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Em Geriatria as doenças cardiovasculares ocupam um lugar de grande
destaque pela frequência com que se exibem, constituindo, hoje, a maior causa
da mortalidade nos indivíduos de 65 anos.
O Professor Magalhães Gomes já afirmava: ³As alterações anatômicas
que a senectude provoca no aparelho circulatório são bem
conhecidas: c 
c ! " ! #" !$ "   " % & ! $
 "   &    '#! !  c $
principalmenteno septo interauricolar, o que talvez tenha importância para
explicar a frequência dos distúrbios do ritmosupraventricular no velho´.
A valorização clínica dos pacientes idosos torna -se por vezes difícil por
vários fatores:
a) - A anamnese é frequentemente inatendível por confusão mental,
perda de memória e demência senil;
b) - O exame físico penoso, não satisfatório por falta de colaboração
do paciente;
c) - Os exames complementares (RX, eletro, fono e ecocardiograma)
são de má qualidade pela presença de tremores musculares e a não
cooperação do doente.
São as seguintes as principais patologias cardíacas no idoso:

I± &  ! -De grande importância é o estudo da amiloidose,


tipo especial encontrado no geronte depois dos 70/75 anos de idade, bem
estudada após o advento das técnicas de microscopia fluorescente.
Verificou-se que depois dos 75 anos de idade há depósito maciço de
amiloide em 4 regiões específicas:  ! !& (!  (nos
processos degenerativos e na doença de Alzheimer);   !
(!! (acompanhando as placas de aterosclerose);! )! 
c)! (talvez seja essa uma causa de hiperglicemia com glicosúria
nos velhos, importante para se reequilibrar a insuf iciência cardíaca desses
pacientes) e ')!' # 
Em consequência disto, pode-se dizer que o velho é um   (* 
*c : HÁ UMA RIGIDEZ RENAL (tem deficiência de circulação renal, com
fração de filtração glomerular reduzida a 50%); sua funçã o tiroidiana diminuída;
sua capacidade de adaptação circulatória é profundamente comprometida.
Ele não tem uma capacidade de adaptação às condições normais do
ambiente e, principalmente, quando é solicitado por uma determinada
enfermidade, tem um aparelho circulatório rígido, incapaz de se adaptar às
condições variáveis da vida diária. Essa é uma característica relevante
dacirculação nos idosos.

II ±    ± Como uma decorrência do que se


chama  , as lesões orovalvulares no velho são produzidas
por uma deposição de cálcio na (  # , NA & , nas
+ !  !e no !,  " %!   A
calcificação atinge o septo interventricular e provoca os distúrbiosde condução
freqüentes nos velhos.
A -   ./0 /
 1- manifesta-se por um sopro diastólico na
base do coração. O processo progride, levando à estenose aórtica calcificada
que, em fase avançada, determina perturbações hemodinâmicas que são
clássicas.
A - -2-3 . 4  tem certa predileção pela mulher, mas se
encontra também no homem; é importante porque determina, via de regra, o
aparecimento do sopro sistólicona ponta. O clínico menos avisado fica
alarmado, pois geralmente o sopro sistólico intenso, com propagação para a
axila, mas muito bem suportado pelos velhos uma vez que não há grande
perturbação hemodinâmica. Todavia, a lesão pode complicar -se quando o
ventrículo vai sendo fechado e aparece um ruflar diastólico, o que é perigoso
por ser essa válvula sede de localização de endocardite bacteriana.
Outra alteração importante no velho é o    .  $ que se
caracteriza por um grande soprosistólico na ponta, que vai aumentando
progressivamente e pode levar a uma insuficiência mitral. É perigosa porque
pode romper uma cordoalha tendinosa, provocando hipertensão da circulação
pulmonar e levando a edema agudo do pulmão.

