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tópico especial

Tema desenvolvido pelo conselho editorial abordando


assuntos de interesse da classe ortodôntica

Utilização e Confecção do
“Bite Block”

As pesquisas e a experiência clínica tem demonstrado que o controle do


componente vertical da má-oclusão é uma das tarefas mais difíceis no
tratamento ortodôntico, e os resultados obtidos menos estáveis.
Desde Angle, com sua tradicional classificação da má-oclusão o componente
ântero-posterior tem sido amplamente analisado e discutido, enquanto o
estudo da dimensão vertical e transversal receberam menor atenção. Porém,
a busca pelo equilíbrio das proporções faciais, levou muitos pesquisadores
a se preocuparem com a relação das proporções faciais nas três dimensões
do espaço, recebendo as displasias verticais uma atenção especial,
principalmente envolvendo o excesso das dimensões do terço inferior fa-
cial.
Na tentativa de controlar este desenvolvimento vertical exagerado, muitos
estudos foram realizados utilizando-se placas de mordida, ou como mais
conhecidos, os “bite blocks”.

Rosely Suguino
Laurindo Zanco Furquim
Adilson Luiz Ramos
Helio Hissashi Terada
Luciane Maeda
Omar Gabriel da Silva Filho

Laurindo Furquim Rosely Suguino

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Gianelly e colaboradores1, em um estudo As adaptações apresentaram-se menos Após esse procedimento foram
histológico em macacos rhesus, evidentes na mandíbula, exceto naqueles confeccionados os "bite blocks" em
observaram os efeitos de um trauma animais submetidos a uma severa cromo cobalto e fixados no arco supe-
oclusal produzido artificialmente sobre abertura de mordida onde notou-se rior de cada animal.
as estruturas da região da junção tempo- reabsorção na região do ângulo goníaco. Os aparelhos foram ajustados de modo
romandibular. O estudo se resumiu na O efeito do aparelho sobre os dentes que ocorresse o máximo contato dos
construção de um bloco de mordida inferiores foi principalmente restrito a dentes posteriores.
maxilar posterior, cujo contato somente uma redução na quantidade de migração Os animais foram totalmente
era possível na região do molar. vertical dos segmentos posteriores. Além documentados com traçados
Observaram mudanças traumáticas na disso, mudanças compensatórias cefalométricos realizados no ínicio, ao fi-
junção temporomandibular, incluindo limitadas retratadas por uma leve nal do período experimental, e como
um achatamento do côndilo mandibular mesialização dos caninos e uma suave controle, associando-se linhas de
e reabsorção na fossa glenóide e ao longo extrusão dos incisivos. referência os implantes e as restaurações
da região posterior da eminência articu- Carlson et al.6 observaram a diminuição realizadas.
lar. do crescimento para baixo da mandíbula, As medidas foram realizadas antes e
Breitner2, observou mudanças na região enquanto que o crescimento anterior imediatamente após a inserção do "bite
craniofacial após a colocação de um aumentou ligeiramente com o uso de block" (FIG 1).
bloco de mordida em macacos, que foi placas para a abertura de mordida. As mudanças esqueléticas observadas, se
ajustado de tal maneira a não produzir Rowe e Carlson7 num estudo similar ao concentraram na alteração da posição da
desarmonia oclusal. Observou a de McNamara examinaram os efeitos do maxila que transladou horizontalmente
ocorrência de adaptações na região aumento da dimensão vertical e alteração com um mínimo de deslocamento vertical
dentoalveolar, incluindo a intrusão dos da postura mandibular sobre o (FIG 2). Durante o período experimental,
dentes posteriores, extrusão dos dentes crescimento da mandíbula. Observaram a maxila foi deslocada em uma direção
anteriores e, em uma situação, alteração que o ângulo goníaco abriu 6,4º como para cima e para frente, nos animais com
nas relações oclusais. Também foram resultado de remodelação durante o "bite block" com espessura de 8mm e
notadas mudanças na junção temporo- período experimental. 12mm.
mandibular na região goníaca e ao longo Quando a postura mandibular foi No período pós tratamento, o crescimento
da borda inferior da mandíbula. restabelecida, o processo se reverteu, o foi novamente em uma direção para frente
McNamara documentou as adaptações ângulo goníaco novamente se tornou mais e para baixo.
craniofaciais que ocorreram na face de agudo com o passar do tempo. Com relação às mudanças dentoalveolares
macacos rhesus (macaca mulata), após Estes resultados sugerem que o maxilares, observou-se que durante o
provocar um aumento da dimensão verti- crescimento mandibular e a remodelação período de controle ocorreu uma pequena
cal em 5 diferentes incrementos (2, 3, 5, podem ser influenciados pela postura migração para frente e para baixo nos
10 e 15 mm), utilizando coroas em ouro vertical mandibular alterada. primeiros molares superiores.
fundido, cimentado no arco superior. Altuna e Woddside8, realizando também Durante o período experimental, os
Foram realizadas radiografias um estudo em macacos, avaliaram os primeiros molares superiores intruíram
cefalométricas antes do período experi- efeitos da instalação de um bloco de em relação ao ínicio.
mental (controle), no início e no final do mordida posterior de várias espessuras, Esta intrusão foi maior no grupo
período experimental. que resultaram em mudanças na posição adolescente e menor nos grupos juvenis,
Os resultados deste estudo indicaram que maxilar e instrusão dentária. Os animais assim como maior no grupo com “bite
qualquer mudança na dimensão vertical utilizados nessa pesquisa foram divididos block” de 8 mm e 12 mm.
da face resulta em adaptações estruturais em 02 grupos (jovens e adolescentes), O movimento mesial dos primeiros
específicas do complexo craniofacial. nos quais foram inseridos implantes molares no grupo com “bite block”de 8
A adaptação mais significante ocorreu na metálicos na maxila, mandíbula, linha mm e 12 mm foi de 01 a 03 vezes maior
região maxilar, onde o deslocamento nor- média do crânio e base craniana, usando- durante o período experimental do que
mal para baixo desta região foi diminuído se os métodos de Björk (1955 e 1970) e durante o período de controle.
e o deslocamento anterior aumentado. McNamara (1972). Além disto, No grupo de 2 mm de espessura o
Foram observados movimentos restaurações de amálgama foram movimento mesial do primeiro molar foi
compensatórios dos dentes na região an- realizadas nos molares superior e infe- proporcionalmente menor.
terior, onde houve um aumento na rior do lado esquerdo. Durante o período de pós-tratamento os
migração vertical dos incisivos superiores, Realizou-se, então, as moldagens e a primeiros molares permanentes foram
numa tentativa, talvez, de se fechar a obtenção dos registros em cera com mais intruídos que no período controle.
mordida aberta criada pelo aparelho. 2mm, 8mm e 12mm de espessura. Os resultados deste estudo mostram que a

