no inconsciente humano, entre o individual e
o coletivo, derivada de material genético transmitido familiarmente -
inconsciente familiar. Ele comprovou, após mais de trinta anos de estudos em
laboratórios de pesquisa genética, a transmissão, de pais para filhos, de
memórias emocionais derivadas de problemas fundamentais não resolvidos:
segundo Szondi, todas as pessoas são impelidas por conteúdos inconscientes,
resultantes de conflitos emocionais vividos por seus antepassados, (além dos
conteúdos do inconsciente individual e do inconsciente coletivo) e não
inteiramente resolvidos até o momento, razão pela qual foram transmitidos
para as gerações futuras. Assim, submetidas a pulsões ancestrais que atuam
inconscientemente, as pessoas "buscariam" determinados tipos de experiência
de vida para tentar resolver certos tipos de conflitos emocionais que seus
ancestrais não puderam ou não conseguiram resolver na própria vida.
Szondi considerava que as pulsões ancestrais seriam fatores determinantes do
destino humano, na medida em que influenciariam as escolhas do indivíduo
em todos os níveis da sua existência, até de doenças e da própria morte.
Estabeleceu o termo tropismo para designar o direcionamento da conduta,
fazendo analogia com o reino vegetal, porém atribuindo-lhe novo significado,
no sentido de determinação inconsciente das escolhas.

Para que o indivíduo deseja fazer parte da Maçonaria? A resposta pode estar,
entre outras, no inconsciente familiar. O futuro maçom, orientado por seu
inconsciente familiar para essa escolha, terá um vasto campo de opções na
Maçonaria, para otimizar sua conduta e seu aperfeiçoamento pessoal -
canalizando as pulsões familiares ancestrais de uma forma positiva (há
tropismos positivos e negativos): estudando, praticando a filantropia,
mantendo-se no reto caminho, exercendo a fraternidade, etc..

- Símbolos e Rituais Maçônicos:

Como instituição iniciática, a Maçonaria adota para o ensino e estudo de sua


filosofia, a apresentação de símbolos e Rituais. Este método consiste na
interpretação intuitiva dos símbolos e Rituais, e é eminentemente auto-
didático.
Ritual Maçônico é uma representação, uma demonstração alegórica, um teatro
ritualístico. Rituais (ou cerimônias) são fundamentais para o maçom. Dentre
eles, destacam-se: o Ritual de Iniciação: de profano a Aprendiz; Ritual de
Elevação: de Aprendiz a Companheiro; e o Ritual de Exaltação (Rito Escocês
Antigo e Aceito) de Companheiro a Mestre, que é a encenação da morte de
Hiram Abiff. Os Rituais são cerimônias de transformação interior - há uma
interconexão entre o consciente e o inconsciente.
“Iniciação” é uma palavra oriunda do latim “initiare”, “início ou começo em”.
O termo “iniciação” tem um sentido designado pelo uso comum da palavra: é
o “início” de alguma coisa. Mas a expressão “Ritual Iniciático” é usada em
dois contextos diferentes: em primeiro lugar, um Ritual Iniciático é a
cerimônia de aceitação de um indivíduo por determinado grupo. Nessa
primeira acepção, o Ritual Iniciático tem um caráter social, que demarca a
relação da pessoa com a coletividade ou com algum segmento da sociedade.
Portanto, quando o indivíduo entra para um determinado grupo, esse ingresso
é comemorado com um Ritual de Iniciação.
Em segundo lugar, a expressão “Ritual Iniciático”, indica não uma mudança
de condição social, mas uma transformação interna: o que se modifica é o
próprio ser do iniciado e, conseqüentemente, sua consciência e percepção.
Trata-se de uma verdadeira transmutação, no sentido alquímico do termo. E,
ao contrário do primeiro tipo, não envolve uma cerimônia pública. É um
reconhecimento externo de uma mudança interior, que já se processou. Neste
segundo sentido, a Iniciação ocorre quando o neófito estabelece contato com
as forças arquetípicas e deixa seu campo de consciência ser transformado pela
exposição a essas forças, que se expressam por meio de manifestações
simbólicas, que cabem a ele decifrar. O cérebro, durante práticas de Rituais
(ou de meditação), passa a operar em ondas mais lentas. Durante o Ritual, o
indivíduo entra num estado alterado de consciência, com ondas cerebrais alfa
e teta, que lhe permitem acessar o inconsciente. Esse estado alterado de
consciência é alcançado pelo pensamento e a emoção, colocados na
dramatização. Quando acontece a emoção (intensidade e perfeição na atuação
de cada maçom), o cérebro não consegue perceber o que é “realidade” e o que
é “teatro”, entendendo o Ritual como realidade no presente. E, cada maçom,
acessando seu inconsciente individual, estará conectado com o inconsciente
coletivo.
No Ritual de Iniciação, há uma transmutação, um renascimento interior,
proporcionando uma nova percepção de si mesmo e do mundo. O iniciado
passa por “provas”, como acontece com cada indivíduo durante sua vida.
Por esse motivo, o símbolo maçônico da Iniciação é a morte – morrer para a
vida profana e renascer para a Vida Maçônica. Morte e nascimento são dois
aspectos entrelaçados e inseparáveis de toda mudança.
Os Rituais de Iniciação na Maçonaria englobam esses dois sentidos. O Ritual
se destina a legitimar o ingresso do indivíduo na Ordem, e
concomitantemente, seu interior está se desenvolvendo por meio de uma série
de evoluções graduais que vão ampliando seu consciente e inconsciente. A
Iniciação tem como especial e fundamental objetivo, dissolver e eliminar
aspectos negativos, que possam estar impedindo o crescimento pessoal:
medos, egoísmo, etc. O ato da Iniciação não pretende extirpar definitivamente
do homem seu ser profano e o mundo. A finalidade é fazê-lo conviver com o
profano e o conhecimento sagrado.
Os símbolos utilizados na cerimônia têm como finalidade, agregar as forças
arquetípicas para o iniciado. A promoção na hierarquia da Ordem ocorre,
quando sua consciência (do iniciado) atingiu um grau de desenvolvimento
satisfatório. Os Graus maçônicos são os degraus do conhecimento a serem
alcançado pelo iniciado.
Como todo processo de metamorfose, não há retrocesso para o iniciado. Uma
vez maçom, sempre maçom. Transposto o portal que transmuta o indivíduo,
ele jamais será o mesmo. O iniciado morre para uma realidade e renasce para
outra dimensão de sabedoria. As conseqüências do Ritual são irreversíveis: o
milho que vira pipoca, jamais volta a ser milho. O iniciado fez o voto de
caminhar sempre adiante, portanto, não pode mais retroceder.
Nos Rituais, são interpretadas, dramatizadas e vivenciadas várias situações
arquetípicas - arquétipos primordiais, muito mais antigos que a própria
linguagem. Os Rituais, praticados em segredo são a imagem de processos
interiores, permitindo a elevação para o conhecimento, a sabedoria, de
maneira progressiva. Os ensinamentos da Ordem dão-se, preferencialmente,
através de três caminhos: Rituais, Devocionais e Contemplativos. Os Rituais
são o caminho da ação e são o principal método de ensinamento da Ordem.
No caminho da devoção, há o uso da meditação, obediência e amor fraterno –
os aspectos devocionais acontecem por meio dos trabalhos filantrópicos. O
caminho contemplativo acontece com o estudo de símbolos e os valores que
esses símbolos representam.
Os Rituais estão carregados de alegorias e simbolismos que se impõem
desvendar e assimilar. Os símbolos utilizados pela Maçonaria têm origens
diversas. Alguns autores dividem esses símbolos em dois tipos principais: os
que tiveram origem na Maçonaria Operativa e os que foram introduzidos a
partir de conhecimentos ocultistas, que se integraram à Maçonaria
Especulativa (Alquimia, Hermetismo, Astrologia, Numerologia, Cabala). Mas
todos os símbolos devem ser assimilados pelo maçom e interpretados de
acordo com sua inteligência, grau de evolução interior, sua maneira de ser e
sentir. Os símbolos são oriundos de diversas crenças, filosofias, antigos
mistérios, mas isso não implica que os maçons partilhem dessas crenças. As
mensagens contidas nos símbolos serão interpretadas, compreendidas e
interiorizadas, e passarão a fazer parte do ser e da experiência de cada maçom.
Ser maçom implica integrar o racional a uma entrega mística. Os Rituais e o
estudo da simbologia permitem que os maçons progridam no entendimento
racional e emocional, nos conceitos que a Maçonaria transmite. Com o
aprofundamento de seus estudos, o maçom encaminha-se para a verdadeira
“espiritualidade” – sem dogmas, livre de crenças religiosas. Na realidade, é
mais um princípio filosófico “espiritualista”: considerar que no homem e no
Universo há “algo mais”, seja do ponto de vista “imanente” ou
“transcendente”. Essa espiritualidade é um aspecto indissociável da condição
humana, e está muito mais além do que qualquer religião: espiritualidade é o
que coloca cada ser diante do absoluto, do infinito, do todo, da eternidade, de
seu “Deus”, de si próprio. A espiritualidade maçônica é uma espiritualidade
livre, pois sugere um caminho individual para a relação com a Divindade, com
o Divino. A Ordem, respeitando as diferentes opções religiosas, não despoja o
indivíduo de seu entendimento espiritual. E, esse respeito é a base da
harmonia e da tolerância maçônica.
Como ensina Carl Sagan (maçom): “
é essa espiritualidade que nos permite sentir de uma forma mais intensa e
profunda a beleza de uma trilogia muito famosa e que define bem os grandes
valores da humanidade: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. E quando
chegamos a esta fase em que, enquanto vamos construindo o nosso templo
interior, e vamos estabelecendo fortes laços de união com os nossos Irmãos, é
que estaremos realmente aptos a influenciar, positivamente, a evolução da
humanidade e a defender todos os seus grandes valores”.
.