III ±   %  ± Complicação também frequente


no velho é a 4. -.  5- 4$ que se localiza na mitral e na válvula
aórtica calcificada. Os quadros de endocardite bacteriana no velho são
traiçoeiros, pois muitas vezes ele não tem grandes queixas e sua insuficiência
cardíaca não se apresenta como no adulto jovem. Na endocardite bacteriana,
quando o foco infeccioso está na válvula aórtica, há fundamen talmente astenia
inexplicável (pela queda do débito), depois palidez e uma
tossezinhaimpertinente. Toma xarope e a tosse não cede e quando
administramos um pouco de digital ela vai embora.
Também traiçoeira é a endocardite bacteriana que se inserta na mit ral; o
velho emagrece, fica pálido, anêmico, há febrícula que passa despercebida; o
médico está acostumado a encontrar aquele sopro sistólico na ponta, não dá
valor, mas sobre ele já se insertou a lesão. Felizmente hoje já se faz um
diagnóstico segurode endocardite através da ecocardiografia.
O surgimento de endocardite bacteriana é facilitado pelo uso
indiscriminado de antibióticos e pelo tratamento com anticancerígenos, que
diminuem a resistência e os germes oportunistas invadem o indivíduo. Também
problemas dentários e manobras urológicas podem favorecer o aparecimento
da endocardite.
Se não for diagnosticada, vamos ver o idoso definhando, com febrícula à
noite, ou mesmo sem febre e, de repente hámanifestação embólica,
catastrófica para o cérebro, hemiplegia e morte.
Em Geriatria as doenças cardiovasculares ocupam um lugar de grande
destaque pela frequência com que se exibem, constituindo, hoje, a maior causa
de mortalidade nos idosos acima de 65 anos.

IV ± ! "  6  * -A 4


2-74- . - , por sua
vez, distingue-se como uma síndrome de grande importância, sendo
manifestação não só oriunda do aparelho cardiovascular, mas também de
outros órgãos, devendo sua etiologia ser criteriosamente investigada.
As sombrias perspectivas de sobrevida após a instalação de um quadro
de insuficiência cardíaca, com estudos publicados exibindo uma mortalidade de
50% em cinco anos, nos indivíduos do sexo masculino, determinam a
importância do reconhecimento e tratamento da .
No caso específico de pacientes geriátricos, a maior causa do
aparecimento de IC é a insuficiência coronariana, enquanto que nos indivíduos
mais jovens a hipertensão arterial é o fator desencadeante em cerca de 75%
dos casos. Em vários estudos, os autores evidenciaram doenças subjacentes
crônicas associadas em mais da metade dos casos de insuficiência cardíaca.
No tratamento da IC é necessário levar-se em conta o fato de que o
quadro de IC não é um diagnóstico etiológico, devendo,portanto, ser
determinada a doença desencadeante de ssa síndrome, proporcionando
subsídios para a objetividade do tratamento, inclusive patologias cirúrgicas
passíveis de correção definitiva, antes de danos miocárdicos e/ou de circulação
pulmonar irreversíveis. Como sempre, em Medicina, é preciso que se encare o
paciente como um todo, onde rigorosamente quaisquer distúrbios orgânicos
devem ser corrigidos, principalmente no paciente idoso, caracterizado por
polipatologias.
Entre as causas mais freqüentes precipitantes destacamos: INFECÇÕES;
ANEMIAS COM HEMOGLOBINA ABAIXO DE 7g%; EMBOLIA PULMONAR;
HIPOTIREODISMO;HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA; INSUFICIÊNCIA
CORONARIANA (esta última com destacada importância em Geriatria);
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (principalmente no idoso diabético);
ARRITMIAS (taquiarritmias e BAV); ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL DE
LÍQUIDOS EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO RENAL; CERTOS
MEDICAMENTOS, COMO CORTICÓIDES, QUE DETERMINAM RETENÇÃO
DE SÓDIO; ANTIARRÍTMICOS (como quinidina e propranolol, que deprimem a
função miocárdica); OBSTRUÇÃO URINÁRIA (principalmente no idoso), por
hipertrofia de próstata.
A IC é uma síndrome na qual o coração se torna incapaz de fornecer
sangue aoorganismo em quantidade que atenda àsdemandas metabólicas, em
repouso e nas atividades habituais. É um complexo estado fisiopat ológico de
origens diversas, tornando-se fundamentala determinação de sua causa.
A IC é chamada COMPENSADA quando o débito cardíaco (DC) ainda é
mantido pelos mecanismos ventriculares de adaptação que envolvem, em
geral, congestão a montante. É chamada DE SCOMPENSADA quando os
mecanismos de compensação não conseguem manter o DC, instalando -se um
estado de baixo débito sistêmico. Esse estado instala -se como manifestação
clínica final de deterioração da função cardíaca e resulta deuma deficiência
primária das unidades contráteis miocárdicas,de uma anormalidade mecânica
ou da combinação de ambas. A IC determina alteração da função de outros
órgãos como rins e fígado.
Teoricamente, um quadro de IC poderia instalar -se em um coração
normal, num indivíduo submetid o a intenso exercício físico, só não ocorrendo
porque a fadiga e a dispneia limitam o esforço.

