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3/5/2009 10:43:05
Florianópolis possui na região do Campeche o maior patrimônio histórico ainda de pé, referente à atuação da
Compagnie Génerale Aéropostale no Brasil, empresa de correio aéreo internacional onde trabalhou o piloto e escritor
francês Antoine de Saint-Exupéry. Uma parceria entre a Prefeitura da Capital e herdeiros do aviador, pretende resgatar
a história da empresa na comunidade e relembrar os laços de amizade estabelecidos entre os pilotos e pescadores
locais. O assunto foi discutido nesta quinta-feira (30), num encontro na sede da Fundação Cultural de Florianópolis
Franklin Cascaes (FCFFC), com a presença de François D’Agay, presidente da Succession Saint-Exupéry e sobrinho do
piloto. A entidade é responsável mundialmente pelos direitos autorais do escritor, que ficou famoso pelos livros “O
Pequeno Príncipe” e "Vôo Noturno".
Participaram da reunião o Superintendente da FCFFC, Rodolfo Pinto da Luz, secretários municipais José Carlos Rauen
(Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente) e Adriano Zanotto (Gabinete), além de Getúlio Inácio – filho de Rafael
Inácio, o “seo” Deca, um dos pescadores com quem o escritor francês manteve contato em sua passagem pela Ilha –,
e Mônica Cristina Corrêa, que coordena o projeto cultural “De Saint-Exupéry a Zeperri”. O encontro contou ainda com a
presença de técnicos da FCFFC e de arquitetas envolvidas no projeto de resgate desse patrimônio.
Espaço Permanente
Chancelado pelo comissariado do Ano da França no Brasil (2009), o projeto cultural “De Saint-Exupéry a Zeperri”
abrange o restauro do casarão dos pilotos da Aéropostale, que fundida com outras empresas, resultou anos mais tarde
na atual companhia de aviação Air France.
Fundada em 1919, a companhia francesa estabeleceu-se na década de 1920 no Brasil com o serviço de correio aéreo
internacional. Entre as cidades brasileiras, havia escalas em Florianópolis, na região do Campeche, onde havia o
aeródromo e pistas de pouso. No local foi erguido um casarão, que os pescadores chamavam de “popote”, onde os
pilotos pernoitavam e faziam as refeições. A casa ainda está de pé até hoje, ao contrário de construções similares
erguidas em outras cidades brasileiras onde a companhia francesa fazia escalas, como Natal e Rio de Janeiro.
A proposta é restaurar o prédio, situado na Avenida Pequeno Príncipe, na praia do Campeche, com patrocínio da
Tractebel Energia, e transformá-lo num memorial para preservar a história dos pescadores e dos pilotos, recebendo,
inclusive, exposições doadas pela França. A iniciativa é coordenada pela pesquisadora Mônica Cristina Corrêa, doutora
em língua e literatura francesa pela Universidade de São Paulo (USP).
O projeto de restauração – que já está pronto – contempla a adequação do antigo casarão dos pilotos franceses,
transformando-o num espaço cultural, administrado pela Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC).
O local vai abrigar exposições e atividades de uso comunitário, contando com salas para cursos, palestras, exibição de
filmes, reuniões de moradores, entre outras promoções da comunidade. A meta é conseguir é que a obra seja
concluída ainda em 2009. Ainda integra o projeto a elaboração de um filme-documentário com o mesmo título, cuja
primeira parte realizou-se em novembro de 2008, na França. Ambos serão viabilizados pela Lei Rouanet e contam com
o apoio da Air France.
Exposição e missa
François d’Agay fica em Florianópolis até domingo (3/05) cumprindo uma agenda de compromissos, que inclui ainda
visita à exposição “De Saint-Exupéry a Zeperri”, no Centro Cultural Bento Silvério, na Lagoa da Conceição. Nesta
sexta-feira (1º/05), às 10h, ele participa de uma missa de abertura da pesca da tainha, no rancho dos pescadores da
praia do Campeche, com a presença do ministro da Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca (Seap), Altemir
Gregolin, e autoridades. No sábado (2/05),participa da abertura da exposição “Pequeno Príncipe e Zeperri”, no Floripa
Shopping, seguida de pequena conferência e autógrafos.
Nascido em 1925, François D’Agay conviveu por quase vinte anos com o tio – piloto e escritor –, até 1944, quando
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Parceria pretende resgatar história da aviação francesa em Florianópolis... http://www.belasantacatarina.com.br/noticias/2009/05/03/Parceria-pre...
morreu. Ano passado, o francês esteve na cidade para conhecer Getúlio Inácio, filho de Rafael Inácio, o “seo” Deca,
pescador com quem o piloto teve contato na Ilha de Santa Catarina, e os locais por onde o viajante passou. Na
ocasião, ele conversou com leitores de Saint-Exupéry em uma livraria e prestigiou a mesma exposição que abria no
Museu Histórico de Santa Catarina – Museu Palácio Cruz e Sousa.
Contatos:
Mônica Cristina Corrêa, pelo telefone (48) 9629-5606
monicris@uol.com.br.
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