- Hemisfério Esquerdo, Hemisfério Direito e Ritos:


O cérebro é a maior parte do encéfalo humano. O cérebro humano requer 25%
do sangue que o coração bombeia, e é particularmente complexo e extenso.
Seu aspecto assemelha-se ao miolo de uma noz.
O cérebro humano como já visto, é triúnico, segundo MacLean. E, além de
triúnico, apresenta dois hemisférios. Quando visto de cima, um grande sulco
(fissura inter-hemisférica) separa o cérebro em duas metades: esquerda e
direita, unidas pelo corpo caloso (consistindo em feixe de nervos), os quais
trocam informações e se complementam, sendo que cada lado recebe e
aprimora determinados estímulos e “opera” a parte oposta do corpo.
O hemisfério esquerdo responde pelo raciocínio lógico, e capacidade verbal.
Hemisfério dominante em 98% dos humanos, é responsável pelo pensamento
lógico e competência comunicativa. Nos canhotos as funções estão invertidas.
Entende-se o hemisfério esquerdo como dominante, pois nele estão
localizadas duas áreas especializadas: a Área de Broca, o córtex responsável
pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke, o córtex responsável pela
compreensão verbal. A importância do hemisfério esquerdo, para a linguagem,
foi descoberta no último século. O hemisfério esquerdo controla o lado direito
do corpo.
O corpo caloso, localiza-se no fundo da fissura inter-hemisférica, ou fissura
sagital, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisférios
cerebrais. Essa estrutura, composta por fibras nervosas de cor branca (feixes
de axônios envolvidos em mielina), é responsável pela troca de informações
entre as diversas áreas do córtex cerebral. O cérebro é composto por cerca de
cem bilhões de células nervosas, conectadas umas às outras e responsáveis
pelo controle de todas as funções mentais. Além das células nervosas
(neurônios), o cérebro contém células da glia (células de sustentação), vasos
sangüíneos e órgãos secretores. Ele tem três componentes estruturais
principais: os grandes hemisférios cerebrais, em forma de abóbada (acima), o
cerebelo, menor e com formato meio esférico (mais abaixo à direita), e o
tronco cerebral (centro). Embora os hemisférios cerebrais tenham uma
estrutura simétrica, ambos com os dois lóbulos que emergem do tronco
cerebral e com áreas sensoriais e motoras, certas funções intelectuais são
desempenhadas por um único hemisfério.
O hemisfério direito responde pelos sentimentos, e capacidade intuitiva e
visual. Durante muito tempo, acreditou-se que o hemisfério direito era
totalmente supérfluo. Nos anos sessenta, a epilepsia, era tratada através do
corte do feixe nervoso (corpo caloso) que liga os dois hemisférios. O resultado
deste procedimento foram os “doentes de cérebro dividido” que possuíam dois
cérebros independentes Deste modo, era possível, por exemplo, mostrar
imagens a um hemisfério que o outro hemisfério não reconhecia. No início da
década de 1960, o Dr. Roger Sperry e sua equipe trabalhando em um grande
hospital americano realizaram várias experiências com pacientes epiléticos, os
quais tiveram as conexões entre os seus hemisférios cerebrais (direito e
esquerdo) desfeitas através de uma cirurgia como uma maneira de reduzir os
efeitos da epilepsia. Os estudos de Sperry confirmaram que os dois lados do
cérebro cumprem funções diferentes. O lado esquerdo (que controla o lado
direito do corpo) lida principalmente com a linguagem, a lógica e o tempo; e o
lado direito, principalmente, com emoção, imaginação, visão, intuição e
orientação espacial. Muitas outras experiências como essa vêm confirmando
essas descobertas, e em 1983, Roger Sperry ganhou o Prêmio Nobel de
Medicina pelo seu trabalho sobre dominância cerebral. Assim, foi descoberto
que o hemisfério esquerdo manifesta-se através do raciocínio e se “expressa”
através da linguagem oral; lidera tarefas que estão relacionadas com a função
e com a lógica, e o hemisfério direito, com a forma e a unidade. O hemisfério
direito se “expressa” através da linguagem simbólica – imagens, etc. O
hemisfério direito comanda as atividades motoras e sensoriais do lado
esquerdo do corpo. É responsável pelo pensamento simbólico e criatividade. É
provável que os ambidestros tenham componentes semelhantes nos dois
hemisférios. E, talvez, por isso, os canhotos forçados a escrever com a mão
direita fiquem gagos.
Hemisfério Esquerdo: verbal, analítico (resolve problemas passo a passo),
temporal, racional, lógico, linear (idéias concatenadas).
Hemisfério Direito: não verbal, sintético (unifica as partes para concluir),
abstrato (linguagem simbólica), analógico (semelhança entre as coisas –
compreende as relações metafóricas), atemporal, não racional, intuitivo
(baseia-se em dados incompletos), holístico (entende o problema como um
todo). Para que a memória funcione adequadamente no processo de
informação, o ideal é a integração entre os dois hemisférios, equilibrando o
uso de suas potencialidades.
A Maçonaria congrega vários Ritos, e como escola iniciática, através dos
Ritos e de seus respectivos Graus, transmite conhecimentos ancestrais,
aprimorando o indivíduo, permitindo que ele melhore a si mesmo, a seu
próximo, e a humanidade. O encadeamento dos Graus de conhecimento de um
método particular é definido como Rito – porém, a Ordem é uma Unidade, é
Una, pois os maçons, de quaisquer Ritos, partilham os mesmos ideais,
observam os princípios fundamentais maçônicos, e há a incorporação de
metáforas, dramatizações, alegorias e símbolos como estrutura básica para o
estudo individual de cada maçom. O cerimonial de cada Rito Maçônico é o
seu Ritual. Os Ritos apresentam diferenças em seus Rituais, devido a
interpretações variadas de textos históricos, influências sociais, religiosas, etc.
Porém, todos os Ritos são concordes em relação à doutrina, filosofia e
simbologia. Essa variedade de Ritos só fortalece a Ordem, pois demonstra
diversidade espiritual, cultural e intelectual no exercício da liberdade do
pensamento. Diversos caminhos levam, coerentemente, a um mesmo ponto de
convergência, que é o ideal maçônico. “E Pluribus Unum” –“A Unidade na
Diversidade”.
Cada Rito, de acordo com suas características e peculiaridades, pode ser
identificado como esquerdo ou direito, como as duas partes desse cérebro que
é a Maçonaria. O corpo caloso, isto é, o corpo de maçons funciona como
ligação entre esses dois hemisférios, transitando pelos variados Ritos. Há
diferentes Rituais, praticados pelos diferentes Ritos maçônicos. Em cada
Grande Loja podem ser praticados um ou mais Ritos.
Não há um Rito “melhor” que outro, assim como não há um hemisfério
cerebral “melhor” que o outro – existe a adequação para cada maçom, num
determinado momento de sua vida de um determinado Rito. Há muitos Ritos
Maçônicos praticados em todo o mundo. No Brasil, são praticados seis Ritos,
alguns deles reconhecidos e praticados internacionalmente. São eles : o Rito
de Schröder ou Alemão (pouco praticado no Brasil), o Rito Francês ou
Moderno, o Rito de York (Emulation Rite - o mais praticado no mundo), o
Rito Adonhiramita, o Rito Brasileiro e o Rito Escocês Antigo e Aceito (o mais
praticado no Brasil).
Por suas características, o Rito Francês ou Moderno, o Rito de Schröder, e o
Rito de York (“Emulation Rite”) são exemplos de Ritos mais compatíveis com
o hemisfério esquerdo. O Rito Francês ou Moderno não preconiza invocações,
preces, nem um padrão “religioso” - na Iniciação, o candidato não presta
juramento, mas sim, um compromisso de honra. O Rito de Schröder, com o
fundamento que a Maçonaria deveria apenas conservar suas características
fundamentais iniciais, expurgou a parte mística - é um Rito muito simples, e
trabalha nos três Graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Schröder entendia que a Maçonaria não era uma sociedade esotérica. Por isso,
enfatizou no seu Ritual o ensinamento de valores morais e a propagação do
espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal, estimulando o
autoconhecimento. Preserva a importância dos símbolos.
O Rito de York (“Emulation Rite”) também não possui Altos Graus; é
constituído pelos três Graus simbólicos. Sobrepondo-se ao Grau de Mestre,
sem ser um novo Grau propriamente dito, existe o chamado “Real Arco”.
Mais compatíveis com o hemisfério direito são exemplos o Rito Escocês
Antigo e Aceito, o Rito Adonhiramita e o Rito de Misräin ou Egípcio. Esses
Ritos são formados também por Altos Graus ou Graus Filosóficos (além dos
três Graus Simbólicos), ensejando o estudo esotérico e/ou místico.
O Rito Escocês Antigo e Aceito, R.E.A.A., foi o primeiro Rito maçônico a
possuir Altos Graus. É um Rito derivado do Rito de Heredon e é composto por
três Graus simbólicos e trinta Graus Filosóficos, que são os Graus Elevados.
Os Graus Elevados ou Filosóficos, são geridos por vários Supremos
Conselhos, que têm como objetivo manter a uniformidade mundial dos Rituais
e dos métodos utilizados. No Rito Escocês Antigo e Aceito cada Iniciação
evoca a lembrança de uma religião, de uma escola, ou de alguma instituição
da Antigüidade: doutrinas judaicas, conhecimentos egípcios, ensinamentos
baseados no cristianismo e representados sobretudo pelos Rosa-Cruzes, etc..
Rito Adonhiramita - Esse Rito teve origem na crença dos franceses de que o
principal arquiteto do Templo de Salomão tenha sido Adonhiram e não Hiram
Abiff. Depois de uma época de grande difusão, acabou desaparecendo. Porém,
no Brasil (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu, fazendo com
que o país seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus aumentados de treze
para trinta e três. Atualmente, só é praticado no Brasil. O Rito Adonhiramita é
deísta. As práticas Ritualísticas do Rito Adonhiramita são das mais belas,
entre as dos diversos Ritos, segundo autores maçônicos. O Rito Adonhiramita
é o mais complexo e o de maior riqueza Ritualística, não só nas cerimônias de
Iniciação, Elevação e Exaltação, mas até nas sessões mais simples.
Rito de Misräin ou Egípcio – Provavelmente, surgiu na Itália em 1813 e foi
levado para a França por Marc, Michel e Joseph Bédarride. O Rito possui
noventa Graus divididos em quatro séries: a Primeira Série chamada de
Simbólica vai do Grau 1 até o 33, a Segunda Série chamada de Filosófica vai
do Grau 34 até o Grau 66, a Terceira Série chamada de Mística vai do Grau 67
até o Grau 77 e a Quarta Série chamada de Cabalística vai do Grau 78 até o
Grau 90. A Lenda do Rito de Misräin não está centralizada em Hiram Abiff,
mas em Lamec, e a passagem não está em Reis e sim em Gênesis.