" ! 'c  ± Fundamentalmente a IC é desencadeada por três


(03) mecanismos básicos:
a) ± Distúrbio da contractilidade miocárdica (MIOCARDIOPATIAS EM
GERAL);
b) ± Redução da pré-carga (que é a tensão ou ³stress´ que sofre a
parede do ventrículo durante a diástole e resulta do aumento do comprimento
da fibra cardíaca, sendo essa tensão máxima ao fim da diástole, causada por
ESTENOSE MITRAL, TAQUIARRITMIAS, PERICARDITE CONSTRITIVA).
c) - Aumento da Pós-Carga, entendendo-se por pós-carga a tensão ou
força desenvolvida na parede do ventrículo, após o início do encurtamento da
fibra cardíaca, que pode ser causado por dois (02) mecanismos:

I ± por resistência (hipert. art., EA.)


II ± por sobrecarga volumétrica (IA, IM)

Via de regra os velhos são indivíduos com cardiopatia isquêmica, que


entram em IC, com sintomatologia sorrateira e é preciso saber o seguinte: O
IDOSO INTOXICA-SE FACILMENTE COM DIGITAL. Uma dose diária de 250
mg de Digoxina vai seguramente intoxicá -lo porque ele não elimina, uma vez
que tem RIGIDEZ RENAL e redução da massa muscular, de modo que as
doses do adulto são tóxicas para o velho.
Inicia-se a digoxina e no fim de 4/5 dias o idoso está inapetente,
vomitando, etc., suspendendo-se o remédio ele fica bem na mesma hora.
Precisamos levar em consideração essa noção de doses no velho.
A pneumonia crônica obstrutiva (que agrava a i nsuf. ventricular
esquerda do idoso) e a anemia podem descompensar a cardiopatia isquêmica.
Às vezes esses velhos têm uma eritrocitose secundária à lesão pulmonar
crônica e se dermos diuréticos de alça ( como furosemida) em alta dose,
hemoconcentramos os idosos, curamos a insuficiência cardíaca, mas os
matamos por trombose cerebral.

V- ) '   !& ± O hipertireoidismo no adulto tem como seu


órgão de choque a órbita (exoftalmia), porém no idoso o órgão de choque é o
coração. O curioso é que as provas de exploração funcional da tiroide são
praticamente normais, pois o velho já vem com uma deficiência da tiroide.
Quando ele começa a fazer o hipertireoidismo, as provas vão ao limite da
normalidade ou ligeiramente acima, desorientando o médico. O idoso tem um
tremorzinho, astenia inexplicável e atividade exagerada, vibração auricular
paroxística e fibrilação auricular crônica. Se entrarmos com medicação
adequada, temos resultados extraordinários. Com pequenas doses de
medicamentos antitiróideos baixamos o pulso que não obedecia à digital.

VI - ) 'c &  ± Outra condição é a hiperglicemia que os


velhos apresentam com provas de tolerância à glicose sempre baixas. Parece
que aquele depósito de amilóide nas ilhotas de Langherans, a arteriosclerose,
mais uma deficiência de secreção de insulina, fazem com que esses idosos
tenham sempre uma hiperglicemia com glicosúria e, enquanto estão
hiperglicêmicos, é difícil a compensação. Se normalizarmos a glicemia e
melhorarmos o hipertireoidismo, poderemos dispensar o cardiotônico e até os
diuréticos.
VII -  !! ± Podemos dizer que nos idosos os
grandes setores circulatórios normalmente estão comprometidos. Assim vemos
frequentemente ARTERIOSCLEROSE avançada na bifurcação da carótida,
nas coronárias, nos rins e nos membros inferiores. Geralmente passa
despercebido ao clínico geral que o velho tem ANEURISMA DA AORTA
ABDOMINAL, principalmente em sua situação infrarrenal. Os aneurismas,
mesmo pequenos, podem romper-se subitamente no espaço retro peritoneal, à
esquerda, e o médico é enganado, porque aparece uma crise tipo cólica
nefrética. Quando a ruptura é no duodeno, há hemorragia digestiva
cataclísmica. Outra ruptura perigosa é dentro da veia cava inferior.
Esses aneurismas, pela iminência dessas complicações trágicas, devem
ser operados e os cirurgiões já o fazem admiravelmente.
Finalizando, lembramos que o envelhecimento é um processo lento e
indubitavelmente progressivo de desvio da vida normal, uma vez que todo
indivíduo tem que envelhecer e suas reações orgânicas vão progressivamente
se modificando, principalmente para o lado do aparelho cardiovascular.