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posição maxilar é altamente plástica e comparado ao segmento posterior. influenciar na posição maxilar.
facilmente alterada pelas forças criadas O deslocamento vertical da maxila para Com a inserção de “bite blocks”, com uma
pela inserção do “bite block” de várias cima tem sido relatado em pacientes espessura de 8 mm a 12 mm, incorpora-
espessuras, tanto em animais adolescentes clínicos com colete de Milwalke (Thors se um componente anterior de forças
como jovens. 1964, Alexander 1966) e nos oclusais.
Os animais do grupo com “bite block” de experimentos em animais com “bite Entretanto, no animal com um “bite block”
8 mm e 12 mm apresentam uma translação blocks” (Sergi 1965, McNamara 1977, de 2 mm, a direção das forças oclusais não
anterior da maxila 03 a 06 vezes maior. Hurme 1953). é alterada.
Além disso, o crescimento para baixo da As diferentes respostas do posicionamento Estes resultados mostram que a direção
maxila foi redirecionado para cima de maxilar a diferentes níveis de abertura das forças oclusais é um fator importante
maneira relativa ocorrendo um vertical dos maxilares indicam que a direção na mudança da posição maxilar.
deslocamento maior do segmento anterior da força oclusal transmitida pode Outro resultado interessante deste estudo

Figura 1. Foram realizadas medidas antes e imediatamente após a inserção do “bite block” (tirado
de ALTUNA E WOODSIDE 1985)

