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Roteiro e análise do filme Agonia e Êxtase

Equipe: Aline, Gerlan e Elísio

1- Título do filme:
The Agony and the Ecstasy (Agonia e Êxtase)

2- Fato histórico retratado no filme:


A pintura do teto da Capela Sistina

3- Ficha técnica:
Gênero: Drama/Épico
Atores: Charlton Heston, Rex Harrison, Diane Cilento, Harry Andrews, Alberto Lupo,
Adolfo Celi, Venantino Venantini, John Stacy, Fausto Tozzi, Maxine Audley,
Direção: Carol Reed,
Roteiro: Philip Dunne
Produção: Carol Reed
Idioma: Inglês,
Legendas: Português, Inglês, Espanhol,
Ano de produção: 1965
País de produção: Estados Unidos,
Duração: 138 min.
Censura: 12 anos
Distribuição: Fox Home Entertainment
Áudio: Dolby Digital 2.0 Stéreo (Inglês e Português)
Vídeo: Widescreen Anamórfico (2.20: 1)
Cor: Colorido
Custo de filmagens: 12 milhões de dólares

4- Informações biográficas do produtor, diretor e roteirista:


Diretor/produtor: Carol Reed
Multi-aclamado por um filme oscarizado entre outros, Carol Reed era dotado de um
estilo visual interminavelmente inventivo e profundamente inteligente, foi, ao lado de
Michael Powell, Emeric Pressburger, David Lean e outros, um dos mais notáveis
integrantes da geração britânica de realizadores que transformou, durante algum tempo,
a indústria cinematográfica britânica numa meritória rival de Hollywood.
Nascido a 30 de Dezembro de 1906 em Londres, Sir Carol Reed (foi o primeiro
realizador britânico a ostentar o referido grau), nasceu no seio de uma família com as
melhores credenciais artísticas. Filho ilegítimo de Sir Herbert Beerbohm Tree, o grande
ator teatral da sua época, e da amante deste, May Pinney Reed, Carol Reed desde muito
jovem, e com o pai já falecido, demonstrou um elevado interesse pelo teatro, almejando
tornar-se ator.
A sua estréia como ator deu-se aos 17 anos, tendo chegado mesmo a produtor passado
algum tempo. Em 1931 travou conhecimento com o escritor policial Edgar Wallace,
tornando-se seu assistente pessoal e encarregando-se assim da supervisão da adaptação
cinematográfica de algumas obras do escritor. Posteriormente tornou-se assistente de
realização do cineasta Basil Dean, tendo estreado na cadeira principal em 1935 com o
filme de aventuras Midshipman Easy. A partir daí dirigiu uma série de comédias
ligeiras e melodramas de sucesso, mas ainda iria elevar o nível, ao realizar filmes mais
meritórios pelos quais é mais conhecido, sendo estes alguns: Noite Sem Estrelas;
Expresso de Munique; A Casa Cercada, O Ídolo Caído; O Terceiro Homem,
Oliver!, magnífica adaptação musical do Oliver Twist de Charles Dickens, que
comoveu plateias em 1968 e venceu o Óscar de Melhor Filme, proporcionando a Reed o
de melhor realizador e o segundo na conta pessoal, atendendo ao facto de que já tinha
conquistado um pelo documentário bélico A Verdadeira Glória de 1945.
Palavras suas: “Os filmes são feitos com medo, preocupação e pânico. Não há
felicidade neste trabalho”. Ainda bem que Reed foi um dos sacrificados porque… ele
foi um dos bons.
Roteirista: Philip Dunne
Philip Dunne Ives nasceu na cidade de Nova Iorque, o filho de Finley Peter Dunne e
Margaret Ives (Abbott) Dunne. Embora um católico romano, ele estudou na Escola
Middlesex (1920-1925) e Harvard University (1925-29). Imediatamente após a
graduação, ele embarcou num comboio para Hollywood. Seu primeiro roteiro foi
Minha e da minha Gal, lançada em 1932. Seu primeiro roteiro foi creditado O Conde
de Monte Cristo ", lançado em 1934. Depois de trabalhar por vários estúdios, ele
mudou-se para 20th Century Fox, em 1937, onde permaneceria por 25 anos (com
exceção de 4 anos de serviço guerra civil durante a Segunda Guerra Mundial), escreveu
no total, 36 filmes e dirigiu 10. Ele também produziu vários de seus filmes mais tarde.
Dunne foi co-fundador do Screen Writers Guild e atuou como vice-presidente de seu
sucessor, o Writers Guild da América de 1938 a 1940. Ele serviu mais tarde sobre o
Conselho de Governadores da Academy of Motion Picture Artes e Ciências (AMPAS)
de 1946 a 1948.
Dunne casou com Amanda Duff, em 13 de julho de 1939. Eles tiveram três filhos,
Miranda, Philippa, e Jessica.
Em 1980, ele publicou suas memórias, Take Two: Uma Vida em Filmes e Política.
Dunne morreu de câncer em 2 de junho de 1992, em Malibu, Califórnia, aos 84 anos.
Participou ora como diretor ora como roteirista e escritor dos seguintes filmes entre
outros: The agony end the ecstasy (1965); Blindfold (1965, roteiro e diretor); Wild in
the Country (1961, director); Ten North Frederick (1958, screenplay and director); The
Egyptian (1954, screenplay with Casey Robinson ); The Robe (1953, screenplay, with
Albert Maltz );David and Bathsheba (1951, screenplay); Pinky (1949, screenplay with
Dudley Nichols ); Forever Amber (1947, screenplay with Ring Lardner Jr. ); The Ghost
and Mrs. Muir (1947, screenplay).