(  ± A avaliação clínica dos pacientes idosos torna-se por


vezes difícil por vários fatores:

a) ± a anamnese é frequentemente inatendível por confusão mental,


perda de memória e demência senil;
b) - o exame físico é penoso, não satisfatório por falta de colaboração do
paciente;
c) - os exames complementares (RX, eletro, fono e ecocardiograma)
são de má qualidade pela presença de tremores musculares e não cooperação
do doente.

'6   - Quanto à terapêutica do paciente portador de IC, são


utilizadas as seguintes medidas higiênico/dietético/medicamentosas:

a) ± ' ! ± Visa a reduzir o trabalho cardíaco, restringindo as


necessidades orgânicas metabólicas. Deve ser repouso físico e mental e o
grau de inatividade depende do grau de severidade do quadro de IC, de tal
forma que aqueles agudamente acometidos e que precisam de repouso no
leito, devem ser aconselhados a fazerem exercícios respiratórios e, pelo perigo
potencial de tromboembolismo, serem submetidos à massagem passiva dos
membros inferiores, uso de meias elásticas ou à terapêutica com heparina.
b) ±   ± A administração de sal deve oscilar en tre 2 a 4 gs. diárias,
devendo contudo ser levado em conta o grau de comprometimento cardíaco.
Alguns pacientes respondem bem à limitação de ingestão de sódio. As
refeições devem fornecer um teor calórico adequado, devendo ser à base de
alimentos leves, de fácil digestão e pouco volumosos.
c) ± 8 c6  - Só se torna necessário quando a gasometria arterial
mostrar níveis de saturação arterial de 02 inferiores a 90%.
d) ±  c  ± A administração de digital visa a melhorar o inotropismo
cardíaco. As doses são determinadas de acordo com a resposta do paciente,
não sendo, portanto, as mesmas para todos.
Quando se introduz a terapêutica com digital, é necessário que se
tomem alguns cuidados: realização de ECC que servirá de base para
comparação futura com traçados subsequentes, caso exista suspeita de
intoxicação digitálica; criteriosa avaliação de possível terapêutica anterior com
essa droga; dosagem prévia de ureia, creatina e depuração de creatinina nos
pacientes em que se suspeita existir comprometimento de função renal, pelo
possível prejuízo da excreção de digital, além de maior critério nas doses
empregadas, pelo risco de intoxicação; dosagem de eletrólitos, principalmente
de potássio, sabendo-se que a hipopotassemia predispõe à intoxicação
digitálica.
Outro ponto a ser analisado é a dosagem de digital frente ao paciente
idoso que apresenta menor massa muscular, estando esses indivíduos mais
predispostos à intoxicação digitálica.
É aconselhável ao médico o domínio amplo do manuseio de alguns tipos
dessas drogas, de forma a poder usá -las de maneira segura.
Dentre as drogas digitálicas, as mais amplamente usadas são:
 c8  ± Glicosídio cardíaco mais largamente utilizado por via oral é
em cerca de 70% absorvida no trato gastrointestinal, tendo início d e ação de 15
a 30 minutos, alcançando o pico do efeito em uma a cinco horas. É excretada
em grande parte pelo rim, em seu estado não metabolizado. Entra na
circulação entero-hepática de modo insignificante. Apresenta uma meia vida de
36 horas em indivíduos com função renal normal. A digoxina é filtrada pelos
glomérulos, sendo seu índice de excreção renal diretamente proporcional ao
índice de filtração glomerular, daí o criterioso cuidado quanto à avaliação de
função renal. Ainda é necessário levar -se em conta que os pacientes
geriátricos apresentam diminuição da função renal, inferindo -se que eles estão
mais suscetíveis à intoxicação digitálica. Por ser pouco lipossolúvel, a dose de
digoxina não deve ser aumentada nos pacientes obesos.
 c 8  ± Esse glicosídio é quase completamente absorvido no
trato intestinal, portanto, a administração parenteral é raramente empregada. A
degradação hepática é a maior via de seu metabolismo, não sendo assim, sua
dosagem afetada diretamente pela função renal. A digitoxi na tem uma ação
relativamente longa com meia -vida de 4 a 7 dias, tendo seu início de ação 25 a
12 minutos, com pico de efeito em 4 a 12 horas, sendo metabolizada pelo
fígado e excretada pela bile. Liga -se à albumina sérica e isso, somado ao fato
de ter circulação entero-hepática, explica sua longa vida. A dose inicial é de
0,70 a 1,20 mg., por via oral, e a de manutenção é de 0,1 mg.
!*  ± Por via venosa é a droga digitálica mais utilizada,
tendo início de ação 10 a 30 minutos após a administração, sendo seu pico de
efeito de uma a duas horas após. É excretada pelo rim e possui uma meia -vida
de 33 horas.
A dose dessas drogas é variável entre si e, como já dissemos, de
indivíduo para indivíduo. A dose de digoxina oral inicial é de 1,25 a 1,50 mg,
enquanto que a dose de manutenção é de 0,25 mg a 0,50 mg. A dose de
digitoxina oral inicial é de 0,7 a 1,2 mg. e a dose de manutenção é de 0,1 mg.
A inicial de lanatosídeo, por via venosa, é de 0,80 mg.
A utilização desses cardiotônicos implica em vigilância cuidadosa pelo
risco, bem conhecido, de intoxicação que pode trazer uma série de
complicações. Assim, sintomas gastrintestinais como NÁUSEAS, VÔMITOS,
DIARRÉIA E ANOREXIA devem ser analisados criteriosamente. Os sintomas
neuropsíquicos, como PERCEPÇÃO ALTERADA DE CORES E TONS
VERDE-AVERMELHADOS, VISÃO NUBLADA, FOTOFOBIA, além de
ALUCINAÇÃO, DEPRESSÃO E SONOLÊNCIA, devem ser lembrados. As
ARRITMIAS CARDÍACAS quase sempre constituem a expressão cardiotóxica
inicial da superdosagem digitálica.
e) ±  + ! ± A administração de diuréticos tem por finalidade
promover o aumento da excreção renal de sódio e água e, consequentemente,
reduzir a volemia e a congestão pulmonar. Na verdade é uma terapêutica
auxiliar às outras medidas. A exemplo da digit al os diuréticos não são drogas
desprovidas de riscos potenciais. O uso indiscriminado e inadequado pode
determinar sérios distúrbios hidreletrolíticos e do equilíbrio ácido -base. Com a
finalidade de reduzir seus efeitos deletérios, devemos tomar certas me didas:
@ tomada inicial do peso do paciente;
@ verificação de alterações ortostáticas (FC; PA) que possam indicar
perdas excessivas;
@ obtenção de valores bases de ureia, creatinina e eletrólitos. As doses
iniciais devem ser as mínimas preconizadas.
Dispomos de 3 grupos de diuréticos orais: OS TIAZÍDICOS, OS DE
ALÇA os POUPADORES DE POTÁSSIO.