Figura 2. As mudanças esqueléticas se concentraram na translação horizontal da maxila, com


pouco deslocamento vertical. (tirado de ALTUNA E WOODSIDE 1985)

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é a importância da distância vertical entre terapia com aparelho funcional. Outra indicação seria nos casos de
os dentes maxilares e as suturas circum- Mais recentemente, alguns estudos foram mordida aberta onde a inibição da
maxilares que são mais próximas aos realizados com o incremento de magnetos erupção dos dentes posteriores e a
primeiros molares em primatas do que em ao “bite block”. extrusão dos incisivos superiores e
humanos, portanto, as forças aplicadas aos Kalra et al9 examinaram os efeitos produ- inferiores é desejável.
dentes superiores são muito mais zidos pelo tratamento do “bite block” com Altuna e Woodside8, relatam que o “bite
diretamente transmitidas às suturas. magnetos repelentes. Relataram aumen- block” é um tipo de aparelho ortodôntico
Por outro lado, de acordo com Björk e to do comprimento mandibular, intrusão funcional que tem sido usado
Skiller (1966), os molares superiores em dentária e uma rotação para cima e para clinicamente na Universidade de Toronto
humanos ao redor dos 13 anos estão frente da mandíbula. Entretanto, outros desde 1962, para reduzir a mordida
aproximadamente 12 à 14 mm mais autores, Kalra e Burstone9, Kiliardis et al10 aberta anterior associada com a altura
distantes da base craniana e das suturas têm observado o desenvolvimento das ântero-inferior da face excessiva.
circum-maxilares do que apresentavam- assimetrias maxilares, resultado do efeito A correção ocorreria pela inibição da
se aos 07 a 08 anos. Assim, pode-se de cisalhamento provocado pela aproxi- erupção dentária do segmento posterior
especular que as chances de afetar as mação dos magnetos, além da tendência gerando rotação para cima e para frente
suturas circum-maxilares podem ser de se procurar conforto numa postura da mandíbula ou uma direção de
melhores em indivíduos mais jovens. que cause menor força. crescimento mandibular mais horizontal.
Outra diferença marcante entre os Portanto, quando se pretende confeccio- A espessura do “bite block” habitualmente
macacos jovens e adolescentes foi com nar o “bite block” com magnetos, torna- excede o espaço livre de 3 mm-4 mm,
relação à intrusão do segmento posterior se importante a adição de extensões late- embora dimensões maiores tenham sido
com o uso do "bite block". rais que evitam os movimentos laterais. usadas no passado.
Os animais jovens mostraram uma Melsen et al11 ao comparar blocos de mor- A sua aplicação clínica, nos casos de Classe
interrupção da erupção dentária e uma dida com e sem magnetos não observa- III, mordida aberta e excesso vertical, têm
intrusão, enquanto os animais ram diferenças estatísticas entre os grupos mostrado resultados satisfatórios.
adolescentes mostraram uma extensa com respeito à reabsorção radicular, en- Os casos em que foi instituído o uso do
intrusão dos dentes posteriores em am- tretanto a força liberada pelos magnetos “bite block” ainda requerem um
bos os arcos. foi maior. A duração pequena do período acompanhamento cefalométrico a longo
Esta diferença entre os dois grupos de de estudo não permitiu estabelecer dife- prazo, para que se possa avaliar melhor
idade foi provavelmente devido a dois renças significativas entre os “bite block” a estabilidade dos resultados obtidos.
fatores: com e sem magnetos, exceto o desenvolvi-
Primeiro, a inibição da erupção em mento de assimetrias8,9.
animais onde os dentes estão As observações e os resultados obtidos
erupcionando rapidamente produz uma das pesquisas realizadas podem ser úteis
relativa intrusão e minimiza a necessidade em algumas situações clínicas, como
de uma real intrusão. relacionado por McNamara, Altuna e
Segundo, as translações maxilares podem Woodside.
ocorrer mais rapidamente em animais McNamara conclui que as modificações
jovens, atenuando a região dentoalveolar observadas com uso do “bite block”
de grandes forças oclusais. poderiam ser efetivas nos casos de Classe
As conclusões mostram que a III com deficiência no complexo
manipulação de dimensão vertical pode maxilar, devido ao aumento do
ser um fator importante na realização de deslocamento para frente do complexo
mudanças oclusais mesiodistais, e isso maxilar, pelo redirecionamento das forças
deve ser levado em consideração na dos músculos da mastigação.

