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INTRODUÇÃO:
[...] De ontológica a arte passa a ter, com ele, uma concepção estética, não significando
mais “imitação” do mundo exterior, mas fornecendo “possíveis interpretações do real
através de ações, pensamentos e palavras, de experiências existenciais imaginárias.
(COSTA, 1992, p. 6)
Em pesquisas desta espécie não se mexe com leis, mas com tendências e correntes que
se entrecruzam e complementam da forma mais variada possível. Não estava, de modo
algum, interessado em oferecer somente aquilo que servisse, no sentido mais restrito, à
minha intenção; pelo contrário, empenhei-me em acomodar os múltiplos dados e dar às
minhas formulações a correspondente elasticidade (AUERBACH, 1946, p. 501-502).
O termo figura indica então não somente forma sensível, como também forma
gramatical, retórica, matemática, entre outras. O propósito de Auerbach é mostrar, como
ele próprio afirma no ultimo parágrafo de Figura, “como, a partir da base do seu
desenvolvimento semântico, uma palavra pode evoluir dentro de uma situação histórica e
dar nascimento a estruturas que serão efetivas durante muitos séculos” (ABI-SÂMARA,
2005, p. 76)
Deve-se supor que uma transformação na execução artística imitativa e nos seus
objetos, está conectada a uma transformação da visão de si humana e, além disso, a
uma transformação correspondente do próprio ser humano e de sua estrutura social.
(AUERBACH, 1937, p. 276).
O que percebemos com essa fala, é que as variações do realismo estão
ligadas às transformações na imagem do homem, bem como nas
transformações da sociedade. Podemos afirmar com essa premissa que
através da forma literária, o filólogo tem através dos estudos dos textos
uma via de acesso para a totalidade. Auerbach, nesse sentido, deixa uma
contribuição e um desafio para estudos posteriores com um chamado que
é vivo, forte e desafiador.
[...] o poema é definido como uma espécie de mensagem verbal, que mimetiza estados
de ânimo (stasis), e é regido estruturalmente pelo princípio da função poética da
linguagem, ou seja, pela projeção do princípio de equivalência do eixo de seleção das
palavras, sobre o eixo da contigüidade ou sequência na frase (COSTA, 1992, p. 56).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
De acordo com tudo o que foi exposto até este ponto, percebemos que a
mimese varia. Isto se deve porque não existe regra para uma obra,
porém, fica claro que o método e o realismo de cada obra deve ser
percebido através de suas peculiaridades, isso explica o fato de Auerbach
tratar da mimese através de exemplos.
REFERÊNCIAS:
*
Mestranda em Letras/2010 pela UFGD em Literatura e Práticas Culturais, e Prof. de
Língua e Literatura de Língua Inglesa pela UEMS/Dourados.
**
Doutora em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas, e Prof.
do Mestrado em Letras/UFGD.