1) ±  9* ! ± atuam no ramo ascendente da alça de Henle e no


túbulo contornado distal, inibindo a reabsorção ativa de Na. Determinam um
aumento de excreção de Na e á gua, sem alterar a capacidade de concentração
do rim. Nesse grupo os agentes mais utilizados são a HIDROCLOROTIAZIDA
e CLORTALIDONA, esse com absorção e feitos semelhantes aos tiazídicos,
por isso com eles agrupados. Para as tiazidas o tempo de ação é de 6 a 12
horas e para a clortalidona de 24 a 36 horas. Apresentam uma série de
EFEITOS COLATERAIS: hipotassemia, hiperuricemia e hiperglicemia, que
rarissimamente são motivos para interrupção da medicação. NÃO DEVEM SER
USADOS EM PACIENTES COM FUNÇÃO RENAL DIMINUÍDA. A dose de
hidroclorotiazida preconizada é de 50 a 100 mg. nas 24 hs. e a de clortalidona
é de 50 a 100 mg. nas 24 hs.
2) ±  + !   ± Atuam na porção proximal do ramo
ascendente da alça de Henle, inibindo a absorção ativa de cloro e sódio. São
indicados nos pacientes com função renal diminuída , por não a deprimir mais.
Dentro desse grupo são destacadas: A FUROSEMIDA, o ÁCIDO ETACRÍNICO
e, mais recentemente, a BUMETANIDA. Apresentam caracteristicamente um
rápido início de ação ao lado de intenso efeito diurético, apesar de um tempo
curto de ação. São bem absorvidos no trato gastrintestinal, atingindo seu pico
de ação máxima em 2 horas, com duração de efeito em torno de 6 horas.
Apresentam uma característica importante com resposta diurética diretamente
proporcional à dose. A dose de furosemida diária situa -se entre 40 a 120 mg.
Por via endovenosa seu efeito inicia -se em 5 minutos, com pico em 30 minutos
e duração de 24 horas. A dose preconizada do ácido etacrínico é de 50 a 100
mg. por dia, não sendo droga com a qual tenhamos muita experiência. A
bumetanida é empregada em dose que varia de 1 a 3 mg., tendo efeito
diurético semelhante ao da Furosemida. Os efeitos colaterais são semelhantes
aos observados para as tiazidas, resultando -se um IMPORTANTE EFEITO
OTOTÓXICO PARA O ÁCIDO ETACRÍNICO.