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CONFECÇÃO DO BITE BLOCK

Após a obtenção das moldagens do paciente, confecciona-se os modelos e faz-se a montagem em articulador.
A confecção inicia-se procedendo-se o alívio da região do palato com uma fina camada de cera nº 07 de 1 a 2 mm e, na sequência, isola-se o modelo nas
faces oclusais dos dentes posteriores.
Procede-se o preparo da resina acrílica auto-polimerizável e aplica-se sobre o palato e dentes posteriores, confeccionado-se assim o bloco de acrílico.
Articula-se o modelo inferior, deixando uma espessura aproximada de 3mm para o acrílico.
Em seguida acriliza-se o bite block e realiza-se os desgastes e o polimento necessários.

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INSTALAÇÃO E AJUSTE DO BITE BLOCK

Fig. A Fig. B Fig. C

Fig. D Fig. E

Fig. G

Fig. F Fig. H

Com o Bite block adequadamente confecionado, instala-se o mesmo no paciente verificando a sua adaptação e a altura do bloco de acrílico.
Na figura E observa-se um pequeno espaço entre o palato e o acrílico, o que permite uma incidência de forças somente sobre a região dos dentes
posteriores e não sobre a mucosa palatina.
Na adaptação do aparelho os contatos oclusais deverão ser adaptados, de maneira a ocorrer o maior número de contatos dos dentes posteriores (pré-
molares e molares) (Fig L).
Para isso, utiliza-se uma fita de carbono (Fig F-K) e procede-se os desgastes do acrílico com uma fresa. A cada desgaste (de ambos os lados) verifica-
se a oclusão e os contatos, até que seja obtido o maior número de contatos dos dentes.
Finalizando os ajustes verifica-se a adaptação do bite block quanto à sua estabilidade.
Caso não ocorra uma boa adaptação, torna-se necessário um reembasamento na superfície interna do aparelho ao nível oclusal (Fig. 0-T).
O bite block deverá ser usado em média por 14 horas/dia.

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Fig. I Fig. J Fig. K

Fig. L Fig. M Fig. N

Fig. P Fig. Q

Fig. O

Fig. R Fig. S Fig. T

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EXEMPLO 1

SNA= 80° Co-A= 86mm


SNB=76° Co-Gn=107mm
ANB=4° AFAI=63mm

SN.GoGn=33°

1.PP=115°
IMPA=102°

A paciente L. P., com 9 anos de idade, na fase da dentadura mista, apresentou-se com má oclusão Classe II, mordida aberta anterior e suave mordida
cruzada posterior, com sinais de respiração bucal.
A terapia consistiu inicialmente de uma expansão ortopédica (rápida) da maxila e contenção por 03 meses.

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Após a remoção do disjuntor foi instalado um bite block para correção da mordida aberta.
À medida em que foi ocorrendo a correção da mordida aberta anterior, algumas interferências surgiram, sendo eliminados através de desgastes do acrílico.
O período de tratamento foi em torno de 20 meses, ocorrendo uma melhora considerável no perfil facial e nas relações vertical e oclusal.

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SNA= 80,5° Co-A= 91mm
SNB=78° Co-Gn=115mm
ANB=2,5° AFAI=65mm

SN.GoGn=31°

1.PP=112°
IMPA=99,5°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo de 22 meses). As
superposições foram feitas em S-N, plano maxilar (ENA e ENP) e plano mandibular (sínfise interna
e base da mandíbula), onde o traçado incial apresenta-se em azul e o final em vermelho.

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EXEMPLO 2

SNA= 78° Co-A= 85mm


SNB=75° Co-Gn=115mm
ANB=3° AFAI=69mm

SN.GoGn=41°

1.PP=109°
IMPA=83°

A paciente R. B., com 9 anos de idade, apresentou-se com uma má-oclusão Classe III, com padrão de crescimento vertical.
Devido ao problema ântero-posterior foi instituída uma expansão rápida da maxila, associada à máscara facial para correção da classe III (protração
maxilar).