5- Principais acontecimentos históricos acontecidos na época em que o filme foi


produzido(em forma de tópicos):
- Guerra do Vietnam.
- A sonda espacial Venera chega ao planeta Vênus.
- Encerramento do XXI Concílio Ecumênico Católico, Vaticano Segundo, sob o papado
de Paulo VI.
- Ano Internacional da Cooperação pela ONU.
-Malcom X, líder do movimento negro americano, é assinado.
- Fundo Internacional das Nações Unidas para o auxílio à infância ganha o Nobel da
paz.
- Dr. Martin Luther King Jr. lidera a marcha pelos direitos civis, no Alabama.
- Marines americanos invadem a República Dominicana.

6- Relação entre o filme e a época em que foi produzido (texto dissertativo):


Podemos relacionar os dois momentos sobre o fato do uso do poder político para
pressionar pessoas ou países a fazerem o que se deseja. No caso do filme o uso do poder
do papa Júlio II para fazer com que Michelangelo pintasse o teto da capela sistina, no
caso da época em que o filme foi realizado podemos citar a invasão da República
Dominicana pelos Estados Unidos.
7- Contexto histórico da temática do filme (forma de dissertação – mínimo de 20
linhas):
O clássico Agonia e Êxtase é uma verdadeira aula de história focando o renascimento
italiano a partir da tensa relação entre o pintor Michelangelo e o papa Júlio II. O artista
foi contratado para pintar o teto da Capela Cistina, mas, como todo bom renascentista,
ele tinha um tempo próprio para desenvolver seus projetos. O filme mostra
Michelangelo como uma figura proeminente na sociedade florentina, um artista ímpar
que está criando sua maior obra-prima, mesmo que isso signifique desafiar um dos
homens mais poderosos do mundo.
A relação entre os dois explora os conflitos éticos e morais da época. Um vive para
Deus, enquanto o outro, para sua arte, criando um embate entre a fé e a vontade do
artista. Algumas cenas já entraram para a história do cinema, como aquela em que o
artista recebe a inspiração para criar a pintura "O Nascimento do Homem" (uma das
mais famosas de todos os tempos). O filme conquista ainda pelas belas imagens de
Florença, com suas torres, catedrais e estátuas. O filme retrata sem dúvida a biográfia de
Michelangelo, começando numa paixão pela Florença e Roma daquele tempo.
Esculturas, pinturas com pincéis largos, as histórias das guerras, de príncipes guerreiros,
de maquinações religiosas, e da arte maravilhosa que o renascimento produziu.
É verdadeiramente um conto absorvente e inspirado no maior gênio da história da arte,
a magnificência de Michelangelo na escultura, na pintura, na arquitetura e nos poemas é
compulsiva. A intensidade e a paixão enquanto cinzela e usa seus martelos.
Michelangelo dedicado a seus mármores caros, são escritas com intensidade e
movimentos profundos. Sua rivalidade com Raphael e Da Vinci, suas batalhas
familiares, os papas, a família dos Medici, seus contemporâneos e a era tumultuosa em
que viveu convence e traz junto melancolia. Determinados aspectos de sua vida são
arrebatadores, pungentes e mexem com o coração.
Os anos desperdiçados, os mármores nunca usados e, naturalmente, o túmulo
inacabado de Julius II que o assombra até nos anos mais à frente de sua vida. Ao final se
pode somente amar este gênio, seus talentos fantásticos e espantosos - que bastaria -
embora Deus tenha lhe dado, perseverança, obsessão e paixão.

