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APRESENTAÇÃO
Na leitura se pressente
Um lirismo interessante,
Mas, o leitor adentrando
Ao que parece importante,
Verá que o cordel se assenta
Sobre a base turbulenta
Da idéia dominante.
O MITO DA CAVERNA
É “O MITO DA CAVERNA”
Considerado hoje em dia
Por estudiosos, filósofos
E os artesãos da poesia
Como sendo, edificante,
A metáfora mais brilhante
De toda a filosofia.
As gravuras produzidas
Por vias artesanais,
Tornando com perfeição
As sombras quase reais,
Produziam dos caminhos
Figuras de passarinhos,
De pessoas e animais,
Conceitos de liberdade,
De igualdade, paz, amor,
De direitos de expressão,
De inversão de valor. . .
Eles não tinham noção,
Constituindo-se a razão
Num fato complicador.
Desconheciam a beleza
Que a natureza criou,
A paisagem exuberante
Exibindo o seu verdor,
Do nascer da alvorada
Do cantar da passarada
E a dança do beija-flor.
A resistência às mudanças
Sempre traz no bojo atrito,
Por egoísmo ou ignorância
Tudo gira em torno ao mito.
Por isso, os escravos lá
Não quiseram acreditar,
Nem pensar no que foi dito.
No entanto o relator
Terminou compreendendo
Como a mudança é difícil
Para quem não está vendo;
Que só o conhecimento
Pessoal, com fundamento,
Pode acabar convencendo.
Ao libertar um escravo
Seu pescoço doeria,
Ao olhar o sol, direto,
Ele se encandearia,
De tal forma que, sem ânsia,
Movido na ignorância
Ao refugio voltaria.
Os meios de comunicação
Truculentos, abundantes,
Com as suas estratégias
E cenas alienantes,
Hoje são, pelo seu porte,
O instrumento mais forte
Das elites dominantes.
Muitas pessoas estão,
Igualmente, condenadas
A ver sombras e aceitar
Como verdades sagradas,
Só depois de sofrimento,
Com muito convencimento,
Dão-se as mãos às palmadas.
Os meios de comunicação,
Essa caverna ardilosa,
Põe bitola na cabeça,
Traz a mensagem enganosa
E bloqueia a recepção
De toda idéia e visão
Pela massa populosa.