6 – Sociedade Planetária - Maçonaria e Terceiro Milênio


No ano de 2001, entramos no Terceiro Milênio: satélites, viagens
interplanetárias, novas psicotecnologias (entre as quais a PNL), mapeamento
do genoma humano, internet, cibernética, globalização - a espécie humana
enfrenta novos desafios, pois os antigos paradigmas são insustentáveis. A
Terra é um frágil Planeta de água, não é plana, não é fixa, e não é o centro do
Universo em torno da qual giram todos os corpos celestes. Hoje se sabe que o
Sol não é o centro do Universo, mas sim uma estrela entre milhões de outras.
Os homens são mais uma espécie animal entre tantas outras. Em síntese: o
homem não é o centro de tudo.
A humanidade descobriu a interdependência: todos os países, cidades, bairros,
seres viventes, estão ligados quânticamente, envolvidos uns com os outros nos
campos da economia, política, ecologia... A palavra “ecologia” e seu conceito
foram proclamados em 1866, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel (discípulo de
Darwin).
Numa definição da AME – Fundação Mundial de Ecologia, criada em 1976:
“Ecologia é um nível superior de pensamento, onde tudo está relacionado com
tudo, inclusive com as soluções. Como ciência do inter-relacionamento
homem/natureza, ela não pode ser vista apenas como o estudo do meio físico,
pois de suas pesquisas e análises, depende a compreensão da harmonia entre o
homem e o ambiente”.
O Planeta Terra é nosso lar, lugar que compartilhamos com todos os seres
vivos, e mais do que nunca, os conceitos de homem ecológico e homem
planetário se impõem. O homem ecológico é aquele que, se sente parte e não
gestor do seu habitat – que o compartilha com outras espécies animais,
vegetais e minerais. O cidadão planetário é aquele não dividido, unido ao
Universo.
O principal desafio da humanidade é preservar a vida, e as condições de vida
sustentável no Planeta. Mais da metade dos animais e plantas que existiam, já
foram extintos; dois terços de todas as espécies de aves estão ameaçados de
extinção: todos os dias desaparecem cinqüenta espécies de plantas e dez
espécies de animais; todos os dias são desmatadas vastas extensões de
florestas tropicais; todos os dias são despejados esgotos, sem tratamento, nas
águas de rios e mares.
Atitudes devem ser repensadas e, urge mudar. Essa mudança,
necessariamente, começa pela transformação pessoal. O impulso evolutivo
induz cada ser individualmente, a buscar crescer, melhorar, aperfeiçoar-se.
Toda sociedade é o reflexo do cidadão. Só o indivíduo pode gerar uma ampla
modificação coletiva - preceito fundamental da Maçonaria. O microcosmo
projeta o macrocosmo.
Hábitos perniciosos do dia a dia devem ser alterados, porque a humanidade já
experienciou a falência do atual modelo de vida coletivo.
Instituir ações como: reciclar o lixo inorgânico, compostar lixo orgânico (fazer
adubo), tratar esgotos, utilizar energia solar e eólica, biogás, optar pelo
vegetarianismo (a pecuária requer enormes quantidades de água), economizar
água, energia, são atitudes básicas de sobrevivência.
A vida deverá ser privilegiada, e o modelo biocêntrico posto em prática – a
vida no centro: organização do mundo em função da vida. A Natureza é um
sistema vivo e, é a vida que orienta sua construção e permanência.
Alternativas viáveis de coexistência no Planeta devem ser buscadas, com o
reaprendizado de concepções holísticas e integradas da vida. O homem
planetário pertence a um amplo e novo paradigma: cidades, estados, países
sem fronteiras mentais, políticas ou religiosas. Atitudes sociais com a
finalidade precípua de salvar e conservar o Planeta, e a descoberta da conexão
com outros seres humanos – amor e fraternidade. Uma consciência planetária
desponta.
Cada vez mais são criados e articulados grupos, movimentos, redes,
privilegiando objetivos coletivos. Esses indivíduos cooperativos, através
desses grupos, ajudam a criar coerência no caminho de uma transformação
mais ampla – há grupos voltados à ecologia, a favor da paz e dos direitos
humanos, de combate à fome mundial, contra usinas nucleares, etc..
As sociedades iniciáticas fazem parte desse movimento, pois são organizações
com a finalidade de auxiliar e impulsionar o homem em sua evolução. Agem
no terreno social, político, sendo responsáveis por grandes transformações. E,
entre as sociedades iniciáticas, a Maçonaria conquistou uma posição de
destaque. Sua determinação é a de combater o “mal”, a ignorância, a inércia, a
passividade, as superstições, e as ações de seres que se opõem à evolução
humana.
A Maçonaria, com seus conceitos de aperfeiçoamento individual, visão
libertária, desenvolvimento e progresso da humanidade, impulsiona o maçom
a uma multiplicidade de papéis. O mundo novo é o antigo, transformado. Os
ideais da Maçonaria nunca foram tão modernos e necessários – Liberdade,
Igualdade e Fraternidade: o maçom é livre para escolher seu caminho de
aperfeiçoamento pessoal; considera todos seus iguais; entende a fraternidade
como pressuposto básico do amor ágape. O maçom ressurge com o papel
transformador de homem ecológico e planetário: nessa sociedade tecnológica,
abraçando as conquistas da ciência - e conservando as tradições morais,
intelectuais, filosóficas, culturais, ritualísticas, alcançando as mentes e os
corações.
A Maçonaria é uma entidade iniciática, filosófica, educativa e filantrópica. O
trabalho maçônico tem como objetivo tornar o mundo “melhor”, estimulando
o crescimento do maçom, com o seu desenvolvimento espiritual e sua
elevação ética e moral. O maçom, para tornar o mundo “melhor”, deve
aperfeiçoar-se, tornando-se livremente responsável. Crescendo e
aperfeiçoando-se, transforma a comunidade que o rodeia e na qual está
inserido, pois com o aprendizado maçônico sutilizam-se seus conceitos
intelectuais, culturais, morais, espirituais e sua forma de interagir com outros
maçons e profanos. Um processo que se apresenta individual, torna-se um
processo transformador da sociedade, impulsionando os maçons como
construtores do presente e gestores do futuro. O maçom pode influenciar
positivamente, a vida de sua família, de seus amigos, de seus vizinhos, de sua
cidade, de seu estado, de seu país, do Planeta. Ser o propagador da justiça, da
caridade, da liberdade, dos direitos e deveres do exercício da cidadania. A
nova sociedade planetária exige a atuação madura do indivíduo, não só na
exigência de seus direitos, mas também na consciência do cumprimento de
seus deveres.
O Dr. Márcio Bontempo, médico e sociólogo, propõe uma interessante
“Declaração Universal dos Deveres do Homem (a “Declaração dos Direitos do
Homem” foi redigida em nome da ONU – Organização das Nações Unidas,
em 1948, em Paris, França), cujos itens, curiosamente, já são “conhecidos” e
exercidos pelos membros da Maçonaria há muito tempo, constando da
doutrina e filosofia dessa Instituição:
1- Todo homem tem o dever de zelar pela Vida. A Vida é um bem comum de
toda a humanidade, e como tal, deve ser respeitada em todas as suas
possibilidades;
2- O meio ambiente é a casa de todos. Todo homem tem o dever de lutar
contra sua destruição e de evitar sua degradação, em todas as suas
possibilidades;
3- A saúde é o bem mais precioso do homem. É dever de todos se oporem às
ações, que ponham em risco a saúde individual, coletiva ou das futuras
gerações;
4- É dever de todo homem comportar-se em harmonia com as leis que regem a
Vida, evitando atos que possam produzir danos ao próximo ou ao meio
ambiente;
5- É dever de todo homem não participar e opor-se à guerra, agindo sempre a
favor da paz e da fraternidade humana, em todas as suas possibilidades;
6- É dever de todo homem proteger as crianças, os fracos e os seres menos
favorecidos, segundo as condições e as possibilidades individuais;
7- É dever de todo homem cultivar os valores humanistas e universais,
opondo-se a toda forma de manipulação e controle do homem ou da
sociedade;
8- É dever de todo homem não impor suas idéias a outrem e respeitar outras
idéias, ideais, religiões, filosofias e formas de pensar diferentes das suas,
favorecendo assim a concórdia universal;
9- É dever de todo homem proteger e respeitar nossos irmãos menores, os
animais, evitando-lhes qualquer tipo de sofrimento, e garantindo-lhes a
liberdade e a vida, em todas as suas possibilidades;
10- Todo homem tem o dever de opor-se a qualquer tipo de discriminação,
seja racial, religiosa, social, política, etc. e de posicionar-se a favor da
concórdia, da paz e da unidade humana;
11- É dever de todo homem amar e respeitar este Planeta, atuando sempre no
sentido construtivo e de continuidade da existência dos seres, dos povos e da
evolução;
12- Todo homem tem o dever precípuo de cultivar a benevolência, o amor ao
próximo, a humildade e o espírito de fraternidade.