8- Texto narrativo e interpretativo da seqüência inicial do filme (analisando


inclusive elementos da linguagem cinematográfica):
O filme inicia com imagem focada na frente da basílica de São Pedro e se desloca
para a cúpula da basílica fazendo uma tomada de 360º por cima e em volta da cúpula
tendo ao fundo a cidade de Roma no período em que o filme foi realizado em imagem
aberta, destacando a grandiosidade da cúpula da basílica, ao mesmo tempo o narrador,
em off, fala sobre a importância da obra de engenharia, destacando que o projeto foi de
Michelangelo, ainda em tomada pelo alto vai para a parte externa da Capela Sistina, a
partir daí o narrador, sempre em off, passa a falar da trajetória de Michelangelo e como
ele desenvolveu a arte da escultura, passando para imagens da cidade de Florença,
destacando a importância dessa cidade na vida de Michelangelo e para a arquitetura,
pintura e as artes em geral no período governado por Lorenzo “O Magnífico”, da
família Medici, as imagens de Florença são em momentos em tomada aberta, e outros
em close. Logo a seguir passa a mostrar desenhos feitos por Michelangelo, focados em
close, desenhos de homens e mulheres, onde se destaca a musculatura dos homens, daí
passa para o primeiro trabalho em escultura realizado por Michelangelo a “Madona da
Escada”, continua mostrando as principais obras do artista, entre elas “Davi”, “Moisés”
e a “Pietá” de São Pedro, considerada uma das obras primas de Michelangelo, e termina
focando a escultura conhecida por “Rondanini” considerada o testamento do artista,
pois trabalhou nesta escultura durante 11 anos, até a morte, toda essa seqüência ocorre
com o narrador, em off, falando sobre a obra do artista, entrecortado por música ora em
nível elevado, se sobressaindo em relação ao narrador, ora mais baixo deixando o
narrador sobressair.
Essa abertura vai para a parte final mostrando novamente imagens externas da Capela
Sistina, com o narrador falando que foi a obra-prima de uma escultura que
Michelangelo não queria pintar e fecha com uma tomada frontal da Basílica de São
Pedro abrindo para a praça da basílica, a partir daí sobe para uma tomada, já descrita no
início deste ensaio, da mesma cúpula da cena inicial.
A intenção dessa retrospectiva da vida e obra de Michelangelo é apresentar ao público
expectador o artista e sua obra e também a importância do mesmo para as artes no
período renascentista e até os dias atuais, os closes nas esculturas mostram a que
detalhes de perfeição em que o artista chegou.

9- Identifique no filme alguns diálogos e analise a partir do seu conhecimento


histórico:
Papa Júlio II – “Pode dizer ao seu mestre, rei da França, que visitei o cardeal
Clermont em Santo Ângelo, porque ele é um ótimo espião. Sei onde está a lealdade dos
cardeais franceses, você pertence ao seu rei, não a sua igreja.”
Interlucutor – “Meu mestre, rei da França, não gostará de ouvir esta mensagem de
sua Santidade.”
Papa Júlio II- “Lembre a seu mestre que estou em guerra, e continuarei até recuperar
os estados papais para a igreja.”

Este dialogo descrito acima remete aos conflitos entre a França e a Igreja no período
da renascença, no poder dos bispos locais, e a luta pelo poder político que a Igreja
buscava.

Papa Júlio II – “Por que essa cara de cemitério?”


Capitão da guarda suíça – “A notícia é séria, Santidade.”
- “Os franceses invadiram a Lombardia.”
- “Os alemães estão na passagem de Brenner.”
- “Ferrara e Bolonha juntaram-se à aliança contra vossa Santidade.”
- “Milão esta sitiada.”
- “Não há nada entre seus inimigos e Roma, vossa Santidade.”
- “Nada exceto algumas tropas que estou reunindo aqui.”
Papa Júlio II - “Nenhuma palavra da Espanha?”
Capitão da guarda suíça – “Não, Santidade.”
Papa Júlio II – “Quando seus mercenários podem estar prontos para marchar?”
Capitão da guarda suíça – “Retirar-se de Roma?”
- “Devo pensar que nós...”
Papa Júlio II – “Eu disse marchar.”
- “Adiante! Contra os alemães e os franceses?”
Capitão da guarda suíça – “De uma vez, Santidade.”
- “Mas é minha missão lhes dizer que vocês deviam se retirar...”
-“...ou negociar”
Papa Júlio II – “Como Papa, não posso fazer nada e continuar como Papa.”
- “Vou atacar porque devo.”
- “Partiremos hoje e uniremos nossas tropas.”
Capitão da guarda suíça – “Sim, Santidade.”

