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Ter çafeira, 08/03/2011
OPINIÃO DO DIA 1
Os candidatos e suas agendas
Publicado em 02/10/2008 | LUIZ DOMINGOS COSTA E ADRIANO CODATO
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Após anos de supremacia de Lerner e sua confraria à frente da prefeitura de Curitiba, o discurso da
racionalidade t écnica e da competência administrativa foi desafiado, na eleição de 2000, pelo
slogan “a cidade quer ser gente ”, inventado pela campanha de Ângelo Vanhoni, do PT. Menos a
frase e mais o que ela prometia – uma administração “humana”, isto é, voltada para o bem estar
das “pessoas ” – foi respons ável pela mais severa contesta ção da aliança política que, com os
devidos ajustes, ocupa hoje a prefeitura. Cassio Taniguchi (PFL) disputou o segundo turno
correndo s ério risco de perder a elei ção para um partido relativamente pequeno e para um
desafiante at é então pouco conhecido.
Com o crescimento do PT na cidade (em 2000, elegeu seis vereadores, a segunda maior bancada
na Câmara Municipal) e a entronização de Vanhoni como alternativa eleitoral viável, a assessoria
de Beto Richa cunhou, para a eleição de 2004, o slogan “a cidade da gente ”, em clara alusão ao
lema petista anterior. Deixando de lado sua conota ção bairrista, que estigmatizava os demais
candidatos e partidos como estrangeiros, no limite intrometidos e, portanto, indesejáveis, o
fraseado pretendia incorporar, no plano discursivo, um assunto até então ausente nas campanhas
dessa turma: a assistência social. Aparentemente, o cardápio de idéias da gest ão lernista estava
esgotado e a elite no poder viu se impelida a adicionar à imagem tradicional – uma administração
técnica, racional, voltada para a construção de uma cidade modelo a partir das diretrizes cient íficas
do planejamento urbano – a preocupa ção com “o social”. A estampa de Richa como engenheiro
civil, ainda presente e sempre muito útil, mesclouse à do político. Herdeiro da mitologia recém
edificada em nome do pai, ele p ôde, como pode agora, apresentar se não como mais um “técnico”,
mas como o “ético”. Não era precisamente o PT que pretendia ter o monop ólio nessa área?
Em Curitiba, a tecnocracia (seja o grupo pol ítico, seja a idéia política) já foi bem mais forte. Em
2008, ela é muitíssimo menos valorizada eleitoralmente. Nenhum candidato, todavia, pode abrir
mão de proclamar o cuidado com o ordenamento e o desenvolvimento urbano da cidade. Tratase
de um valor local enraizado. Por outro lado, a quest ão social entrou de fato na agenda p ública
municipal. Essa foi, possivelmente, a principal mudan ça no plano das id éias e dos discursos.
Não é preciso acompanhar todos os programas eleitorais para perceber que a ênfase dos dois
principais candidatos sobre esse ponto produziu um curtocircuito tanto na imagem como na
mensagem do PT. At é por isso, a figura maternal de Gleisi Hoffmann, prometendo “cuidar das
pessoas ”, nada menos é do que a radicaliza ção um tanto piegas daquela disposi ção assistencial, e
teve de ser complementada pela exibição (e exaltação) do seu currículo profissional: técnica em
orçamento público, especialista em finan ças, secret ária de governo etc. O drama é que nos últimos
quatro anos seu oponente incorporou, de forma bem mais pragmática, essa inclinação para as
quest ões sociais, sem abrir mão do figurino circunspecto de administrador.
Esse é um exemplo muito simplório de como ideologias, plataformas e programas partidários
acabam se mesclando. Em fun ção do apelo eleitoral, candidatos tendem a mudar de posição,
ajustar discursos e compartilhar agendas. Em certas eleições, as diferenças est ão muito bem
dispostas diante do eleitor. Em outras, nem tanto. Procurar as origens dessa miscigenação é
importante para desembaralhar o cen ário político. Promover todos os assuntos, assumir o
estere ótipo mais rentável e ostentar quaisquer bandeiras parece ser em todo o lugar a lógica
subjacente às estrat égias dos candidatos, mesmo que isso possa minar a identidade dos partidos.
Movimento perigoso, j á que depende da dose. Ela oscila entre o que uma agremiação pretende
incorporar e aquilo de que não pode abrir mão. Recuar um pouco no tempo para atentar não só
Esse é um exemplo muito simplório de como ideologias, plataformas e programas partidários
acabam se mesclando. Em fun ção do apelo eleitoral, candidatos tendem a mudar de posição,
ajustar discursos e compartilhar agendas. Em certas eleições, as diferenças est ão muito bem
dispostas diante do eleitor. Em outras, nem tanto. Procurar as origens dessa miscigenação é
importante para desembaralhar o cen ário político. Promover todos os assuntos, assumir o
estere ótipo mais rentável e ostentar quaisquer bandeiras parece ser em todo o lugar a lógica
subjacente às estrat égias dos candidatos, mesmo que isso possa minar a identidade dos partidos.
Movimento perigoso, j á que depende da dose. Ela oscila entre o que uma agremiação pretende
incorporar e aquilo de que não pode abrir mão. Recuar um pouco no tempo para atentar não só
para diferen ças, mas para como as distinções foram se borrando e as propostas perdendo
subst ância pode ser um ant ídoto para esse sintoma da pol ítica contemporânea.
Luiz Domingos Costa (ldomingosc@uol.com.br) é editor do Blog de Análise de Conjuntura
Política da UFPR (http://gacnusp conjuntura.blogspot.com ).
Adriano Codato (adriano@ufpr.br) é professor de Ci ência Política na UFPR.
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