A Ordem deve desempenhar seu papel como parte ativa e atuante dessa nova
sociedade humana, de variadas formas: desenvolvendo seus membros nos
aspectos esotéricos, espiritualistas, morais, orientando o crescimento pessoal,
continuando a respeitar individualmente cada maçom, aceitando suas crenças,
ensejando assim, cidadãos livres, livres pensadores, na busca e investigação da
Verdade; reconhecendo e compreendendo com consciência sua importante
atuação social e política, conforme demonstram experiências do passado;
estimulando a prática da filantropia e caridade, através de ações
educativas: cursos, orientação profissional, criação de escolas e assistência a
comunidades carentes, contribuindo para a formação dos arquitetos desse
novo tempo. Os maçons já possuem as ferramentas básicas para a ação: uma
Instituição eclética e universalista que abriga os mais variados exemplos do
pensamento humano e uma diversidade de homens "livres e de bons
costumes". Essas condições fazem do maçom um homem já “pronto”, para
enfrentar ativa e eficazmente os futuros desafios pessoais e sociais. O papel do
maçom não está restrito ao trabalho dentro das Lojas: mais do que nunca, ele é
necessário também fora delas, como obreiro da paz, construtor das bases de
uma nova sociedade.
O ideário maçônico pode conduzir às soluções dos novos desafios: a
Liberdade envolverá conceitos não só políticos ou ideológicos, mas
ecológicos, sociais, culturais, intelectuais, espirituais. As Liberdades externa e
interna devem ser buscadas constantemente, para que haja o desenvolvimento
e aperfeiçoamento espirituais, e dessa forma um crescimento da vida interior e
externa do homem. No plano político e ideológico,
a expressão desta Liberdade interior será a democracia globalizada dessa Nova
Era. Em um texto de 1940, sobre a Liberdade, Einstein definiu pontos centrais
para a transição da atual sociedade humana em direção à civilização próspera
e luminosa do futuro: “o novo ser humano precisa ter uma liberdade interior,
uma profunda liberdade de pensamento. O ser humano não pode ser forçado a
aceitar dogmas religiosos, filosóficos ou políticos. Deve aprender a ver as
coisas por si mesmo, sem correr o risco de ser perseguido ou marginalizado
por isso. Esta liberdade de espírito consiste na independência de pensamento
em relação às restrições provocadas por preconceitos sociais e autoritários,
mas também em relação às rotinas e aos hábitos em geral”.
A Igualdade conduzirá à consciência universal, através da consciência
individual – e essa consciência universal é inimiga de qualquer tipo de
violência e/ou constrangimento. Independentemente das barreiras nacionais e
culturais, crescem as relações diretas entre as pessoas e grupos de pessoas.
A Fraternidade Maçônica será expandida para um núcleo de Fraternidade
Universal, independente de credo, raça, classe social ou ideologia. O mesmo
princípio que define a Fraternidade Maçônica definirá a Fraternidade
Universal: servir a outros indivíduos de um modo livre, criativo e
independente, pelo prazer do trabalho, pelo prazer de ver os resultados
positivos deste trabalho para a comunidade. Ajudar a construir uma sociedade
de seres humanos independentes, livres e felizes, será a meta de cada
indivíduo, inspirado pelo ideário maçônico. Compreender que o grande
objetivo da Vida é a “elevação” da consciência de cada ser humano, até
fundir-se com a consciência divina universal, conforme sua crença individual.
Segundo a lenda bíblica de Adão e Eva e seus filhos Caim, Abel, Set e mais
outros filhos e filhas, entende-se essa metáfora em relação a nosso cérebro:
antes do “pecado”, do assassinato no “Éden” o cérebro humano era uno, não
tri-partido. O ser humano, em outras épocas, utilizou amplamente o poder de
seu cérebro inteiro, extremamente capacitado (Atlântida? Lemúria? Os
“deuses” da Suméria? Os anunnakis, de Zecharia Sitchin?). Porém, essa
utilização revelou motivos ignóbeis, egoístas, conduzindo a uma ruptura com
a Natureza, tendo a espécie humana que “recomeçar” seu aprendizado –
inicialmente com um Cérebro Reptiliado, depois com mais um, o Límbico, até
a fase atual – completado com o Neocortical. Depois que Caim “matou” Abel,
a humanidade teve que, evolutivamente, reaprender conceitos morais, éticos,
como compaixão, honestidade, lealdade, fraternidade, amor, já que descende
do assassino Caim. Mas descende também de Set, podendo assim “escolher”
entre duas tendências atávicas opostas, em luta em seu interior.
Talvez, essa sociedade do presente/futuro resgate o Cérebro Inteiro, Uno, não
fragmentado, dessa vez para a verdadeira redenção e felicidade da
Humanidade. Talvez, mais adiante, outros Noés com outros Jafets, Sems e
Cams possam transmitir tradições, tecnologias, ensinamentos morais e
espirituais, à sua descendência – que serão todos os homens e mulheres do
Planeta Terra.
As civilizações passam, mas a ideologia maçônica continuará.