3) ± !' '!'!!  - Atuam na porção terminal do


túbulo contornado distal, impedindo a troca de Na da luz por K. A esse grupo
pertence à ESPIRONOLACTONA, caracteristicamente a única droga que atua
por antagonismo competitivo com a ALDOSTERONA, dependendo portanto do
nível de aldosterona circulante, enquanto que o TRIANTERENO, outra droga
do grupo, age por antagonismo não competitivo, independendo dos níveis de
aldosterona. Essas drogas possuem, em geral, discreto efeito diurético, sendo
muito usadas em associação com outros diuréticos, com a finalidade de
reterem potássio. A ESPIRONOLACTONA é usada em doses que varia de 50
a 150 mg. por dia, iniciando seu efeito cerca de 48 horas após. O
TRIANTERENO é também utilizado por via oral, na dose de 100 a 200 mg. por
dia, em duas tomadas. Convém ressaltar que essas drogas podem determinar
hiperpotassemia. A expironolactona pode manifestar efeitos esteróides como a
GINECOMASTIA e IRREGULARIDADES DO CICLO MENSTRUAL. Apresenta
interação medicamentosa com a ASPIRINA, que em pequenas doses anula o
efeito da espironolactona.

4) ± (! ! ± A terapêutica vasodilatadora na IC tem por


objetivo determinar a redução de pós -carga ventricular. Atualmente, o uso
dessas drogas no tratamento de IC já se encontra bem definido, devendo,
contudo, ser empregadas somente quando o paciente não responde ao
esquema convencional.
Os vasodilatadores são classificados em 3 grupos:
a) - Vasodilatadores arteriolares (HIDRALAZINA)
b) - Vasodilatadores venosos (NITRATOS)
c) - Vasodilatadores mistos (PRAZOSIN e o NITROPRUSSIATO DE
NA).

!!' / 43   4  

1 ±   9


!!

1.1 ± É um processo degenerativo -metabólico (dislipêmico),


produzindo lesões inflamatórias secundárias, com obstrução trombogênica e
aneurismas aterosclerósticos.

2- "! ! ! Multifatoriais

3± "! !

3.1 ± Primários (hiperlipemia (dieta


inadequada
(genético 3.2 Secundário (obesidade
(hipert. Arterial
(sedentarismo
(tabagismo
(³stress´crônico
(diabete
(hipotireoidismo
IDADE
0 a 10 anos -NORMAL
10 a 20 anos -FATTY STREAK (gotículas gordurosas da íntima)
20 a 30 anos -PLACAS FIBROSAS
30 a 40 anos ±CALCIFICAÇÃO da placa do ateroma com complicação de
ulceração com hemorragia, trombose da artéria.

4 ± & !* !

4.1 - (no cérebro ± ³stroke´ (AV)


VAI CAUSAR (no coração ± infarto
(gangrena - pé aterosclerótico
(aneurisma - lesão da parede da artéria formando
aneurisma.

5 ± &; possibilidade de regressão.


Os esteres do colesterol é que caracterizam o
ATEROMA.

&':
Ter em mente a possibilidade de destacamentos de êmbolos,
sobretudo para o cérebro.

& "!;!* !:


I ± CARDIOPATIA ISQUÊMICA
II ± DOENÇA CÉREBRO-VASCULAR ISQUÊMICA
III - ATEROSCLEROSE OBLITERANTE DAS EXTREMIDADES
IV ± HIPERTENSÃO ARTERIAL RENO-VASCULAR (que pode ser
curada)
V ± OCLUSÃO DAS ARTÉRIAS NO TRATO DIGESTIVO
VI - DOENÇA OCLUSIVA (ISQUÊMIA) OCULAR.

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