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Com a correção removeu-se o disjuntor e como contenção foi instalado o aparelho progênico. Esta terapia se prorrogou aproximadamente por 13
meses.

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SNA= 77° Co-A= 87mm
SNB=76° Co-Gn=120mm
ANB=1° AFAI=76mm

SN.GoGn=40°

1.PP=109°
IMPA=81°

Numa etapa subseqüente prosseguiu-se com apenas o bite block (com parafuso) por mais 12 meses, obtendo-se resultados oclusais e faciais
satisfatórios.

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Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo de 28 meses entre
as teles).

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EXEMPLO 3

SNA= 86,5° Co-A= 87mm


SNB=82° Co-Gn=117mm
ANB=4,5° AFAI=60mm

SN.GoGn=27°

1.PP=120°
IMPA=106°

O paciente D.F., com 8 anos de idade apresenta uma suave mordida aberta anterior associada a Classe II.

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Procedeu-se a instalação de bite block, e após dez meses constatou-se melhora na relação vertical, oclusal e facial.

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SNA= 87° Co-A= 90mm
SNB=83° Co-Gn=114mm
ANB=4° AFAI=63mm

SN.GoGn=28°

1.PP=120°
IMPA=99,5°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (observamos que o intervalo
entre as teles foi de 28 meses, embora os resultados clínicos tivessem se manifestando em menos de
1 ano)

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EXEMPLO 4

SNA= 85° Co-A= 87mm


SNB=81° Co-Gn=116mm
ANB=4° AFAI=73mm

SN.GoGn=35°

1.PP=112°
IMPA=99°

O paciente D. S. S., com dez anos, na fase de dentadura mista, apresentou-se com mordida aberta anterior e classe III esquelética.
Inicialmente, a terapia consistiu na instalação de um progênico modificado para correção da relação de Classe III. A duração do tratamento foi de
aproximadamente 12 meses.

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Em seguida, para controle do problema vertical e manutenção da correção da Classe III, associou-se um bite block e um parafuso expansor ao novo
progênico.

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SNA= 86° Co-A= 91mm
SNB=82° Co-Gn=122mm
ANB=4° AFAI=74mm

SN.GoGn=33°

1.PP=111°
IMPA= 100°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block

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EXEMPLO 5

SNA= 77° Co-A= 81mm


SNB=75° Co-Gn=106mm
ANB=2° AFAI=63mm

SN.GoGn=39°

1.PP=112°
IMPA=86°

Como no caso anterior, o paciente J. E. F., com 8


anos de idade apresenta-se com Classe III
esquelética e mordida aberta anterior.
Porém, a displasia ântero-posterior era mais
acentuada e por isso optou-se pela expansão rá-
pida da maxila associada à máscara facial.
Na sequência, utilizou-se o bite block para o con-
trole do problema vertical. A duração do trata-
mento envolvendo todas as fases foi de aproxi-
madamente 28 meses. Após o uso do bite block
observa-se uma leve abertura do segmento pos-
terior, evitando extrusão dentária nesta área.

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SNA= 78° Co-A= 91mm
SNB=76° Co-Gn=118mm
ANB=2° AFAI=68mm

SN.GoGn=39°

1.PP=115°
IMPA=87°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo entre as teles de
32 meses).

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EXEMPLO 6

SNA= 81° Co-A= 86mm


SNB=76° Co-Gn=111mm
ANB=5° AFAI=60mm

SN.GoGn=41°

1.PP=102°
IMPA=86°

A paciente S. Y. T., com 9 anos de idade, apresenta uma Classe II com crescimento vertical e tendência à mordida aberta anterior.
A terapia consistiu apenas no uso do bite block, e os resultados obtidos foram satisfatórios e estáveis.

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REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR VOLUME 2, Nº 1 JANEIRO / FEVEREIRO - 1997 114
SNA= 82° Co-A= 92mm
SNB=79° Co-Gn=122mm
ANB=3° AFAI=71mm

SN.GoGn=38°

1.PP=110°
IMPA=90°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo de 28 meses entre
as teles).

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05 - MCNAMARA JR., J. A. An experimental 08 - ALTUNA, G.; WOODSIDE, D. G. Response
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