“SI TATLIA JUNGERE POSSIS SIT TIBI SCIRE POSSE”

Martha Follain
Setembro/2008.

Apêndice 1

HOMEM VITRUVIANO
“Quando ouvimos os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos,
como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar
atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para
as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas
maravilhosas. O gênio do pintor há de se apossar de todas essas coisas para
criar composições diversas: lutas de homens e de animais, paisagens,
monstros, demônios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para
engrandecer o artista.” Leonardo Da Vinci.
Leonardo da Vinci, artista renascentista, possuía um talento diversificado, que
tornou-o capaz de pesquisar e realizar trabalhos em vários campos do
conhecimento humano: foi pintor, escultor, anatomista, engenheiro,
matemático, músico, naturalista, arquiteto, engenheiro, urbanista, aerologista,
botânico e inventor. Segundo historiadores, era um belo homem, tinha uma
voz esplêndida. Com sua mente investigativa, questionava o mundo que o
circundava, raramente terminava uma pintura, e freqüentemente,
experimentava novas técnicas. Era um visionário para sua época, pois
idealizou o tanque de guerra, helicóptero, pára-quedas, e descobriu que o
homem não poderia voar como os pássaros, “batendo asas”. Foi o reintrodutor
da fábula na Itália - suas fábulas e lendas relacionavam-se com as de Esopo e
as dos “bestiários” medievais - com raras exceções, eram quase todas
inventadas por ele mesmo e continham um desfecho moral. Italiano, nasceu
em 15 de abril de 1452 (data em que se comemora o “Dia Mundial do
Desenhista”), filho ilegítimo do tabelião e advogado, Piero com a jovem
Catarina. Há dúvidas sobre a cidade de seu nascimento – talvez Anchiano,
uma localidade de Vinci. Para outros historiadores, foi o próprio lugar de
Vinci, situado na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre
Florença e Pisa, na região da Toscana.
Aos dezesseis anos já desenhava e pintava, e foi para Florença (naquela época,
cidade de grande prestígio) para trabalhar no ateliê de Andrea del Verrocchio
(importante artista da época). De cabelos louros, olhos azuis, nariz aquilino,
de uma incomparável beleza física, Leonardo teria sido o modelo para o Davi,
de Verrocchio. Pelo que tudo indica, Verrocchio exerceu sobre Leonardo
intensa influência, embora pequena no campo artístico, bastante acentuada no
universo intelectual. Aos trinta anos, segue para Milão, onde viveu uma época
e trabalhou para a corte de Ludovico Sforza. Em Milão, como urbanista, fez
um projeto completo para a cidade, eliminando muros, alinhando ruas,
prevendo esgotos, vias de dois pavimentos em que os pedestres andariam por
cima, deixando a pista embaixo livre para veículos. As casas seriam amplas e
ventiladas, e haveria enormes praças e jardins públicos.
Da Vinci possuía um especial amor pelos animais. O historiador Edward
MacCurdy, citado no livro “Jaulas Vazias” de Tom Reagan, afirma: "a
mera idéia de permitir o sofrimento desnecessário e, mais ainda, de matar,
era abominável para ele". Segundo os relatos verificados por Regan,
Leonardo adotou uma dieta vegetariana na infância, por razões éticas.
"Rei dos animais - é como o humano descreve a si mesmo - eu te chamaria
Rei das Bestas, sendo tu a maior de todas - porque as ajudas só para que
elas te dêem seus filhos, para o bem da tua goela, a qual transformaste
num túmulo para todos os animais”. – Leonardo Da Vinci.
Leonardo, segundo alguns historiadores, teria sido maçom.
Da Vinci foi um grande pintor. Ele dominou, com sabedoria, o jogo de luz e
sombra – suas pinturas partem da “realidade”, mas estimulam a imaginação do
observador. Entre suas principais obras, encontramos “A Última Ceia”, “A
Gioconda”, “Auto-Retrato”, etc. Na obra de arte “A Última Ceia” ou “O
Cenáculo” (que foi uma criação de três anos de trabalho, de 1495 a 1497),
Leonardo coloca na tela o momento em que Jesus Cristo anuncia haver um
traidor entre os presentes. A “Última Ceia” é uma pintura de Leonardo da
Vinci para seu protetor, o Duque Lodovico Sforza. Representa a cena da
última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado como
descreve a Bíblia. Ao contrário de muitas outras pinturas, nunca foi possuída
particularmente porque não pode ser removida do seu local de origem. Foi
executada numa parede do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão,
com mais de nove metros de comprimento e quatro metros e vinte centímetros
de altura. Essa criação está em Milão, no Louvre, em Windsor, e na Academia
de Veneza e na Albertina de Viena. Até 1506, realizou trabalhos
principalmente em Florença e tudo indica que nesta época tenha pintado sua
obra mais famosa: a bela e enigmática “La Gioconda” – ou “Mona Lisa”
(Museu do Louvre, Paris, França). Há teorias que a “Mona Lisa” seja um auto-
retrato, mas com feições femininas, explicando assim o sorriso ambíguo. No
entanto, a idéia mais aceita é que o retrato ilustra a esposa do comprador,
Francesco Bartolomeo del Giocondo - daí o nome “La Gioconda”. Leonardo
não punha nomes nos seus quadros. O nome “Mona Lisa” foi dado à pintura
por Giorgio Vasari, quase três décadas após a morte do pintor. Entre 1506 e
1516, viveu entre Milão e Roma. Em 1516, foi convidado pelo rei Francisco I,
da França, para trabalhar. Francisco I, começou a coleção do Museu do
Louvre, e comprou vários quadros italianos, inclusive a “Mona Lisa”.
Trabalhou para o rei Francisco I, e morreu na França, em Cloux, em 02 de
maio de 1519.

O Homem Vitruviano (1492), desenho de Leonardo, das proporções da forma


humana, baseia-se em uma célebre passagem do arquiteto romano Vitruvius,
em que ele expõe a figura humana deitada de barriga para cima, com braços,
mãos e pernas abertas, colocada em um círculo e um quadrado (formas
geométricas consideradas perfeitas), tendo o umbigo como centro do círculo.
A cabeça é avaliada como sendo 1/10 da altura total. O “Homem Vitruviano”
de Da Vinci, é baseado no terceiro volume da obra de Vitruvius, onde ele
descreve as proporções do corpo humano. A descoberta do “Tratado de
Vitruvius”, em 1420, influenciou fortemente os artistas do Renascimento, que
retomavam o ideal antigo da proporção e equilíbrio das formas.
O desenho de Da Vinci foi inspirado na obra do arquiteto Marcus Vitruvius
Pollio (70 a.C. – 25 a.C.), “De Archictetura”, aproximadamente em 40 a.C.
(descoberta na Abadia de Monte Cassino, em 1420), que explica a relação
entre simetria e perfeição. Marcus Vitruvius Pollio, foi um arquiteto,
agrimensor, pesquisador e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e
deixou como legado sua obra em dez volumes, que constitui o único tratado
europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de
fonte de inspiração a diversos textos sobre construções hidráulicas,
hidrológicas e arquitetônicas, desde o Renascimento. Dedicou sua obra ao
Imperador Augustus. Seus padrões de proporção e seus princípios de
arquitetura: “utilitas, venustas e firmitas” (utilidade, beleza e solidez),
inauguraram a base da Arquitetura Clássica. Sua obra foi traduzida para
diversos idiomas, e foi considerada fundamental para a Arquitetura Clássica,
até o século XIX. Para Vitruvius, as partes de uma construção deveriam
guardar uma relação harmônica, similar às existentes nas proporções do corpo
humano. O arquiteto era um estudioso da Arquitetura Grega, e seu tratado
conservou a tradição clássica no traçado de edifícios públicos, e o que
escreveu tinha uma inteligente avaliação humanista. Para ele, tudo o que o
homem construía, deveria ter como escala o corpo humano, e como valores de
referência as proporções humanas, e assim, Vitruvius preocupou-se também
com o estudo das medidas humanas, e relacionou-as com a Arquitetura.
O desenho de Da Vinci é um pentagrama humano, com um corpo masculino
desnudo dentro de um círculo – o umbigo do homem corresponde ao centro do
círculo. Além do círculo, a figura também está contida exatamente dentro de
um quadrado. O corpo está separado e simultaneamente em duas posições
sobrepostas, com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é
calculada como sendo um oitavo da altura total. O desenho e o texto também
são conhecidos como “Cânones das Proporções”. O maior desafio era colocar
a figura do homem dentro das formas geométricas. Vitruvius cometeu o erro
de colocar o círculo e o quadrado com o centro no mesmo lugar, o que
resultava num desenho do homem com proporções grotescas. Leonardo
encontrou uma solução brilhante, apoiando as duas formas sobre a mesma
base – depois desenhou o homem seguindo as proporções estabelecidas.
Segundo Vitruvius, a construção de um Templo deveria se basear nas
proporções do homem, consideradas “divinas”. O redescobrimento das
proporções matemáticas do corpo humano, no século XV, por Leonardo e
outros é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao
Renascimento italiano. O desenho também é considerado como um símbolo
da simetria básica do corpo humano e, por extensão, para o Universo. A área
total do círculo é a mesma do quadrado.
O desenho de Leonardo representa, o homem como uma Estrela de Cinco
Pontas. Desde a Antigüidade, a Estrela de Cinco Pontas simboliza os corpos
celestes menores que o Sol e a Lua. Ela é o símbolo do homem, microcosmo,
e do Universo, macrocosmo.
A Estrela de Cinco Pontas, com a ponta para cima, representa o homem em
sua espiritualidade, pois, nela se inscreve uma figura humana, com a cabeça
ocupando a ponta superior e os membros superiores e inferiores ocupando as
demais pontas. Ela também pode representar o planeta Vênus.
O homem deve buscar as suas próprias “medidas” para encontrar na sua
“construção”, o Universo.

