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O concurso de auxiliar de biblioteca da UFAL teve 6143 inscritos para 305 5 vagas.
Recebi muitos comentários em busca de material. Conheço apenas, especificamente, o
livro da Thesaurus que já comentei em outro post.
Resolvi aproveitar o feriado de São João para escrever algo sobre cada tópico, a fim de
“dar uma luz” sobre o que significa cada um deles, afinal, acredito que a grande maioria
dos candidatos não é da área e, talvez, tenha pouco hábito de frequentas bibliotecas.
Não sei até que ponto ajudará, mas a idéia é apenas apontar caminhos.
De qualquer forma, é bom que fique claro que este texto é básico, geral, e possui
omissões. Procurei escrever da forma mais simples e direta possível, e, se ficar bom,
pode ser que eu continue desenvolvendo ao longo do tempo.
Como as provas para nível fundamental costumam ser mais diretas, uma leitura atenta
do
enunciado faz muita diferença.
Este é o primeiro livro-post deste blog. E irei publicando e atualizando na medida dos
acréscimos feitos. Espero terminar antes da prova.
É bom saber que Biblioteca significa algo como “Caixa de livros”, da junção dos
radicais Biblio (Livro) e Thek (caixa). A Biblioteca atual pode ser chamada de Unidade
de Informação, Centro de Informação, Centro de Documentação, entre outras
denominações.
A Biblioteca Universitária, como o nome já indica, é aquela que serve aos propósitos
das universidades e instituições de ensino superior, estando também por isso ligada ao
tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Em universidades de grande porte, é comum existir a
Biblioteca Central e Bibliotecas Setoriais ligadas à ela, formando assim um Sistema de
Bibliotecas (SIBI).
É bastante simples. Uma parte é responsável pelos usuários, e a outra parte, pelo acervo.
A biblioteca, como vimos acima, é divida em setores para atender ao usuário e para
atender ao acervo. As principais seções (setores) da biblioteca são:
4. Acervo:
Em suma, acervo é tudo que é documento dentro da biblioteca (essa definição é minha
mesmo).
Note que todas as informações são voltadas para descrever o documento. Então você
sabe autor, título, número de páginas, ISBN, e de quais assuntos, de forma geral, trata,
entre outras informações.
O nome do autor sempre será colocado com o último nome na frente, p.ex.:
Mas caso o último nome indique parentesco, a entrada será pelo penúltimo nome
seguido do parentesco (sobrinho, neto, junior, filho, etc.). Exemplo: João dos Santos
Silva Sobrinho terá entrada por:
A catalogação se divide em duas partes: acesso (entrada) e descrição física. O acesso irá
dizer quais os pontos de acesso para o documento. Existem dois tipos de entrada:
principal e secundárias. O autor lá no alto da ficha é a entrada principal. E as demais
entradas, embaixo da ficha, são as entradas secundárias.
4.4.2 Classificação: Classificar é atribuir uma classe (um assunto) ao livro. E isso é
importante numa biblioteca, pois cada livro será classificado sob um único assunto,
ainda que composto por vários assuntos. Para tanto, as bibliotecas adotam em geral dois
esquemas de classificação. A Classificação Decimal de Dewey e a Classificação
Decimal Universal. As duas tem muito em comum. A CDU, que é baseada na CDD, dá
mais liberdade ao classificador. Mas o mais importante, como não poderia deixar de ser,
são as classes. Ambas dividem o conhecimento em 10 classes principais, por isso são
chamadas de classificações decimais. E há apenas uma pequena diferença entre elas, nas
classes 4 e 8, que na CDD continuam como sempre foram, mas na CDU a classe 4 está
vaga enquanto que a 8 abriga além de literatura, linguística.
As principais classes da CDU podem ser acessadas clicando nos nomes.
869.3 na CDD e em 869(81) na CDU. Note que a raiz é a mesma, 869, mas o uso das
tabelas é diferente para cada caso.
869(81)
A481g
O número de chamada será colocado na etiqueta que fica na lombada do livro, e é o que
permite a identificação do livro na estante.
4.4.3 Indexação: Indexar vem do termo Index, que significa índice. Índice é ” Lista dos
elementos identificadores de um documento, (autor, assunto, titulo, etc.) dispostos em
determinada ordem para possibilitar seu acesso. ” (Marisa Bräscher Basílio Medeiros) e
podem ser também” Produto da indexação, como instrumento de pesquisa autônomo ou
complemento de outro. “Maria Alexandra Miranda Aparício. Aqui vale dizer a
diferença entre indexação e catalogação. A indexação representa o conteúdo, o tema, a
catalogação representa a parte física, ela descreve.