Este diálogo acima descrito nos fala da tentativa do Papa Júlio II de libertar a cidade
de Milão, que era aliada dos estados papais, e que em 1510 estava sitiada por alemães e
franceses, alemães e franceses estavam unidos na tentativa de retirar Julio II do
comando da igreja e diminuir o poder da igreja no território italiano, que estava em
expansão durante o papado de Júlio II, na tentativa de libertar Milão, as tropas do Papa
foram derrotadas pelos franceses e alemães que seguiram para Roma para retirar Júlio II
do comando da igreja, este foi socorrido pelos espanhóis e ingleses antes da chegada
dos franceses e alemães a Roma e manteve-se no poder até sua morte em 1513.

10- Perfil histórico biográfico de três personagens reais:


- Michelangelo
Michelangelo nasceu a 6 de março de 1475, em Caprese, província florentina.
Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido era cortador
de mármore na aldeia de Settignano. Mais tarde, brincando, Michelangelo atribuirá a
este fato sua vocação de escultor. Aos 13 anos, sua obstinação vence a do pai e ingressa
como aprendiz, no estúdio de Domenico Ghirlandaio, já então considerado mestre da
pintura de Florença. Mas o aprendizado é breve, cerca de um ano, pois irrita-se com o
ritmo do ensino, que lhe parece moroso, e além disso considera a pintura uma arte
limitada: o que busca é uma expressão mais ampla e monumental.
Deixando Ghirlandaio, Michelangelo entra para a escola de escultura que o mecenas
Lourenço, o Magnífico - riquíssimo banqueiro e protetor das artes em Florença
mantinha nos jardins de São Marcos. Michelangelo está em pleno ambiente físico e
cultural do Renascimento italiano. A atmosfera, poética e erudita, evoca a magnificência
da Grécia Antiga, seu ideal de beleza - baseado no equilíbrio das formas -, sua
concepção de mundo - a filosofia de Platão.
Michelangelo adere plenamente a esse mundo, ao produzir O Combate dos Centauros,
baixo-relevo de tema mitológico. Na primavera de 1501, ei-lo por fim em Florença,
nesse mesmo ano, surgirá de suas mãos a primeira obra madura. Um gigantesco bloco
de mármore jazia abandonado havia 40 anos no local pertencente à catedral da cidade.
Tinha sido entregue ao escultor Duccio, que nele deveria talhar a figura de um profeta.
Duccio, porém, faleceu repentinamente e o mármore ficou á espera. Michelangelo
decidiu trabalhá.lo. O resultado foi o colossal Davi, símbolo de sua luta contra o
destino, como Davi ante Golias.
Uma comissão de artistas, entre os quais estavam nada menos que Leonardo da Vinci,
Botticelli, Filippino Lippi e Perugino, interroga Michelangelo sobre o lugar onde
deveria ficar a estátua que deslumbra a todos que a contemplam. A resposta do mestre é
segura: na praça central de Florença, defronte ao Palácio da Senhoria. E para esse local
a obra foi transportada. Entretanto, o povo da cidade, chocado com a nudez da figura,
lapidou a estátua, em nome da moral.
Da mesma época data a primeira pintura (que se conhece) de Michclangelo. Trata-se
de um tondo - pintura circular - cujas formas e cores fariam com que, pasteriormente, os
críticos o definissem como obra precursora da escola "maneirista".
Em março de 1505, Michelangelo é chamado a Roma pelo Papa Júlio lI. Começa então
o período heróico de sua vida. A idéia de Júlio II era a de mandar construir para si uma
tumba monumental, enormes blocos de pedra começam a chegar a Roma e se acumulam
na Praça de São Pedro, no Vaticano. O assombro do povo mistura-se à vaidade do papa
e à inveja de outros artistas. Bramante de Urbino, arquiteto de Júlio II, que fora várias
vezes criticado com palavras sarcásticas por Michelangelo, consegue persuadir o papa a
que desista do projeto e o substitua por outro: a reconstrução da Praça de São Pedro. Em
janeiro de 1506, Sua Santidade aceita os conselhos de Bramante. Sem sequer consultar,
Michelangelo decide suspender tudo, o artista fica humilhado e cheio de dívidas
Michelangelo parte de Roma. No dia seguinte, Bramante, vitorioso, começa a edificação
da praça. No entanto, Júlio II quer o mestre de volta. De regresso a Roma, Michelangelo
deve responder a novo capricho de Júlio II: decorar a Capela Sistina. O fato de o mestre
ser antes de tudo um escultor não familiarizado com as técnicas do afresco não entrava
nas cogitações do papa. Todas as tentativas de fugir á encomenda são inúteis. O Santo
Padre insiste - segundo alguns críticos, manejado habilmente por Bramante que, dessa
forma, desejaria arruinar para sempre a carreira de Michelangelo- e o artista cede mais
uma vez. A incumbência - insólita e extravagante - é aceita.