Proporções humanas, de Vitruvius (na época, desenhar o homem perfeito, era


um grande desafio):
Face, do queixo ao topo da testa - 1/10 da altura do corpo;
Palma da mão, do pulso ao topo do dedo médio - 1/10 da altura do corpo;
Cabeça, do queixo ao topo - 1/8 da altura do corpo;
Base do pescoço às raízes do cabelo - 1/6 da altura do corpo;
Meio do peito ao topo da cabeça - 1/4 da altura do corpo;
Pé - 1/6 da altura do corpo;
Largura do peito - 1/4 da altura do corpo;
Largura da palma da mão - quatro dedos;
Largura dos braços abertos - altura do corpo;
Umbigo - centro exato do corpo;
Base do queixo à base das narinas - 1/3 da face;
Nariz, da base às sobrancelhas - 1/3 da face;
Orelha - 1/3 da face;
Testa - 1/3 da face.
O Homem Vitruviano, é arte em harmonia e proporção geométrica ideal, e
simboliza o Infinito (o círculo) equilibrado sobre os quatro elementos da
natureza: fogo, terra, ar e água (o quadrado), tendo o ser humano como
medida.
Há mais de oitenta manuscritos sobre o “Da Arquitetura”, porém, poucos
apresentam as ilustrações originais executadas pelo próprio Vitrúvio. Durante
a Idade Média, Vitruvius ficou um pouco esquecido, pois os arquitetos não
possuíam formação acadêmica, sendo a arquitetura considerada mais como
artesanato, que deveria ser aprendida na prática. A mais importante influência
deixada por Vitrúvio para a Idade Média é o estudo e descrição da
Arquitetura.

Apêndice 2

HIPNOSE ERICKSONIANA
Uma vez perguntaram a Buda como ele fez para andar dois mil quilômetros.
Ele respondeu que bastou dar o primeiro passo, os outros vieram a seguir, um
depois do outro...

A hipnose moderna, ou hipnose ericksoniana, foi criada pelo Dr. Milton


Erickson, famoso psiquiatra norte-americano (1901-1980), considerado o avô
da Programação Neurolingüística, criada por John Grinder e Richard
Bandler.Grinder e Bandler procuraram a essência da mudança nos melhores
mestres que puderam encontrar. Por sua habilidade e crescente reputação,
rapidamente conseguiram ser apresentados a alguns dos maiores exemplos de
excelência humana do mundo, incluindo o Dr. Milton H. Erickson, M.D.,
fundador da “Sociedade Americana de Hipnose Clínica”, e amplamente
reconhecido como o mais notável médico hipnoterapeuta do mundo.
Na década de 70, o Dr. Erickson já era muito conhecido entre os profissionais
da medicina e era até assunto de vários livros, mas poucos alunos seus
conseguiam reproduzir seu trabalho ou repetir seus resultados. Dr.
Erickson freqüentemente era chamado de “curandeiro ferido”, visto que
muitos colegas seus achavam que seus sofrimentos pessoais eram
responsáveis por ele ter se tornado um terapeuta habilidoso e famoso
mundialmente.
A hipnose é um estado de atenção focalizada (em alguma coisa) da mente
consciente e que produz uma dissociação da mente inconsciente. A hipnose
acontece pela interação das duas partes.
Segundo Erickson, mente consciente “é a parte que permite ter crítica. Ter a
habilidade de analisar, fazer julgamentos. É a parte racional. É a parte limitada
da mente.”. Mente inconsciente “é o reservatório de todas as experiências
adquiridas. Experiências pessoais, aprendizados, as funções automáticas, etc..
É uma mente sábia, não rígida nem analítica e tão pouco limitada. É capaz de
interpretações simbólicas e tem tendência a uma visão global. Carrega os
recursos para as mudanças.”
Através da hipnose, é possível dissociar estas duas partes, para acessar os
recursos sábios do inconsciente, reintegrando-as a seguir.
Erickson ensinou, que sugestibilidade é uma abertura para aceitar novas
idéias, novas informações. À medida que esta informação vai sendo adquirida,
ela pode alterar a experiência da pessoa – e, este processo é feito através da
mente inconsciente.
O modelo da hipnose moderna, naturalista, tem maior eficácia quanto a
sugestibilidade e à suscetibilidade hipnótica – isto é, o grau em que uma
pessoa é hipnotizável:
Critérios de Hipersman:
- Transe leve – habilidade para sugestões pós-hipnóticas simples;
- Transe médio – a sugestibilidade é maior no transe médio;
- Transe profundo – habilidade para manter o transe com os olhos abertos;
- Transe pleno ou estuporoso – marcado por respostas orgânicas lentas e
quase completa inibição da atividade espontânea.

Sinais Típicos de Transe – “Hipnose Centrada na Solução de Problemas” –


William H. Hanlon e Michael Martin – Editora Psy:
Podem acontecer um ou mais sinais:
- Paralisação dos músculos faciais;
- Mudança da tonalidade da pele;
- Imobilidade;
- Diminuição dos movimentos de orientação;
- Catalepsia (enrijecimento) de um dos membros do corpo;
- Mudança na deglutição e no piscar dos olhos;
- Alteração da pulsação e da respiração;
- Comportamento motor autônomo (espasmos musculares);
- Olhar longínquo;
- Olhar fixo;
- Mudança no tom de voz;
- Demora para reagir a um estímulo;
- Perseverança na reação;
- Literalismo;
- Dissociação;
- Relaxamento dos músculos.

O método de hipnose criado por Erickson, consiste em fazer um tipo exclusivo


de transe para cada cliente. É baseado, numa linguagem de fácil acesso a cada
um, a linguagem dele mesmo, através de sugestões indiretas.
Ele fazia um tipo de sinergismo, ou princípio de semelhança, como na
homeopatia. Ele aceitava e utilizava a situação em que se encontrava o
indivíduo. Assim, o cliente conduzia sua própria cura.
As mudanças ocorridas serão mérito do indivíduo e não do terapeuta.

HIPNOSE
Um dos temores mais comum é que o terapeuta mantenha o cliente sob seu
poder, transformando-o em autômato.
Nada pode estar mais distante da verdade. Não se entra num transe a não ser
que se queira, o que faz de toda hipnose uma auto-hipnose. O terapeuta é tão
somente um instrutor, um profissional que sabe provocar o transe hipnótico.
De uma maneira geral, ninguém pode ser forçado a fazer sob transe hipnótico
algo que não faria em condições de vigília. Muitas pessoas pensam que a
hipnose é perda de consciência e que não se lembrarão do que aconteceu
quando estavam em transe. Mais uma vez, estão equivocados - a hipnose é um
estado intensificado de concentração e relaxamento. É um estado alterado de
consciência extremamente repousante e tranqüilo.
A maioria dos clientes hipnotizados fica bem consciente do que ocorre ao seu
redor na sala, a não ser que aceite a sugestão de não prestar atenção no
ambiente. De certo modo, a hipnose é um estado de percepção intensificada de
sentimentos e processos interiores.
Uma das reações mais comum em pessoas saídas do estado de hipnose é a de
não saberem se realmente foram hipnotizadas ou não. Elas esperam algo
bizarro, algo mágico, quando simplesmente se trata de um estado de
relaxamento que focaliza estímulos internos.
Não há nada de perigoso em relação à hipnose. De fato, é um dos
procedimentos mais seguros no processo terapêutico.
Quando o cliente é hipnotizado e submete-se a uma regressão, uma parte dele
está completamente consciente de que se encontra no presente. Ao mesmo
tempo, outra parte se acha convencida de que está no passado. É uma
experiência que pode ser muito convincente.
A lógica do transe é um dos sinais do transe profundo. Aqui estão os sinais da
hipnose que podem ser vivenciados. Não há necessidade de todas essas
sensações.
Sensações Internas:
- Uma sensação tão profunda de relaxamento que não se sente vontade de
fazer nenhum esforço;
- Sensação de peso, especialmente nos braços e nas pernas;
- Sensação de entorpecimento, formigamento ou insensibilidade nos pés ou
nas mãos;
- Sensação de estar flutuando;
- Sensação de estar separado do ambiente de tal modo que os arredores
parecem distantes.

