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Há muitos que se encontram com alguém ocasionalmente, depois se declaram conhecidos


daquela pessoa como se velhos amigos fossem. De fato, quando aceitamos a Cristo como
Senhor e Salvador, nós o conhecemos, porquanto esta é a condição essencial para o novo
nascimento. O fato de sermos selados imediatamente pelo Espírito Santo testifica este
conhecimento que temos do Senhor. Ocorre que o Senhor Jesus nunca pretendeu que este
conhecimento fosse estático, ou seja, fruto de um encontro que, apesar de gerar efeitos
duradouros, todavia fizesse o cristão a se contentar com o que sabe do Seu Senhor tão
somente por conta daquele primeiro encontro.

A outros que continuam conhecendo o Senhor Jesus enquanto dura o primeiro amor. Estes
aprendem com muita propriedade os rudimentos básicos da palavra de Deus. São capazes de
dar a razão de sua fé, de evangelizar e de dar testemunho dos feitos divinos. São capazes
também de exercer fé em muitas circunstâncias existenciais e participam ativamente da obra
do Senhor. Contudo, findo esta paixão inicial, o seu nível de conhecimento acerca do Senhor
Jesus permanece neste estágio e perdura indefinidamente, ao ponto do cristão entender que
não há nada mais por conhecer, já alcançou o que seria possível neste mundo.

Alguns conhecem tanto de Jesus quanto foram as igrejas pelas quais freqüentou. Estes
adicionam ao seu conhecimento inicial as doutrinas e práticas que vivencia, não querendo dizer
com isso que estas doutrinas não sejam bíblicas. Elas o são quando fundamentada nas
escrituras, ocorre que muitos homens de Deus se limitam a um certo conhecimento e fazem
deste o seu ministério. Quem vivencia diferentes ministérios acaba por aprender muito mais da
palavra de Deus do que seria usual. Estes acabam por conceber que o segredo de conhecer a
Cristo se encontra em passar de uma igreja para outra até chegar naquilo que Paulo cunha por
³todo o conselho de Deus´ (At 20:27).

Também tem aqueles que conhecem a Jesus em decorrência de suas próprias necessidades
pessoais, isto é, se estão enfermas, conhecem o Senhor que cura; se estão cansadas, o
Senhor que restaura; se estão oprimidas, o Senhor que liberta, e assim por diante. Estes
entendem que a chave para conhecer ao Senhor é ter necessidades espirituais específicas.

É fato que a conversão nos faz conhecer ao Senhor, que o primeiro amor nos impulsiona a
conhecer ainda mais ao Senhor, que diferentes ministérios contribuem para ampliar nosso
conhecimento do Senhor e que a necessidade nos aproxima ainda mais do Senhor. Todavia o
conhecimento do Senhor não reside apenas nestes aspectos, pois o que nos conduz em cada
uma destas experiências de conhecimento são as demandas que provem de nossa própria
alma. Estávamos perdidos, buscamos o Salvador; recebemos a Cristo, somos movidos pela
gratidão a obra que o Senhor realizou em nós; nos submetemos aos nossos líderes cristãos,
aprendemos segundo a ministração que eles nos fazem; temos necessidades, lutas, angústias
e tribulações, nos socorremos diretamente do Senhor nosso Deus.

Todavia há um nível de conhecimento muito mais profundo, que decorre do movimento do


próprio Deus em nós, que nos conduz por caminhos os quais jamais pensávamos em trilhar,
porquanto nós nos deixamos guiar completamente pela liderança do Espírito Santo. O Senhor
mesmo disse por meio do profeta: ³... o Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na
tempestade, e as nuvens são o pó dos seus péś (Na 1:3), em outro lugar o Senhor disse:
³Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos
do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos´ (Is 55:9).

Sobre este nível de conhecimento, o apóstolo João nos dá a diretriz para que possamos trilhá-
lo: ³nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentoś (I Jo 1:3). De fato
é a obediência à bendita palavra de Deus que nos faz conhecer o Senhor com grande
profundidade. Samuel já nos ensinara: ³Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o
atender, do que a gordura de carneiros´ (I Sm 15:22b). O Senhor Jesus mesmo disse que a
condição para verdadeiramente conhecer Sua bendita doutrina era o exercício da obediência
ao declarar:¶
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Nós precisamos entender que há uma distinção muito profunda entre o mero conhecimento e
aquele que advém da obediência à vontade de Deus. É a diferença entre dissecar uma laranja
e simplesmente experimentar o seu sabor. No primeiro caso alguém pode ser especialista das
propriedades e dos atributos desta fruta preciosa, no outro, quem degusta o seu sabor,
verdadeiramente compreende para que ela foi criada por Deus. O primeiro simplesmente passa
de uma fruta para outra tentando saber a distinção entre elas, o outro volta ao laranjal, ansioso
por beber novamente deste suco saboroso. Assim, quem se aplica a obediência da palavra de
Deus verdadeiramente experimenta a boa, agradável e perfeita vontade do Senhor para a sua
vida (Rm 12:2).

Nós temos uma mensagem: Deus é luz. Nós temos uma verdade: temos pecado. Nós temos
um remédio provido por Deus: Jesus Cristo é a propiciação pelos nossos pecados. Nós temos
uma promessa: temos a vida eterna. Nós temos um convite: termos comunhão com Deus, o
Pai, bem como Deus, o Filho na liderança do Espírito Santo. Nós temos um propósito:
andarmos na luz. Nós temos uma obra a realizar: praticar a verdade e a justiça. E o que Deus
pede de nós diante de tudo que nos é oferecido: que permaneçamos em Cristo (I Jo 2:28) e
guardemos os seus mandamentos (I Jo 2:3). E qual é seu mandamento? ³o seu mandamento é
este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outroś (I Jo
3:23), portanto o que é exigido de nós? A obediência à bendita vontade de Deus.

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