- Papa Júlio II
Pontífice católico (1503-1513) nascido em Albisola, na Ligúria, de caráter enérgico e
grande protetor das artes, tornou-se um dos mais poderosos papas do Renascimento.
Entrou para a ordem dos franciscanos (1468) e foi nome do cardeal (1471), por seu tio,
o papa Sisto IV e lhe conferiu importantes cargos eclesiásticos. Após a morte de seu tio
(1484), viu-se forçado a aceitar Inocêncio VIII. Após a morte desse, disputou e perdeu a
eleição para Rodrigo Bórgia que assumiu como Alexandre VI (1492), como qual
manteve uma relação de animosidade, finalmente ele foi eleito e tomou o nome Júlio II
(1503). Sua ação mais notável foi a convocação do V Concílio de Latrão, que tratou de
corrigir a lamentável situação que o clero atravessava. Após consolidar seu poder
temporal, voltou-se para o espiritual. Nas artes transformou Roma no maior centro
artístico da Itália, a Meca dos artistas e amantes da arte. Confiou ao arquiteto Donato
Bramante a reedificação da basílica de São Pedro, encarregou Michelangelo da
decoração da capela Sistina e encomendou a Rafael a decoração das salas vaticanas.
Também chamou a Roma outros grandes artistas, como Luca Signorelli, Pinturicchio e
Perugino. Morreu em Roma em 21 de fevereiro de 1513, embora tenha mandado
construir seu mausoléu na igreja de São Pedro, em Vincoli, onde foi erigida a célebre
escultura Moisés de Michelangelo, seus restos repousam na basílica de São Pedro.

- Donato Bramante
Arquiteto e pintor italiano, Donato Bramante nasceu em 1444, na região de
Urbino, e morreu em 1514, em Roma. Iniciou a sua aprendizagem de pintor e
arquiteto em Urbino, que na época fervilhava de atividade artística permitindo-
lhe o contacto com o trabalho de alguns dos maiores pintores e arquitetos
renascentistas que aí exerciam a sua atividade. Destes destacam-se o pintor Piero
della Francesca e Leon Battista Alberti, o grande teórico do renascimento
italiano. Em 1475, foi para Milão onde executou o fresco "Homens de Armas" na
Casa Panigarola (1480-85). Poderia ter-se tornado um dos grandes mestres desta
arte se a sua atividade como arquiteto não tivesse prevalecido.
Na região da Lombardia produz diversas obras importantes da arquitetura do
renascimento, tais como a Igreja de Santa Maria Delle Grazie (1466) ou a Igreja
de Santa Maria Presso San Satiro (1497), ambas em Milão. Com a sua ida para
Roma, a sua obra sofre uma verdadeira evolução tornando-se uma das mais
influentes da sua época. Aqui deixa-se envolver no movimento de descoberta e
análise dos monumentos do Império Romano que servem de fonte de inspiração
direta para a sua obra posterior. O primeiro edifício desta fase é o pequeno
templo de S. Pedro, um edifício circular apoiado em colunas dóricas (1502). Em
1503, Bramante tem a sua grande oportunidade com o advento do Papa Júlio II,
projeta um grande conjunto monumental para o Vaticano. Mas, a sua grande obra
foi o plano para a reconstrução da Catedral de S. Pedro no Vaticano para onde
concebe um edifício de planta em cruz grega com uma grande cúpula sobre o
cruzeiro. O projeto foi posteriormente alterado, pois Bramante morreu antes de se
iniciar a sua construção, no entanto, permanece o cruzeiro com a sua cúpula.
11- Fazer o diálogo entre o filme e três obras literárias ou artísticas (ex: ensaio
histórico; romance; poesia; música; artes plásticas; dentre outras):
Livro: A Arte Secreta de Michelangelo - Uma Lição de Anatomia na Capela Sistina
Autor: Gilson Barreto/Marcelo G. de Oliveira
Editora: ARX
Ano: 2004
Páginas: 230
Acabamento: Capa Dura
Sinopse: Ao observar as pinturas na Capela Sistina, o cirurgião brasileiro Gilson
Barreto constatou que algumas figuras continham semelhanças com órgãos do corpo
humano. Essa constatação também foi percebida em duas famosas esculturas do artista -
Pietá e Moíses. Este livro traz a pesquisa realizada por Gilson Barreto e pelo cientista
Marcelo G. de Oliveira.