Percepções externas:
- Paralisação dos músculos faciais;
- Mudança de tonalidade da pele;
- Imobilidade;
- Alteração da pulsação e da respiração;
- Mudança no tom de voz;
- Relaxamento dos músculos;
- Mudança na temperatura das mãos;
- Tremor nas pálpebras;
- Aumento do lacrimejamento;
- Avermelhamento dos olhos;
- Olhos voltados para cima (em algumas pessoas);
- Levitação dos braços.

HIPNOSE CLÁSSICA E HIPNOSE ERICKSONIANA

Toda concentração, foco num tema específico, provoca um estado alterado de


consciência (estados alfa e teta) que, pode ser chamado de transe. O estado de
transe é a porta de acesso aos registros inconscientes.
O conceito de hipnose não é unânime. De acordo com o dicionário “Aurélio”,
hipnose é o “estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e
no qual o indivíduo continua capaz de obedecer às sugestões feitas pelo
hipnotizador”.
Segundo a “American Psycological Association”, numa definição publicada
em 1993, a “hipnose é um procedimento, durante o qual um pesquisador ou
profissional da saúde, sugere que um cliente, paciente ou indivíduo,
experimente mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou
comportamentos”.
Entre os conceitos já aceitos, hipnose é “um estado natural de consciência,
diferente do estado de vigília”.
O “estado hipnótico”, sempre existiu (estado hipnótico é diferente de indução
hipnótica formal). Sociedades primitivas já usavam tambores para induzir
(sem saber), um estado de transe. Outros exemplos são a imposição das mãos
para curas no tempo de Cristo e o toque real, na Idade Média (acreditava-se
que o monarca, tinha o poder de cura, pela imposição das mãos. O rei
Eduardo, 1066, o confessor da Inglaterra foi quem introduziu o toque real –
através do toque na cabeça dos doentes, conseguia a melhora dos sintomas –
sugestão). No oriente o ioga é outra forma de hipnose. Os sacerdotes gregos e
egípcios usavam a hipnose há dois mil anos atrás, no tratamento de várias
doenças.
Hipnose clássica:

- Século XXX a.C.:


No Egito, os sacerdotes induziam certo tipo de estado hipnótico nos
“Templos do Sono”.

- Século XVIII a.C.:


Na China, sacerdotes induziam um transe, para buscar a aproximação entre os
pacientes e seus antepassados.

- Mitologia grega:
Filho de Apolo e Coronis, Asclépius aprendeu com o centauro Quíron, um
tipo de sono especial que, curava as pessoas.

- Século XI:
Avicena (Abu Ali al-Husayn ibn Sina, 980 – 1037), sábio, filósofo e médico
iraniano, acreditava que a imaginação era capaz de adoecer e de curar pessoas.

- Século XVI:
Paracelso (Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim –
1493- 1541), médico naturalista, pai da medicina hermética, acreditava na
influência magnética das estrelas na cura das pessoas doentes. Confeccionava
talismãs com inscrições planetárias e zodiacais. Acreditava que o ser humano
tinha uma “força interior”. Introduziu o imã como elemento de cura
(magnetos).

- Século XVIII em diante:


- Franz Anton Mesmer (1734- 1815), foi considerado o pai da fase científica
da hipnose. A história moderna da hipnose começou com ele. Mesmer
trabalhava com o sacerdote jesuíta, Maximilian Hell, que era astrônomo real
em Viena. Eles usavam ímãs no tratamento de vários casos de histeria.
Mesmer acreditava que as curas eram produzidas pela redistribuição de algum
tipo de fluido, que ele chamou de “magnetismo animal”.
Mais tarde, Mesmer passou a dizer que ele possuía forças especiais e que seus
pacientes eram curados quando raios magnéticos fluíam de seus dedos. Em
1778, mudou-se para Paris. Em 1784, foi investigado por uma comissão
(Benjamin Franklin, Lavoisier, Dr. Guilhotin, etc.), que chegou à conclusão
que as “curas” de Mesmer eram resultado da imaginação dos pacientes e,
denunciaram Mesmer por fraude.
O fato é que, mesmo desacreditado, Mesmer lançou as bases que
fundamentaram a psiquiatria dinâmica moderna e, suas pesquisas levaram a
um melhor entendimento das relações entre sugestão hipnótica e a
psicoterapia. Desprestigiado e, abandonado, foi para a Suíça. Morreu em
Meesburg, em 1815.

- Marquês de Puységur (1751- 1825) – Discípulo de Mesmer. Descobre o


sonambulismo artificial. Deixa vários discípulos, entre eles, o padre José
Custódio de Faria, o Abade Faria.

- Abade Faria (1755- 1819) – Estudou a fundo o hipnotismo e, concluiu que


não havia influência fluídica na obtenção dos fenômenos hipnóticos.

- John Elliotson (1825- 1893) – Professor de medicina em Londres – em


1838, inventou o estetoscópio. Seguiu as idéias de Mesmer. Foi interditado
pela prática do mesmerismo.

- James Braid (1795- 1860)- Médico inglês. Em 1841, desenvolveu a técnica


de fixação visual para a indução de estados de relaxamento e chamou-a de
“hipnose”. Ele pensava que a hipnose era idêntica ao sono, “hypnos”, em
grego.

- James Esdaile (1845- )- Cirurgião escocês. Trabalhou nas florestas da


Índia, fazendo cirurgias em nativos, usando anestesia mesmérica –
amputações de pernas, remoção de tumores de próstata, etc. Os casos foram
documentados. Mesmo assim, quando voltou à Inglaterra foi ridicularizado e
esquecido.

- Ambroise- Auguste Liebault (1823- 1904) – França, e Bernheim (1840-


1904), trataram cerca de dez mil pacientes com hipnose (1886).

- Jean Martin Charcot (1825- 1893)- França. Discordou das idéias de


Bernheim e Libault, de que a sugestão era um fator importante na hipnose.
Charcot afirmava que era apenas outra forma de manifestação da histeria.
Charcot retomou a teoria de Mesmer sobre o magnetismo animal. Com o
tempo, a história foi provando que Charcot estava errado e Bernheim e
Liebault certos.

- Ivan Pavlov (1849- 1936) – Médico russo que, definiu o transe como um
“sono incompleto”, causado por sugestões hipnóticas. Estas sugestões
provocariam uma excitação em algumas partes do córtex cerebral e
inibição em outras partes. Criador da indução reflexológica.

- Pierre Janet (1849- 1947)- Francês que descreveu o transe como uma
dissociação. Introduziu o termo subconsciente para diferenciar do
inconsciente.

- Sigmund Freud (1856- 1939) – Interessou-se pelo trabalho de Bernheim e


Liebault. Porém, posteriormente, rejeitou a hipnose, por considerá-la
“superficial”. Isso atrasou o seu desenvolvimento em, pelo menos,
cinqüenta anos.

- Ernest Simmel (1918) - Psicanalista alemão. Tratou soldados com neurose


de guerra (Primeira Guerra Mundial) com hipnose e, chamou a técnica de
hipnoanálise. Ele juntou à hipnose técnicas psicodinâmicas.

- Hadfield e Horsley e mais tarde Grinver e Spiegel- durante a Segunda


Guerra Mundial, de 1939 a 1945, usaram barbitúricos para induzir um
estado de hipnose medicamentosa (narcossíntese), com o objetivo de trazer
à tona o material traumático.