4.4.4 Preparação física do livro: Cada livro será devidamente etiquetado com o número
de chamada e carimbado, antes de ir para o acervo. Isso irá ajudar a identificar a
propriedade do livro em caso de extravio. Nas bibliotecas que possuem sistemas de
segurança, cada livro receberá um alarme.
Além dos carimbos e etiquetas, também podem ser colocados bolso e (não lembro como
chama) uma “folha de devolução”, onde é carimbada a data em que o livro deve ser
entregue. Tanto um quanto outro são mais comuns em sistemas não automatizados.
Os livros são guardados nas estantes de acordo com sua classificação, no que se chama
de ordem relativa. Ou seja, a ordem do livro é relativa ao seu assunto. É preciso atentar
para a correta ordem de arquivamento do sistema decimal utilizado pela biblioteca.
Além da ordem relativa, existe a ordem fixa, ou sistema de localização fixa. Se diz fixa
pois cada livro tem o seu lugar garantido e preservado na estante. Tipo – Corredor X,
Estante 3, Prateleira 4, Posição 7 (este é apenas um exemplo ilustrativo). Quando o livro
é retirado do seu local, é colocado um objeto para guardar o seu lugar. Esse objeto é
chamado de “fantasma”. Outro ponto importante sobre localização fixa é que, em geral,
as bibliotecas que a utilizam trabalham com os acervos fechados ao público. Apenas os
funcionários é que tem acesso ao acervo. Faz sentido pois para um usuário interessado
em um assunto específico é muito mais difícil achar livros daquele assunto, pois os
livros estão agrupados pelo acaso e não pelo assunto.
Preservação do acervo são os cuidados tomados para que os livros tenham longa vida.
Evitar comida na biblioteca é um dos mais importantes. Outro ponto importante é
manusear os livros com cuidado. Retirar o livro da estante com a o polegar e o indicador
e não puxando pela lombada. Entre outros.
Em geral, ainda hoje, é possível encontrar nas bibliotecas três tipos de catálogo externo.
De nome de autor, de título e de assunto. O catálogo de autor também pode ser chamado
de catálogo onomástico. O de título, de catálogo didascálico. E o de assunto, catálogo
ideográfico.
Alfabeticamente
Como um todo, com todas as entradas (autor, título e assunto) em um único catálogo,
chamado de catálogo dicionário.
Com três catálogos diferentes, um para cada tipo de entrada.
Ou podem ser organizados sistematicamente, com as entradas organizadas pelo número
de classificação.
Serviços aos usuários são os serviços prestados pela bibliotecas às pessoas que usam a
biblioteca, os usuários. Os usuários são basicamente de 2 tipos: os reais, que
efetivamente usam a biblioteca e seus serviços; e os potenciais, que podem vir a usar a
biblioteca. Cabe a biblioteca atender as demandas tanto dos usuários reais quanto dos
potenciais. Para isso, ela oferece vários serviços, a saber.
É comum as bibliotecas oferecerem visitas guiadas, para uma ambientação inicial com
os novos alunos.
Nas bibliotecas que não possuem sistemas informatizados, o treinamento para o uso do
catálogo é essencial.
O serviço de referência tem por base a 4ª lei de Ranganathan, e aproveito para colocar
todas aqui:
1 – Os livros são para usar
2 – A cada leitor o seu livro
3 – A cada livro o seu leitor
4 – Poupe o tempo do leitor
5 – A biblioteca é um organismo em crescimento
Por poupar o tempo do leitor, entende-se se esforçar para que o tempo entre a
solicitação do usuário ao sistema e a sua resposta seja mínimo. Para tanto, as bibliotecas
cada vez mais investem em sistemas automatizados, por um lado, e em treinamento de
pessoal, por outro.
O serviço de referência também pode ser feito à distância. O que dá mais comodidade
ao usuário. Em geral, as bibliotecas oferecem telefone, para receber críticas e sugestões
e tirar dúvidas, e e-mail ou formulários web para solicitações mais detalhadas. Neste
caso, pode ser chamado de serviço de referência virtual ou digital.
7.3 Clipping (ou clipagem): É uma atividade que consiste em fazer leituras de jornais,
revistas e periódicos em geral a fim de selecionar matérias de interesse para a instituição
ou para os usuários individualmente.
Bibliografia
CUNHA, M.B. da; CAVALCANTI, C.R. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia.
Brasília: Briquet de Lemos, 2008.
FONSECA, E.N. da. Introdução à biblioteconomia. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos,
2007.
MEY, E.S.A. Introdução à catalogação. Brasília: Briquet de Lemos, 1995.
SILVA, D.A. da; ARAUJO, I.A. Auxiliar de biblioteca: técnicas e práticas para
formação profissional. 5. ed. Brasília: Thesaurus, 2003.