Livro: Romance de Leonardo da Vinci


Autor: Dmitri Merejkowski
Editora: Globo
Ano: 1946
Páginas: 579
Acabamento: Capa dura
Gênero: Romance
Sinopse: A grandeza heróica das realizações de Leonardo da Vinci na arte e na ciência,
o seu gênio sem paralelo de maior figura do Renascimento dão a este romance
biográfico um caráter excepcional, infundem-lhe de certo modo uma grave nobreza.

Livro: Obras primas do renascimento italiano- vol. 2


Autor: Flavio de Aquino (coordenador)
Editora: Bloch Editores
Ano: 1978
Páginas: 24
Acabamento: Brochura
Sinopse: 24 reproduções de obras em cores, arte de pintores do renascimento,
Carpaccio, Leonardo da Vinci, Paolo Uccelo, Rafael Sanzio, Fra Angélico, Benozzo,
Gozzoli, Tiepolo, Botticeli, Perígino, Baldovinetti, Tintoreto, Veronese, Ticiano e
Mantegna

12- Análise da função ideológica de três personagens da trama (reais ou fictícios):


- Michelangelo vive para sua arte dentro da ética do período, representa a cultura
- Papa Júlio II vive para Deus e para o fortalecimento político da Igreja, representa o
poder político.
- Donato Bramante representa o papel de aliado político de Júlio II e de oposição a
Michelangelo

13- Três temas gerais que podem ser identificados no filme (ex: racismo; gênero;
sexualidade; poder; ideologia; cultura; conceitos históricos e etc.):
- Poder; Ideologia; Cultura

14- Texto de análise crítica do filme identificando a visão que os realizadores


apresentam do fato histórico tratado no filme:
“Agonia e Êxtase” é um típico produto do cinema americano da metade do século XX.
Baseia-se no romance de Irving Stone sobre os bastidores da pintura da Capela Sistina,
na relação entre Michelangelo (Charlton Heston) e o papa Júlio II (Rex Harrison), e
tenta lançar alguma luz ao tornar um dos mais famosos gênios da arte na história
humana em um ser mais próximo do espectador, com seus conflitos e defeitos.
Privilegia-se os conflitos na relação entre Michelangelo e Júlio II, mas para satisfazer ao
grande público, há a tentativa de mostrar um sutil romance do pintor com a Condessa de
Médici, que acaba não saindo do lugar. O filme termina sem se conhecer mais do
processo criativo do pintor, nem as razões interiores dos seus conflitos. Michelangelo é
mostrado como um homem perturbado por sua obsessão com a arte e a perfeição, mas
conhecemos pouco do homem depois de mais de duas horas de filme. É como se nos
fosse contada uma impactante história de alguém que conhecemos muito pouco. O fato
de o filme começar com um curta documentário sobre a vida de Michelangelo é um
indicativo de que, talvez, os próprios produtores tenham se dado conta de que o filme
não responde a muitas perguntas sobre seu personagem principal. Acaba tornando-se
uma seqüência que, se apresenta-o ao público leigo, poderia ser dispensável se tais
perguntas fossem ao menos abordadas no roteiro. Por isso “Agonia e Êxtase”
empalidece na comparação com outra obra de Reed. Se em “O Terceiro Homem”
acabamos conhecendo muito de Harry Lime, um americano comum perdido na
podridão de Viena, aqui temos um filme inteiro dedicado a apenas uma pessoa, um
roteiro que apresenta uma série de discussões e conflitos de seu protagonista e essa
personalidade termina ainda como um mistério. Outros personagens, como o pintor
Rafael, um dos mestres do Renascimento, surgem em cena apenas como coadjuvante a
balizar a genialidade de Michelangelo, quando é contratado para substituir o italiano e
mostra-se claramente contrário a intervir na obra de outro artista, principalmente um de
tamanha genialidade.

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