A fusão da hipnose com a psicanálise foi um dos mais importantes avanços


médicos decorrentes da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Hipnose moderna ou ericksoniana:


- Milton Erickson (1901- 1980) – Psiquiatra norte-americano. Ele é
considerado o pai da hipnose médica moderna. Erickson criou uma nova
abordagem, baseada no resgate dos recursos internos do paciente. O seu
método consistia em utilizar aquilo que o paciente trazia em si, como algo
de mais forte, mais do que analisar ou dar ênfase às suas fragilidades. Ao
contrário da hipnose clássica, onde o hipnotizador tinha o poder de
sugestionar o paciente passivo e dominado em sua vontade, Erickson
desenvolveu um método em que usava os próprios recursos do paciente,
deixando que as coisas acontecessem naturalmente. Seu método é
considerado naturalista.
De acordo com Milton Erickson, hipnose é a “suscetibilidade ampliada para
a sugestão, tendo como efeito uma alteração das capacidades sensoriais e
motoras para iniciar um comportamento apropriado”.
Erickson percebeu a natureza multidimensional do transe, que se modifica
experiencialmente de pessoa para pessoa. “Deve-se reconhecer que uma
descrição, não importa quão precisa ou completa seja, não irá substituir uma
experiência real, nem tão pouco poderá ser aplicável a todos os
pacientes .”(Milton Erickson). Erickson não usava nenhuma indução clássica
mas sim uma indução especial e única para cada paciente, fazendo com que, o
paciente se tornasse seu próprio indutor.

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- Programação Neurolingüística:

- Andreas, Connirae e Andreas, Steve - “A Essência da Mente” - São Paulo,


Editora Summus, 1993;
-Andreas, Steve e Faulkner, Charles - “A Nova Tecnologia do Sucesso” - Rio
de Janeiro, Editora Campus, 1995;
- Bandler, Richard - “Usando Sua Mente” - São Paulo, Editora Summus,
1987;
- Bandler, Richard e Grinder, John - “Sapos Em Príncipes” - São Paulo,
Editora Summus, 1982;
- Chung, Tom - “Qualidade Começa em Mim” - São Paulo, Editora Maltese,
1994;
- O’ Connor, Joseph e Seymour, John - “Introdução À Programação
Neurolingüística” - São Paulo, Editora Summus, 1995;
- Robbins, Anthony - “O Poder Sem Limites” - São Paulo, Editora Best Seller,
1987;
- Spritzer, Nelson - “O Novo Cérebro” - Porto Alegre, Editora L&PM, 1996;

- Outros:

- Blainey, Geoffrey - “Uma Breve História do Mundo” - São Paulo, Editora


Fundamento Educacional, 2008;
- Bontempo, Márcio - “A Sociedade Planetária” - São Paulo, Editora Best
Seller, 2000;
- Ferguson, Marilyn - “A Conspiração Aquariana” - Rio de Janeiro, Editora
Nova Era, 1997;
- Mailer, Norman - “Noites Antigas” - Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira,
1983;
- Morris, Desmond - “O Macaco Nu” - São Paulo, Editora Círculo do Livro,
1975;
- Muck, Otto - “O Fim da Atlântida” - São Paulo, Edições Melhoramentos,
1978;
- Sagan, Carl - “Os Dragões do Éden” - São Paulo, Círculo do Livro, 1977;
- Santos, Horta - “O Tempo e a Mente - O Universo Inteligente” - Rio de
Janeiro, Editora Nova Era, 1998;
- Watson, Lyall - “O Macaco Onívoro” - Rio de Janeiro, Editora Expressão e
Cultura, 1974;
- Sitchin, Zecharia – “A Escada para o Céu” – São Paulo, Editora Best Seller,
2002;
- Wenger, Win - “Aumente Sua Inteligência” - Rio de Janeiro, Editora Record,
1993;
Martha Follain – CRT 21524 – São Paulo - SP
Currículo resumido:
Bacharel em Direito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro);
Formação Básica em Programação Neurolingüística (PNL) - Clínica Dr. Yuji
Eguchi;
Curso de Introdução à PNL pela Sociedade Brasileira de PNL com Gilberto
Craid Cury (Presidente da Associação Brasileira de PNL);
Formação em PNL - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas;
Formação em PNL - Practitioner pela Quantum Leap do Brasil (ESPNL –
Escola Superior de PNL);
Master Practitioner pelo Instituto de Ciências Neurolingüísticas - North
American Association of Neurolinguistic Programming - Tom Chung;
Cursos Internacionais na Sociedade Brasileira de Programação
Neurolingüística com Steve Andreas;
Treinada por John Grinder (co-criador da PNL) em PNL aplicada ao
atendimento terapêutico, comunicação, metáforas e alta negociação.
Palestrante convidada pela Quantum Leap Inc. para o Seminário Internacional
de John Grinder, “Therapeutic Tools”, por ser considerada uma entre os nove
melhores neurolingüistas brasileiros, por seu trabalho inovador e criativo:
“PNL e Teatro Interativo-: Crescimento no Processo Terapêutico” - 1996 -
São Paulo;
Curso “Introdução ao Pensamento de Wilhelm Reich - da Psicanálise à
Orgonomia”-Associação Wilhelm Reich do Brasil;
Hipnoterapeuta com Formação em Hipnose Clínica – Clínica Insight;
Formação em Hipnoterapia Ericksoniana - Espaço EF - Terapias Alternativas
e Holísticas;
Curso “EMDR (“Eye Movement Desensitization and Reprocessing”) e a Cura
do Trauma” - Núcleo de Estudos do Estresse Pós-Traumático;
Curso "Simbologia Sagrada" - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas;
Curso "Análise de Sonhos" - id;
Curso "Religiões e Seitas" - id;
Curso “Semiótica”; id;
Curso “Transtornos Somatoformes” – id;
Terapeuta de Regressão com Formação em Regressão - atendimento clínico –
Clínica Insight e Curso Avançado em Regressão, no mesmo Instituto;
Curso Internacional de Regressão a Vidas Passadas - Associação Brasileira de
Estudos e Pesquisa em Terapias de Vivências Passadas (ABEP – TVP) - Hans
TenDan;
Professora da Clínica Insight para os Cursos de PNL, com Maria Paula Tonini
por um ano;
Terapeuta Floral de Bach com Formação pela Clinica Insight;
Dois níveis em Formação em Florais de Bach para Uso em Humanos pelo
Instituto Bach;
Formação em Florais de Bach para Uso em Animais pelo Instituto Bach;
Dois níveis de Reiki com a Mestra Independente Maria do Carmo Pessini;
Criadora do “Método de Ensino e Aprendizado de Danças de Salão com
PNL”;
Criadora do “Método de Atendimento Terapêutico a Grupos com Teatro
Interativo e PNL"com os Grupos de Teatro “Teatro Vivo” e “Macaca
Fuscata”;
Formação em Terapia Ortomolecular - Espaço EF - Terapias Alternativas e
Holísticas;
Formação em Fitoterapia Brasileira - Espaço EF - Terapias Alternativas e
Holísticas.;
Formação em Terapia Floral de Minas - Espaço EF - Terapias Alternativas e
Holísticas;
Formação em Terapia de Integração Craniossacral - Espaço EF - Terapias
Alternativas e Holísticas ;
Formação em Cromoterapia - Sílvia Fávero;
Formação em Cristaloterapia - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas;

Formação em Cromoterapia - id;


Formação em Bioeletrografia - id;
Curso de Numerologia Pitagórica para Autoconhecimento - ABRAN -
Associação Brasileira de Numerologia Pitagórica - Rosana Machado;
Formação em Aromaterapia - Alternativa Holística - Grupo Alternativa
Consultoria Ltda;
Formação em Cromoterapia – id;
Formação em Psicoterapia Holística – id;
Consultora da Phytoterápica, Fornecedora e Distribuidora de óleos essenciais
– www.phytoterapica.com.br .
Entrevistas:
- Revista do Pit Bull;
- Revista Pet Shop;
- Revista Bem Estar;
- Revista Mais Atitude;
- Revista Pense Leve;
- Jornal Gazeta do Ipiranga;
- Jornal Magus;
- Jornal da AFEMI (Associação Feminina das Servidoras Públicas do Brasil);
- Jornal 3º Milênio;
- Jornal Vida Integral;
- Jornal Diário da Região – São José do Rio Preto;
- Revista da Folha – Jornal Folha de São Paulo;
- Revista da Hora – Jornal Agora – SP;
- Site www.juntos.com (para Brasil, Venezuela e México);
- Site www.maniapet.com.br
- Site www.anda.jor.br
- Site www.papodepet.com.br
Outras informações
Criadora e articulista do site “Florais e Cia” www.floraisecia.com.br
Criadora dos Grupos:
Proteção dos Direitos dos Animais, Ecologia, Vegetarianismo, Terapias
Holísticas, etc.:
santapaciencia-subscribe@yahoogrupos.com.br
e
macacafuscata@yahoogrupos.com.br
Criadora do Grupo de Debates sobre Terapias Não Convencionais “Santa
Ignorância!”: santaignorancia@yahoogrupos.com.br

E-mails
mfollain@terra.com.br
follain@floraisecia.com.br

Artigos Publicados:
upar.indaiatuba.info
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